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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
AUTORIDADES
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
APRESENTAÇÃO
Bons estudos!
Marcelo André Teixeira da Silva – Coronel PM
Diretor-Geral de Ensino e Instrução
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
DESENVOLVEDORES
CFAP
Supervisão e Coordenação Pedagógica
CAP PM Ped Priscila Medeiros Moura de Lima
CB PM Cíntia Andrade de Araújo
CB PM Fernanda Belísio Oliveira dos Santos
CB PM Layla Simões da Silva
CB PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira
Conteudista
2º TEN PM Estagiário Anderson Nunes Moreira
CEADPM
Supervisão Geral EAD
TEN CEL PM Rodrigo Fernandes Ferreira
Equipe Técnica
SUBTEN PM Willian Jardim de Souza
1º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos
CB PM Lucas Almeida de Oliveira
CB PM Diogo Ramalho Pereira
Diagramação
1º SGT PM Alan dos Santos Oliveira
SD PM Daniel Moreira de Azevedo Júnior
SD PM Alexandre Leite da Silva
SD PM David Wilson Côrtes da Silva
Design Instrucional
CAP PM Ped Vânia Pereira Matos da Silva
Designer Gráfico
SD PM Alexandre Leite da Silva
Filmagem e Edição de Vídeo
CB PM Renan Campos Barbosa
SD PM Alexandre dos Reis Bispo
Suporte ao Aluno
3º SGT PM Tainá Pereira de Pereira
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 5
A RELAÇÃO ENTRE A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E A LEGISLAÇÃO PENAL
MILITAR......................................................................................................................................................................... 6
A CONSTITUCIONALIDADE DO DIREITO MILITAR ................................................................................................... 7
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL MILITAR .............................................................................................................. 10
A APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR NO TEMPO E NO ESPAÇO..................................................................... 12
CONCEITO DE CRIME MILITAR ................................................................................................................................ 15
CRIMES MILITARES PRÓPRIOS E IMPRÓPRIOS ................................................................................................... 21
CRIMES MILITARES EM TEMPOS DE PAZ e CRIMES MILITARES EM TEMPOS DE GUERRA ........................... 22
CONCEITO DE SUPERIOR ........................................................................................................................................ 24
PENAS PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS ....................................................................................................................... 26
PARTE ESPECIAL-DOS CRIMES MILITARTES EM TEMPOS DE PAZ ................................................................... 29
DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR OU MILITAR DE SERVIÇO .......................................................................... 31
DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR E O DEVER MILITAR ..................................................................... 39
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA .......................................................................................................................... 42
DOS CRIMES CONTRA A HONRA ............................................................................................................................ 45
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO .................................................................................................................. 47
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR ........................................................................................... 52
DOS CRIMES CONTRA O DEVER FUNCIONAL ....................................................................................................... 54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................................... 56
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
INTRODUÇÃO
Cabe salientar que o citado Conselho instituído pelo Príncipe se manteve atuante até a
Constituição Brasileira de 1891, momento em que recebeu a nomenclatura de Supremo Tribunal
Militar, passando a integrar o Poder Judiciário. Posteriormente, com a Constituição de 1934,
recebeu a denominação que conhecemos até a presente data, Superior Tribunal Militar, órgão
máximo da Justiça Militar da União.
Importante frisar que o Código Penal da Armada, estabelecido pelo Decreto n° 18 de 07
de março de 1891, foi o instrumento que revogou os “Artigos de Guerra” e seguiu no
ordenamento jurídico até 1944, quando foi substituído pelo Decreto Lei 6.227/44, que
CORRÊA, Univaldo. A evolução da justiça militar no Brasil – Alguns dados históricos. In: Getúlio Correa. Direito Militar:
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
implementou o Código Penal Militar, aplicado as Forças Armadas, sendo certo que este vigorou
até 31 de dezembro de 1969, momento em que entrou em vigor o atual CPM, através do Decreto
Lei 1.001 de 21 de outubro de 1969, que entrou em vigor do país no primeiro dia do ano de 1970.
Desta forma, cumpre esclarecer que desde os primórdios as normas castrenses
possuíam como bem jurídico tutelado a Hierarquia e Disciplina, alicerces institucionais para
todos as entidades militares do mundo.
