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EDUCAÇÃO INCLUSIVA
GUARULHOS – SP
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4
2.1 As pessoas com deficiência e o tratamento dado a elas ao longo da história .... 5
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Fonte: www.institutoitard.com.br
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procriação de sujeitos que se encaixavam em um padrão de “normalidade”
(LORENTZ, 2006).
Métodos semelhantes são encontrados em estudos antropológicos sobre
tribos indígenas de diversas regiões do planeta, demonstrando visivelmente um
estigma criado em relação àqueles que possuíam alguma diferença. Mesmo pessoas
nascidas com um padrão anatômico aceitável ou não muito discrepante dos demais,
ao desenvolverem e demonstrarem qualquer dificuldade, eram afastadas do grupo e
deixadas à própria sorte em locais afastados, em meio à florestas. Demonstra-se
assim que as pessoas com deficiência carregam consigo, ao longo de toda a história
da civilização, marcas e estigmas engendrados para excluí-las e segregá-las, sendo
essas condutas justificadas por ideias hegemônicas e preconceituosas (GOFFMAN,
1978).
Tais métodos eram justificados por códigos e escritos que relatavam os modos
de viver da época, conforme os registros de Aristóteles e Platão, sobre legislações
ideais na Antiguidade Clássica. Nesses registros, fica claro que os direitos individuais
não eram reconhecidos e, portanto, eram colocados em segundo plano em relação ao
direito público coletivo. Dessa forma, o Estado tinha o direito de não tolerar as
deformidades ou monstruosidades de seus cidadãos (COULANGES, 2003).
As religiões contribuíram para o entendimento de que as pessoas com
deficiência deveriam ser vistas como pessoas em uma situação passível de cuidado
e atenção, ainda que essa perspectiva tenha seus aspectos excludentes, por meio da
criação de instituições como asilos e hospitais, onde as pessoas acabavam ficando
confinadas sob a alegação de que deveriam receber assistência. Tal perspectiva
contribuiu para um olhar mais orgânico sobre as deficiências, inserindo a ideia de que
a pessoa com deficiência poderia ser curada, tratada ou desenvolvida de alguma
maneira que a aproximasse de um padrão de normalidade, atribuindo funcionalidade
e independência aos sujeitos (PIOVESAN, 2012).
No decorrer de todos os momentos históricos, da civilização mais arcaica até
bem recentemente, há registros de condutas excludentes e exterminadoras de
pessoas com deficiência. Esses indivíduos foram eliminados por meio de
assassinatos, abandonados sem qualquer cuidado, encarcerados e expostos a
experimentos e pesquisas desumanas — como visto em relatos da Segunda Guerra
Mundial (LORENTZ, 2006).
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O período entre guerras da primeira metade do século XX e a escassez da
mão de obra qualificada oportunizaram a necessidade de educar e desenvolver, de
maneira a construir a autonomia e as competências das pessoas com deficiência.
Além disso, também possibilitaram o surgimento de classes especiais de educação
dentro de escolas regulares, bem como o desenvolvimento de centros de reabilitação
para as mais variadas deficiências. De acordo com Canziani (1995), foi somente a
partir da segunda metade do século XX que as pessoas com deficiência puderam
escapar da concepção de invalidez e ser vistas como pessoas aptas ou inaptas —
ideia que coincidiu com a expansão do modelo econômico capitalista.
Conforme indica Lorentz (2006), a educação especial começou a ser
delineada por meio do assistencialismo de clínicas e locais para o desenvolvimento
das pessoas com deficiência. Nesses espaços, era priorizada a necessidade de
ajustar, moldar, condicionar e, ainda, almejar a cura das pessoas com deficiência,
para somente depois promover a sua inserção na sociedade. Nesse sentido, mesmo
quando começaram a surgir classes especiais dentro das escolas regulares, estas
ainda tinham o intuito de segregar, pois se compreendia, nessa época, que era preciso
preparar a pessoa com deficiência para o convívio social, para, numa fase posterior,
permitir o seu convívio com a sociedade.
A década de 1980 foi um marco importante para as pessoas com deficiência,
em especial para a construção de considerações relacionadas à sua educação. O ano
de 1981 foi declarado como o Ano Internacional da Pessoa Deficiente (como era
denominada a pessoa com deficiência nessa época) e deu o primeiro pontapé para
as tessituras da efetivação dos direitos humanos das pessoas com deficiência. Esse
fato produziu nas pessoas com deficiência consciência de si e de suas condições e
potencialidades, possibilitando, a partir disso, uma organização política (FIGUEIRA,
2008).
Somente em 1986, a expressão “alunos excepcionais” foi substituída por
“alunos portadores de necessidades especiais”, conforme Bueno (1993). Nesse
sentido, a partir dessa apropriação das pessoas com deficiência, a sociedade passou
a desenvolver a sua aceitação e respeito, buscando superar a ideia de que esses
indivíduos deveriam ter superado as suas diferenças, para somente depois se
inserirem no convívio social.
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Aos poucos, em meio ao crescente interesse de diversos estudiosos para a
construção de teorias da educação e a consciência de uma impossibilidade de cura
para muitas deficiências, foi se potencializando a necessidade de abertura de
oportunidades para as pessoas com deficiência, para a construção de seus direitos
basilares a partir de seus próprios discursos. Dessa maneira, a tolerância à pessoa
com deficiência também foi consubstanciada na proteção e no paternalismo da
sociedade em relação esse grupo de pessoas, por meio de declarações como a de
Salamanca, em 1994, sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades
educativas especiais, e as convenções internacionais da Organização das Nações
Unidas (ONU) de 1996 e 1997. Em essência, as lutas pelos direitos das pessoas com
deficiência implicaram fortemente na construção e no delineamento da educação
especial. Contudo, apesar de todo o embasamento legislativo e da conquista dos
direitos das pessoas com deficiência, ainda se contemplava a ideia de que era a
pessoa com deficiência que precisava se adaptar à sociedade, e não a sociedade que
lhe propiciaria meios de acessibilidade (PIOVESAN, 2012).
Fonte: www.educamundo.com.br
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2.2 Da exclusão à inclusão
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essa realidade esteja aos poucos se transformando, ainda há muitas pessoas com
deficiência que se veem excluídas da sociedade.
A educação especial de desenvolveu de maneira a considerar as
peculiaridades educacionais de cada sujeito e teve seu início por meio de turmas de
classe especial. Nessas classes, as pessoas com deficiência conviviam entre si, de
acordo com a sua idade e as fases do desenvolvimento, em uma instituição de ensino
regular com outras turmas de classes regulares. Essa modalidade educacional
ofertava espaço para que as turmas ocupassem um mesmo território, mas sem que
houvesse uma integração entre os alunos, impossibilitando o convívio mais efetivo
entre as pessoas com e as sem deficiência, salvo em momentos de chegada ou
partida — ainda que algumas instituições realizassem até mesmo esses momentos
em horários separados (BUENO, 1993).
