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PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS

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PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS

AUTORIDADES

Governador do Estado do Rio de Janeiro


Exmº. Sr. Cláudio Bomfim de Castro e Silva

Secretário de Estado de Polícia Militar


Exmº. Sr. Coronel PM Luiz Henrique Marinho Pires

Subsecretário de Estado de Polícia Militar


Ilmº. Sr. Coronel PM Carlos Eduardo Sarmento da Costa

Diretor-Geral de Ensino e Instrução


Ilmº. Sr. Coronel PM Marcelo André Teixeira da Silva

Comandante do CFAP 31 de Voluntários


Ilmª. Sra. Coronel PM Simone Duque Romeu

Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar


Ilmº. Sr. Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares

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APRESENTAÇÃO

Prezados alunos, ao longo de sua carreira e de atuação enquanto agente de segurança


pública, o Policial Militar tem a oportunidade de colocar em prática seus conhecimentos
profissionais.
Deste modo, o Curso Especial de Formação de Sargentos - CEFS é um curso de
aperfeiçoamento profissional do Praça Policial Militar, tendo em vista que o Sargento PM possui
uma posição específica e responsabilidades próprias que deverão ser observadas no exercício
de sua função.
Nesta direção, sendo o Policial Militar elemento fundamental na execução da política de
segurança pública do nosso Estado, o CEFS apresenta-se como um momento interessante para
a retomada da sua qualificação, agora podendo compartilhar e aperfeiçoar sua experiência
profissional ao longo dos anos de atução policial na corporação.
Não obstante, sendo o CEFS na modalidade de ensino a distância, o Sgt PM consegue
usufruir da flexibilidade oferecida por essa modalidade, podendo adequar sua rotina ao
cronograma do curso.
Assim, é fundamental o seu empenho, prezado aluno, pois na modalidade de ensino a
distância, será necessário disciplina e dedicação para o êxito dessa jornada, pois alcançar o
sucesso depende do seu esforço individual.
Convém destacar que na era da informação e da tecnologia, é necessário aprimoramento
constante a fim de garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e
institucionais, permitindo assim o cumprimento de suas funções com dignidade e excelência.
Esperamos que nossos policiais sejam cada vez mais qualificados, bem treinados e
especializados, para cumprirmos nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas
ações.
Por fim, desejamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos construídos ao
longo do curso e busque uma reflexão acerca de suas funções diante da sociedade e seus
companheiros de profissão e seu papel e lugar estratégico dentro da estrutura hierárquica da
Secretaria de Estado de Polícia Militar.
Que seja um momento de repensar as práticas e fortalecer seu vínculo profissional,
ampliando cada vez mais seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um
Policial Militar no Estado do Rio de Janeiro.

Bons estudos!
Marcelo André Teixeira da Silva – Coronel PM
Diretor-Geral de Ensino e Instrução

Simone Duque Romeu – Coronel PM


Comandante do CFAP

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DESENVOLVEDORES

CFAP
Supervisão e Coordenação Pedagógica
CAP PM Ped Priscila Medeiros Moura de Lima
CB PM Cíntia Andrade de Araújo
CB PM Fernanda Belísio Oliveira dos Santos
CB PM Layla Simões da Silva
CB PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira
Conteudista
3° SGT PM Charlene Valnice da Costa

CEADPM
Supervisão Geral EAD
TEN CEL PM Rodrigo Fernandes Ferreira
Equipe Técnica
SUBTEN PM Willian Jardim de Souza
1º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos
CB PM Lucas Almeida de Oliveira
CB PM Diogo Ramalho Pereira
Diagramação
1º SGT PM Alan dos Santos Oliveira
SD PM Daniel Moreira de Azevedo Júnior
SD PM Alexandre Leite da Silva
SD PM David Wilson Côrtes da Silva
Design Instrucional
CAP PM Ped Vânia Pereira Matos da Silva
Designer Gráfico
SD PM Alexandre Leite da Silva
Filmagem e Edição de Vídeo
CB PM Renan Campos Barbosa
SD PM Alexandre dos Reis Bispo
Suporte ao Aluno
3º SGT PM Tainá Pereira de Pereira

