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Consultoria e Advocacia Especializada____________________

EXMA. SRA DRA. JUIZA DE DIREITO DA 5ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DE

BELÉM-PA.

Processo n° 002147461.2010.8.14.0301
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MARIA OLINDA VANZELER TAVARES, já qualificada no autos do processo em epigrafe, que move em
face de NOVA TERRA – CONSORCIO DE BENS S/C LTDA, também quali ficado, por seu advogado infra-assinado, vem,
respeitosamente perante a presença de Vossa Excelência, vem REQUERER TUTELA DE URGÊNCIA,
nos termos abaixo:

A autora tomou conhecimento que consta em em seu beneficio dé aposentadoria, um


requerimento judicial de desconto ja programado no valor de 30% de sua renda mensal, ta
solicitação não levou em conta os valores de consignados que já encrontram-se sendo
descontados no benefício da requente, quais sejam:

Pa-americano — 84 vezes de R$ 8,39 Pan-americano 84 vezes de R$ 56.00-


Bradesco 4V vezes de R$ 17,05, Bradesco R$ 84 vezes de RS 345,19, conforme extrato de
empréstimos consignados que segue em anexo.

Excelência tal valor já programado já foi descontado no mês de dezembro dos


rendimentos da defendente que somados com os empréstimos já em curso, totalizam
quase 60% da renda de sua aposentadoria, valor que se torna desproporcional e sem
qualquer razoabilidade diante da situação econômica enfrentada pela requerente, tal
desconto leva a executada a uma situação de quase miséria posto que prejudica e muito
a Sua subsistência e de sua família.

Esclarece-se Exa., mais uma vez que tais rendimentos são oriundos do recebimento
da aposentadoria do executada, como comprova a Carta de concessão do benefício e a conta
na qual é depositado o valor mensalmente.

As copias dos extratos. Documentos bancários, demonstram que é aposentada e os


valores que recebe de aposentadoria, além de ínfimos, são únicos, pois a executada não
possui outra fonte de renda.

O extrato de pagamento do benefício ora juntado, por si só demonstra cabalmente que o


valor descontado de 30% recai sobre sua aposentadoria diretamente.

Ressalta-se, que já é de conhecimento, conforme própria decisão proferida por este Douto Juízo que a a jurisprudência
majoritária desta Corte permite a penhora de percentual de valores existentes em conta- corrente, porém tais valores
podem ser descontados desde que garantida a sobrevivência digna do devedor, entretanto no caso em tela, com todos
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os valores já existentes de empréstimos consignados e mais o valor de 30% programado, resta claro que valor que sobra a
devedora não garantirá a sobrevivência digna da executada, logo os respectivos descontos estão violando o princípio basilar
da dignidade da pessoa humana, atitude que vai contra o direito de viver em condições dignas, direito garantido pela nosso
constituição federal.

Excelência, é inquestionável o caráter alimentar e o risco a executada dos valores


penhorados, posto que no caso em tela só leva a executada a uma situação indigna, o que
não se pode aceitar, Sendo neste caso especifico um valor de desconto desproporcional, haja
vista que o limite máximo para descontos consignável para aposentados do INSS é de 40%,
no entanto a executada já tem seu limite todo comprometido, ração da impenhorabilidade no
caso em tela.

A jurisprudência já consagrou não só o principio constitucional acima invocado, como


o carater impenhoravel do Salário das pessoas, vejamos um exemplo julgado pelo Tribunal de
Justiça de São Paulo, em decisão sobre esse antigo tema:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO - HONORÁRIOS


FROFISSIONAIS LIBERALS — COBRANÇA – PENHORA DE
PROVENTOS DE. APOSENTADORIA OU PENSÃO

INADMISSIBILIDADE. Agravo de instrumento improvido. (-TJ-


SP-AI: 1149744005 SP/ Julgamento: Publicação 1 5 /07/2008).

Vejarnos também, outro exemplo que reafirma a impossibilidade de descobnto


em caso de risco a subsistencia do réu:

Observamos que que os julgados acima, tratam de situações idênticas á da executada


ou seja, é a declaração que o valor bloqueado de sua aposentadoria é impenhorável , somado a
isso a questão do valor descontado ser além do permitido , torna o caso pertencente a
exceção, posto que sua dignidade está sendo violada, a jurisprudência desta corte não pode
prevalecer nesse caso em questão, ou melhor deve se enquadrar justamente na exceção dessa
corte, posto que os devidos descontos oferecem riscos a subsistência da executada.
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Por tais razões, é de rigor que a determinação de desconto em folha da executada seja
cessada, como medida de justiça, pois seu benéfico já é mínimo e destinado para manutenção
de suas necessidades básicas e de sua família, tais valores portanto possui um único destino,
qual seja, Suprimento de suas necessidades básicas, pois não possui outra fonte de RENDA.

Somado a isso o estado de calamidade pública provocado pelo COVID- 19, afetou e
muito a qualidade de vida da executada, que já encontra-se muito debilitada e não possui se
quer plano de saúde, dependendo do SUS , que nem sempre supri suas necessidades , posto
que a executada além ser idosa é hipertensa , precisa de acompanhamento mensal de médico,
gastos com medicamento de pressão e os gatos com saúde só aumentaram em decorrência da
atual conjuntura vivenciada no mundo inteiro, situação em que as decisões judiciais devem
ser flexibilizadas, em razão do estado excepcional de calamidade pública vivenciado.

Assim requer que tal medida seja suspensa por este douto juízo, tendo em vista o não
atendimento aos requisitos de razoabilidade e proporcionalidade na ordem judicial, em função
do atual cenário a continuidade de tal decisão trará danos irreversíveis a autora, já que resta
claro que tal medida oferece risco a subsistência da executada.

Excelência, os requisitos de deferimento da tutela estão demonstrados, em vista de


que a referida ordem judicial, trata-se de bloqueio de valores que comprometem a vida
digna da executada.

Ademais, a executada informa que possui interesse em tentar conciliar com a parte,
para tanto vem através dessa petição informa que tendo em vista a sua situação financeira a
executada pode pagar o valor devido de R$ 5.485,20 parcelado em 36 vezes de R$ 152,37(
cento e cinquenta e dois reais e trinta e sete centavos) por meio de deposito judicial ou
conforme entender este juízo, sendo o único valor que a executada consegue pagar e que
possa pagar após o estado de calamidade pública provocado pela pandemia do COVID-19,
quando de certo a executada poderá pagar o valor sem comprometer a sua saúde e as
necessidades básica sua e de sua família.
Diante do exposto requer-se a medida liminar de suspensão dos desbloqueios
constantes em sua aposentadoria e que o valor já descontado, seja devolvido para a
executada, tendo em vista o risco de sua subsistência

Nestes termos,
Pede e Espera DEFERIMENTO.

Belém, 29 de Janeiro de 2021.

Camila Vanzeler Higo Denerson Tavares


OAB/PA 29.866 OAB/PA 18.072

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