Fonte: www.fundacaosmbrasil.org
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com os seus pares e estimulando a socialização. Por contarem com um espaço mais
amplo do que somente uma sala, como ocorria nas instituições com classes especiais,
as pessoas com deficiência podem ter acesso a uma estrutura com adaptações
arquitetônicas e acessibilidade plena, podendo exercer livre circulação, exploração e
apropriação dos espaços.
Desde os anos 1990, como explica Sassaki (1997), existe um esforço da
sociedade para que se possibilite a efetiva inclusão das pessoas com deficiência. A
partir desse ideal, construiu-se a ideia da educação inclusiva, na qual pessoas com
deficiência convivem na mesma turma de educação regular, mas com ensino
adaptado às suas singularidades, mediante a consecução de projetos de
desenvolvimento específicos para cada sujeito. Essa acepção favoreceu
transformações na mentalidade social, não só com relação às famílias das pessoas
com deficiência, como também com todas as pessoas com deficiência (SASSAKI,
1997).
No entanto, a trajetória inclusiva da prática educativa encontrou alguns
percalços. As pessoas com deficiência precisam ser compreendidas em sua
individualidade, e algumas necessitam de atenção integral e exclusiva de um agente
educador. O agente educador como mediador do processo educacional pode atuar de
múltiplas maneiras, podendo facilitar o processo e estimular o desenvolvimento. No
entanto, também pode causar prejuízos, como pressupor condutas vitimizadoras e
limitantes das pessoas com deficiência ou ainda inibir o convívio entre os pares. A
educação inclusiva em instituições regulares de ensino precisa ser acompanhada
caso a caso, com todas as considerações singulares e subjetivas implicadas no
processo educativo de cada sujeito (PIOVESAN, 2012).
A educação inclusiva estimula o olhar sobre a diversidade social, que passa
a ser objeto de aceitação e desejo em um novo modelo de inclusão social. Assim, para
a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, deve haver a aceitação da
diversidade social como um aspecto do direito à igualdade, sobretudo nas atuais
sociedades multiculturais, nas quais a diversidade é a tônica social medular (ASSIS;
POZZOLI, 2005).
Uma consideração bem importante para a educação da pessoa com
deficiência é que ela deve, necessariamente, ser agente condutor de sua autonomia,
e não mero recebedor passivo de prestações alheias (FIGUEIRA, 2008). Em resumo,
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a pessoa com deficiência deve ser protagonista e condutor de seu processo de
inclusão.
Assis e Pozzoli (2005) inserem que a educação deve, preferencialmente, ser
vista como um todo, entre as pessoas com deficiência e as pessoas sem deficiência.
Ela necessita de uma integração verdadeira desde a sua base, na educação infantil,
estimulando as virtudes, a tolerância, a empatia e o apoio mútuo, assim como
promovendo e desenvolvendo a coletividade e a equidade. Conforme Lorentz (2006),
a mera tolerância da pessoa com deficiência não proporciona a dignidade humana. A
verdadeira inclusão é proveniente do tratamento de respeito pleno, da admiração e do
sentimento de amor entre as pessoas, com base na igualdade e na aceitação plena.
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o desenvolvimento de estudos e práticas educacionais referentes às altas habilidades,
nas décadas de 1980 e 1990, esse termo passou a se referir a pessoas com
inteligência lógico-matemática abaixo da média, ou excepcionais negativos, assim
como a pessoas com inteligências múltiplas acima da média, ou excepcionais
positivos (SASSAKI, 2003).
Fonte: www.pt.dreamstime.com
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3 DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL
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suficientemente capaz de atender às necessidades educacionais especiais e acabou
por reforçar os encaminhamentos para as classes e escolas especiais (BRASIL,
2008a).
A inauguração do período político democrático no Brasil trouxe consigo a
Constituição Federal de 1988, cujos objetivos fundamentais se dispunham a promover
o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação, como consta no Artigo 3, Inciso IV. No Artigo 205, a
educação é salientada como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento
da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho, sendo a sua
garantia um dever do Estado e da família. Como referido nos Artigos 206 e 208, a
igualdade de condições de acesso e permanência na escola é estabelecida como um
dos princípios para o ensino e a oferta do atendimento educacional especializado,
preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 1988).
Fonte: www.br.freepik.com
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A década de 1990 foi bastante significativa para as políticas da educação
especial, com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (o ECA), criado a
partir da Lei nº. 8.069/90. Conforme consta no Artigo 55, todas as crianças em idade
escolar devem, obrigatoriamente, estar matriculadas na rede de ensino regular
(BRASIL, 1990). Ainda nessa década, foi publicada a Declaração Mundial de
Educação para Todos (UNESCO, 1990), com o objetivo de promover a satisfação das
necessidades básicas de aprendizagem, bem como a Declaração de Salamanca
(UNESCO, 1994), sobre os princípios, as políticas e práticas na área das
necessidades educativas especiais. Em conjunto, esses acontecimentos
influenciaram a formulação das políticas públicas da educação inclusiva.
A diretriz intitulada Política Nacional de Educação Especial foi publicada em
1994, orientando um processo que condicionou o acesso às classes comuns do
ensino regular aos educandos com deficiência, vistos com condições para
acompanhar e desenvolver atividades curriculares do ensino comum, sem prejuízos e
no mesmo tempo dos demais educandos. Tal diretriz acabou por distanciar ainda mais
a inclusão das pessoas com necessidades educativas especiais da escola regular
(BRASIL, 1994).
A partir disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº.
9.394/96) foi atualizada em 1996 e, conforme o Artigo 59, assegura a flexibilização do
currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às necessidades
de aprendizagem de todos os educandos, sem exceção. Ela garante ainda a
terminalidade específica aos educandos que não atingiram o nível exigido para a
conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências. Ademais define,
como consta no Artigo 37, “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas
as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho,
mediante cursos e exames” (BRASIL, 1996, documento on-line).
Todavia, foi somente no ano de 1999 que o Decreto nº. 3.298 regulamentou
a Lei nº. 7.853/89, sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência. Ela definiu a educação especial como uma modalidade transversal a
todos os níveis e modalidades de ensino, reforçando a atuação complementar da
educação especial ao ensino regular (BRASIL, 1999). A história da educação inclusiva
no Brasil foi sempre acompanhada de muita reflexão e problematização, pelas vozes
das próprias pessoas com deficiência ou de seus representantes legais e educadores,
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em uma luta que se constitui e permanecerá por meio da transformação da sociedade
e dos contextos.
