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11º ano – Unidade 3: Triunfo dos Estados e dinâmicas económicas nos

séculos XVII e XVIII


3.3 Portugal – dificuldades e crescimento económico
A conjuntura da segunda metade do século XVII
A inserção na monarquia hispânica foi benéfica, numa primeira fase, para a economia
portuguesa, pois permitiu o acesso dos mercadores nacionais ao vasto império
espanhol, algo que deixou de acontecer a partir de 1620. Isto porque a dificuldades
económicas sentidas pela monarquia espanhola, ocupada em guerras quase
permanentes com a Inglaterra e com a Holanda, refletiram-se em Portugal. Verifica-se
um constante aumento da carga fiscal e ataques destas duas potências inimigas da
monarquia hispânica às costas portuguesas e às possessões ultramarinas, o que
provocou u descontentamento crescente contra a União Ibérica.
Neste contexto, agravado pela requisição de tropas portuguesas para as guerras
espanholas, eu um grupo de aristocratas conspira contra o domínio filipino e obtém o
sentimento do Duque de Bragança em se tornar rei de Portugal. Este é aclamado
como D.João IV, após o golpe palaciano de 1 de dezembro de 1640. Com o regresso a
uma condição independente, Portugal recupera a independência politica e a
Restauração se resume a confrontos fronteiriços, que desgastam, os recursos locais a
partir da assinatura do tratado de paz entre Espanha e França em 1659.
A posição de Portugal a nível internacional é igualmente frágil, já que a diplomacia
espanhola tenta desacreditar a dinastia de Bragança, que, por sua vez, justifica a
legitimidade da independência invocando a espoliação dos recursos nacionais e a
usurpação de poder pelos Filipes. Para combater a hostilidade espanhola, Portugal
procura aliados, nomeadamente Inglaterra. Estabeleceu-se assim uma aliança que
resultou no casamento entre Catarina de Bragança, filha de D. João IV e de D. Luísa de
Gusmão, com o rei inglês Carlos II. Este casamento representava o reconhecimento da
nova dinastia portuguesa por uma das principais potências europeias, a Inglaterra, mas
acarreta elevados custos: o dote da princesa inclui, entre outras possessões
portuguesas, a cidade de Bombaim, o que abre caminho ao domínio inglês na India
(Portugal torna-se um potencia na India, mas rivaliza com os Holandeses que la faziam
comercio).
A guerra contra a monarquia hispânica terminou em 1668, com a assinatura do
tratado de Lisboa. Nas colónias, apesar de Portugal já não estar integrado na
monarquia dos Áustrias, a guerra luso-holandesa prossegue, visto que o verdadeiro
motivo de agressão holandesa aos territórios portugueses se prende com o domínio do
comercio colonial. Os holandeses, apesar de expulsos pelas forças portuguesas das
posições que ocupam no Brasil e em África, permanecem nos territórios orientais que
conquistaram, devido à incapacidade portuguesa de os conseguir defender. Portuga
acabou por se render às evidências no que respeita ao Oriente, acabando por ceder.
A Coroa Portuguesa, cujas finanças dependem maioritariamente das taxas cobradas
aos produtos colónias, vê declinar os seus rendimentos. Esta situação é provocada pela
concorrência holandesa, inglesa e francesa, no Oriente e Caraíbas, onde as plantações
de açúcar e de tabaco destas potencias concorrem com as plantações brasileiras.
Para tal contribuem também o mau estado da frota portuguesa, os ataques de piratas
e corsários e a corrupção dos oficiais régios. Todos estes fatores contribuíram para o
agravamento da crise comercial e financeira em Portugal.