Nós sabemos que o Policial Militar pela função constitucional que exerce, é um operador
do direito, pelo fato de constantemente desempenhar sua atividade profissional visando a
preservação da ordem pública, interpretando as normas legais, objetivando alcançar o fiel
cumprimento da lei, não é?
Sendo assim, ao longo da carreira é preparado para compreender a interdisciplinaridade
do mundo jurídico, onde todas as normas que ingressam no ordenamento jurídico devem estar
em sintonia com os ditames constitucionais, assim como, as normas anteriores a vigência da
constituição somente são consideradas recepcionadas pela Carta Magna caso estejam de
acordo com a Norma Maior, ou seja, qualquer norma jurídica em desacordo com a CRFB/88
deve ser considerada inconstitucional ou não recepcionada pela Constituição. Isso é denominado
no direto como hierarquia das normas e pode ser melhor entendido, através da Pirâmide de
Kelsen3.
3
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito[livro eletrônico]/Hans Kelsen; tradução Cretella Jr. e Agnes Cretella. - 9ª ed. rev.
- São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2009.
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Note que o Código Penal Militar de 1969 equiparava os menores de 18 (dezoito) anos
aos maiores de 18 (dezoito) anos, caso fossem militares, para responderem penalmente diante
da Justiça Militar. Contudo, com o advento da CRFB de 1988 (considerada Constituição Cidadã),
o poder constituinte originário implementou o artigo 228, estabelecendo a inimputabilidade penal
do menor de 18 (dezoito) anos.
Este é um exemplo cristalino da Hierarquia das Normas Jurídicas, onde a supremacia da
Constituição faz com que uma Norma anterior a sua vigência não tenha mais validade. Portanto,
podemos entender que o artigo 51 do CPM/69 NÃO FOI RECEPCIONADO PELA CRFB/88.
(OBSERVAÇÃO: O CPM foi recepcionado, apenas alguns artigos perderam a validade por
contrariarem a CF, tal como no exemplo)
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Militar da União
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica,
são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da
Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da
ordem.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além
das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições
Diante do exposto, podemos verificar que os militares da União (Marinha, Exército e
Aeronáutica), denominados membros das Forças Armadas do Brasil, tem sua organização com
base na Hierarquia e Disciplina e possuem atribuição constitucional de Defesa da Pátria e
Garantia dos Poderes Constitucionais.
Militar Estadual
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições
organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos:
V - Polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Logo, resta apurado que os Policiais Militares e Bombeiros Militares são considerados
pela CRFB/88 como Militares Estaduais, tem sua organização com base na Hierarquia e
Disciplina e possuem atribuição constitucional de Segurança Pública que concerne na
preservação da Ordem Pública e na incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Da Justiça Militar
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Da Competência da Justiça militar
Art. 124. A Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Da Competência da Justiça Militar Estadual
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente
decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Com relação a competência temos que definir a diferença entre Justiça Militar Federal e
Estadual. Neste sentido, expressamos a definição estabelecida pelo Superior Tribunal Militar: A
competência da Justiça Militar foi estabelecida pelo texto constitucional de 1988 e divide-se em
Justiça Militar federal e Justiça Militar estadual.
A Justiça Militar federal tem competência para processar e julgar os militares integrantes
das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) e civis.
Já a Justiça Militar estadual tem competência para processar e julgar os policiais militares e
bombeiros militares nos crimes militares definidos em lei4.
Portanto, restou evidenciado que a somente a Justiça Militar Federal possui
competência para julgamento de civis, em caso de cometimento de delitos de natureza militar.
Caro Policial Militar, não se esqueça que é o operador do direito (você, Policial Militar)
deve ter zelo durante a interpretação do caso concreto. Caso o crime esteja sendo cometido por
um civil contra um militar estadual em situação de atividade, no exercício das funções
constitucionalmente previstas em lei ou mesmo contra a Administração Militar Estadual, não será
julgado pela Justiça Militar Estadual, mas isso não significa que não cometeu o delito, devendo
ser processado e julgado pela Justiça Estadual Comum.
Outro aspecto de destaque é o fato que caso um Militar Estadual em situação de
atividade, no exercício das funções, cometa um crime doloso contra a vida de civil deverá ser
processado e julgado pela Justiça Estadual Comum (Tribunal do Júri), por força do art. 9º, § 1º
do CPM.