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SUMÁRIO
AVERIGUAÇÃO ............................................................................................................................................................ 5
ESPÉCIES DE AVERIGUAÇÃO ............................................................................................................................... 6
PERSONAGENS ...................................................................................................................................................... 6
PRAZO ...................................................................................................................................................................... 6
PARECER ................................................................................................................................................................. 7
SOLUÇÃO ................................................................................................................................................................ 7
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR .................................................................................................................................. 8
CONCEITO E FINALIDADE DO IPM ........................................................................................................................ 8
INSTAURAÇÃO DE IPM........................................................................................................................................... 8
ENCARREGADO DO IPM E ESCRIVÃO ................................................................................................................. 8
PRAZO PARA ELABORAÇÃO DO IPM .................................................................................................................. 9
PRISÃO PROVISÓRIA DO INDICIADO ................................................................................................................. 10
SEGUNDO O ART. 18, DO CPPM ......................................................................................................................... 10
SEGUNDO O ART. 5º, LXI, DA CRFB/88 .............................................................................................................. 10
OFENDIDO ............................................................................................................................................................. 11
TESTEMUNHA ....................................................................................................................................................... 12
INDICIADO / INVESTIGADO .................................................................................................................................. 15
QUANDO SE TRATAR DE CONFISSÃO, ESTA DEVERÁ: .................................................................................. 16
TESTEMUNHAS DO INTERROGATÓRIO ............................................................................................................. 17
RELATÓRIO ........................................................................................................................................................... 17
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 17
DILIGÊNCIAS REALIZADAS ................................................................................................................................. 17
RESULTADOS OBTIDOS ...................................................................................................................................... 17
CONCLUSÃO ......................................................................................................................................................... 17
ABERTURA DE OUTRO(S) VOLUME ................................................................................................................... 18
SOLUÇÃO DO IPM ................................................................................................................................................. 18
REMESSA DO IPM A AJMERJ, VIA CORREGEDORIA INTERNA DA POLÍCIA MILITAR (CINTPM) ............... 18
ERROS MAIS COMUNS NA CONFECÇÃO DE IPM ............................................................................................. 19
ORDEM DAS PEÇAS INICIAIS DOS AUTOS DE IPM .......................................................................................... 20
CONCLUSÃO .............................................................................................................................................................. 21
EXERCÍCIOS ............................................................................................................................................................... 22
GABARITO ............................................................................................................................................................. 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................ 25

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AVERIGUAÇÃO

Você sabe o que é uma Averiguação?

Então vamos começar pelo conceito? Averiguação é uma espécie


do gênero Procedimento Apuratório, que tem como finalidade apurar fatos,
sejam de natureza meramente administrativa, sejam de natureza criminal.

Vamos observar agora alguns exemplos de Averiguação de natureza administrativa e de


natureza criminal, para que você possa entender a diferença:

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ESPÉCIES DE AVERIGUAÇÃO

Na PMERJ, temos três espécies de Averiguação. Você sabe quais são? Então
vamos lá:

➢ Averiguação Ordinária: É a mais utilizada na rotina militar, ou seja, é a mais comum.


Este tipo de Averiguação serve para apurar tanto os fatos de natureza criminal quanto os fatos
de natureza administrativa.
➢ Averiguação Sumária: É uma exceção, pois ela só é instaurada quando é preciso
apurar fatos no menor prazo possível.
➢ Averiguação Sumaríssima: Utilizamos esse tipo de averiguação para apurar se o
falecimento de um PM da ativa foi em decorrência de ato de serviço. Esta averiguação é
realizada pelo Oficial Supervisor da área onde ocorreu o falecimento, conforme
publicação no Bol da PM n.º 006, de 09 Jan 17.

PERSONAGENS

Vamos agora conhecer todos os envolvidos em uma


Averiguação e como serão tecnicamente declarados nosautos:

Em regra, o prazo para conclusão de uma Averiguação é de trinta dias corridos. O


Averiguador pode ser um Oficial, Subtenente ou Sargento. Ele será o responsável pela
investigação. O Averiguador é selecionado por uma Autoridade de Polícia Judiciária
Militar. Já o Averiguado, este é o alvo da investigação.

PRAZO

Quando uma Averiguação é instaurada, é muito importante teratenção aos prazos.


Essa missão cabe ao Averiguador.

ART. 53 DA PORTARIA PMERJ Nº 0214 DE 04 DE ABRIL DE 2022, PUBLICADO EM


BOL DA PM Nº 003 DE 11 ABR 2002

Em caráter excepcional, no interesse da elucidação da infração ou transgressão


disciplinar, desde que devidamente motivado e com uma antecedência de, no mínimo 03 (três)
dias úteis antes do término do prazo inicialmente concedido, o Corregedor poderá conceder
prorrogação de prazos de Sindicância ou averiguação instaurada por ordem do Comandante
Geral, Corregedor ou para atender solicitação de Encarregados nomeados pelos Comandantes,
Chefes, Diretores de OPM, observando as disposições abaixo:
I – a primeira prorrogação até 20 (vinte) dias;

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II – a segunda prorrogação até 30 (trinta) dias; e


III – a ser avaliado, em observância ao disposto no “caput” deste artigo.
§ 1º - Os Comandantes, Chefes e Diretores de OPM poderão conceder apenas 20 (vinte)
dias de prorrogação para Sindicâncias ou Averiguações instauradas por iniciativa
própria, desde que os pedidos estejam devidamente motivados e ocorram com uma
antecedência de. No mínimo, 03 (três) dias úteis antes do término do prazo inicialmente
concedido, devendo essa decisão ser publicada em boletim interno.

PARECER

Ao final da investigação, o Averiguador elaborará umcircunstanciado Parecer relatando


todos os fatos apurados.

SOLUÇÃO

A Autoridade de Polícia Judiciária Militar que delegou ao Averiguador competência para


apuração dos fatos solucionará a Averiguação. A Autoridade de Polícia Judiciária Militar poderá
concordar ou não com o Parecer emitido pelo Averiguador, combase nos fatos apurados.