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sistemas de ensino nos sistemas educacionais, para que estes efetivassem a
inclusão, promovendo um amplo processo na formação e instrumentalização dos
gestores e educadores. O seu objetivo era disseminar os conceitos e as diretrizes
mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de
alunos com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular.
Em 2004, o Decreto nº. 5.296/04, com o intuito de promover a inclusão
educacional e social, regulamentou a Lei nº. 10.048/00 e a Lei nº. 10.098/00, que
dispõem sobre normas e critérios para a promoção de adaptações arquitetônicas para
a acessibilidade das pessoas com deficiência. Esse decreto impulsionou o Programa
Brasil Acessível, desenvolvido com o objetivo de promover a acessibilidade urbana e
apoiar ações que garantam o acesso universal aos espaços públicos (BRASIL,
2004b).
Fonte: www.br.freepik.com
Em 2002, o MEC criou a Portaria nº. 2.678/02, com diretrizes e normas para
o uso, o ensino, a produção e a difusão do sistema Braille em todas as modalidades
de ensino, compreendendo o projeto da Grafia Braille para a Língua Portuguesa e a
recomendação para o seu uso em todo o território nacional (BRASIL, 2002b). Já em
2005, o Decreto nº. 5.626/05 regulamentou a Lei nº. 10.436/2002, para a inclusão de
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educandos surdos no ensino regular, bem como o ensino de Libras como disciplina
curricular e a organização da educação bilíngue no ensino regular (BRASIL, 2002b,
2005b).
O chamado Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), elaborado pelo
MEC em 2007 e sustentado pelo Decreto nº. 6.094/2007, em conformidade com as
diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, indicou que todos os educandos
portadores de deficiência pudessem obter acesso e permanência no ensino regular e
o atendimento às suas necessidades educacionais especiais, fortalecendo o ingresso
nas escolas públicas regulares. Dessa maneira, colocou a formação de educadores
voltada para a educação inclusiva, a implantação de salas de recursos, a
acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares e o acesso e a permanência das
pessoas com deficiência na educação superior como metas para superar a oposição
entre educação regular e educação especial (BRASIL, 2007).
Implementada em 2008, a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) se equiparou à Convenção da ONU
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (BRASIL, 2008b), a fim de garantir o
direito à educação inclusiva. A inclusão das pessoas com deficiência no ensino
comum, sem qualquer condicionalidade ou discriminação, e a efetiva participação em
igualdade de condições foram enfoque das medidas de apoio à inclusão escolar
determinadas pela PNEEPEI, institucionalizando o acesso à classe comum e a oferta
do atendimento educacional especializado, complementar ou suplementar à
escolarização (BRASIL, 2008b).
É importante destacar que todas essas diretrizes acompanharam o processo
de profunda transformação e movimento de mudança na perspectiva da educação no
Brasil. A educação inclusiva acompanhou movimentos para a construção de uma
sociedade ancorada na dignidade e equidade.
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especificidades e, a partir disso, a implicação da formação docente e do contexto
social. Paulo Freire (1999) refere em seu escrito Educação como Prática de Liberdade
que a educação é a ponte para a construção da cidadania, tendo na democracia a
base para a sua efetivação. Para isso, deve estar integrada com o diálogo, a atuação
participativa, a valorização da educação e a consequente conscientização para a
formação integral dos sujeitos. Nesse sentido, os desafios das escolas brasileiras para
se adequarem às exigências da inclusão escolar no Brasil podem ser vistos sob as
lentes da cidadania constituída por meio das relações sociais e, portanto,
compreendida de acordo com os sujeitos que dela participam, com as suas
características e especificidades.
Em essência, a inclusão será delineada com esforço tenaz e enérgico para
atravessar o que está previamente instituído e precisa ser ajustado: o olhar sobre as
diferenças e diversidades. É necessário para isso que as instituições educacionais, os
educadores, gestores e especialistas se engajem também nas medidas necessárias
para a efetivação da educação inclusiva, com vontade e coragem para mudar a
realidade (SAVIANI, 2017).
As diretrizes, os planos e as metas estão postas há décadas. Os direitos das
pessoas com deficiência estão em diversos artigos da Constituição Federal brasileira.
Existem inúmeros esforços e construções para a instrumentalização e constante
formação dos educadores e gestores para a consolidação da educação inclusiva
(MOREIRA, 2016). No entanto, apesar do desenvolvimento de um olhar sobre os
direitos humanos e de um conceito de cidadania fundamentado no reconhecimento
das diferenças e na participação dos sujeitos, existe na sociedade certa identificação
com mecanismos e processos de hierarquização e diferenciação em relação a
padrões ideais de atuação e funcionamento dos sujeitos, operando para a regulação
e consequente reprodução de desigualdades.
Nesse sentido, a escola e os ambientes educacionais e formativos
preferencialmente devem possibilitar espaço para a problematização dos processos
normativos de distinção dos sujeitos. Esses espaços podem atuar como
esclarecedores das diferenças como potencialidades, permitindo o conhecimento da
diversidade de características intelectuais, físicas, culturais, sociais e linguísticas,
entre outras, como criadoras de rupturas dos modelos padronizados e como possíveis
pontes para a ampliação da diversidade, respeitando a igualdade e equidade.
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Como um caminho para a adequação às exigências da inclusão escolar no
Brasil, a formação dos educadores e gestores deve se manter adequada e atualizada,
com efeitos de motivação e no sentido de atuar cooperativamente com toda a
comunidade escolar (SCHIMIDT, 1997). A aprendizagem cooperativa pode se
apresentar como uma metodologia capaz de proporcionar a interdependência e a
reciprocidade. Ao mesmo tempo, pode se configurar como uma possibilidade de os
educandos aprenderem e experienciarem os valores da cidadania democrática desde
a mais tenra idade e de maneira sistemática, de forma que absorvam o respeito às
diferenças e a diversidade nos modos de ser e existir.
Fonte: www.revistareacao.com.br
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4 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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No entanto, por mais que o Brasil tenha uma das Legislações mais avançadas
para a proteção dos direitos educacionais dos estudantes que convivem com algum
tipo de deficiência, muito educadores ainda sentem que as escolas não têm estrutura,
financiamento e aporte teórico necessários para oferecer a melhor educação para
esses alunos. Santrock (2009), ao falar sobre o sistema de ensino estadunidense,
refere que escolas públicas norte-americanas, assim como as brasileiras, são
obrigadas por lei a receberem todas as crianças com deficiências em um ambiente
menos restritivo possível. A educação de estudantes com necessidades especiais
também é um terreno de debates intensos, sendo que diversos autores discordam
sobre a forma de inserir essa população nos sistemas de ensino.
