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UNIVERSIDADE DE CABO VERDE

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS, HUMANAS E ARTE


Licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas – Estudos Franceses

Inclusao dos Estudantes com


Necessidades Educativas Especiais na
Universidade de cabo verde

Carlos Cruz
Jenisse Tavares
Neide Silva

Orientadora| Antonieta Ortet

Palmarejo Grande, Janeiro 2024


Palmarejo Grande, janeiro 2024
Epígrafe:

“A inclusão como direito e desafio”


Paulo Freire.
Índice
Introdução ........................................................................................................................ 5
Metodologia ..................................................................................................................... 6
Enquadramento teórico ................................................................................................... 7
A inclusão:......................................................................................................................... 7
Necessidades educativas especiais conceptualizações .................................................. 10
Atitudes dos Professores face à inclusão ....................................................................... 11
Questionário sobre a inclusão dos estudantes com NEE na Universidade de Cabo Verde
........................................................................................................................................ 11
Referências ..................................................................................................................... 14
Introdução

Este relatório científico aborda a inclusão de estudantes com necessidades


educativas especiais na Universidade de Cabo Verde, com ênfase na atuação dos
professores e seu impacto no desempenho escolar. A pesquisa tem como ponto central a
pergunta: "Como tem sido a atuação dos professores no desempenho escolar dos
estudantes com necessidades educativas especiais na Universidade de Cabo Verde?"
Busca-se compreender como os professores influenciam esses estudantes, enfrentando
desafios e contribuindo para o sucesso acadêmico. A relevância da pesquisa está na
promoção de uma educação superior mais equitativa e inclusiva, identificando áreas de
sucesso e oportunidades de melhoria. Além disso, visa desenvolver políticas e estratégias
institucionais para aprimorar a experiência acadêmica desses estudantes. A abordagem
não se limita a compreender a inclusão na instituição, mas busca oferecer perspectivas
que orientem abordagens pedagógicas mais abrangentes. Destaca-se a visão de que os
estudantes com necessidades educativas especiais possuem direitos fundamentais, e a
inclusão beneficia tanto a sociedade quanto os próprios estudantes. A escolha de focar na
Universidade de Cabo Verde reflete o compromisso com a justiça social, inclusão e
igualdade de oportunidades, buscando contribuir significativamente para a melhoria do
sistema educacional para todos os estudantes, independentemente de suas necessidades
especiais.

Objetivo Geral deste estudo é analisar atuação dos professores da universidade de


Cabo Verde no desempenho escolar dos estudantes com necessidades educativas
especiais.

Para isso foram definidos os seguintes Objetivos Específicos:

Perceber se a atuação dos professores promove uma educação inclusiva para os


estudantes com necessidades especiais;

Verificar se os professores utilizam métodos adequados aos estudantes com necessidades


educativas especiais

Incentivar a participação dos alunos com NEE em atividades extracurriculares.


Metodologia
Propomos uma investigação envolvendo cinco estudantes com Necessidades
Educacionais Especiais (NEE) na Universidade de Cabo Verde, abarcando diversas
deficiências, incluindo duas físico-motoras, uma intelectual, uma auditiva e uma
visual. A nossa pesquisa foi realizada por meio de um estudo de caso qualitativa
porque é uma abordagem adequada para explorar um tópico complexo e controverso
como a inclusão de estudantes com NEE no ensino superior. A estratégia que
utilizamos para a seleção da nossa amostra é Amostragem por bola de neve, pois a
população alvo da nossa pesquisa, nesse caso estudante com necessidades educativas
na Universidade de Cabo Verde é relativamente pequena o que significa, que pode ser
difícil encontrar participantes que atendem aos critérios da pesquisa.
Enquadramento teórico

A inclusão:

Vários autores têm abordado a inclusão de diferentes perspectivas, destacando

a importância de garantir o acesso e a participação de todos na sociedade.

A inclusão é um movimento educacional, mas também social e político que vem


defender o direito de todos os indivíduos participarem, de uma forma consciente e
responsável, na sociedade de que fazem parte, e de serem aceites e respeitados
naquilo que os diferencia dos outros. No contexto educacional, vem, também,
defender o direito de todos os alunos desenvolverem e concretizarem as suas
potencialidades, bem como de apropriarem as competências que lhes permitam
exercer o seu direito de cidadania, através de uma educação de qualidade, que foi
talhada tendo em conta as suas necessidades, interesses e características (Freire,
2008, p. 5).