A crise comercial de final do século XVII


Crise comercial e financeira que Portugal atravessou agravou o défice da
balança
Comercial
Neste sentido, um dos secretário de Estado, Francisco Correia de Lacerda, escreveu a
Duarte Ribeiro de Macedo, um embaixador português na corte de Luís XIV,
relativamente a este assunto. O Discurso sobre a Introdução das Artes (designação das
atividades transformadoras, ou seja das manufaturas) em Portugal foi elaborado como resposta
a essa carta, onde o embaixador reflete sobre a situação em que Portugal se encontra,
apresentando soluções com base numa politica económica mercantilista, d acordo
com o modelo francês de Colbert. Este como conhece a corte de Versalhes, defendia
que os produtos que são habitualmente usados, de forma a aumentar as importações,
passam a ser uma necessidade. Deste modo, estes deveriam de ser produzidos em
território nacional e se necessário facilitar a importação de matérias-primas.
Acrescenta ainda sobre
 as formas de intervenção económica à disposição dos monarcas;
 atribuição de taxas alfandegárias aos produtos concorrentes;
 Concessão de subsídios e privilégios a quem instale manufaturas no território
nacional;

As primeiras medidas mercantilistas


O discurso deste embaixador influenciou governantes, como é o caso do 3º Conde da
Ericeira, D.Luís de Meneses, que como Vedor da Fazenda, propôs ao rei um programa
de incentivo à industria manufatureira com o objetivo d reduzir as importações.
Para isso:
Apostou na
 Introdução de novos métodos de fabrico, ensinados por artífices estrageiros;
 Reorganização dos setores dos têxteis, vidros e ferrarias, com recurso a capitais
privados;
 Proteção das manufaturas nacionais através da promulgação das Leis
Pragmáticas (leis que proibiam o uso de produtos de luxo estrangeiros);
 Concessão de subsídios e privilégios às manufaturas existentes e às
novas(sedas, lanifícios, ferro, couro);
 Criação de companhias monopolistas para o comércio colonial;
A Coroa editava as pragmáticas para obrigar ao consumo da produção nacional. Apear
de aquelas não proibirem a importação de produtos estrangeiros, a comunidade
inglesa sentia os seus negócios ameaçados e reclama o cumprimento das condições
alfandegarias relativas aos têxteis ingleses, estabelecidas no Tratado de Westminster
de 1654. Os comerciantes portugueses manifestam-se contra esta política, com o
argumento de que a balança continuava negativa, assim como os investidores se
sentem excluídos da politica de atribuição de monopólios. O programa manufatureiro
do Conde da Ericeira teve um impacto limitado, mas dinamizou a vida económica de
algumas regiões portuguesas.

O fim das primeiras medidas mercantilistas


A política protecionista do Conde da Ericeira foi travada por várias circunstancias. Às
dificuldades da Coroa em controlar eficazmente o cumprimento das pragmáticas junta-
se a descoberta do ouro do Brasil e a assinatura do Tratado de Methuen em 1703.
Este tratado revelava o relativo abandono da politica mercantilista pelo rei português.
Por um lado, permite-se a introdução em Portugal, em exclusivo e em condições
favoráveis de taxação, dos têxteis ingleses, que tinham uma maior qualidade e um
preço inferior aos portugueses, contribuindo para enfraquecer o processo de
aperfeiçoamento da produção têxtil portuguesa. Como contrapartida, era estipulado
que os vinhos portugueses entravam em Inglaterra numa situação de privilégio
permanente, pagando apenas a terça parte do imposto devido aos vinhos franceses.
Esta cláusula favorece os interesses da nobreza ligada à produção de vinhos generosos,
e leva ao incremento da cultura da vinha mesmo em terrenos mais apropriados para a
cultura dos cereais.
A transformação de terras de pão em terras de vinho teve como consequência o
aumento da importação de trigo inglês, o que, em conjunto com a importação de
têxteis, agrava o défice da balança comercial portuguesa. Na realidade, apesar de ter
havido um aumento das exportações de vinho, o rendimento obtido é muito baixo
quando comparado com o valor das despesas de importação.

