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JONATHAN DELLI COLLI – OAB/SP 423-919

CÁLCULO TRABALHISTA
JONATHAN DELLI COLLI – OAB/SP 423-919

DO CÁLCULO TRABALHISTA

1. CONCEITO: é a conta que se refere aos valores que envolvem um contrato de trabalho,
especificamente as verbas trabalhistas (rescisórias). Existem duas espécies de apuração: a
administrativa (TRCT) e a judicial (sentença líquida).

(A) REMUNERAÇÃO (art. 457/CLT): é o conjunto de vantagens pelo qual o empregador


recompensa o empregado pelo serviço prestado, além do salário pago pela contra-
prestação do serviço. É a soma do salário direto com o indireto. A remuneração se
ramifica em:

(a) fixo – salário base;


(b) variável (meta – condicional);
(c) gratificações (premiações); e
(d) indireta (benefícios).

→ INALTERABILIDADE DA DECISÃO LIQUIDANDA: o art. 879/CLT c.c art. 509, §4º


do CPC dispõem que a decisão que liquidou os valores não pode ser alterada.

(B) A REFORMA TRABALHISTA E OS CÁLCULOS

→ Passou a impor a liquidação dos pedidos na inicial1, ou seja, desde de a peça inicial
é necessário indicar ou estimar o valor dos pedidos, sob pena de inépcia.

→ Ficar de olho na sucumbência – com a reforma, ficou mais pesado o tema.

2. TIPOS DE SALÁRIO

(A) SALÁRIO DIRETO: importante distinção para efetuar os cálculos trabalhistas correta-
mente, pois se o salário estiver errado, todo o cálculo será perdido.

→ SALÁRIO BASE (ou contratual): é pago diretamente pelo empregador e utilizado


normalmente como base de cálculo das demais verbas ou gratificações.

→ PISO SALARIAL: é um valor determinado pela categoria do empregado ou atividade


econômica da empresa. Quando estabelecido, deve prevalecer sobre qualquer ou-
tro, caso seja mais vantajoso.

(B) SALÁRIO INDIRETO: representa os benefícios que se agregam ao salário direto


(como seguro de vida, etc.).

1
RITO SUMÁRIO: valor da causa até 2 salários mínimos; RITO SUMARÍSSIMO: valor da causa até 40 salários
mínimos e RITO ORDINÁRIO: valor da causa que exceda 40 salários mínimos.
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(C) SALÁRIO IN NATURA OU DE UTILIDADE: é aquele dado pelo trabalho, não para o
trabalho. Por exemplo, um vendedor que recebe um carro para trabalhar não pode
considerar um bem como salário, enquanto que um gerente que ganha um carro pelo
bom trabalho deve considerar o veículo como pagamento.

(D) FORMAS DE PAGAMENTO: é pago por mês, por hora, por atividade exercida ou por
produção.

(E) DATA DO PAGAMENTO: o salário deve ser pago até o 5º dia útil do mês subse-
quente ao trabalhado (art. 459 da CLT).

3. DIREITOS BASILARES DOS TRABALHADORES: a CF/88 trouxe um rol, no art. 7º, desses
direitos (listados somente os que refletem no cálculo):

→ II – Ao seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;


→ III – Ao FGTS (fundo de garantia por tempo de serviço);
→ IV – Ao salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, com reajustes perió-
dicos que lhe preservem o poder aquisitivo;
→ V – Ao piso salarial;
→ VI – À irredutibilidade do salário, salvo disposição em CCT ou acordo coletivo;
→ VII – À garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remune-
ração variável;
→ VIII – Ao 13º salário, com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
→ IX – Ao adicional noturno, superior ao do trabalho diurno;
→ XI – À participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, ex-
cepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
→ XII – Ao salário-família;
→ XIII – À duração do trabalho, não superior a 8h/dia e 44/semana; facultada a com-
pensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho;
→ XIV – À jornada de 06h para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de reve-
zamento, salvo negociação coletiva;
→ XV – Ao DSR, preferencialmente aos domingos;
→ XVI – Às horas extras, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
→ XVII – Ao gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o
salário normal;
→ XVIII – À licença maternidade, sem prejuízo do emprego e do salário, por 120 dias;
→ XXI – Ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, de no mínimo 30 dias;
→ XXIII – Ao adicional de insalubridade e periculosidade, na forma da lei;
→ XXIX – À ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho;
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→ XXX – À proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
→ XXXI – À proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência;
→ XXXIII – À proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18
anos e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de 14 anos.