Desta forma, a inclusão tem diversos tipos, assim, alguns autores dizem que:

Inclusão Social - pode ser entendida como a ação de proporcionar para populações
que são social e economicamente excluídas - no sentido de terem acesso muito
reduzido aos bens (materiais, educacionais, culturais etc.) e terem recursos econômicos
muito abaixo da média dos outros cidadãos - oportunidades e condições de serem
incorporadas à parcela da sociedade que pode usufruir esses bens (Alonso, Ferneda, &
Pereira, 2010, p. 156 apud Morreira, 2006).

Contudo, para Alonso, Ferneda, & Pereira, 2010, apud Demo, 2005, critica as práticas de
inclusão social, que tendem a gerar o reverso de sua intenção inicial. Isto é, a inclusão
não é aceita em sua plenitude. Sendo inevitável a penetração das novas tecnologias, os
pobres estarão dentro, mas como excluídos. Serão incluídos, de qualquer maneira, à
margem (p.157).

De acordo com a Declaração de Salamanca:

“O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem


juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que
apresente. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus
alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um
bom nível de educação para todos, através de currículos adequados, de uma boa
organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma
cooperação com as respectivas comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios
e de serviços para satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da escola”. Ela
proclama que toda crianças e jovens tem o direito à educação de qualidade que busque
valorizar os interesses, características, habilidades e necessidades individuais de cada
uma, pois cada aprendizagem é única.

Porém, a inclusão não é um processo fácil, pois é necessário que as escolas sejam
preparadas para receber crianças e jovens com diferentes necessidades, e isso requer
mudanças na organização do ensino, na formação dos professores na cultura escolar.
Essas mudanças não são fáceis, mas são necessárias para garantir que todos estudantes,
independentemente das suas características individuais, tenham o direito de frequentar
uma escola regular e receber uma educação de qualidade. As escolas inclusivas devem
ser preparadas para atender a todas as necessidades dos seus alunos, incluindo alunos com
deficiência, alunos com dificuldades de aprendizagem, alunos com transtorno de espectro
autista, alunos com altas habilidades/ superlotação entre outros.

Necessidades Educativas Especiais

Embora em uso desde os anos 60, a expressão Necessidades Educativas


Especiais (special education needs) ganha força nos fins da década de 1970 num relatório
apresentado ao parlamento do Reino Unido, pela Secretaria do Estado para Educação e
Ciência, Secretaria do Estado para a Escócia e pela Secretaria do Estado para o País de
Gales. O Documento, posteriormente denominado Relatório Warnock/Warnock Report,
resumia as constatações do primeiro comité britânico constituído para reavaliar o
atendimento aos deficientes (José, 2021).

Coll, Palacios e Marchesi (2007:11) afirmam que um aluno tem Necessidades Educativas
Especiais quando “apresenta algum problema de aprendizagem ao longo da sua
escolarização, que exige uma atenção mais específica e maiores recursos educacionais do
que os necessários para os colegas da sua idade”. De modo mais amplo, define-se
Necessidades Educativas Especiais a um «conjunto de factores de risco, de ordem
intelectual, emocional e física, que podem afectar a capacidade de um aluno em atingir o
seu potencial máximo no que concerne a aprendizagem, académica e sócio emocional».
Estes factores podem, assim, originar “discapacidades” ou “talentos”, podem afectar uma
ou mais áreas do funcionamento do aluno e podem ser mais ou menos visíveis (Correia,
2008: 43). Pode-se dizer ainda que um aluno tem uma Necessidade Educativa
Especial quando o seu funcionamento na aprendizagem e no desenvolvimento
encontra alguma dificuldade e, por consequência lhe vem dedicada uma educação
especial, mais eficaz e específica, por via da integração e da inclusão (Ianes, 2005:11).

NEE quando um problema (físico, sensorial, intelectual, emocional, social ou


qualquer combinação destas problemáticas) afecta a aprendizagem ao ponto de serem
necessários acessos especiais ao currículo, ao currículo especial ou modificado, ou a
condições de aprendizagem especialmente adaptadas para que o aluno possa receber uma
educação apropriada. Tal necessidade educativa pode classificar-se de ligeira a severa e
pode ser permanente ou temporária, manifestando-se durante uma fase do
desenvolvimento escolar do aluno (Alonso, Ferneda, & Pereira, 2010, apud Bernan,
1996).

