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AO DOUTO JUIZ DA XX VARA DE FAMILÍA DA CIDADE DE MOGI - RJ

Processo nº.XXXXXXX

NATÃ CALEB, nacionalidade, estado civil, ajudante de cozinha, inscrito no CPF sob o
nº 820.562.000-10, portador da carteira de identidade nº 0.123.000-00, residente e
domiciliado na Rua Doutor Rômulo Pasqualini, nº 20 - Fundos, Jardim São Pedro – Mogi
- RJ, CEP: 00000-000, vem por intermédio de seu advogado regularmente constituído, o
endereço sito na Rua XXX, CEP: XXX, apresentar sua:

CONTESTAÇÃO

em relação a todos os termos da Ação de Alimentos proposta por RAABE LIA, pelos
motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

1 - PRELIMINARMENTE

a) Da Gratuidade da Justiça
“Ab initio”, requer à Vossa Excelência seja deferida a benesse da Justiça Gratuita com
fundamento na Lei nº 1.060/50, com as posteriores alterações pela Lei nº 7.510/86, por
não ter o Requerido condições de arcar com as custas processuais e honorários do
advogado, nos termos da declaração de hipossuficiência anexa (CTPS anexa).

b) Da audiência inaugural
Considerando que restou infrutífera a audiência de conciliação, diante da ausência da
representante legal do autores, vem o requerido, nos termos do que dispõe o
art. 335, I do CPC, e em respeito ao contraditório e a ampla defesa, apresentar a sua
contestação, impugnando as alegações da inicial nos termos que seguem.

2 - SÍNTESE DA INICIAL
Alega a Alimentada, que o Requerido estaria faltando com suas obrigações alimentícias
em face dela. Nos pedidos solicitou que este douto Juízo fixasse pensão alimentícia
mensal no valor de 50% (cinquenta por cento) de um salário mínimo.
No entanto, referido pedido no valor pretendido não merece prosperar, pelos fatos e
fundamentos que o requerido passa a expor:

3 - DO MÉRITO

a) DA VERDADE REAL DO FATO


O Requerido concorda em prestar alimentos a sua filha, porém considerando o alto custo
de vida na cidade de Mogi-RJ, como aluguel, alimentação, vestuário, transportes, entre
outros gastos, e devido ao seu salário, o mesmo não tem condições em arcar com o valor
determinado pelo juiz, como o pagamento de alimentos.

b) DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DO REQUERIDO

Apesar de o Requerido estar empregado e trabalhando como ajudante de cozinha, na


empresa MOGI P. S. L., situada no bairro de Vila Mogilar, o mesmo recebe uma renda
mensal de R$1.000,00 (Um mil reais).

Portanto, não tem como pagar uma pensão alimentícia a Requerente de 30% (trinta por
cento), de 01 (um) salário mínimo, já que o Requerido nem ganha por essa quantia, sob
pena de comprometer o seu próprio sustento, pois mesmo mora de aluguel.

Por tais razões, o requerido não pode de forma alguma contribuir, na proporção
requerida pela genitora de 50% (cinquenta por cento) de um salário mínimo, como
também não pode arcar com o valor da pensão alimentícia fixada provisoriamente de
30% (trinta por cento), o que desde já se impugna.

Fato é que o requerido não quer fugir da sua obrigação alimentar de sua filha.

Contudo, mesmo tratando-se de fixação de alimentos, temos que os alimentos deverão


ser fixados de acordo com os recursos da pessoa obrigada, ou seja, daquele de quem se
reclama, e se pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Neste caso, mesmo presumida a necessidade alimentar da Requerente, e sabendo-se da
obrigação alimentar em face do Requerido, não pode ser acatada a obrigação alimentar
provisória, além do que foge complemente da condição financeira do requerido, pessoa
humilde e de parcos rendimentos, como restou comprovado, pelo que se impugna
veemente.

Contudo, comprometido com o sustento da Requerente, o Requerido requer a fixação


do alimento, uma pensão mensal no valor de 20% (vinte por cento) de seus rendimentos
líquidos, incluindo-se férias e indenização de férias, 13º salário, excluindo-se horas
extras, verbas rescisórias e FGTS e sua multa, quando empregado, e 20% (vinte por
cento) de 01 (um) salário mínimo quando desempregado ou trabalhando sem vínculo,
com vencimento para todo dia 10 (dez) de cada mês, eis que referidos valores estão
dentro das suas atuais condições financeiras e dentro da necessidade da Requerente,
sempre observando no caso, o binômio necessidade/possibilidade, conforme dispõe o
art. 1694, § 1º do Código Civil.