Apropriação do ouro brasileiro pelo mercado britânico


As minas de ouro brasileiras são descobertas no estado de Minas Gerais, como
resultado da ação dos bandeirantes, estes eram homens que exploravam o mato
brasileiro à procura de riquezas ou de indígenas para capturar. Esta descoberta, a
partir de 1695, é responsável por uma das maiores febres de corrida ao ouro se
conhece e pelo alargar das bandeiras de prospeção de ouro.
As remessas de ouro, que chegam a Lisboa em quantidades elevadas resolveram em
poucos anos as dificuldades financeiras da Coroa portuguesa e o défice da balança
comercial, que se vinha acentuando progressivamente desde a assinatura do tratado
de Methuen.
As moedas cunhadas em ouro do Brasil permitem que a dinastia de Bragança se
prestigie a nível internacional. É também com este ouro que paga o esforço feito na
defesa do território português e das suas colónias americanas. A defesa é entregue ao
Conde de Lippe, que reorganiza o exército e manda construir ou reconstruir varias
fortalezas.
O ouro permite ainda ao rei centralizar mais eficazmente o seu poder, porque lhe
permite deter meios para “comprar” a alta nobreza, fornecendo-lhes mais e melhores
tenças, e ainda que o rei mostre o seu poder ao povo, através da construção de obras
públicas ou das campanhas de reformulação de igrejas em todo o país.
O ouro é aplicado em obras de arte, sobretudo de caracter religioso, que abundam em
Portugal e nas suas colónias. Mas o ouro usado nestas situações é apenas usado em
pequenas situações de um grande todo, visto que, de grosso modo, este era utilizado
para pagar as grandes compras do estrangeiro, nomeadamente à Inglaterra, que
intensificou o seu comércio com Portugal. Desta forma a Inglaterra apropria-se
também do ouro brasileiro, usado para fortalecer a sua moeda.

A política económica e social pombalina


No final do reinado de D. João V já são visíveis os primeiros sinais de esgotamento do
ouro brasileiro. Durante o decorrer do reinado do seu filho D José I à medida que o
ouro ia diminuindo e as despesas para a reconstrução de Lisboa devido ao terramoto
de 1755, tornou-se claro que não havia liquidez financeira para pagar as importações
de cereais e têxteis. Neste sentido era necessário procurar novas formas de
rendimento e parte do delineamento dessa estratégia deve-se ao ministro Sebastião
José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, que assume um estatuto de “todo-
poderoso”, principalmente devido ao resultado da sua ação e protagonismo no
terramoto de Lisboa.
Para responder à crise económica com que o país se vê confrontado, Marquês opta
por uma mudança na politica económica, recorrendo a medidas de teor mercantilista,
protecionista, que se aplica ao comércio, segundo o modelo inglês.
Preocupou-se desde logo com a proteção do comércio colonial, planeando uma
política de concentração económica em que a Coroa apoia a criação de companhias
monopolistas para o comercio.
Defende que um reino moderno deve assentar a sua riqueza em atividades comerciais
e não na exploração de grandes senhorios, que na contribuem para um efetivo
desenvolvimento económico ou para a mobilidade social, pelo que concebe apoios à
burguesia. Privilegia a alta burguesia mercantil na criação das companhias comerciais,
concedendo o estatuto de nobreza aos que investiam um determinado montante na
sua constituição, como no caso da Companhia Geral do Grão-Pará do Maranhão.
Desta forma conseguiu captar capitais da burguesia, concedendo também
oportunidade as famílias nobres de investirem no comercio. Esta estratégia faz parte
de um plano delineado pelo Marques de Pombal para limitar o excessivo poder e
privilégios da alta nobreza, que considera contrários aos interesses portugueses,
sobretudo numa época em que o monarca já não pode contar com o ouro do Brasil
para controlar a nobreza com distribuição generosa das tenças.