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desenvolver campanhas e a estruturar órgãos de educação especial, fragmentando-
os de acordo com as diferentes deficiências.
Os avanços da iniciativa pública no campo da educação especial são a base
na qual todas as políticas voltadas à educação inclusiva começarão a ser formuladas.
É importante pois mostra que o Estado reconhece que os indivíduos que convivem
com algum tipo de deficiência devem receber oportunidades para exercerem seus
papéis como cidadãos, havendo um espaço de organização de âmbito nacional e
aglutinação de órgãos em torno da educação especial. Enquanto isso, nos Estados
Unidos, entre as décadas de 1960 e 1970, as instituições legais criaram vários direitos
no campo da educação especial para crianças com deficiências. Anteriormente, a
maioria das crianças com deficiências tinha sua matrícula recusada na rede pública
ou era atendida pela escola de maneira inadequada (SANTROCK, 2009).
Fonte: www.uol.com.br
O início da década de 1990 tem um dos maiores marcos históricos, tanto para
a educação inclusiva quanto para as políticas governamentais de direitos humanos
em geral no âmbito internacional. Em 1994, foi assinada a Declaração de Salamanca
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(BARROS; BRITO; GUEDES, 2017), que se tornou um dos documentos mais
importantes da história acerca da educação especial, elaborado durante a
Conferência Mundial sobre a Educação Especial, na cidade de Salamanca, Espanha.
Nesse documento, foi instituído que é responsabilidade primordial do Estado incluir
todas as crianças e os jovens com necessidades educativas especiais às escolas
regulares, cabendo-lhes as adequações indispensáveis, pois são as escolas os meios
mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade
inclusiva e atingindo a educação para todos (BRASIL, 1994).
O objetivo da Declaração de Salamanca foi de fornecer diretrizes básicas para
a formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais de acordo com o
movimento de inclusão social (BRASIL, 1996). Ainda que, nos movimentos
curriculares desencadeados em todo o país, tais questões já aparecem em alguma
medida, foi após a Lei de Diretrizes Básicas de 1996, embasada na Declaração de
Salamanca (BRASIL, 1994), que a educação básica no Brasil passou a ser encarada
como um direito, ancorada no princípio do bem comum e no respeito à diversidade
(PLETSCH; MENDES, 2015).
Comparado a décadas passadas, hoje, um número muito maior de crianças
recebe serviços especializados eficientes. Para muitas crianças, a inclusão em
classes comuns com modificações ou serviços suplementares é adequada e funciona
(FRIEND, 2007). No entanto, alguns especialistas em educação especial argumentam
que o esforço de usar a inclusão para educar crianças com deficiências foi levado ao
extremo em alguns casos.
Por exemplo, Kauffman (2004) afirmam que a inclusão, muitas vezes,
significou fazer adaptações que nem sempre beneficiam crianças com deficiências.
Eles defendem uma abordagem mais individualizada, que nem sempre envolve a
inclusão total, mas oferece opções como educação especial fora da sala de aula
regular. Outros críticos comentam que a maioria das escolas e colégios que trabalham
com educação inclusiva não tem a estrutura básica para fornecer um bom atendimento
aos estudantes, sendo que se situam em territórios pobres. Dessa forma, esses
analistas compreendem que a Legislação pode invisibilizar os problemas de sua
implementação nos bairros (SANTROCK, 2009).
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4.2 Características da proposta de educação inclusiva
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Professor da sala de recursos: os professores que prestam seus serviços
na sala de recursos são de extrema importância na educação de determinadas
crianças. Muitos dos alunos com alguma dificuldade de aprendizagem ou com
necessidades especiais conseguem passar a maior parte do tempo escolar dentro das
salas de ensino regulares, necessitando destas para determinados ajustes no seu
entendimento e na sua compreensão. Santrock (2009) comenta que, em uma
organização comum, uma criança pode passar uma ou duas horas numa sala de
recursos e o resto do tempo numa regular. A grande maioria dos conteúdos reforçados
pelos professores da sala de recursos são as habilidades de leitura, escrita ou
matemática dos estudantes, pois se mostram as maiores dificuldades dos alunos com
necessidades especiais. Barros, Brito e Guedes (2017) concordam e complementam,
ressaltando que o ensino, em todos os seus âmbitos, deve ser interligado e conectar-
se com o cotidiano de todos os estudantes que fazem parte da escola. Assim, salienta-
se a necessidade de que o professor de classe regular e o da sala de recursos devem
colaborar um com o outro e coordenar seus esforços. Em alguns casos, o professor
pode auxiliar as crianças na sala de aula regular em vez de trabalhar em uma sala de
recursos.
Fonte: www.camarainclusao.com.br
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Professor de educação especial: um dos pontos mais importantes de
Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994) é atentar para a formação dos profissionais
da educação, incentivando que as faculdades proporcionem conteúdo regular e
especializações no campo da educação inclusiva. Portanto, alguns professores têm
extenso treinamento em educação de alunos com necessidades especiais e ensinam
crianças com deficiências em uma “classe de educação especial” separada. Crianças
com dificuldades maiores de apreensão dos conteúdos podem passar uma parcela do
dia com o professor de educação especial e outra em sala de aula regular, como
acontece com o professor da sala de recursos. No entanto, Santrock (2009) cita que
o professor de educação especial geralmente assume uma responsabilidade maior
pelo programa da criança como um todo do que o professor da sala de recursos, que
geralmente dá suporte ao professor de classe regular. A área mais frequente em que
o professor de educação especial trabalha com uma criança com deficiência é a
leitura.
Serviços relacionados: além dos professores de classe regular, dos da sala
de recursos e de educação especial, vá rios outros profissionais de educação especial
podem proporcionar atendimento a crianças com deficiências (PLETSCH; MENDES,
2015). Entre eles, estão os fonoaudiólogos, psicólogos, orientadores, assistentes
sociais, enfermeiras, médicos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas (BARROS;
BRITO; GUEDES, 2017). Além disso, também devem ser providenciados serviços de
transporte, caso necessário (SANTROCK, 2009). Os serviços relacionados podem
dizer respeito à família, e os cuidadores do estudante, educadores e pesquisadores
reconhecem cada vez mais a importância de a família de origem e a escola
conduzirem juntas o aprendizado de crianças com deficiências (FRIEND, 2007).