Quanto ao alimento fixado provisoriamente de 30% (trinta por cent0), devidos a partir
da citação, requer a reconsideração, visto que fixado sem qualquer informação da sua
real situação financeira nos presentes autos, não podendo o requerido arcar com tal
valor na forma fixada, mas tão somente no valor que pode pagar atualmente de 20%
(vinte por cento).
Cumpre ressaltar, que se mantido o encargo alimentar fixado provisoriamente, tornar-
se-á desproporcional em relação aos ganhos mensais do requerido.

Portanto Excelência, os alimentos provisórios foram fixados sem levar em consideração


a existência das reais condições financeiras do requerido, pessoa de parcos rendimentos,
não podendo desta forma permanecer o valor fixado, requerendo seja fixado no valor
ofertado pelo requerido de 20% (vinte por cento).

Desta forma, fica claro que o Requerido não tem condições de suportar os alimentos
pretendidos e os fixados provisoriamente, sob pena de inviabilizar o seu próprio
sustento, bem como colocar em risco a própria subsistência da Requerente, pois não
terá como arcar com o valor fixado, se não for observado o trinômio capacidade /
necessidade / proporcionalidade, o que fica aqui requerido.

4 - DO DIREITO

Neste caso, temos de analisar o binômio necessidade / possibilidade, onde ambos são
considerados no caso concreto. Essa condição está prevista no parágrafo primeiro do
artigo 1.694 do Código Civil brasileiro.

Ressalta-se ainda ser de suma importância, a contribuição de ambos os pais no sustento,


criação, educação, etc dos autores, conforme dispõe os artigos 1.566, inciso IV e 1.703
ambos do CPC:

Diante desse quadro, o réu oferece como alimentos o valor mensal de 20% (vinte por
cento), que com todo o sacrifício pessoal, tentará honrar de todas as formas com os
pagamentos, visto que é ciente da necessidade alimentar de sua filha e está dentro das
suas condições financeiras, como restou devidamente comprovado nos autos os seus
parcos rendimentos.

Desta forma, o valor fixado provisoriamente se mostra prejudicial à quem recebe o


estritamente necessário à sua própria sobrevivência, como no caso, o requerido,
merecendo reconsideração.

Portanto, se julgado procedente a presente demanda no valor pretendido pela parte


autora de 30% (trinta por cento) mensais, estar-se-á causando prejuízo ao requerido,
pois poderá ter uma vida cheia de privações.

Neste caso, o que deve ser considerado, é que a condição financeira do alimentante
não é capaz de pagar o valor pretendido pela autora e muito menos o valor fixado
provisoriamente, visto que o requerido vem se mantendo com o parco salário que recebe
no trabalho, que mal supre as suas necessidades básicas, como restou comprovado em
linhas pretéritas e nos documentos que se anexa a presente defesa.
No entanto, mesmo sabendo da sua obrigação alimentar com a Requerente, requer, seja
fixada a pensão alimentícia no valor de R$200,00, mensais, correspondente a 20% do
seu salário, assim estar-se-á fixando referido valor dentro das suas condições
financeiras.

5 - REQUERIMENTOS FINAIS

Por tudo considerado, espera o contestante que V. Exa.:

a) Regularmente receba e atue a presente contestação, para o fim de deferir


expressamente ao requerido os benefícios da justiça gratuita, previstos na Lei 1.060/50,
conforme declaração de pobreza anexa;

b) No mérito, Julgar IMPROCEDENTE o valor pretendido na inicial, para ao final


acatar a tese da presente defesa, para fixar a obrigação alimentar no valor ofertado na
presente contestação de R$200,00, mensais, tendo em vista os parcos rendimentos do
requerido.

c) Seja intimado o representante do Ministério Público, para intervir no processo até o


seu final;

d) Requer a produção de todas as provas admissíveis no direito, a infirmar as alegações


da autora, depoimento pessoal da mesma, oitiva de testemunhas (arroladas
oportunamente), juntada ulterior de documentos, pedido de informações e diligências,
tudo desde logo requerido, reservando-se o direito de usar os demais recursos
probatórios que se fizerem necessários ao deslinde da ação.

e) Requer ainda seja a autora condenada ao final, a todos as custas e despesas


processuais, periciais, expedições de ofícios, honorários advocatícios de 20% sobre o
valor da causa e no ônus da sucumbência, o que fica requerido.

f) Requer ao final, seja expedida a esta patrona, a certidão de honorários em 100% do


valor da Tabela do convênio DPE/OAB, conforme ofício de nomeação - Registro Geral
de Indicação: xxxxxxxxx
Termos em que,

Pede deferimento.

Local e Data.

ADVOGADO

OAB/XX nº XXX

ALUNAS:

NATALIA BATISTA DE CARVALHO ZANI

KARLA OLIVEIRA LIMA SOUSA DA SILVA

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