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Material Teórico
Deficiência Física e Motora
Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Jane Garcia de Carvalho
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Deficiência Física e Motora
• Introdução;
• Fatores Psicológicos Associados à Deficiência Física;
• A Dinâmica das Relações Familiares.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Conhecer as características das pessoas com deficiência física e motora, assim como
a atuação do profissional psicólogo e a dinâmica das relações familiares.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Deficiência Física e Motora
Contextualização
A deficiência física e motora pode acontecer a qualquer momento na vida de
uma pessoa, ou seja, congênita ou adquirida; ademais, de ambas as formas acarreta
prejuízo na motricidade e mobilidade voluntária, na imagem e no esquema corporal.
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Introdução
O conceito de deficiência é amplo e complexo, envolvendo uma multiplicidade
de significados (OMOTE, 2006); além disso, o termo deficiência vem sofrendo
mudanças ao longo do tempo.
Quanto à extensão da deficiência física, que se refere à estrutura, pode ser pe-
quena ou grande, além do grau de funcionalidade – leve, moderado ou grave.
Ademais, a deficiência física e/ou motora pode ser aguda, nos casos de acidentes;
ou crônica, no acometimento de doenças.
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Figura 2
Fonte: iStock / Getty Images
Confira charge de Jorge Barreto, ilustrando acessibilidade para deficientes físicios em lu-
Explor
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O indivíduo com a deficiência física corre o risco de ter a identidade manipulada,
ou seja, de perder a própria identidade em virtude de ficar à mercê de outrem.
Figura 3
Fonte: iStock / Getty Images
Por outro lado, quando a deficiência física for adquirida, precisamos pensar:
quem é a pessoa? Afinal, aspectos da personalidade, desde o conceito de tempe-
ramento, limiar de frustração e tolerância – que, posteriormente, o meio adequará
–, até os traços, as aptidões que definirão também as consequências ou as formas
de lidar com a deficiência são características fundamentais de atenção.
Na situação frente a deficiência, como esse indivíduo aciona e utiliza os seus meca-
nismos de defesa? Afinal, quando não são acionados, o sujeito potencialmente viverá
angústia pura; enquanto outros poderão usar os mecanismos de defesa de forma di-
nâmica e adequada. Aliás, tal aspecto torna-se necessário à sobrevivência psicológica,
dado que o sentido também o utiliza como elemento primordial, servindo de “trampo-
lim” para a pessoa alcançar os seus objetivos e projetos futuros.
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Figura 5
Fonte: iStock / Getty Images
Outro aspecto diz respeito à religiosidade, que necessariamente não tem relação
com a prática religiosa; o indivíduo passa a usar a religiosidade a serviço da nega-
ção da deficiência e/ou do meio no qual está inserido.
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No âmbito das relações familiares e sociais, qual lugar ocupa? Quais papéis essa
pessoa tem dentro da família, além de atitudes familiares frente a deficiência, em
termos de acolhimento ou rejeição.
Para o deficiente físico fica também a questão das perdas reais, efetivas e as
perdas virtuais, estas que se referem a tudo que efetivamente perdeu, tal como a
dos mecanismos de descarga emocional em que, por exemplo, grita ou fala pala-
vrões considerados “pesados” – comumente o familiar se esquece de que já fazia
isso antes da deficiência, mas agora o considera como revoltado justamente pela
atual condição.
Figura 6 Figura 7
Fonte: iStock / Getty Images Fonte: iStock / Getty Images
A perda do – amor do – outro é mais uma ausência que pode se fazer real, efeti-
va; embora em outros casos pode acontecer apenas no campo virtual, pois ocorre
quando o próprio deficiente abre mão de seu amor pelo outro, acreditando que
esse não mais lhe amará nesta nova condição.
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Figura 8
Fonte: iStock / Getty Images
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Fonte: iStock / Getty Images
Soifer (1984) enfatiza a presença dos sonhos típicos da gestação, que são espe-
cíficos a cada fase da gravidez. Esses sonhos, em geral, associam-se ao estado
emocional da gestante com relação ao momento gestacional em que se encontra.