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares contra
civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
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Superior Tribunal Militar. 2016. Disponível em: https://www.stm.jus.br/informacao/agencia-de-noticias/item/5863-justica-
militar-estadual-nova-diretoria-do-tribunal-militar-de-minas-gerias-toma-
posse#:~:text=A%20Justi%C3%A7a%20Militar%20federal%20tem,crimes%20militares%20definidos%20em%20lei.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
(O Autor responderá, na Justiça Militar Estadual, pelo crime de tortura, pois o delito não é crime
CONTRA A VIDA,) Base legal Art.9°, II, alínea “c” do CPM.
Desta forma, podemos dizer que os princípios são mandamentos que devem ser
observados e relevados com a maior abrangência possível, de acordo com as situações fáticas
e jurídicas concretas.
Princípio da culpabilidade
O princípio da culpabilidade tem relação com os elementos necessários para existência
de um crime, sem a avaliação positiva da culpabilidade não podemos sinalizar a existência de
um crime.
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Silva, Virgílio Afonso da. Direitos Fundamentais: conteúdo, restrições e eficácia. São Paulo: Malheiros, 2009, P. 46.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
O Código Penal Militar adota a teoria finalista, que entende o delito como uma conduta
humana e voluntária que tem sempre uma finalidade, o dolo e a culpa são abrangidos pela
conduta. De acordo com essa teoria, o crime é entendido como um fato típico, antijurídico e
culpável.
A culpabilidade refere-se à capacidade do indivíduo de entender a reprovabilidade da
conduta típica e ilícita praticada. No tocante que de acordo com sua capacidade pode ser
verificado pelo julgador a possibilidade de dosar a punição do agente ou até mesmo excluir o
crime. Neste sentido vejamos o artigo 69 do CPM.
Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do crime
praticado e a personalidade do réu, devendo ter em conta a intensidade do dolo ou grau da
culpa, a maior ou menor extensão do dano ou perigo de dano, os meios empregados, o modo
de execução, os motivos determinantes, as circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes do
réu e sua atitude de insensibilidade, indiferença ou arrependimento após o crime.
Portanto, é o juiz que vai decidir, de forma técnica, baseado nas provas documentais
juntadas ao processo (laudos médicos ou laudos periciais) o grau de culpabilidade do agente.
Princípio da humanidade
O princípio da humanidade tem fundamento nos direitos fundamentais do indivíduo, tais
como direito a vida, dignidade da pessoa humana entre outros, onde estão resguardados sobre
o manto constitucional que o indivíduo não pode ser submetido a penas que possam violar a
incolumidade física, psíquica ou moral do apenado.
Cabendo ressaltar que o Princípio da Humanidade somente é afastado no Direito Militar
em caso de Guerra declarada, momento em que é permitida a pena capital. Nesse sentido, o
artigo 5º, XLVII da CRFB/88 prevê o seguinte:
Art. 5º, XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;b) de caráter
perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Portanto, a própria Constituição Federal estabelece a possibilidade do afastamento do
princípio da humanidade, existindo, em casos específicos no CPM, a possibilidade de ser
aplicada a pena de morte por fuzilamento, de acordo com o art. 56 do CPM.
Pena de morte
Art. 56. A pena de morte é executada por fuzilamento.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
➢ A “Novatio Legis” incriminadora (lei nova que torna típica conduta que antes era
permitida) nunca retroage.
Remete ao princípio da legalidade, onde um fato só pode ser considerado crime caso haja uma
lei anterior delimitando a conduta praticada como crime. Portanto, essa norma não pode ser
aplicada por força do princípio da irretroatividade
➢ Lex gravior ou novatio legis in pejus (nova lei mais gravosa) nunca retroage.
Neste caso uma conduta já é considerada crime, foi praticada por um indivíduo em determinado
momento, mas depois entrou em vigor uma norma agravando a pena ou qualquer condição mais
gravosa (ex. aumento no tempo de progressão de regime). Logo, em virtude do princípio da
irretroatividade a lei posterior a data da conduta não pode ser imposta ao agente.
➢ Novatio Legis in mellius (lei nova que, apesar de continuar estabelecendo a conduta
como crime, beneficia de alguma forma o agente) sempre retroage.
Assim, o juiz é obrigado a aplicar a lei posterior, que não estava vigente ao tempo do crime.