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Nesses casos, Blackhurst (1997) esclarece que existem dois tipos de
tecnologia que podem ser usados para melhorar a educação de alunos com
necessidades especais: a tecnologia instrutiva e a tecnologia auxiliar. A tecnologia
instrutiva engloba diversos tipos de hardware e software, combinados com métodos
de ensino cada vez mais especializados e atualizados para acomodar as
necessidades de aprendizagem dos estudantes em sala de aula. Exemplos incluem
vídeos, ensino assistido por computador e programas de hipermídia complexos nos
quais os computadores são usados para controlar a transmissão de áudio e imagens
armazenadas em diferentes tipos de dispositivos (pen drives, CD, DVD, blu-ray, etc.).
A tecnologia auxiliar é um conjunto interconectado e diverso de serviços e dispositivos
que auxiliam os estudantes com necessidades especiais. Essas tecnologias se
propõem a ajudar os alunos a serem funcionais em seu ambiente. Exemplos incluem
dispositivos de comunicação, teclados alternativos (por voz ou virtual), máquinas de
escrever em Braile, classe e salas ajustáveis a cadeiras de rodas e interruptores
adaptativos.
Fonte: www.ineq.com.br
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mediante um programa de software desenvolvido para oferecer ensino de soletração
(tecnologia instrutiva).
Os modos de aplicação também podem ser subdivididos em diferentes formas
de educação. Santrcok (2009) conta que os softwares e hardwares desenvolvidos
para uso dos estudantes tradicionais também estão sendo usados com considerável
sucesso por estudantes com necessidades especiais, principalmente em classes de
inclusão. A seguir, você pode observar algumas formas de aplicação dessas
tecnologias.
Aplicações tradicionais: envolvem o uso de tutoriais, exercícios e jogos no
computador. Aplicações como essas têm sido usadas para melhorar habilidades de
decodificação e vocabulário das crianças. Softwares de jogos são usados
frequentemente para motivar crianças.
Aplicações construtivistas: focam as habilidades de compreensão e
raciocínio dos estudantes. Dentre as aplicações construtivistas que podem ser usadas
com eficiência para crianças, estão organizadores cognitivos como “IdeaFisher” e
“Inspiration” — ambos os softwares podem ser utilizados com crianças que tenham
dificuldades de aprendizagem. Os softwares de sugestão/previsão de palavras podem
ser utilizados para ajudar crianças com deficiências físicas a escrever no computador,
como exemplo.
Além disso, os processadores de texto ajudaram muitas crianças com
necessidades especiais a terem progressos em suas habilidades de linguagem escrita
(HETZRONI; SHRIEBER, 2004). Processadores de voz podem ser especialmente
úteis na educação de crianças com problemas de fala. Quando solicitados, esses
programas leem texto em voz alta. A computação móvel também é promissor para
crianças com necessidades especiais, já que existem evidências de que o uso de
dispositivos de informática móveis em classes inclusivas pode auxiliar na
compreensão dos conteúdos e melhorar a atenção dos estudantes com necessidades
especiais, o que ajuda a diminuir a lacuna de rendimento entre os estudantes com
necessidade especiais e os estudantes regulares (SWAN et al., 2005).
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5 SUPERDOTAÇÃO: CARACTERÍSTICAS E COMO PROMOVER O POTENCIAL
DOS ALUNOS
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tratar por crianças com altas habilidades. Segundo Sá (2017), essa alteração pretende
desconstruir o imaginário social de que os alunos com altas habilidades seriam
“potenciais gênios” para que os educadores possam, assim, fornecer todas as
ferramentas necessárias para o desenvolvimento pleno desses estudantes.
Fonte: www.blog.todolivro.com.br
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inteligência não englobadas dentro das medidas de QI, sendo que crianças
com altas habilidades podem, ou não, ter facilidade nessas áreas
(SANTROCK, 2009).
Winner (2006) descreveu outros três critérios que podem ajudá-lo a perceber
se existem crianças com altas habilidades em sua turma ou convívio.
1. Inteligência precoce ou talento inato: crianças com altas habilidades são
precoces quando têm a oportunidade de usar seu dom ou talento. Elas começam a
dominar uma determinada área antes dos colegas, e aprender sobre aquilo que
dominam exige menos esforço dessas crianças do que da maioria das outras.
2. Estilo próprio: crianças superdotadas aprendem de maneira
qualitativamente diferente de outras crianças. Um aspecto em que elas se diferenciam
é que requerem menos suporte ou amparo dos adultos para aprender. Geralmente,
resistem a instruções explícitas, costumam fazer descobertas por conta própria e
resolvem problemas de formas não convencionais na área que dominam.
3. Curiosidade: crianças superdotadas têm o impulso de conhecer tudo sobre
a área em que apresentam grande capacidade. Elas demonstram interesse intenso e
obsessivo e uma grande capacidade de concentração. Não são crianças que precisam
ser empurradas pelos pais. Elas frequentemente têm um alto grau de motivação
interna e curiosidade acerca de determinados temas.
O curso de vida das crianças com altas habilidades é variado. A principal
discussão acerca do potencial desses indivíduos é se suas capacidades derivam de
sua genética (hereditariedade) ou do ambiente a que são expostos nos primeiros anos
de vida (SANTROCK, 2009). Howeet al. (1995) pensam que as altas habilidades são
produto de ambos esses fatores. Comentam que os indivíduos se lembram de mostrar
sinais de alta capacidade em uma área em particular desde muito pequenos, antes ou
no início do treinamento formal, o que invalidaria a ideia de que apenas o ambiente e
o treinamento seriam capazes de produzir sujeitos com altas habilidades, pois sugere
a importância da capacidade inata no talento. No entanto, Sá (2017) e Howeet al.
(1995) também constataram que indivíduos com fama em artes, matemática, ciências
e esportes também relatam forte apoio da família e anos de treinamento e prática —
o que explicaria a falta de crianças não brancas e não latinas nos programas de
suporte às altas habilidades.
34
Outra ideia muito difundida socialmente acerca do curso de vida e do
desenvolvimento de crianças com altas habilidades seria de que esses estudantes se
tornariam adultos talentosos e altamente criativos. Santrock (2009) nos conta que a
maioria dos estudantes com altas habilidades acaba tornando-se especialistas numa
área já consolidada, como medicina, direito ou negócios. No entanto, a maior parte
não se tornou um grande criador (SÁ, 2017) — isto é, não criou um novo domínio nem
revolucionou um antigo. Uma razão para crianças prodígio não se tornarem adultos
prodígio é que elas podem ter sido excessivamente pressionadas por cuidadores e
educadores, sendo que estes não souberam estimular de forma adequada o potencial
desses estudantes e, por isso, estes perderam sua motivação intrínseca (WINNER,
2006). Como adolescentes, eles podem perguntar-se: “para quem estou fazendo isso?