4. DO CONTRATO DE TRABALHO

(A) DO CONTRATO DE TRABALHO: é um documento individual, tácito ou expresso, cor-


respondente à relação de emprego (art. 442/CLT). Pode ser por prazo determinado2
(com data fim estipulada) ou indeterminado (sem data fim estipulada, o término
ocorre por iniciativa de uma das partes

→ Importante para o cálculo pois o pacote de verbas de uma modalidade difere da


outra;

→ Ficar atento à prorrogação automática do contrato por tempo indeterminado a


determinado, quando ultrapassada a data fim sem manifestação das partes;

(B) CONTRATO DE EXPERIÊNCIA: é aquele com prazo estimado de 45 dias, podendo


ser prorrogado por mais 45. Caso passe do prazo, sem que as partes se manifestem,
se converte em contrato por prazo indeterminado. Importante, pois muda as verbas a
que o empregado terá direito na rescisão.

5. DO CÁLCULO DAS VERBAS

(A) DAS FALTAS: o cálculo de faltas pode ser feito de duas formas, devendo-se calcular
de acordo com o que for mais vantajoso para o cliente.

→ Fórmula: [valor do salário / 30 dias – nº de dias faltados]


→ Fórmula: [valor do salário / nº de horas trabalhadas – nº de dias faltados]

(B) DO SALDO DE SALÁRIO: é devido quando a rescisão contratual se dá no meio do


mês.

→ Fórmula: [salário / 30 x nº de dias trabalhados no mês].


→ Se o último mês trabalhador for fevereiro, divide-se o salário por 28 ou 29 dias,
embora a regra geral seja dividir por 30, mesmo quando o mês tem 31.

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CLT: arts. 445, 451, 452 e 481.
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(C) DAS HORAS EXTRAS: é o trabalho além da jornada normal. Conforme a lei, é permi-
tida a extensão de até 02 horas por dia (art. 59/CLT). Ainda, se a empresa contar
com + de 20 empregados, é obrigada a manter um controle de entrada e saída e de
intervalo intrajornada (controle de ponto – art. 74, §2º da CLT).
A hora DIURNA é de 60 minutos

→ Fórmula (segunda à sábado): [hora normal + 50%3 da hora normal X quantidade


de HE exercida].
→ Fórmula (domingos e feriados): [02 X a hora normal + 100% da hora normal X
quantidade de HE exercida].
→ Fórmula da hora normal: [salário / jornada horária mensal4].
→ Por ser sábado um dia útil (regra da CLT), observar se o trabalho realizado nesse dia
é por conta do saldo de 04 horas (já que na semana se trabalha 40 e a jornada é de
44) ou se é hora extra.

DIVISORES DE HORAS EXTRAS


JORNADA DIVISOR
8 horas/dia e 44/horas semanais 220
40 horas semanais 200
7 horas diárias 210
6 horas diárias 180
5 horas diárias 150
4 horas diárias 120
12x36 210

I – HORA EXTRA DOS COMISSIONISTAS (S. 340/TST): empregado remunerado à


base de comissões, tem direito a adicional de, no mínimo, 50% pelo trabalho extra,
calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês. O divisor é o nº. de
horas efetivamente trabalhadas no mês.

→ Fórmula: [comissão hora X 0,50 X quantidade horas extras].


→ Fórmula para chegar na comissão hora: [salário / horas normais + horas extras].

II – HORA EXTRA NOTURNA: é aquela realizada entre 22:00 e 05:00. Nesse caso, o
valor da hora extra é de, no mínimo, 50% + 20% por ser noturna.

A hora NOTURNA é de 52m30s.

→ Fórmula: [hora normal X 1,5 X 1,2 X quantidade de HE noturna exercida].

3
A lei prevê que a HE será acrescida de no mínimo 50% da hora normal – razão variável.
4
Jornadas de 120, 180, 200 ou 220 horas mensais, a depender da jornada semanal. Essa jornada é a base de
cálculo, por isso importante observá-las.
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→ Fórmula hora normal: [salário / jornada mensal].

(D) ADICIONAL NOTURNO: a hora noturna é a trabalhada entre as 22h às 05h (urbanos),
21h às 05 (rurais). Nesse caso, o trabalhador tem direito a um adicional de, no mí-
nimo, 20% sobre o salário hora.
→ Fórmula: [salário hora + 20% do salário hora X nº de horas n. trabalhadas]
→ Fórmula salário hora: [salário / jornada mensal].
→ Multiplicador para converter hora diurna em noturna: 1,1428571.