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INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

CONCEITO E FINALIDADE DO IPM


Para iniciarmos, vamos conhecer a definição expressa no Art. 9º do CPPM, que define o
que é o IPM.

O Inquérito Policial Militar é a apuração sumária de fato, que, nostermos


legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de
instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar
elementos necessários à propositura da ação penal.

Desta forma, podemos entender que o IPM, instituído pelo CPPM, é um procedimento
administrativo de Polícia Judiciária Militar inquisitorial, investigatório, sigiloso, desenvolvido
unilateralmente pela administração militar.

INSTAURAÇÃO DE IPM
Instaurar o IPM significa iniciar oficialmente a sua elaboração. O início da contagem do
prazo se dá com a Portaria de Instauração, baixada pelo Encarregado do IPM. A Portaria do
Encarregado será sempre a folha nº 2 dos autos de um IPM.

ENCARREGADO DO IPM E ESCRIVÃO


De acordo com o Art.15, do CPPM, o Encarregado do IPM será, sempre que possível,
Oficial de posto não inferior ao de Capitão.
A designação de Escrivão para o IPM caberá ao respectivo Encarregado. Geralmente
recai em Segundo-Tenente ou Primeiro-Tenente, se o indiciado for Oficial. Já nos demais casos, o
escrivão podeser um Subtenente ou Sargento.

O Oficial Encarregado do IPM deverá, desde logo, nos


primeiros atos do IPM, quando avaliar as provas que
imprescindivelmente terá de produzir, requerer as
provas periciais, pois estas são as mais demoradas,
devendo ouvir o Ofendido, as Testemunhas e o
Indiciado, proceder reconhecimento de pessoas e
coisas, acareações, exame de corpo de delito (não
pode ser dispensado e nem suprido por atestado ou
relatório médico), laudos de avaliação de coisa, de
servibilidade de arma de fogo ou outro instrumento do
crime, exame de balística, reconstituição dos fatos,
proceder as buscas e apreensões pertinentes, enfim o
Encarregado deve preocupar-se em realizar e anexar
todas provas cabíveis.

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PRAZO PARA ELABORAÇÃO DO IPM

O IPM, como regra, deverá ser encerrado, ou seja, elaborado, no prazo de quarenta dias.
Em situações de absoluta necessidade e devidamente justificado, existindo exames e perícias a
serem realizadas ou diligências julgadas indispensáveis, este prazo poderá ser prorrogado por
até vinte dias, o que faz com que o prazo total seja de até sessenta dias.

Na hipótese de imprescindibilidade de prorrogação excepcional de


prazo, com indiciado solto, o Encarregado deverá expor os motivos, de
forma fundamentada, ao Ministério Público em exercício junto à Auditoria
de Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro (AJMERJ).

Quando se apurar infração penal atribuída a indiciado preso, o prazo será de vinte dias,
improrrogáveis. Este prazo, se o IPM iniciar com o indiciado preso, será contado a partir de sua
instauração. Se ele for preso durante a fruição do prazo regulamentar, a partir do momento de
sua prisão, conta-se o prazo fatal de vinte dias.

A regra citada acima está contida no art. 20 e parágrafos 1° e 3°, do CPPM.

Fique atento para as principais dúvidas:

Se o prazo do IPM já tiver transcorrido dez dias, momento em que se


efetiva a prisão do indiciado, qual será o prazo final para a sua conclusão?

O IPM encerrar-se-á em trinta dias: dez dias de prazo com o indiciado solto e vinte dias
com o indiciado preso, não se ultrapassando o prazo inicial de quarenta dias.

Se o prazo do IPM já tiver transcorrido trinta dias?


O IPM encerrar-se-á em dez dias, para não ultrapassar o prazo de quarenta dias.

Se o prazo do IPM, incluída a prorrogação, já tiver transcorrido cinquenta dias,


momento em que se efetiva a prisão do Indiciado, qual será o prazo final para a sua
conclusão?
De acordo com o espírito da norma castrense supra, o prazo máximo para a conclusão
do IPM é o de sessenta dias. Neste caso, se ocorrer a prisão durante o período de prorrogação
do prazo, o prazo final deste é que deverá indicar o dia do encerramento do IPM; logo, o
Encarregado terá dez dias para encerrar o IPM

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PRISÃO PROVISÓRIA DO INDICIADO

Agora vamos entender como a lei trata a questão da prisão.

SEGUNDO O ART. 18, DO CPPM


Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as
investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária
competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo Comandante da
Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do
inquérito e por via hierárquica.