”. Se a resposta não for “para mim mesmo”, talvez, eles não queiram continuar
fazendo.
35
2. Aceleração e enriquecimento no ambiente de sala de aula regular: isso
pode incluir admissão precoce na pré-escola, pular de ano (também conhecido como
promoção dupla), completar duas séries em um ano, colocação avançada ou
aceleração de matérias e estudo em ritmo próprio. A compactação de currículo é uma
variação da aceleração em que os professores pulam determinados aspectos do
currículo dos quais acreditam que crianças superdotadas não precisam.
3. Programas de mentor e aprendiz: muitos alunos se sentem mais
estimulados quando entram em contato com um educador que esteja voltado para o
seu desenvolvimento cognitivo individual, sendo que alguns especialistas enfatizam
que essas são maneiras importantes e subutilizadas de motivar, desafiar e educar
eficientemente crianças superdotadas (PLEISS; FELDHUSEN, 1995).
Fonte: www.brasilescola.uol.com.br
37
de inclusão no Brasil, inclusive para a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva.
A partir da Constituição Federal de 1988 e da Lei nº. 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), os sujeitos com deficiência passaram a
ser reconhecidos como sujeitos de direitos, inclusive no que se refere à educação
(BRASIL, 1988; 1990). Nesse sentido, podemos afirmar que, a partir dos anos 1990,
houve uma mudança importante no cenário da educação, principalmente no que se
refere à regularização da situação educacional das pessoas com deficiência. Ou seja,
o movimento pela educação especial ganhou força. Várias políticas importantes foram
implementadas, no sentido de garantir a entrada e a permanência dos sujeitos da
educação especial no ensino regular. A seguir, veremos algumas das principais
políticas.
Fonte: www.psicologiaacessivel.net
38
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não
for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular” (BRASIL, 1996,
documento on-line).
Cabe destacar que, após a LDBEN, a educação especial passou de um
sistema à parte para uma modalidade educacional transversal. A partir dela, as
normativas foram se tornando cada vez mais detalhadas e direcionadas ao público-
alvo da educação especial. Salienta-se que a LDBEN apontou algumas mudanças
significativas em prol da educação escolar das pessoas com deficiência, porém, tratou
a educação especial como “[...] a modalidade de educação escolar, oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais” (BRASIL, 1996, documento on-line). O termo
“preferencialmente” gerou algumas brechas na lei, permitindo que algumas
instituições negassem a matrícula para os sujeitos da educação especial.
Rech (2015) chama a atenção de que, embora a Lei não tenha se referido à
educação inclusiva, nela ficou perceptível a intenção de abrir espaços para a ideia de
educação para todos, tendo como base a proposta de manter, na escola especial,
apenas os alunos que não tiverem condições de serem integrados na escola regular.
A partir desse momento, a matrícula para alunos com deficiência passou a ser
obrigatória na escola regular. Porém, até esse momento, pelo menos nas políticas
públicas, não se falava no conceito de inclusão na perspectiva da integração escolar.
40
6.2 Objetivos da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva
Fonte: www.psicopedagogiacuritiba.com.br
42
2008). Você verá, aqui, algumas delas, consideradas de caráter essencial. Mas, para
um maior aprofundamento sobre o assunto, você deve fazer a leitura do documento
orientador na íntegra.
A educação especial é uma modalidade de ensino que deve perpassar todos
os níveis, etapas e modalidades. Ela engloba realizar o atendimento educacional
especializado, disponibilizar os recursos e serviços e orientar quanto à sua utilização
no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular. O
atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e
organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a
plena participação dos estudantes, considerando suas necessidades específicas.
As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado se
diferenciam daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à
escolarização e complementando a formação dos estudantes.
43
A avaliação pedagógica deve considerar tanto o conhecimento prévio e o nível
atual de desenvolvimento do aluno quanto as possibilidades de aprendizagem futura.
Assim, deve configurar uma ação pedagógica processual e formativa, que analisa o
desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual. Na avaliação, deve-se
destacar os aspectos qualitativos que indiquem as intervenções pedagógicas do
professor. Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua
formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e
conhecimentos específicos da área.
45
O texto de Celso Antunes traz a necessidade de se rever e atualizar os
conceitos e as práticas avaliativas tradicionais, o que se torna mais premente no caso
dos sujeitos com necessidades educacionais especiais, pois as avaliações devem
estar a serviço do apoio pedagógico ao progresso e sucesso da aprendizagem.
46
De modo geral, a avaliação do aproveitamento escolar do aluno com algum
tipo de necessidade educacional especial trata-se de um processo complexo. Uma
vez que sua proposta é atender às necessidades específicas de cada um, ela deveria
assumir características diferentes devido às especificidades dele e ao seu
desenvolvimento. As características específicas de alguns quadros dificultam a
avaliação e o estabelecimento das adequações ou adaptações necessárias ao
currículo para se garantir o ensino para esse estudante.
Fonte: www.educacao.imaginie.com.br
47
O processo avaliativo pode permitir ou não a participação de partes externas,
as quais ajudam a ampliar a visão do trabalho realizado, principalmente, ao se
considerar os especialistas envolvidos nas necessidades especiais do aluno em
questão.
Segundo Pacheco (2007), o uso de vários métodos avaliativos aumenta seu
valor e sua confiabilidade. O autor lista, ainda, nove diferentes formas de avaliação
para acompanhamento do progresso escolar.
Listas de verificação: avaliam as competências e o desempenho ou servem
para registro de certo comportamento e interação social.
Questionários: são usados para saber a opinião das pessoas.
Registro diário do professor: é mantido por ele com anotações descritivas e
analíticas que mostrem continuidade e desenvolvimento dos trabalhos.
Vídeos: possibilitam avaliar aspectos comportamentais, de comunicação e
outras formas de interação social.
Documentos disponíveis na escola: podem incluir currículos educacionais e
de ensino, resultados acadêmicos, boletins escolares e outros registros.
Entrevistas: são usadas para analisar melhor uma situação bem definida que
deve ser observada em profundidade ou que seja atravessada por aspectos
subjetivos.
Pesquisa de campo: é realizada para obter-se informações sobre o estudo, o
ensino, a interação e as relações sociais na turma.
Reflexão: tem como objetivo aumentar a compreensão sobre uma questão ou
situação e a avaliação de uma necessidade, coordenar pontos de vista, fazer
e implementar planos.
Caderno diário: é a análise e avaliação dos registros da comunicação entre
professores e pais quanto à observação de atividades cooperativas e à
interação fora da escola.
A avaliação deve ser entendida como um processo bidirecional que avalia não
somente os alunos, como também os elementos inerentes ao processo de ensino e
de aprendizagem (didática do professor, metodologia de aula, organização dos
conteúdos, síntese e planejamento) com o intuito de acompanhá-lo.