Os grandes objetivos da política pombalina foram a redução do défice e a


nacionalização do sistema comercial português. Para diminuir a importação de bens de
consumo, relançar as indústrias e oferecer ao comércio português estruturas que lhe
garantissem a segurança e a rentabilidade foram tomadas máximas mercantilistas.
O rei criou a Junta do Comércio, a quem competia:
 Regulação da atividade económica do reino;
 Reprimir o contrabando;
 Intervir na importância de produtos manufaturados;
 Vigiar as alfândegas;
 Coordenar a partida das frotas para o Brasil;
 Licenciar a abertura de lojas e a atividade dos homens de negócios.

E ainda,
 Criaram-se companhias monopolistas, que procuravam serem superiores,
economicamente, aos ingleses.
 Pombal volta a dar importância ao sector manufatureiro. Assim, procedeu à
revitalização das indústrias existentes e à criação de novas.
 Todas as manufaturas pombalinas receberam privilégios (instalações,
subsídios, exclusivos) e foram providas das técnicas mais adequadas.
 O Marquês procurou valorizar a classe mercantil, tornando-a mais capaz e
conferindo-lhe maior estatuto. Criou-se a Aula do Comércio que fornecia
uma preparação adequada aos futuros comerciantes, privilegiando no
currículo matérias de carácter prático.
 A alta burguesia, acionista das companhias monopolistas, recebe o estatuto
nobre, que, à data, abria as portas de acesso a numerosos cargos e
dignidades. Deve-se a Pombal o fim da distinção entre cristãos-novos e
cristãos-velhos bem como a subordinação do Tribunal do Santo Ofício à
Coroa.
 O Marquês não dá tanto valor ao nascimento, mas sim ao mérito próprio,
visto que o marquês não gostava nada da nobreza.

Os resultados da política pombalina fizeram-se sentir de imediato. As áreas


económicas sob controlo das companhias prosperaram, desenvolveram-se outros
produtos coloniais como o algodão, o café e o cacau, em muitos ramos da indústria as
produções internas substituíram as importações e aumentaram também as
exportações para o Brasil, de produtos manufaturados da metrópole.
A balança comercial obteve saldo positivo. Guerras e revoluções afetaram o comércio
francês e inglês, contribuindo para desenvolver a Lisboa um pouco da sua antiga
grandeza como entreposto atlântico.

Pombal e as companhias em território nacional


A Companha Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (1756), surgiu como
proposta dos produtores de vinho do Norte de Portugal que se queixavam da
degradação da qualidade do vinho e do facto dos taberneiros do Porto o adulterarem,
algo que punha em risco a saúde publica. Em resposta receberam a licença régia onde
era permitido à companhia controlar a qualidade e quantidade de produção e exercer
o
monopólio do comercio interno dos vinhos do Porto, bem como da sua exportação.
A demarcação da área geográfica da cultura do vinho do Porto permite ao Marquês
Companhias criadas por Pombal
1753 Companhia do Comércio Oriental
1755 Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão
1756 Companhia Geral da Agricultura das vinhas do Alto Douro
1756 Companhia de Pesca da Baleia
1759 Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba
1760 Companhia para o Comércio dos Ajauas e Macuas(Moçambique)
1773 Companhia Geral das Reais Pescas do Reino do Algarve
quebrar a hegemonia inglesa a produção e distribuição de vinho, valendo-lhe o
ressentimento dessa comunidade que não era a única a protestar.

A Criação do Erário Régio


Com a criação do Erário Régio(cofre/reserva de moedas do Estado) em 1761, a Coroa
conseguiu assegurar um controlo mais eficaz do sistema financeiro, centralizando a
arrecadação dos impostos, direitos e rendas reais, que até aí era feita por diversas
repartições. Neste sentido, era pretendido dificultar as fugas aos impostos e o
enriquecimento ilícito de alguns oficiais da anterior estrutura fiscal. Este tinha também
a responsabilidade de prover os fundos necessários às despesas do reino.
Este organismo tornou-se um instrumento importante e fundamental para a execução
das reformas pombalinas, pelo que não é de estranhar que seja Marques de Pombal o
seu primeiro presidente, cargo que exerce até 1777. Dada a dimensão do império e
para melhor gestão das contas da Coroa, instituem-se, ao mesmo tempo de Pombal,
quatro Contadorias:
 Geral da Corte e Província da Estremadura;
 Províncias do Reino e Ilhas dos Açores e Madeira;
 África Ocidental, Maranhão e Baía;
 Rio de Janeiro e Ásia portuguesa;
Posteriormente, D.João VI será o primeiro monarca a emitir apólices do Rela Erário
para conseguir angariar capitais particulares, de forma a responder a dificuldades
financeiras imediatas. Os compradores são atraídos pelo pagamento de juros
relativamente elevados e pela segurança de ser a Coroa a emiti-las.