(E) ADICIONAL DE PERICULOSIDADE: previsto na NR 16/MTE, bônus de 30% sobre o


salário base para o empregado que exercer atividade de risco à saúde, conforme dis-
posto em lei.

→ Fórmula: [salário base X 30%].


→ Gera reflexo no 13º salário.
→ Se tiver hora extra em trabalho de risco, o valor da hora deverá ser acrescido do
adicional de periculosidade.

(F) ADICIONAL DE INSALUBRIDADE: previsto na NR 15/MTE e arts. 189 a 197/CLT,


pago aos trabalhadores que exercerem atividades expostos à ruídos excessivos; radi-
ação; temperaturas extremas e agentes químicos. A depender do grau de exposição,
o valor do adicional será de 10%, 20% ou 40%, tendo por base o salário mínimo.

→ Fórmula: [salário mínimo X % do grau correspondente].


→ A base de cálculo pode variar de acordo com a CCT ou acordo coletivo.
→ Se tiver hora extra em trabalho de risco, o valor da hora deverá ser acrescido do
adicional de insalubridade.

(G) ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA (art. 469/CLT): transferência do domicílio do em-


pregado, de caráter temporário. Será devido, assim, o adicional, no valor mínimo de
25% do último salário antes da transferência.

→ Fórmula: [último salário X 25%].


→ A porcentagem pode aumentar em CCT ou acordo coletivo (do novo local de ser-
viço).
→ Esse adicional integra o salário (soma-se a ele, para fins de calcular outras verbas).
→ Súmulas 63 e 264 do TST.
→ Em caso de transferência definitiva, só é devido uma ajuda de custo na mudança,
não sendo devido o adicional em tela.

(H) ADICIONAL DE SALÁRIO DE SUBSTITUIÇÃO: devido quando um empregado subs-


titui outro, a ser pago enquanto durar a substituição. No holerite, deve estar discrimi-
nado em rubrica própria.
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→ Fórmula: primeiro, descobrir quanto o substituído e o substituto ganhariam durante


os dias de afastamento. Depois, é só substituir os dois salários para descobrir a dife-
rença devida.

[salário do substituído / 30 X nº de dias da substituição].


[salário do substituto / 30 X nº de dias da substituição].
[salário do substituído – salário do substituto = diferença devida].

(I) ADICIONAL DE PRÊMIO (§4º do art. 457/CLT): são as liberalidades concedidas


pelo empregador, na forma de bens, serviços ou em dinheiro, aos empregados, em
razão do superior desempenho ao esperado. Essa verba, após a reforma, não se
incorpora ao salário (§2º do art. 457/CLT). Observar a CCT, tendo em vista a CLT não
aprofundar no assunto, nem prever porcentagens sobre valores.

(J) ADICIONAL DE GRATIFICAÇÕES: essa verba se incorpora ao salário (§1º do art.


457/CLT). Observar a CCT, tendo em vista a CLT não aprofundar no assunto, nem pre-
ver porcentagens sobre valores.

→ Súmula 225/TST.
→ Se a gratificação tiver um valor fixo, não incide no RSR. Se for paga em percentual,
incide.

(K) DA AJUDA DE CUSTO: (colocar um conceito). Após a reforma trabalhista, não integra
o salário.

→ OBS: durante a vigência da MP 808/17 (de 14/11/17 a 22/04/18), os valores à título


de ajuda de custo superiores a 50% do salário do empregado, integravam o salário.

(L) DO ADICIONAL DE VIAGEM: é pago quando o empregado precisa viajar à trabalho.


Antes da reforma, caso o valor da diária da viagem ultrapassasse 50% do valor do
salário do empregado, ela integrava o salário (antiga redação do art. 452, §2º da
CLT). Depois da reforma, não integra o salário em nenhuma hipótese.

(M) DO DESCANSO SEMANAL REMUNERADO (art. 7º, XV da CF e art. 67/CLT): o


empregado tem direito a 24 horas consecutivas de descanso. Esse descanso é re-
munerado, salvo falta ou atraso injustificado. O sábado é considerado dia útil, salvo
se for feriado. Domingos e feriados são considerados como DSRs.

→ Fórmula: [valor hora trabalhada / nº dias úteis no mês X nº de dias de DSR].


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→ SÚMULA 146/TST: quando o DSR não for pago, deve ser pago em dobro, sem
prejuízo do que seria pago.

→ Se o empregado trabalha em regime de escala, deve ter pelo menos 01 domingo


de DSR.
→ Em caso de rescisão contratual, a contagem de nº de DSRs se dá do primeiro dia
do mês até o dia da demissão.
→ Empregado que recebe comissões tem direito a DSR sobre elas.