SEGUNDO O ART. 5º, LXI, DA CRFB/88

Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei.
Em sua doutrina1, o Mestre Célio Lobão tem o entendimento de que: A medida coercitiva
deverá ser comunicada ao Juiz (Juiz de Direito do Juízo Militar – AJMERJ), que após ouvir o MP,
relaxará a prisão se considerá-la ilegal. Havendo necessidade do recolhimento por mais tempo,
além dos 50 dias, compete ao Juiz decretar a prisão preventiva, mediante representação do
encarregado do inquérito ou a requerimento do MP, desde que atendidos os requisitos exigidos
para a medida cautelar. (DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR – Justiça Militar FEDERAL /
Justiça Militar ESTADUAL, 2009)
Pelo que está regrado nesse dispositivo, o Encarregado, em tese, tem o poder de expedir
ordem de prisão ao indiciado, independente de flagrante delito, bastando, para sua formalização,
simples comunicação à autoridade competente, que no caso subentende-se, pela regra de
prorrogação, ser a autoridade delegante.
Há vários autores que defendem que esse artigo ainda está em vigor, podendo a
detenção ser determinada nos crimes militares próprios, em virtude do que dispõe o inciso LXI,
do art. 5º da Constituição Federal, citado acima.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR - Justiça Militar FEDERAL / Justiça MilitarESTADUAL, Editora Método, pág.
63, 2009.

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Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e


fundamentada de autoridade judiciáriacompetente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.

O Encarregado do IPM, caso seja necessário e justificável, poderárepresentar ao Juiz de


Direito do Juízo Militar pela prisão preventiva, no curso do IPM.

A prisão preventiva está prevista no CPPM. De


acordo com o art. 254, a prisão preventiva pode ser
decretada pelo Juiz de Direito do Juízo Militar ou pelo
Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento do
Ministério Público ou mediante representação da
autoridade encarregada do inquérito policial-militar, em
qualquer fase deste ou do processo, concorrendo os requisitos seguintes:

Prova do fato Indícios suficiente de


delituoso autoria

Entretanto, de acordo com o art. 255, a prisão preventiva, além dos requisitos já citados,
deverá fundar-se em um dos seguintes casos:

OFENDIDO

Você saberá definir quem é o Ofendido em um IPM?

O Ofendido é, na verdade, a própria vítima da ação delituosa, o sujeito


passivo secundário, ou seja, o titular do direito lesado pela ação ou omissão do
agente ativo.

No CPPM, os procedimentos aplicáveis ao Ofendido estão inseridos nos artigos 311 a


313. Sempre que possível, o Ofendido deverá ser inquirido e, por determinação do art. 13, deverá
ser o primeiro, embora isto não possa ser entendido como uma regra impositiva e inflexível, pelo
menos no IPM. Esta regra não pode ser absoluta, até porque muitas vezes o Ofendido fica
gravemente ferido, só podendo ser ouvido algum tempo depois de instaurado o procedimento
inquisitorial, ou perdendo a própria vida.

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Ao Ofendido deverá ser perguntado sobre as circunstâncias da infração penal, do tipo:


quem seria ou se presume ser o autor e as provas que possam indicar. Suas declarações devem
ser reduzidas a termo, chamado de “Termo de Qualificação e Perguntas ao Ofendido”.

TESTEMUNHA

A definição de Testemunha você


já deve conhecer, não é? Mais
vale a pena conferir:

Testemunha é a pessoa que atesta a


veracidade de um ato ou de um fato. Logo, é quem
viu ou soube das circunstâncias em que uma
determinada situação aconteceu.

No CPPM os procedimentos sobre testemunhas estão inseridos nos artigos 347 a 364.
Para que compareçam em dia, hora e local, a fim de serem inquiridas, as Testemunhas
serão notificadas diretamente pela autoridade. O termo próprio é esse mesmo – notificação, pois
não se trata de um pedido, e sim da comunicação de uma imposição.
O comparecimento da testemunha é obrigatório, não
podendo ela eximir-se, salvo impedimento devidamente comprovado,
nos casos de força maior ou outra circunstância por ela apresentada
que possa ser entendida como causa que de fato impediu-a de
comparecer.
Quando se tratar de servidores públicos ou de militares,
deverá ser dirigida requisição (solicitação) ao seu chefe imediato,
pedindo o seu comparecimento. No caso de militar de patente superior
a do Encarregado do IPM, mesmo assim o comparecimento será
obrigatório, em função de que todo militar quando participa de atos
desta natureza está cumprindo uma determinação superior, ou seja, a
ordem expressa no ofício de apresentação.
No curso do IPM, quando uma testemunha se recusa a atender à notificação do
Encarregado, costumeiramente se deve repetir a notificação por mais duas vezes, com a
finalidade de tentar convencer a testemunha a comparecer, principalmente mostrando-lhe a
importância de suas declarações para a formação da prova.

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PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS

No IPM não há um número mínimo ou máximo de testemunhas a serem inquiridas.


O encarregado deverá inquirir todas as pessoas que souberem ou tiverem informações
importantes sobre a infração penal militar investigada.
Em princípio, qualquer pessoa poderá ser
testemunha, independente de idade, sexo, cor, religião.
Entretanto, o ascendente, o descendente, o afim em linha
reta, o cônjuge, ainda que desquitado, e o irmão do
Acusado, bem como pessoa que com ele tenha vínculo de
adoção, salvo quando não for possível, por outro modo,
obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias, estão dispensados da obrigação
legal de depor, conforme aponta o art. 354, do CPPM.
Também são proibidas de depor as pessoas que em razão de função, ministério, ofício
ou profissão devam guardar segredo do que souberem, salvo se desobrigadas pela parte
interessada.