Ao mesmo tempo em que se deve conhecer mais particularmente as
necessidades dos alunos, não se pode esquecer o referencial pedagógico que se
48
refere à proposta curricular da série na qual eles estão inseridos, pois os estudantes
com necessidades educacionais especiais também precisam ser avaliados.
49
O processo de pesquisa deve ser de aprendizagem para todos os
participantes.
Não há separação entre sujeito e objeto de pesquisa.
O critério de validade é pragmático, assim, suas estratégias e seus produtos
são úteis para os envolvidos se eles forem capazes de apreender sua situação
e modificá-la.
O pesquisador se trata, na verdade, de um praticante social que intervém em
uma situação para verificar se um novo procedimento é eficaz ou não.
A pesquisa-ação é situacional e procura diagnosticar um problema específico
em uma dada situação, com o objetivo de atingir a relevância prática dos
resultados.
A pesquisa-ação não está interessada na obtenção de enunciados científicos
generalizáveis (relevância global).
A pesquisa-ação é autoavaliativa, portanto, as modificações introduzidas na
prática são constantemente avaliadas no decorrer do processo de
intervenção.
A pesquisa-ação é cíclica, suas fases finais são usadas para aprimorar os
resultados das anteriores.
Fonte: www.gratispng.com
50
Engel (2000) observa, ainda, oito fases na pesquisa-ação.
1. Definição do problema: é algo que intriga o professor ou que pode melhorar
em sala de aula. Assim, as questões que estão fora da alçada do professor não devem
ser consideradas.
2. Pesquisa preliminar: subdivide-se em revisão bibliográfica, observação em
sala de aula e levantamento das necessidades. A revisão é feita para verificar o que
pode ser aprendido em pesquisas semelhantes; já a observação, para entender o que
realmente está ocorrendo; e as necessidades, por sua vez, podem ser levantadas por
meio de entrevistas com alguns alunos.
3. Hipótese: é feita para ser testada, com base nos dados obtidos na pesquisa
preliminar.
4. Desenvolvimento de um plano de ação: é realizado para reverter o
problema e, com base na hipótese levantada, o professor modifica seu modo de
atuação em sala de aula.
5. Implementação do plano de ação: coloca-se em prática a decisão anterior.
6. Coleta de dados: observa-se os impactos da ação tomada.
7. Avaliação do plano de intervenção: analisa-se os dados, realiza-se sua
interpretação e tira-se conclusões para verificar se o plano surtiu efeito e em que
medida.
8. Comunicação dos resultados: transforma-se o plano de intervenção em um
artigo caso ele tenha levado a resultados positivos.
A pesquisa-ação é um instrumento que pode ser usado na melhoria do
processo de ensino-aprendizagem. Já as diferentes metodologias avaliativas são
utilizadas na pesquisa preliminar e coleta de dados, fases 2 e 6, respectivamente. Seu
benefício está na apresentação do processo autoavaliativo do professor em sala de
aula a partir das avaliações multidimensionais de seus alunos.
Você sabia que é muito importante haver uma parceria entre a escola e a
família na educação inclusiva? Todos sabemos que a família cumpre um papel
primordial na educação de uma criança. Mais do que o direito de fazer as escolhas de
51
cunho educacional de seus filhos, a família tem o dever legal e a responsabilidade por
decisões que atendam aos interesses da criança.
52
famílias proporcionam o contexto no qual as crianças nascem, são socializadas e
estabelecem suas identidades básicas. É nela que se adquire, além da linguagem, do
afeto e de crenças culturais, as regras básicas de convivência em sociedade e os
valores morais.
Assim, o processo de ensino-aprendizagem da criança no ambiente escolar
necessita de uma continuidade no ambiente familiar, pois ambas as instâncias têm
por objetivo comum a educação da criança. É na instituição familiar que ocorrem as
primeiras aprendizagens da criança. Por esse motivo, a família deve assumir um papel
primordial na educação, sendo o primeiro e mais importante agente educativo, o
núcleo central do desenvolvimento global da criança no que se refere ao domínio
afetivo, social, cognitivo e motor.
54
obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. ” (BRASIL,
1990).
Já a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva tem como objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem dos
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação nas escolas regulares (BRASIL, 2008). Assim, orienta os
sistemas de ensino para promover respostas às necessidades educacionais,
garantindo, entre outras prioridades, a participação da família e da comunidade.
Fonte: www.br.pinterest.com
55
um direito de todos, assim como os deveres da família se estendem a todas as
crianças, sejam elas deficientes ou não.
56
Fonte: www.minutopsicologia.com.br
58
Quanto ao conceito de bilíngue, consideramos que o que propõe diversos
autores citados por Megale (2005, p. 2) que “[...] um indivíduo bilíngue é alguém que
possui competência mínima em uma das quatro habilidades linguísticas (falar, ouvir,
ler e escrever) em uma língua diferente de sua língua nativa” (MACNARA, 1967 apud
HARMERS; BLANC, 2000, p. 6). Titone (1972 apud HARMES; BLANC, 2000, p. 7)
também define bilinguismo, afirmando que é “a capacidade individual de falar uma
segunda língua obedecendo às estruturas desta língua e não parafraseando a
primeira língua”. Por fim, a definição mais comum é a de Barker e Prys (1998) e Li Wei
(2000), que propõem que bilíngue se refere a indivíduos que possuem duas línguas.
Na junção de ambos os conceitos, podemos entender que a pedagogia
bilíngue diz respeito aos princípios, técnicas, métodos e estratégias utilizados na
educação bilíngue.
No conceito da pedagogia bilíngue que considera a língua de sinais, importa
dizer que sua prática é embasada por princípios teóricos, que são:
A inclusão, cujo ponto de vista é integrar a cultura surda por meio do ato
educativo;
O processo identitário, que organiza a dimensão individual para a dimensão
social;
Relações de poder, nas quais se expressam as dimensões sociais da vida de
um indivíduo.
Partindo dos princípios destacados, você pode perceber que há uma lógica,
cuja construção ocorre em etapas para a concretização de um processo pedagógico
que envolve compreensão da ação educativa, destacando a diferença cultural e
fixando o reconhecimento do ensino da língua de sinais no contexto social.
Para uma melhor compreensão da inserção dos princípios da pedagogia
bilíngue em processos didático-pedagógicos, é necessário fazer uma alusão reflexiva
ao processo de enaltecimento da cultura surda por meio da pedagogia bilíngue
embasada em seus princípios elementares para o multiculuralismo, em que o avanço
só é possível se todas essas etapas forem bem articuladas com o ato educativo na
sociedade e com suas respectivas dinâmicas de pensamento teórico para viabilizar
uma prática coerente com a promoção da educação bilíngue.
