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Ao juízo da comarca de FOZ DO IGUAÇU/PR

Ruth Cardoso Nogueira, já qualificada nos autos nº 4302-


09.2020.8.16.0054 de FIXAÇÃO DE ALIMENTOS ENTRE OS CONJUGES
proposta por JOÃO LIMA DA SILVA, igualmente qualificado, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, por meio do seu advogado que
abaixo subscreve, incluso instrumento de procuração, com escritório
profissional à Rua XXXX, nº XXX, onde recebe notificações e intimações,
apresentar defesa na forma de contestação, o que faz mediante os fatos e
fundamentos de direito a seguir expostos:

- Prefácio – preliminares de mérito (02)


(01) Preliminarmente a discussão do alegado, tem de ser relatado que o valor
da causa apresentado anteriormente, de R$5.000,00 (CINCO MIL REAIS)
contraria o disposto no Art.292 do CPC, que versa “O valor da causa constará
da petição inicial ou da reconvenção e será: (...) lll – Na ação de alimentos, a
soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor”, desta forma, seria
correto o valor de 60.000,00 (sessenta mil reais).
(02) Assim como a anterior, insta ressaltar que existe outra preliminar de mérito
que enseja discussão, esta seria denominada Incompetência relativa do foro
eleito para julgamento da ação, tendo em vista que, apesar de eleita a
comarca de Ponta Grossa/PR, o Art. 53 do CPC versa que a competência
desse tipo de ação é objetivamente da residência do alimentado, neste caso,
faz-se necessário a eleição do foro da comarca de foz do Iguaçu/PR para
processamento da ação, pois é onde reside a Sra. Ruth Cardoso Nogueira
Desta forma, necessita o recebimento das presentes preliminares, tanto de
incorreção do valor de causa e incompetência relativa do foro eleito em todos
os seus termos.

- Do mérito
Com relação ao alegado pelo autor da ação, é importante a observância de
alguns pontos, como por exemplo, o tempo e contexto que o casal se desfez
em ação de divórcio, na época, a sra. Ruth, ora requerida, possuía 55 anos de
idade e vivia em um contexto oprimida, uma vez que nunca havia tido chance
de ingressar junto ao mercado de trabalho e se especializar em alguma
profissão pois seu marido, o sr. João Lima da Silva, ora requerente, lhe proibia
desta prerrogativa já contemplada pela maioria das mulheres e estabelecida
em contexto social comum. Dito isso, faz-se exposto que a requerida hoje
possui 77 (setenta e sete) anos de idade e nenhuma condição e disposição
para realização das atividades dispostas acima.
Ruth se encontra em um momento de fragilidade em questões agravantes a
sua saúde e, no presente estado em que se encontra, necessita de
provimentos básicos para sua manutenção, tendo em vista que, agora possui
problemas de saúde, como doença cardiológica e pressão alta (conforme
atestados médicos e exames), problemas estes que tornam obrigatória a
tomada contínua de medicação na qual gasta em torno de R$ 1.500,00
mensais, não sendo justo que venha a perder o pensionamento efetivado pelo
ex-marido, nesta fase mais difícil de sua vida, dispondo, unicamente dos
valores auferidos por pensão alimentícia, estabelecidos nos autos 4302-
09.2020.8.16.0054, enquanto seu ex-marido, ora autor da presente ação,
percebe R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) e não comporta em seu
orçamento pessoal gastos com saúde e medicamentos, parecidos com o da
Sra. Ruth, uma vez que é beneficiário de um plano de saúde ligado ao seu
trabalho, sendo este completo, cobrindo medicamentos, tratamentos, etc. Este
sendo um contraponto ao alegado pelo autor previamente, que teria em seu
desfavor as despesas de um AVC sofrido por ele neste ano.
Dito isso, não há o que falar em mérito relacionado a exoneração da pensão
alimentícia previamente estabelecida, uma vez que todo o alegado pelo autor
se contradiz junto ao disposto no artigo 1694, §1º do Código Civil, que versa:
“A justiça considera a necessidade do beneficiário dos alimentos e a
possibilidade do alimentante para fixar a pensão alimentícia” observando-
se que a sra. Ruth se encontra, como relatado, em um estado de emergência
com relação a sua saúde e não percebe, em função da sua indisponibilidade
em tempos anteriores, renda de outra fonte.
Com isso, é importante ressaltar que o estado de emergência relatado pelo
autor, onde descreve se encontrar impossibilitado de continuar fazendo o
pagamento da pensão descrita torna-se não relevante ao processo, uma vez
que é beneficiário de plano de saúde, anteriormente descrito, de cobertura total
junto a sua situação.
No que tange ao alegado pelo autor, é importante frisar que nenhuma das
condições propostas por ele atingem os cenários fixados pelo legislador nos
termos do artigo Art. 1.699. do código civil “Se, fixados os alimentos,
sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de
quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as
circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.
Conforme exposto, a situação financeira do autor não foi prejudicada, em razão
do benefício de plano de saúde atribuído ao mesmo, neste mesmo sentido,
ressalta-se que, como descrito acima, o contexto financeiro da Sra. Ruth, ora
requerida, não teve nenhuma mudança positiva, pelo contrário, somente se
agravou ao passar do tempo.

- Do pedido
a) O recebimento da preliminar de mérito em razão da incompetência do foro
eleito, sendo a presente declinada ao juízo da __ vara de família de Foz do
Iguaçu/PR, sem prejuízo com relação ao julgamento de mérito
b) No que tange ao mérito, a improcedência do pedido do autor, condenando-o
ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios de
sucumbência
C) Expedição de ofício a competente instituição que oferece o plano de saúde
do autor, com a finalidade de determinar qual a cobertura do atual plano.

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