Geralmente, as Necessidades Educativas Especiais são agrupadas em diferentes


categorias para melhor compreensão e abordagem. Aqui estão algumas categorias
comuns:

• Deficiência físico e mental


• Deficiência visual
• Cegos-surdo

Capa e Rego, em 1999 (in Freire e César) assumem que a inclusão dos surdos no
ensino regular obriga à criação de condições que facilitem o desenvolvimento social e
escolar do aluno, situação esta que passa pela sensibilização de todos os elementos da
comunidade escolar e pelo desenvolvimento de um plano educativo individual, flexível e
adequado a cada aluno. Segundo Lacerda (in Freire e César) ao se incluírem alunos
surdos no ensino regular é “necessário garantir a sua possibilidade de acesso aos
conhecimentos que estão a ser trabalhados, além do respeito pela sua condição
sociolinguística e pelo seu modo peculiar de funcionamento” (Serra, Fraga, Sousa, &
Silva, 2006).

Segundo Jesus, 2022, tipos de Necessidades Educativas Especiais

• As dificuldades de aprendizagem específicas;


• Os problemas de comunicação;
• A deficiência intelectual (deficiência mental);
• as perturbações emocionais e de comportamento;
• a multideficiência;
• a deficiência auditiva;
• a deficiência físico-motora;
• os problemas de saúde;

Necessidades educativas especiais conceptualizações

Ao longo da história da humanidade, as atitudes da sociedade para com as pessoas com


deficiência variaram muito. Em alguns períodos, essas pessoas foram discriminadas e
excluídas da sociedade. Em outros períodos, elas foram consideradas especiais e
merecedoras de cuidados e atenção especiais. A importância do papel da educação
especial para a educação de alunos com NEE é inegável. A educação especial tem o
objetivo de garantir que todos os alunos, independentemente de suas deficiências, tenham
acesso a uma educação de qualidade. Acreditamos que faz todo o sentido desdobrar
educação especial em dois conceitos: o de educação e o de especial.

Educação é o “processo de aprendizagem e de mudança que se opera num aluno através


do ensino e de quaisquer outras experiências a que ele é exposto nos ambientes onde
interage.” (Correia, 2008:18).

- Especial (no termo de educação especial) é “ um conjunto de recursos que a escola e as


famílias devem ter ao seu dispor para poderem responder mais eficazmente às
necessidades de um aluno com NEES.” (Correia, 2008:19).

Assim, com base nas duas definições apresentadas, podemos concluir que, no
processo de ensino-aprendizagem dos alunos, é necessário adaptar a educação às
suas necessidades específicas. Essas necessidades podem variar de acordo com o
grau das dificuldades de aprendizagem apresentadas pelo aluno e com os ambientes
em que ele interage.

Perante isto, educação especial é “um conjunto de recursos especializados que se


constituem como condição fundamental para uma boa prestação de serviços educativos
para os alunos com NEES”. (Correia, 2008, p.19).
Na tentativa de encontrar uma definição de NEE, Coll et al. (1995) defenderam que o
aluno que apresenta NEE é aquele que revela “algum problema de aprendizagem ao longo
da sua escolarização, que exige uma atenção mais específica e maiores recursos
educacionais do que os necessários para os colegas da sua idade” (p. 11).

Atitudes dos Professores face à inclusão

Atitudes dos professores face à inclusão de crianças com NEE A escola tem como um
dos objetivos ajudar o aluno a integrar e a organizar as normas específicas que foi
adquirindo ao longo do tempo, na sociedade e na família. Esta função da escola torna-se
fundamental quando falamos das atitudes que os professores têm em relação às crianças
com NEE. De acordo com Evans (1997, cit. por Florian, 2003), é fundamental que os
professores compreendam que todos os alunos se sintam num contínuo de capacidade de
aprendizagem, o que implica, numa perspetiva educativa, não haver diferenças
qualitativas entre crianças com NEE e crianças sem essas dificuldades (Teixeira,
2018/2019, p. 19).