Alguns autores entendem que a pedagogia bilíngue ou educação bilíngue,
como alguns a chamam, concretiza-se, primeiramente, no espaço educacional, a fim
59
de que a cultura surda efetivamente seja reconhecida e, logo, valorizada pela
sociedade — considerando a escola como pressuposto imediato à inclusão no que se
refere às diferenças culturais existentes na sociedade.
60
Fonte: www.desafiosdaeducacao.grupoa.com.br
62
A definição de indivíduo bilíngue como aquele que se comunica em outra
língua, ainda que com pouca profundidade, mas estabelecendo uma comunicação,
deve-se enfatizar que é simples e que tem apenas o intuito de destacar o mínimo de
comunicação, já que, é preciso lembrar, a escrita dos surdos não tem a mesma
estrutura da língua portuguesa — por exemplo, uma transcrição da Libras para a
língua escrita poderia criar a seguinte frase: “Eu ir hoje casa pai”. Nesse caso, há
pouca apropriação da estrutura em si da língua portuguesa, mas há um processo de
comunicação sendo realizado. O mesmo pode acontecer na relação do ouvinte com
o surdo, em que esse tenta gestualmente realizar comunicação a partir de sinais
conhecidos e apontamentos básicos agregados na mensagem a fim de garantir a
comunicação.
Obviamente, quando não se tem domínio da língua (fluência), o tempo da
comunicação aumenta, pois não há objetividade nos termos utilizados, mas o mesmo
ocorre com outras línguas no ato comunicativo.
63
Nesse contexto, também é importante destacar que a cultura surda faz parte
da pluralidade brasileira, em que diferentes costumes, modos de ser, modos de se
comunicar ou ainda de tradições e outras manifestações não nos separam, ao
contrário, nos unem pela ideia da pluralidade num só lugar. Essa cultura está
politicamente estabelecida, visto que a Libras passou a ser reconhecida por
intermédio da Lei nº. 10.436, de 24 de abril de 2002, como língua de manifestação e
expressão dos surdos, conforme artigos preliminares, a saber:
Fonte: www.goconqr.com
65
um viés social cuja inserção comunicativa, em muitas das atividades de vida diária
antes inacessíveis, encurta-se pelo uso das novas tecnologias.
Desvelar uma diferença cultural na mediação da aprendizagem implica tornar
o assunto interessante para os alunos a partir de diálogos curiosos a respeito da
cultura surda, de modo que os alunos se sintam instigados a realizar suas próprias
buscas sobre o assunto. Antes de tudo, falar de diferença cultural requer discutir a
constituição da identidade surda e seus desdobramentos.
A identidade surda por si só já gera questões sobre a trajetória histórica dos
surdos e o histórico da educação dessa comunidade no país, além de chamar a
atenção para comportamento, assuntos relacionados à psicologia social e aos
contextos vivenciados pela comunidade surda, assim como para as mudanças
relevantes para os surdos nos últimos anos, como as principais questões políticas e
as conquistas alcançadas Botelho (2002).
Enfim, são diálogos pertinentes a uma cultura dentro de outras culturas, num
mesmo país. A proposta da mediação no primeiro momento pedagógico via interação
é de conscientizar os alunos para a importância da aprendizagem dessa cultura, assim
como de outras culturas, e, ao mesmo tempo, sensibilizar para o reconhecimento das
partes como um todo, ou seja, elementos de um mesmo conjunto, ainda que com
fortes e marcantes diferenças — nessa perspectiva, somos iguais.
A mediação do professor na aprendizagem como recurso para tornar eficiente
a conscientização da segunda língua em face das diferenças culturais insere-se nesse
contexto. Isso ocorre por meio da participação em escolas de surdos, encontros
sociais com surdos e outros eventos que possam gerar a empiria, que se soma aos
conteúdos didáticos da segunda língua, propondo uma prática da linguagem, ainda
que elementar em sua estrutura, visto que essa ação pedagógica estimula o
aprendizado e o torna mais atraente para quem aprende. Por fim, na mediação, o
professor é um promotor da interação e da empiria no que se refere à educação
bilíngue.
66
9.3 A importância da aprendizagem da língua brasileira de sinais por parte da
sociedade
67
educação do surdo como algo prejudicial à aquisição da linguagem oral, bem como à
sua integração na sociedade.
A necessidade da aprendizagem de Libras na sociedade vai para além da
escola, pois estabelecimentos comerciais, órgãos públicos, prestação de serviços e
outros espaços sociais, na sua grande maioria, são deficientes na comunicação com
as pessoas surdas que desejam utilizar-se desses espaços para determinados fins.
Existem, ainda, muitas barreiras no acesso da pessoa surda a informações sobre
produtos, compras, crediários, serviços bancários e outros. Desse modo, percebe-se,
ainda, uma ausência comunicativa da Libras em espaços públicos, como shoppings,
bancos e até mesmo serviços públicos de espectro amplo, limitando a vida social de
uma pessoa surda e tornando-a dependente de outros.
Diante do exposto, embora tenhamos obtido avanços, é importante destacar
que ainda há muito que se fazer para a valorização da cultura surda em espaços para
além da escola. Para Quadros (1997, p. 57), já que “a identidade surda se constrói
dentro de uma cultura visual, essa diferença precisa ser entendida não como uma
construção isolada, mas como construção multicultural”. Dessa forma, entende-se que
a identidade dos surdos é o conjunto de traços que os distinguem dos ouvintes,
representada por uma cultura específica, resultante das interações entre esses
indivíduos.
Fonte: www.gratispng.com
68
Assim, dada a importância da Libras como fator de educação social para o
pensamento inclusivo, implementá-la é uma ação que requer rupturas no campo do
estigma e do preconceito. Dessa forma, a pedagogia bilíngue segue desbravando tais
rupturas e enaltecendo a cultura surda na perspectiva do ato educativo/interacionista
pelo respeito às diferenças e pela apropriação de direitos e deveres a partir da
comunicação total ou da comunicação semiótica do ensino da segunda língua, a fim
de compartilhar indivíduos entre si como seres ativos (BOTELHO, 2002).
É importante ter claro que a comunidade surda quer ser levada a sério, deseja
um tratamento respeitoso e uma inclusão, isto é, que seus indivíduos sejam
reconhecidos como figuras capazes na sociedade.
69
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
SILVA, Michela Carvalho da. Educação inclusiva / Michela Carvalho da Silva. – Porto
Alegre : SAGAH, 2017.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 23. ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1999.
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