Algumas sonham com uma criança idealizada, dentro de seus valores, ou seja, bo-
nita como o bebê da propaganda televisiva, esperta como o filho da vizinha etc.;
mas outras têm verdadeiros pesadelos em relação a esse ser ainda desconhecido e
que, por vezes, é sentido como ameaçador (REGEN, 1993, p. 18).
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de contar com alguém para ouvir o seu sofrimento; isto porque durante a gravidez
é projetada na criança que nascerá uma série de expectativas e desejos conscien-
tes, inconscientes e que, segundo esses progenitores, a criança com deficiência
não concretizará. Logo, a sensação de culpa, frustração ou infelicidade que os pais
sentem os tornam incapazes de acreditar no que lhes acontece em relação ao filho
que virá.
Por outro lado, a família pode sentir-se estigmatizada, passando por uma de-
sestruturação inicial que terá a sua intensidade diretamente proporcional ao está-
gio de desenvolvimento em que estiver na ocasião do nascimento do filho. Assim,
para se reestruturar, necessitará do apoio das pessoas de suas relações, ou seja,
familiares, amigos e vizinhos, estes que podem auxiliar na crença de seus pró-
prios recursos, favorecendo a autoestima e diminuindo o estresse.
Figura 11
Fonte: iStock / Getty Images
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Figura 12
Fonte: iStock / Getty Images
Figura 13
Fonte: iStock / Getty Images
A maioria dos pais se sente despreparada para lidar com o evento da deficiên-
cia, de modo que um dos aspectos mais discutidos pelos progenitores diz respeito
à forma pela qual os profissionais da saúde dão a notícia: relatam sentimentos de
descaso e falta de sensibilidade desses profissionais, especialmente quando anun-
ciam, aos pais, a deficiência do bebê recém-nascido (MARCHESE, 2002).
Muitos pais não têm acesso às informações e, por consequência, não conse-
guem seguir as orientações dos profissionais sobre as peculiaridades do quadro
clínico e os cuidados inerentes à condição – e que se fazem necessários. Precisam
entender e aprender a lidar com um novo corpo de conhecimento relacionado ao
diagnóstico e sistema de apoio disponível (FIUMI, 2003).
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Consequentemente e mais tarde, esses mesmos pais poderão vir a ter sentimen-
tos de hostilidade para com os profissionais que diagnosticaram a deficiência do
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filho, entre outras razões, devido à frustração e decepção frente ao déficit da crian-
ça; a tendência a culparem os profissionais de não serem milagrosos o suficiente,
após perceberem as reais condições do pequeno, o que cobrará maior esforço à
sua reabilitação e/ou reeducação; isto porque quando os pais/familiares são bem
orientados e informados, tendem a responder melhor ao tratamento.
Figura 14
Fonte: iStock / Getty Images
Para os profissionais, dizer aos pais sobre a deficiência de um filho pode ter
impacto devastador, quer seja nos próprios progenitores, tal como nos familia-
res; o mesmo também pode acontecer com o profissional, considerando que este
pode se sentir inseguro sobre como auxiliar pais/familiares no enfrentamento do
problema. Enfim, todos acabam por vivenciar o choque, os medos com relação ao
evento – deficiência –; além disso, a ansiedade gerada ao imaginar quais serão as
suas implicações futuras é um ponto a ser considerado.
Portanto, o psicólogo que atua junto às famílias que tem algum ente próximo
que seja deficiente, deverá, primeiramente, entender que a presença dos familiares
é de fundamental importância ao desenvolvimento da criança. Além disso, necessi-
tará considerar que o meio exerce fator relevante na determinação das caracterís-
ticas comportamentais e atitudinais do pequeno.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
O filho sonhado e o filho real
https://goo.gl/o6os2i
O que é deficiência física?
https://goo.gl/BafUBr
Os pais das crianças com deficiência: reflexões acerca da orientação em reabilitação motora
https://goo.gl/gF7okB
Para incluir é preciso transformar como se ensina
https://goo.gl/qXbjan
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Referências
AMIRALIAN, M. L. T. M. Psicologia do excepcional. São Paulo: EPU, 1986.
BRADT, J. O. Tornando-se pais: famílias com filhos pequenos. In: CARTER, B.;
MCGOLDRICK, M. As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para
a terapia familiar. Trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. 2. ed. Porto Alegre,
RS: Artmed, 1995.
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