Trata-se de eficácia ultrativa da norma penal mais benéfica, que deve prevalecer por força do
que prescreve o art. 5º, XL da CF.
Art. 5º, XL - A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
➢ Abolitio criminis (lei posterior que deixa de considerar uma conduta como crime)
sempre retroage.
O Magistrado também é obrigado a aplicar a lei nova descriminante, por força do que determina
o art. 5º, XL da CF, como exposto anteriormente.
Com relação a Novatio legis in melliuse Abolitio criminis podemos expor que o CPM também
garante a retroatividade da lei mais benéfica.
Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando,
em virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos
de natureza civil.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
TEMPO DO CRIME
Exemplo: Um menor (civil), com 17 anos, onze meses e 29 dias, sai com o objetivo de matar um
desafeto (militar do Corpo de Bombeiros), para tanto, invade o quartel e com uma arma de fogo
atira contra o Soldado BM que, imediatamente, é socorrido pelos seus companheiros e vem a
falecer 05 dias depois no hospital dos Bombeiros.
Caro Policial, perceba que neste caso o resultado (morte) ocorreu 05 dias depois, quando
o autor já havia completado a maioridade, mas pela teoria da atividade, o autor vai responder
por fato análogo ao delito de homicídio junto ao Juizado de infância e juventude, posto que à
época da ação era menor de idade.
LUGAR DO CRIME
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
tanto a teoria da ubiquidade crimes comissivos (ação), quanto a teoria da atividade crimes
omissivos (omissão).
Segundo Cicero Robson Coimbra Neves, a Teoria da Ubiquidade considera o local do
crime, tanto o lugar onde se deu a ação ou omissão, como o sítio em que o resultado ocorreu ou
deveria ocorrer6.
Ainda, segundo o renomado Autor o Código Penal Militar, adota-se, no que se refere ao
local do crime (locuscomissi delicti), a teoria da ubiquidade para os crimes comissivos e a teoria
da atividade para os crimes omissivos.
Territorialidade, Extraterritorialidade
6
Neves, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Penal Militar. Ed. Juspodivim. 5ª Ed. São Paulo.
2021. P. 207.
7
TEIXEIRA, Sílvio Martins. Código Penal Militar Explicado. 1996. P 52.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Prezado Policial Militar, você saberia dizer o que são crimes militares?
Para se estabelecer um crime militar devemos observar o ratione legis, ou seja, a lei que
conceitua o crime militar. Nesse sentido é o próprio Decreto Lei 1.001 de 31 de 21 de outubro de
1969 (CPM) que nos indica quando um fato pode ser considerado crime militar.
O primeiro ponto que devemos observar é que a conduta deve ser típica e, para tanto,
deve estar descrita na Legislação Penal Militar, na Legislação Penal Comum ou nas Leis
Especiais ou Extravagantes. Cabe ressaltar que não pode ser uma contravenção penal.
Já o segundo ponto a ser analisado é se o fato (que já foi constatado como crime) se
enquadra em algum dos casos enumerados nos incisos do artigo 9º do Código Penal Militar.
Caso os dois requisitos anteriores sejam alcançados mediante a interpretação do caso
concreto, podemos afirmar que estamos diante de um crime de natureza militar, que deve ser
apurado pela Autoridade de Polícia Judiciária Militar e processado na Justiça Militar Estadual ou
Federal, conforme as circunstâncias fáticas.
Observação: O Código Castrense somente se ocupa dos crimes militares, já que, nos termos
de seu artigo 19, foi elencado o seguinte: “este código não compreende as infrações dos
regulamentos disciplinares”. As transgressões disciplinares ficaram a cargo dos regulamentos
internos das instituições militares.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
✓ O inciso II foi alterado pela lei 13.491/17 que incluiu os crimes previstos na legislação
penal (comum) {CP, Leis Especiais ou Extravagantes}.
✓ O inciso II usa a expressão “crimes”. Portanto, Contravenção Penal não é abarcado pelo
artigo 9º do CPM.
Alínea “a”
Por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou
assemelhado;
O que é militar em situação de atividade? Segundo Cícero Robson Coimbra Neves8 essa
nomenclatura significa:
A extensão do tipo, portanto, refere-se ao militar da ativa,
compreendido como tal aquele de folga, licenciado (mesmo que para
fins particulares) ou em local não sujeito à administração militar.