➢ O Presidente e o Vice-Presidente da República, os Governadores e Interventores dos


Estados, os Ministros de Estado, os Senadores, os Deputados Federais e Estaduais,
os membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, o Prefeito do Distrito Federal
e dos Municípios, os Secretários dos Estados, os membros dos Tribunais de Contas da
União e dos Estados, o Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros e os
Presidentes do Conselho Federal e dos Conselhos Secionais da Ordem dos
Advogados do Brasil;
➢ As pessoas impossibilitadas por enfermidade ou por velhice, que serão inquiridas onde
estiverem.

Numerária - é o quantitativo de testemunhas previsto no Código


de Processo Penal Militar (tem um quantitativo máximo).
Referida - pessoas mencionadas nos depoimentos das
testemunhas numerárias.

Sob a ótica do art. 352, do CPPM, no Termo de Qualificação e Inquirição de


Testemunha, a Testemunha deve declarar seu nome, idade,
estado civil, filiação, Identidade, residência, profissão e lugar
onde exerce atividade, telefone, se é parente (e em que grau
do acusado e do ofendido), quais as suas relações com
qualquer deles, e relatar o que sabe ou tem razão de saber, a
respeito do fato delituoso narrado na denúncia e
circunstâncias que com o mesmo tenham pertinência, não
podendo limitar o seu depoimento à simples declaração de que confirma o que prestou no
inquérito. Sendo numerária ou referida, prestará o compromisso de dizer a verdade sobre o que

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PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS

souber e lhe for perguntado.


Antes de prestar seu depoimento, a Testemunha deverá prestar o Compromisso Legal.
Compromissada, a Testemunha será obrigada a responder as perguntas que lhe forem feitas
pelo Encarregado do IPM.
Compromisso legal – é o juramento solene prestado antes do seu depoimento, em juízo
ou no curso do IPM.
O direito constitucional de ficar em silêncio aplica-se somente ao acusado. Não pratica
o crime de perjúrio somente a Testemunha que mente, mas aquela que também omite detalhes
do que sabe ou se recusa a falar o que sabe sobre a infração penal.
A critério do Encarregado do IPM, a Testemunha poderá responder as perguntas
formuladas pelo advogado do indiciado. Todas as perguntas à Testemunha serão sempre feitas
pelo Encarregado. O advogado não pode se dirigir diretamente à Testemunha ou ao Ofendido,
para indagações e perguntas.

As Testemunhas deverão ser inquiridas separadamente, de modo que uma não possa
presenciar ou ouvir o que outra está declarando, ou tomar conhecimento do que já foi declarado.
Pelo que regra o art. 19, do CPPM, tanto a Testemunha quanto as demais pessoas a serem
ouvidas no IPM, devem ser inquiridas durante o dia, em período que medeie entre as sete e
dezoito horas, exceto em casos de urgência.

A Testemunha também não deverá ser inquirida por


mais de quatro horas consecutivas, sendo lhe facultado
descanso de meia hora, caso o tempo de inquirição seja superior
àquele. As inquirições não concluídas até às dezoito horas, como
regra, devem ser transferidas para o dia seguinte.

Quando a Testemunha não residir na sede dos trabalhos do IPM, não existindo forma do
deslocamento até o local mais apropriado, tanto por parte da Testemunha quanto do Escrivão e
Encarregado, aquela poderá ser inquirida através de Carta Precatória. De acordo com o art. 361,
do CPPM, no curso do IPM, o seu Encarregado poderá expedir Carta Precatória à autoridade
militar superior do local onde a testemunha estiver servindo ou residindo, a fim de notificá-la e
inquiri-la, ou designar Oficial que a inquira, tendo em atenção as normas de hierarquia, se a
Testemunha for militar.

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PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS

Carta precatória – é o instrumento através do qual se obtém


depoimento de Ofendido ou Testemunha que resida fora da
circunscrição da autoridade de Polícia Judiciária Militar.

Com a Carta Precatória, o Encarregado enviará cópias da parte que deu origem ao IPM e da
Portaria que lhe determinou a instauração e os quesitos formulados para serem respondidos pela
Testemunha, além de outros dados que julgar necessários ao esclarecimento do fato.

Quando se tratar de Carta Precatória a ser expedida à Autoridade Policial Judiciária Militar de
Co-irmã, o Encarregado poderá fazer a Deprecata diretamente a ela, através da CIntPM.

Deprecata – é sinônimo de carta precatória

INDICIADO / INVESTIGADO

Até o presente momento você já é capaz de intuir a definição


de Indiciado, não é? Indiciado é a denominação que se dá ao militar
alvo de investigação no IPM.