→ OBS: DSR em HORAS EXTRAS (S. 172/TST): quando houver horas extras, o em-
pregado tem direito ao DSR sobre elas, sendo calculado da seguinte forma:

[nº de H.E no mês / nº de dias úteis do mês X nº de DSRs do mês]

→ OBS: DSR em HORAS NOTURNAS: quando houver horas noturnas, o empregado


tem direito ao DSR sobre elas, sendo calculado da seguinte forma:

[nº de H.N no mês / nº de dias úteis do mês X valor da H.N X nº DSRs no mês]

(N) DAS FÉRIAS + 1/3 (art. 134/CLT): descanso remunerado do empregado de 01 mês
por ano, salvo as hipóteses do art. 133/CLT.

→ PERÍODO AQUISITIVO: após 12 meses trabalhados;


→ PERÍODO CONCESSIVO: nos 12 meses subsequentes ao período aquisitivo (em-
pregador define a data dentro do período concessivo).

→ FÉRIAS EM DOBRO: nas seguintes hipóteses: (a) caso o empregador não pague
o valor +1/3 em até 02 dias antes do gozo (S. 450/TST); (b) caso as férias sejam
fracionadas, todos os períodos devem ser gozados dentro do prazo concessivo ou
(c) caso o período concessivo acabe sem que o empregado tenha gozado das férias
(art. 137/CLT).

→ FALTAS INJUSTIFICADAS: de acordo com o (art. 130/CLT), as faltas injustificadas


diminuem o prazo das férias, de forma proporcional.

(O) DO 13º SALÁRIO: corresponde ao período de janeiro a dezembro do ano corrente,


podendo ser pago de forma proporcional ou integral.

→ INTEGRAL: trabalhou os 12 meses do ano.


→ PROPORCIONAL: não trabalhou os 12 meses do ano, recebendo somente sobre
os meses que trabalhou. Para calcular o valor proporcional, usa-se a fórmula:

[último salário / 12 X nº de meses trabalhados]


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→ PAGAMENTO: até o dia 20/dezembro do ano, podendo ser fracionado em duas


parcelas: a primeira deve ser paga entre fevereiro e novembro (ou no mês das férias,
se solicitado em janeiro pelo empregado) e a segunda até 20/dezembro.

→ A primeira parcela não sofre qualquer desconto, a segunda, sim (INSS e IR).

→ Se receber horas extras, essas devem se somar ao salário, para depois ser feito o
cálculo do 13º salário.

(P) DO AVISO PRÉVIO: no contrato de prazo indeterminado, quando uma das partes
quer rescindi-lo (sem justa causa), deve avisar previamente a outra, com ao menos
30 dias de antecedência (Lei. 12.506/11). Pode ser integral ou proporcional.

→ Fórmula: [último salário (+ adicionais que integram o salário) / 30 X nº de dias


de aviso que faz jus]

→ CABIMENTO: no caso de: (a) dispensa sem justa causa; (b) extinção/falência da
empresa; (c) fechamento da empresa por força maior; (d) rescisão indireta; (e) pedido
de demissão do empregado (que paga o A.P ao empregador) ou (f) término anteci-
pado do contrato com cláusula assecuratória.

→ O aviso prévio pode ser trabalhado ou indenizado.


→ A cada ano trabalhado, deve-se acrescer 03 dias ao aviso prévio.

→ SÚMULA 276/TST: o direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado, salvo


se ele já tiver arrumado novo emprego.
→ SÚMULA 230/TST: é ilegal substituir a redução de 02 horas na carga horária pelo
pagamento de horas extras.
→ SÚMULA 380/TST: contagem do prazo: exclusão do dia do começo e inclusão do
dia fim.
→ AVISO PRÉVIO INDENIZADO: ocorre quando a empresa demite o empregado e
pede o afastamento imediato (ou o contrário), pagando a ele uma indenização, já que
não vai cumprir os dias do aviso.

→ AVISO PRÉVIO TRABALHADO: o empregado trabalha durante o aviso, com 02


horas a menos por dia ou 07 dias a menos, trabalhando no horário normal, e
recebe o salário normalmente. Nesse caso, é proibido fazer hora extra. Porém, se for
feita, deve ser paga.

→ PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO: a data de rescisão do contrato na CTPS deve ser a


data fim do aviso prévio indenizado, e não a data do dia da rescisão.
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→ JUSTA CAUSA DURANTE O AVISO PRÉVIO: nesse caso, perde o direito ao restante
do aviso prévio (art. 491/CLT) e perde, também, o direito a algumas verbas rescisórias
(S. 73/TST).