A viragem para a Indústria manufatureira


A crise comercial de meados do século XVIII, com repercussões nos preços e na
produção, não permiiram o Marquês de Pombal obter os resultados que esperava com
a sua política protecionista. Apesar da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do
Alto Douro se revelar um sucesso e de o défice da balanca comercial ter reduzido,
limitou-se a saída do ouro, a estrutura económica do país pouco se alterou. No sentido
de a modificar, Marques concebeu um plano de fomento da industria manufatureira a
partir de 1770.
Criam-se manufaturas ou fábricas” ou reformama-se as já existientes, por todo o pais.
São-lhes concedidos subsídios, bebficios fiscais e privilégios , quase sob a forma de
monopólios, de forma a evitar a concorrência entre produções do mesmo setor. As
fábricas que não são propriedade régia, são concessionadas a particulares com o
patrocínio real, atraindo-se assim os capitais dos homens de negócios portugueses ou
estrangeiros que queiram investir no país.
No entanto, a maior parte da intervenção estrangeira nesta fase é prestada em termos
de divulgação de técnicas, que permitem a modernização do setor. De facto, apesar de
continuarem a existir unidades de pequena dimensão, aposta-se na criação de
manufaturas de media e de grande dimensão, algumas com unidades de produção de
caracter misto e outras como centros coordenadores de uma rede de produção
oficinal ou domestica.
Como se pretende reduzir as importações, desenvolve-se o setor de produção de
artigos ligados à defesa do fomento de industrias como a das sedas, dos lanifícios, dos
tecidos de algodão, dos chapéus e vidros, para satisfazer as necessidades do mercado
interno. Para garantir o escoamento da produção editam-se as novas pragmáticas, que
visam proibir o uso de produtos estrangeiros.
Este surto manufatureiro é coordenado pela Junta de Comércio, que se torna o
organismo responsável pela regulação da economia portuguesa.

A politica social pombalina


Marquês de Pombal foi ainda responsável por duas medidas sociais que estão
relacionadas com o seu plano de desenvolvimento do país:
 A extinção da distinção entre cristãos-velhos e cristãos-novos;
 Abolição da escravatura na metrópole;

A distinção entre cristãos-velhos e cristãos-novos foi terminada em 1773, podendo a


partir daí, os cristãos-novos exercer todos os cargos e empregos públicos. Eliminam-se
os atestados de “limpeza de sangue” e as perseguições. Reconhece-se também a sua
atividade enquanto comerciantes e empresários manufatureiros, o que se insere no
plano pombalino de promoção da burguesia e de reestruturação da sociedade de
Antigo regime em Portugal. Esta lei foi bastante contestada, havendo quem afirmasse
que fora comprado pelos cristãos-novos.
Outra lei igualmente contestada foi a que, em 1761, terminou com a importação de
mão de obra escrava para o território metropolitano e colónias asiáticas. As
justificações económicas que a sustentam referem-se à necessidade de emprego para
o povo metropolitano e à falta de mão de obra na agricultura e nas minas dos
territórios coloniais. Na prática, esta medida tem como consequência a abolição da
escravatura na metrópole, obtendo os escravos o estatuto de libertos. Uma parte
destes escravos recebe terras em zonas propicias para a produção de arroz, pois
Pombal pretendia incentivar esta cultura como forma de reduzir a dependia
portuguesa dos cereais estrangeiros.

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