Não existe no CPPM um procedimento próprio para o interrogatório do Indiciado, devendo-se


aplicar a este os procedimentos, no que couber, relativos ao Acusado, previsto nos artigos 302 a 306,
observando-se o art. 301.

Indiciado – é a qualidade do Policial Militar, no IPM, quando há evidentes indícios da


prática de crime militar.

Investigado – é a qualidade do Policial Militar, no IPM, quando não há indícios


suficientes da prática de crime militar, apenas a materialidade delitiva (aconteceu o
delito, mas a autoria ainda é desconhecida).

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PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS

De acordo com o art. 306, do CPPM, o


Indiciado será perguntado sobre o seu nome,
naturalidade, estado, idade, filiação, residência,
profissão ou meios de vida e lugar onde exerce a sua
atividade, além disso, se sabe ler e escrever.
Respondidas essas perguntas, poderão ainda, caso
necessário, o interrogatório ser dirigido com as
seguintes questões, além das elencadas pelo
Encarregado do IPM:

➢ Onde estava ao tempo em que foi cometida a infração? Teve notícia desta e de
que forma?
➢ Conhece a pessoa ofendida e as testemunhas? (Desde quando ese tem alguma
coisa a alegar contra elas)
➢ Conhece as provas (contra ele) apuradas? Tem alguma coisa a alegar a respeito
das mesmas?
➢ Conhece o instrumento com que foi praticada a infração ou qualquer dos objetos
com ela relacionados e que tenham sido apreendidos?
➢ É verdadeira a imputação que lhe é feita?
➢ Não sendo verdadeira a imputação, sabe de algum motivo particular a que deva
atribuí-la ou conhece a pessoa ou pessoas a que deva ser imputada a prática do
crime? Esteve com elas antes ou depois desse fato?
➢ Está sendo ou já foi processado pela prática de outra infração? Em caso afirmativo,
em que juízo, se foi condenado, qual a pena imposta e se a cumpriu?
➢ Tem quaisquer outras declarações a fazer?

QUANDO SE TRATAR DE CONFISSÃO, ESTA DEVERÁ:

✓ Ser feita perante o Encarregado do IPM;


✓ Ser feita na presença de Testemunhas;
✓ Ser livre, espontânea e expressa;
✓ Versar sobre o fato principal;
✓ Ser verossímil;
✓ Ter compatibilidade e concordância com as demais provas do IPM.

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TESTEMUNHAS DO INTERROGATÓRIO
Segundo o Manual de Inquérito Policial Militar e Prisão em Flagrante Delito (M5), público
no Bol PM nº 163, de 14 OUT 83, é de boa técnica arrolar duas Testemunhas presenciais do
interrogatório do Investigado/Indiciado, sendo superiores hierárquicas do mesmo ou mais antigo.

RELATÓRIO
O IPM deve ter suas diligências encerradas mediante a
elaboração de um Relatório pelo Encarregado. Esse Relatório
normalmente é dividido em três partes: Introdução, Diligências
Realizadas, Resultados Obtidos e, finalmente, a Conclusão.

INTRODUÇÃO
O Encarregado citará:
➢ Quem determinou a instauração do IPM?
➢ Qual o documento que delegou as atribuições de Polícia JudiciáriaMilitar?
➢ Quem é o Investigado/Indiciado?
➢ Qual o fato sob apuração?

DILIGÊNCIAS REALIZADAS
Devem ser relacionadas todas as medidas instrutórias adotadas pelo Encarregado.
É feito, na verdade, um resumo dos despachos, de forma cronológica, com a citação de
cada providência contida neles.

RESULTADOS OBTIDOS
São a narração de como se deram os fatos sob a ótica do Encarregado. Essa
narrativa deve ser feita unicamente com base no que consta dos autos e deve apontar o
dia, hora, local, meios empregados, modo de execução e quem é o responsável por cada
fasedo delito.

CONCLUSÃO
O Encarregado dirá se há indícios de Infração Penal Militar e de quem é a autoria.
Será analisado se há Transgressão Disciplinar. Nesse caso, se for de natureza grave, a
indicativa de CRD, CD ou CJ, tendo como peças exordiais cópia de todo IPM.

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ABERTURA DE OUTRO(S) VOLUME

De acordo com o previsto no M5, cada volume deverá conter duzentas folhas, sendo que
para cada novo volume deverá ser lavradona CAPA: “TERMO DE ABERTURA DO II, ou III ou
IV VOLUME”.
Na hipótese de haver dois ou mais volumes no IPM, o Encarregado deverá colocar na
capa do 1º: “I VOLUME”.

SOLUÇÃO DO IPM

É prevista nos termos do art. 22, § 1º, do CPPM:


a autoridade delegante pode concordar ou não com o
Encarregado. Se discordar, terá que haver motivação.

REMESSA DO IPM A AJMERJ, VIA CORREGEDORIA INTERNA DA


POLÍCIA MILITAR (CINTPM)

Autoridade de Polícia Judiciária Militar – Comandantes, Chefes e Diretores

Solucionado o IPM pela Autoridade de Polícia Judiciária Militar, os autos serão


encaminhados a uma das Promotorias de Justiça vinculadas a AJMERJ, nos termos do art. 23,
do CPPM, e baseado no art. 4º, 1ª Parte, das IRRR GPGJ, n.º 971, de 31JAN01.