Portanto, para configuração dessa hipótese jurídica, consideraremos
militar da ativa o militar que exerce suas funções rotineiras no serviço
militar que lhe é afeto, mesmo que no momento do crime esteja
licenciado, de folga, em trajes civis e fora do quartel. Em suma, a
situação de atividade inicia-se com a incorporação e encerra-se com a
exclusão do militar da força a que pertence ou com sua passagem para
a inatividade.
Observação: Não se deve confundir a expressão “em situação de atividade” com “em serviço”.
O que é assemelhado? Segundo Cícero Robson Coimbra Neves9 essa nomenclatura
significa “assemelhado deve-se entender o servidor, efetivo ou não, dos Ministérios da Marinha,
do Exército ou da Aeronáutica, sujeitos a disciplina militar por força de lei ou de regulamento. A
figura do assemelhado, todavia, já não existe mais”.
Observação: o Assemelhado foi um servidor (não militar) que possuía, por força de lei ou
regulamento, equiparação a algumas patentes nas Forças Armadas, com previsão no art. 21 do
CPM, mas tal figura não existe mais no ordenamento jurídico militar. (Lembre-se o CPM é uma
lei do ano de 1969). Ou seja, o que temos na alínea “a” é que sempre que ocorrer um crime (seja
ele capitulado no CPM ou Lei Penal Comum) em que o autor for militar da ativa e a vítima seja
militar da ativa, estaremos diante de um crime militar, independentemente de onde estiverem (de
serviço ou fora dele).
Alínea “b”
Por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração
militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
Na alínea “b” temos 3 requisitos sob enfoque:
1. Autor: Militar da Ativa;
2. O local do crime tem que ser sujeito à administração militar (quartel, escola militar,
embarcação militar, aeronave militar, etc.)
8
Neves, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Penal Militar. Ed. Juspodivim. 5ª Ed. São Paulo. 2021.
P. 383.
9
Neves, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Penal Militar. Ed. Juspodivim. 5ª Ed. São Paulo. 2021. P. 404.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Alínea “c”
Por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar,
ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva,
ou reformado ou civil;
Na alínea “c” temos o seguinte:
1. Autor: Militar em serviço / ou atuando em razão da função / em comissão de natureza
militar / ou em formatura
2. O local pode ser em logradouro público, imóveis particulares ou públicos, local sujeito a
administração militar, ou seja, qualquer lugar.
3. Vítima: Militar Inativo {reserva remunerada ou reformado} ou civil.
A grande observação na alínea “c” é o fato de o autor estar na condição de serviço ou
em razão da função, ou seja, o militar da alínea “c” é um militar em situação de atividade e além
disso, para se enquadrar nos requisitos necessita estar de serviço ou em razão da função.
Observação: aqui, por exemplo, se enquadra o Policial Militar que, trabalhando numa
radiopatrulha, em logradouro público, pratica algum delito contra um civil.
Alínea “d”
Por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou
reformado, ou assemelhado ou civil;
1. Segundo Cícero Robson Coimbra Neves10 a expressão militar da alínea “d” tem
correlação com o militar em situação de atividade, posto que o militar quando está em manobra
ou exercício pertence a uma tropa em deslocamento para adestramento, onde durante o
adestramento estariam de serviço, mas após as atividades podem ser liberados em curtos
espaços de tempo pelo seu comandante para descanso e, neste caso, não estariam de serviço,
mas ainda dentro do período de manobras, fato que os levaria a condição de militar em situação
de atividade, como o militar em situação de atividade abrange tanto o de serviço como o de folga,
o renomado Professor, em virtude da lacuna deixada pelo legislador, acertadamente, nos conduz
ao melhor raciocínio.
2. Vítima: militar inativo (reserva remunerada ou reformado) ou civil.
Alínea “e”
Por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração
militar ou a ordem administrativa militar;
10
Neves, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Penal Militar. Ed. Juspodivim. 5ª Ed. São Paulo. 2021. P. 430.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
➢ Na alínea “e” o Autor é o militar em situação de atividade, mas o sujeito passivo, não é
mais uma pessoa natural, mas sim a própria administração militar que tem lesado seu patrimônio
ou a ordem administrativa militar.