(Q) DAS VERBAS RESCISÓRIAS: são os direitos que geram o crédito devido ao término
do contrato de trabalho (observar qual modalidade, pois há diferença na hora do cál-
culo), e podem ser, à título exemplificativo:

→ Saldo de salário; → 13º salário proporcional;


→ Salário-família (se houver); → Aviso prévio indenizado;
→ Horas extras (se não foram pagas); → Saldo de banco de horas não
→ Adicional noturno (se houver); compensado (se houver);
→ Férias vencidas com adicional de → FGTS da rescisão;
1/3; → Multa de 40% (+10%5) sobre o
→ Férias proporcionais com adicio- saldo do FGTS.
nal de 1/3; → Etc.

→ PRAZO PARA PAGAMENTO (art. 477/CLT): deve-se pagar em até 10 dias corri-
dos6 após o término do contrato, independentemente do tipo de rescisão, sob pena
de incorrer em multa no valor de um salário nominal do empregado. Essa regra é
pós-reforma. Observar os períodos anteriores, pois as regras eram diferentes.

→ Observar a tabela em anexo para ver quais verbas incidem nas diversas modalida-
des de rescisão.

→ Observar os tipos de rescisão7.

(R) DOS DESCONTOS LEGAIS: trata-se do desconto8 previdenciário (INSS) e tributário


(imposto de renda – IR) efetuado mensalmente na remuneração do empregado.

→ Primeiro é feito o desconto do INSS, e, só depois, com o valor restante, é feito o


desconto do IR.

5
Após a lei da liberdade econômica, a empresa deixou de ser obrigada a recolher esses 10%. Observar o
momento da rescisão para ver se se aplica o desconto ou não.
6
CONTAGEM DO PRAZO: nesse caso, EXCLUI-SE o dia do começo e INCLUI-SE o dia do fim.
7
TIPOS DE RESCISÃO: dispensa com ou sem justa causa; rescisão indireta; culpa recíproca; pedido de de-
missão; rescisão antecipada de contrato com prazo determinada sem ou com justa causa; extinção do con-
trato com prazo determinado com ou sem justa causa; extinção do contrato por falecimento do empre-
gado; extinção do contrato por fechamento da empresa; rescisão por mútuo acordo.
8
Os valores dos descontos podem ser consultados nos sites do INSS (https://www.gov.br/inss/servicos-do-
inss/calculo-da-guia-da-previdencia-social-gps/tabela-de-contribuicao-mensal/) e da Receita Federal
(http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/tributos).
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→ INSS: se o empregado ganha acima do teto, não se deve calcular porcentagem,
desconta-se como se ele recebesse o teto da tabela vigente.

→ Fórmula INSS: [base de cálculo X alíquota correspondente]


→ Fórmula IRRF: [base de cálculo X alíquota – dedução]

6. NATUREZA DAS VERBAS

(A) SALARIAL: são os valores pagos em contraprestação do serviço, como por exemplo,
a hora extra, o salário base, os adicionais de insalubridade e periculosidade, etc. O art.
214, §9º do Dec. 3.048/99 traz um rol exemplificativo das verbas que não possuem
natureza salarial.

(B) INDENIZATÓRIA: são aqueles pagos para compensar um prejuízo financeiro con-
cretizado ou que irá se concretizar. Exemplo: vale transporte – o empregado gastou
com locomoção, deve ser ressarcido.

(C) CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS: somente valores percebidos à título de remu-


neração podem sofrer tal incidência.

7. TABELA DE BASE DE CÁLCULOS

BASE DE CÁLCULO
SALÁRIO REMUNERAÇÃO
Hora Extra Férias
Adicionais legais FGTS e multa
13º salário
INSS
IRRF

8. TABELA DE INCIDÊNCIA DE REFLEXOS: em anexo, tabela que expressa as verbas que


geram reflexos em outras verbas.

9. DO INTERVALO ENTRE JORNADAS: importante descobrir o valor hora correspondente


do empregado para verificar se sua jornada está sendo paga corretamente e se os inter-
valos entre jornadas estão sendo respeitados.

INTERVALOS LEGAIS
JORNADAS INTRAJORNADA (refeição) INTERJORNADA
Até 04 horas - 11 horas
De 04 a 06 horas 15 minutos 11 horas
Mais de 06 horas De 01 a 02 horas 11 horas
Trabalho noturno urbano 60 minutos (no mínimo) 11 horas
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