Observações importantes

Central de Inquéritos – é o órgão pertencente à estrutura funcional do Ministério Público


do Estado do Rio de Janeiro.

Na hipótese de se concluir pela existência de indícios de infração penal comum, os autos


do IPM deverão ser enviados diretamente a 1ª, 2ª e 3ª Central de Inquéritos, conforme a
atribuição decada uma delas.

➢ Na hipótese supra, a autoridade delegante deverá enviar cópia do Relatório e da


Solução à CIntPM.
➢ As orientações acima estão previstas nas Instruções Reguladoras relacionadas à
Resolução GPGJ, n.º 971, de 31 jan. 2001, da Procuradoria-Geral de Justiça e ao
Ofício n.º 030/MP-AJMERJ/2001, que estabelecem medidas sobre procedimentos
investigatórios (Bol. da PM n.º 083, de 07 maio 2001).

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ERROS MAIS COMUNS NA CONFECÇÃO DE IPM

Até aqui, nós vimos todo o caminho necessário para a elaboração de um


IPM. Vamos agora atentar para os erros mais comuns, e não deixar mais que
eles ocorram, né!

➢ Falta de autuação nas peças exordiais (“autue-se”) nos autos do IPM (CPPM, Art. 21);
➢ Ausência de numeração, carimbo e rubrica do Escrivão nocanto superior direito;
➢ Ausência do despacho “julgo procedente - junte-se aos autos” nos documentos
recebidos;
➢ Termos: Conclusão, Despacho, Recebimento, Certidão e Juntada - usados de forma
incorreta;
➢ Utilização indevida do Termo de Juntada para documentos expedidos pelo
Encarregado de IPM (deverá ser Certidão), quando somente é utilizado o Termo em
Comento por ocasiãode documentos recebidos, ou seja, que vem de fora;
➢ Termo de Inquirição superficial, deixando de aprofundar questões relevantes como, por
exemplo, procedência de veículo, armamento, telefone celular, além da não utilização
do termo de acareação por ocasião de depoimentos contraditórios;
➢ Falta de auditoria via GPS, quando necessário;
➢ Falta de ficha(s) disciplinar(es) dos Investigados/Indiciados;
➢ Utilização do termo ‘Convite’ ao invés de ‘Notificação’ (CPPM, art. 347);
➢ Relatório bastante sucinto, não descrevendo de forma detalhada o que foi apurado,
conforme prevê o M-5 (Objetivodo IPM, Diligências Realizadas, Resultados Obtidos e
Conclusão);
➢ Falta de comunicação a CIntPM, quando concedida prorrogação de prazo pela
Promotoria em exercício junto a AJMERJ;
➢ Quando da confecção do Relatório, não mencionar se houve Transgressão da
Disciplina (e qual), por parte dos envolvidos no procedimento, além de Infração Penal
Militar;
➢ Falta de perícia nos crimes que deixam vestígios, tais como: lesão corporal, homicídio,
etc. (CPPM, Art. 328);
➢ Amarração incorreta e capa imprópria para os autos;
➢ Não observação das medidas preliminares a serem adotadas (CPPM, art. 12),
➢ Denominação incorreta das pessoas ouvidas no procedimento,tais como: declarante,
envolvido, depoente. No IPM, o sujeito é ouvido como “Investigado/Indiciado,
Testemunha e Ofendido”, dependendo de cada situação;
➢ Falta de inutilização do verso das folhas em branco com dois traços transversais;
➢ Atraso na remessa dos autos a CIntPM para posterior Soluçãodo Comandante Geral;
➢ Termo de Encerramento de Volume (o Termo de Encerramentosó se usa na fase judicial,

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PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS

por ordem da autoridade judiciária competente).


➢ Ausência de comunicação à autoridade delegante de prorrogação de prazo pelo
Ministério Público.

ORDEM DAS PEÇAS INICIAIS DOS AUTOS DE IPM

Fl. 01 – Capa com autuação;


Fl. 02 – Portaria do Encarregado do IPM; Fl. 03 – Nomeação do Escrivão;
Fl. 04 – Termo de Compromisso do Escrivão;
Fl. 05 – Portaria determinando a instauração de IPM;
Fl. ........ Demais documentos anexos à Portaria da autoridade delegante.
Fl...... – Conclusão;
Fl...... – Despacho;
Fl….. – Recebimento;
Fl...... – Certidão; etc.