A ordem administrativa militar, segundo Reinaldo Zychan de Moares11 “ocorre em
todos os crimes impropriamente militares, previstos nos artigos 298 a 354, do Código de
Processo Penal Militar, os quais estão agrupados nos Títulos VII e VIII, do Livro I, da Parte
Especial (Dos Crimes Contra a Administração Militar e Dos Crimes Contra a Administração da
Justiça Militar), respectivamente. Assim, por exemplo, o crime de peculato, praticado por um
militar da ativa, terá sua conduta prevista em tal alínea e no artigo 303, do CPM”.
Observação: Frisa-se que tanto no inciso I, quanto no inciso II do artigo 9° do CPPM somente
militares da ativa podem figurar como autores de crimes militares.
Alínea “a”
Contra o patrimônio sob a administração militar ou contra a ordem administrativa militar;
➢ Autor é o (militar inativo ou civil), mas o sujeito passivo, não é mais uma pessoa natural,
mas sim a própria administração militar que tem lesado seu patrimônio ou a ordem administrativa
militar.
Alínea “b”
Em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado,
ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente
ao seu cargo;
1. Autor: Militar Inativo ou civil;
2. O local do crime tem que ser sujeito à administração militar (quartel, escola militar,
embarcação militar, aeronave militar etc.);
3. Vítima: Militar da ativa /// Funcionário de Ministério Militar ou Justiça militar (no exercício
da função).
11
Moraes, Reynaldo Zychan de – Os crimes militares e o inquérito policial militar: uma visão prática/Reynaldo Zycham
de Moares – São Paulo: Livraria Científica Ernesto Reichmann, 2003. P. 49.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Alínea “c”
Contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação,
exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;
1. Autor: militar Inativo ou civil;
2. Na alínea “c” não há um local específico, pode ser qualquer local onde esteja ocorrendo
a formatura, prontidão, vigilância etc.;
3. Vítima: militar da ativa.
Alínea “d”
Ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza
militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública,
administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a
determinação legal superior.
1. Autor: militar inativo ou civil;
2. Na alínea “d” não há um local específico, pode ser qualquer local;
3. Vítima: militar de serviço. (Aqui a diferença é estar o militar de serviço)
Com o advento da lei 13.491/17 o artigo 9º do CPM teve o parágrafo único revogado e a
implementação dos parágrafos 1º e 2º, que estudaremos adiante.
§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares
contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
Note que o parágrafo 1º migra a competência de Julgamento para o Tribunal do Júri,
quando o crime é doloso contra a vida de civil. ou seja, o crime tem todos os atributos para
configurar um crime militar (art.9º, II, c do CPM, por exemplo), mas será julgado pelo Tribunal do
Júri.
Contudo, a norma não afasta a competência de apuração da Autoridade de Polícia
Judiciária Militar e assim entende o Professor Cícero Robson Coimbra Neves12
12
Neves, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Penal Militar. Ed. Juspodivim. 5ª Ed. São Paulo.
2021. P. 467.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares
das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados
no contexto:
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República
ou pelo Ministro de Estado da Defesa;
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não
beligerante; ou
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de
atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição
Federal e na forma dos seguintes diplomas legais:
Observação: Importante salientar com relação ao parágrafo 2º, que um crime doloso contra vida
de civil, praticado por um militar das Forças Armadas fora do contexto do referido parágrafo,
também será processado e julgado pelo Tribunal do Júri.
Ex. Militar da FFAA de serviço na guarda do quartel atira (com dolo) e mata um civil que parou
para pedir informações.
13
LOBÃO, Célio. Direito penal militar. Brasília: Brasília Jurídica, 2006. p. 81.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em
que deve permanecer, por mais de oito dias.
Publicação ou crítica indevida
Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou documento oficial, ou
criticar publicamente ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a qualquer
resolução do Governo.
Dormir em serviço
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em
situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas,
ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante.
Os crimes militares em tempo de paz são estabelecidos pelo Art. 9º do CPM, como se
vê:
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
Portanto, no tópico anterior estabelecemos todas as possibilidades do crime militar em
tempos de paz. A única observação que fazemos é o fato da parte especial do CPM possuir
crimes específicos para o tempo de guerra e isso quer dizer que no tempo de paz os delitos
capitulados como exclusivos do tempo de guerra não podem ser cometidos, por óbvia
interpretação de não estarmos em guerra.