Questionário sobre a inclusão dos estudantes com NEE na


Universidade de Cabo Verde
Perguntas aos professores:

Você tem formação específica em educação inclusiva?

Se sim, como essa formação influenciou sua prática pedagógica?

Se não, como você atende as necessidades dos estudantes com necessidades educativas
especiais em sala de aula?

Quais são os métodos que você utiliza para atender as necessidades específicas
dos estudantes com deficiências?

Como você avalia o seu conhecimento sobre as necessidades educativas


especiais dos estudantes?

Você acredita que a sua atuação promove uma educação inclusiva para os
estudantes com necessidades especiais?
Quais são os desafios que você enfrenta ao atender às necessidades educativas
especiais dos estudantes?

Perguntas aos alunos com NEE

Você se sente incluído na universidade?

Como você avalia a atuação dos professores na sua aprendizagem?

Quais são as adaptações curriculares ou pedagógicas que você considera


importantes para a sua aprendizagem?

Quais são os desafios que você enfrenta na universidade?

Perguntas aos técnicos do gabinete do apoio psicopedagógico:

Você acredita que a universidade oferece apoio suficiente para atender às


necessidades educativas especiais dos estudantes?

Quais são os principais desafios para a inclusão de estudantes com NEE na


Universidade de Cabo Verde?

Você já trabalhou com casos de estudantes com NEE que foram bem-sucedidos
na universidade?
Quais são as medidas que você acredita serem necessárias para melhorar a
inclusão de estudantes com NEE na universidade?

Você já trabalhou com casos de estudantes com NEE que foram bem-sucedidos
na universidade?
Cronograma
Atividades tempo

Definir o tema Dia 12 de dezembro

Definir questão de partida Dia 19 de dezembro

Definir objetivos gerais e específicos Dia 4 de janeiro

Recolher os dados e interpretação dos Dia 8 de janeiro


dados

Contextualização do tema 12 de janeiro

Recolher dados e interpretação dos 15 de janeiro


dados
Correção da elaboração e formatação 18 de janeiro
do trabalho
Finalização do trabalho 19 de janeiro
Referências
Alonso, L. B., Ferneda, E., & Pereira, G. S. (janeiro/ julho de 2010). Inclusão digital e
inclusão social: contribuições teóricas e metodológicas. (32), pp. 154- 177.

Bernard da Costa, A. (1996). Escola Inclusiva: do Conceito à Prática. In Inovação, vol. 9,


pp. 151-163

Coll, César, Marchesi, Álvaro, Palacios, Jesús (2007). Desenvolvimento psicológico e


educação: transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2. ed.
Porto Alegre: Artmed.

Correia, Luís de Miranda (2008). Inclusão e necessidades educativas especiais. Um guia


para educadores e professores. 2ª ed., Porto Editora: Porto.

Ferreira, M. M., Prado , S. A., & Cadaviec, J. F. (novembro de 2015). Educação Inclusiva:
Natureza e fundamentos. Revista nacional e internacional de educación inclusiva, 8(3),
pp. 1-11.

Florian, (2003). Práticas Inclusivas. Que práticas son inclusivas, por qué y como? In C.
Tilstone; L. Florian; R. Rose (coord.): Promocion y desarollo de práticas
educativas inclusivas. (pp 43-58). Madrid: Editorial EOS.

Freire, S. (2008). Um Olhar sobre a Inclusão. Revista da Educação, XVI(1), pp. 5-20.

Ianes, Dario (2005). Bisogni educativi speciali e inclusione. Valutare le reali necessità e
attivare tutte le risorse, Erickson: Trento.

Jesus, V. J. (12 de fevereiro de 2022). todasasrespostas. Obtido de


www.todasasrespostas.pt.com

José, F. (17 de maio de 2021). Escola Virtual . Obtido de Necessidades Educativas


Especiais: Conceitos e Definições: www.escolamz.com

www.fcsha.unicv.edu.cv
Serra, A. C., Fraga, A. M., Sousa, M., & Silva, N. (2006). Integração de crianças com
Necessidades Educativas Especiais no ensino regular. Lisboa - Portugal:
Universidade Nova de Lisboa.

UNESCO (1994). Declaracion de Salamanca y Marco de Accion para las Necessidades


Educativas Especiales. España: Ministério de Educación y Ciencia

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