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PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS

CONCLUSÃO

A disciplina de Prática Processual possibilita a seus operadores a exata noção de como


desempenhar a atividade de polícia judiciária militar, que é de suma importância à vida militar,
mantendo-se os princípios da hierarquia e da disciplina.
Neste contexto, há o exercício da polícia judiciária militar nas Forças Auxiliares pelos
Oficiais, e Subtenentes e Sargentos.
Por fim, cabe registrar que a eficiência da atividade de polícia judiciária militar passa a
ser uma ferramenta muito eficaz para que não sejam violados os pilares básicos da estrutura
castrense, quais sejam, a hierarquia e a disciplina, e, na hipótese de violação, funciona como
instrumento de restabelecimento aos prefalados princípios, como também serve como caráter
inibidor a condutas contrárias ao ordenamento jurídico.

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PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS

EXERCÍCIOS

1) Cite os personagens no IPM e na Averiguação.

2) Qual o instrumento processual existente no CPPM para ouvir pessoa(s), em


outro Estado da Federação?

3) A função de escrivão no IPM será exercida por quem?

4) Após a Solução do IPM pelo Comandante, Chefe ou Diretor, para onde os autos serão
encaminhados?

5) Quais os prazos previstos no CPPM para a conclusão dos trabalhos no IPM?

6) Quais são as cinco primeiras peças no IPM?

7) Quando se instauram AVE e IPM?

8) Qual a providência que o Encarregado do IPM deve adotar, quando a Testemunha, muito
embora tenha sido notificada por duas vezes, não comparece para prestar depoimento?

9) Qual a providência que o Encarregado do IPM deve adotar, quando se vê diante indícios de
crime militar, em desfavor de Superior Hierárquico?

10) Quais são as espécies de Averiguação?

11) Qual a peça final elaborada pelo Averiguador e onde são inseridas suas conclusões sobre
os fatos apurados?

12) Qual a peça final elaborada pela Autoridade de Polícia Judiciária Militar, ao analisar os autos
do IPM?

13) Na Averiguação, pode-se proceder a uma acareação?

14) Instaura-se Averiguação para apurar crime militar, já com autoria e materialidade definidas?

15) Admite-se Perícia, na Averiguação?

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PRÁTICA PROCESSUAL – CEFS

GABARITO

1) Averiguação: Averiguador, Averiguado, Ofendido e Testemunha. IPM: Encarregado, Escrivão,


Indiciado (Investigado), Ofendido e Testemunha.

2) R: Carta Precatória – Art. 361 do CPPM.

3) A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo encarregado, se não tiver sido
feita pela autoridade que lhe deu delegação para aquele fim, recaindo em 2º ou 1º tenente, se o
indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos. (Art. 11 do
CPPM).

4) Concluído o Inquérito Policial Militar, depois de solucionado pela autoridade policial que
determinou sua instauração, deverão os Autos serem remetidos por ofício, através da
Corregedoria Interna da Polícia Militar, às 1ª, 2ª e 3ª Promotorias de Justiça, que atuam perante
a AJMERJ, de acordo com a correspondência territorial de cada uma.

5) O inquérito deverá terminar dentro de vinte dias, se o indiciado estiver preso, contado esse
prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando
o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar o inquérito. Este último
prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela autoridade militar superior, desde que não
estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência,
indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno
(72 horas) antes do término do prazo, de modo a ser atendido antes da terminação do prazo.

6) 1= Capa;
2= Portaria do Encarregado; 3= Nomeação do Escrivão;
4= Compromisso do Escrivão; e
5= Portaria determinando a instauração do IPM.

7) AVERIGUAÇÃO: Quando houver denúncia contra Policial Militar sem autoria e/ou
materialidade definida de prática de conduta contrária a dispositivos penal militar ou penal
comum e, ainda, cumulada com violação ao RDPMERJ. Será instaurada também para apuração
de situações meramente administrativas (Ex.: FUSPOM, Aluno-Aprendiz, Extravio da Cédula de
Identidade Funcional). Se na Averiguação forem coletados indícios da prática de crime militar,
com autoria e materialidade definidas, sem a necessidade de outros elementos de provas, os
autos serão encaminhados à AJMERJ, sem instauração de IPM.

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IPM: Quando houver indícios de crime militar. Pode ocorrer materialidade sem autoria definida.

8) O Encarregado do IPM elaborará um Ofício ao Juiz de Direito da AJMERJ, requerendo a


expedição do competente Mandado de Condução Coercitiva em desfavor da Testemunha
recalcitrante. Atualmente, a Juíza de Direito da AJMERJ nomeia o próprio Encarregado como
Oficial de Justiça ad hoc para cumprir a ordem judicial.

9) Adotará as providências necessárias para que as suas funções sejam delegadas a outro
oficial, nos termos do § 2º, do art. 7º, do CPPM, ou seja, será substituído por oficial mais antigo
ou superior hierárquico ao indiciado/ investigado, com base no art. 10, § 5º, do CPPM.

10) a) Ordinária;
b) Sumária; e
c) Sumaríssima.

11) Parecer
12) Solução
13) Sim
14) Não. Instaura–se IPM
15) Sim. Pode acionar o CCrim

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Relacionadas à Resolução GPGJ n.º 971, de 31jan2001, que estabelecem medidas sobre
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ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Código Penal Militar Comentado – Artigo por Artigo – Parte
Geral. Editora Líder, 2009.

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