Por outro lado, se estivermos em período de guerra declarada, todos os artigos
(inclusive os do tempo de paz) do CPM e da Legislação Penal Comum podem ser cometidos
mediante a prática das condutas pertinentes, por força do Art. 10 do CPM.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste Código,
quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro
militarmente ocupado.
Um crime militar em tempo de guerra, assim como em tempo de paz, também abrange
a legislação penal comum.
A Parte Especial do CPM compreende os delitos militares. Eles são divididos em:
➢ Crimes militares em tempo de Paz – Art. 136 até o Art. 354 do CPM;
➢ Crimes militares específicos do tempo de guerra – Art. 355 até o Art. 408 do CPM
Atenção: A única Autoridade que tem competência para decretar que o Brasil está em Guerra é
o Presidente da República, com a devida autorização do Congresso Nacional, conforme Art. 37,
II da CRFB/88.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
CONCEITO DE SUPERIOR
A primeira concepção de superior não possui referência no Código Penal Militar, cabendo
as legislações específicas de cada força o ensinamento do conceito de superior. Desta forma,
buscamos no Estatuto da PMERJ, LEI Nº 443, DE 1º DE JULHO DE 1981.
Art. 12 - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar. A autoridade e a
responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
§ 1º - A hierarquia policial-militar é a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro da
estrutura da Polícia Militar. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo
posto ou de uma mesma graduação se faz pela antiguidade no posto ou na graduação. O
respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de autoridade.
Art. 14 - Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica na Polícia Militar são fixados no Quadro
e parágrafo seguintes:
CÍRCULOS DE OFICIAIS POSTOS
Superiores: Coronel PM, Tenente Coronel PM e Major
Intermediários: Capitão PM
Subalternos: 2º e 1º Tenentes
CÍRCULO DE PRAÇAS GRADUAÇÕES
Subtenentes e sargentos: Subtenente PM, 1º SGT PM, 2ºSGT PM e 3º SGT
Cabos e soldados: Cabo PM e Soldado PM
§ 3º - Os Aspirantes-a-Oficial PM e os Alunos-Oficiais PM são denominados praças especiais.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Conceito de superior
Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou
graduação, considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal militar.
Vamos entender melhor com alguns exemplos:
✓ O Coronel PM que exerce a função de Comandante Geral da PMERJ é considerado
superior funcional em relação a todos os outros Coronéis PM.
✓ O Subtenente PM que exerce a função de fiscal de dia, é considerado superior funcional
em relação a todos os outros subtenentes de serviço, no dia do serviço,
independentemente da antiguidade entre ambos.
✓ O 1º SGT PM que exerce função de supervisão de graduado, é considerado superior
funcional em relação a outro 1º SGT PM que comanda o GAT, no dia do serviço,
independentemente da antiguidade entre ambos.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
O Código Penal Militar, em seu título “DAS PENAS”, classifica as sanções aplicadas em
penas principais e acessórias. Vamos conhecer cada uma delas?
O art. 55, do Código Penal Militar, faz previsão das seguintes penas principais:
➢ Morte;
➢ Reclusão;
➢ Detenção;
➢ Prisão;
➢ Impedimento;
➢ Suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função;
➢ Reforma.
Pena de Morte – A pena capital de morte, prevista através de fuzilamento (Art. 56 do CPM), não
entra em conflito com a Constituição Federal, uma vez que, em seu Art. 5º, Inciso XLVII, prevê
tal pena em casos de guerra. São exemplos de crime punidos com pena de morte os crimes de
traição (art. 355), de favor ao inimigo (art. 356), entre outros.
Reclusão e Detenção – São penas privativas de liberdade que para o CPM não guarda muita
distinção uma da outra, sendo a principal diferença, conforme o Art. 58, que “o mínimo da pena
de reclusão é de um ano, e o máximo de trinta anos; o mínimo da pena de detenção é de trinta
dias, e o máximo de dez anos.
Prisão – Diferencia-se da reclusão e detenção com relação ao cumprimento, conforme art. 58,
do CPM.
Impedimento – A pena de Impedimento, conforme art. 63, do CPM, “sujeita o condenado a
permanecer no recinto da unidade, sem prejuízo da instrução militar”. Esta pena restritiva de
liberdade somente é aplicada ao crime de insubmissão, previsto no art. 183, do CPM.
Suspensão do Exercício do Posto, Graduação, Cargo ou Função – Esta pena está prevista
no art. 64, que diz: “A pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função
consiste na agregação, no afastamento, no licenciamento ou na disponibilidade do condenado,
pelo tempo fixado na sentença, sem prejuízo do seu comparecimento regular à sede do serviço.
Não será contado como tempo de serviço, para qualquer efeito, o do cumprimento da pena”.
Reforma – Sujeita o militar à situação de inatividade. E está prevista no Art. 65 do CPM. Desta
forma, o militar condenado a pena de reforma deverá receber quotas do soldo proporcionais ao
tempo de serviço.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
PENAS ACESSÓRIAS
As penas acessórias estão elencadas no artigo 98 do CPM e no término da ação penal
militar podem ser aplicadas pelo Juiz Militar em conjunto com uma sanção principal, ou seja, o
Magistrado não pode aplicar somente a pena acessória, mas durante a dosimetria da pena,
cumpridos os requisitos mínimos, o Julgador aplica também a pena acessória.
Art. 98. As penas acessórias são:
I - A perda de posto e patente;
II - A indignidade para o oficialato;
III - A incompatibilidade com o oficialato;
IV - A exclusão das forças armadas;
V - A perda da função pública, ainda que eletiva;
➢ PERDA DO POSTO E DA PATENTE (art. 99, do CPM),
➢ INDIGNIDADE PARA O OFICIALATO (Art. 100, do CPM)
➢ INCOMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO (Art. 101, do CPM)
Atenção: Estas (03) três penas acessórias foram consideradas como não recepcionadas pela
CRFB/88, uma vez que a Constituição Federal trata do assunto, em seu Artigo 142, Incisos VI e
VII:
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele
incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de
tribunal especial, em tempo de guerra;
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois
anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso
anterior;
Art. 125 § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir
sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças;
Exclusão das Forças Armadas - Prevista no art.102 do CPM. Esta pena acessória deve constar
expressamente da sentença que condena a praça à pena privativa de liberdade superior a dois
anos.
Art. 125 § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir
sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças;
Perda de Função Pública – Incorre na perda de função pública o civil, o militar da reserva ou
reformado nos casos de condenação por crime militar, a qual se manifeste por aplicação desta
pena acessória, conforme Art. 103 do CPM.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Caro Policial Militar, até agora você foi capacitado para compreender e explorar
o conceito de Superior Funcional, elencado no Art. 22 do CPM , e também o conceito
de Superior, segundo o Estatuto da PMERJ, bem como as Penas Principais e as
Acessórias do CPM. Caso haja alguma dúvida não avance, volte e revise o conteúdo
para só então prosseguir.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Motim
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Revolta
Para configuração do tipo penal de Revolta, há necessidade que pelo menos 02 (dois)
militares estejam armados praticando qualquer dos incisos do art. 149 (motim), pois o parágrafo
único contém a expressão “se os agentes estavam armados”.
➢ A doutrina e a jurisprudência apontam no sentido de que as armas devem ser
efetivamente empregadas na prática do delito, pois pela natureza do serviço o militar
porta armas, então se a arma estiver simplesmente na cintura ou no coldre não se
configura o crime de revolta, mas somente o motim. Para configuração do delito de
revolta também não é necessário que a arma esteja sendo empunhada, bastando que
os militares demonstrem a intenção de reduzir a capacidade da autoridade com a arma.
Ou seja, se os militares levantarem a camisa durante o amotinamento para mostrarem
que estão armados; se verbalizarem que possuem armas para resistirem a ordem legal;
se durante a resistência a ordem legal colocarem a mão na arma, destravando a fivela
do coldre, são condutas suficientes para configuração do crime de revolta.
➢ Importante: Nos crimes de autoria coletiva necessária existe a figura dos “cabeças”,
conforme orientação do art. 53, § 4º e 5º do CPM. Observe que há duas formas de
enquadramento:
Cabeças
§ 5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais Oficiais, são estes considerados
cabeças, assim como os inferiores que exercem função de Oficial.
Cumulação de penas
Art. 153. As penas dos arts. 149 e 150 são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência.
Outra questão importante é a cumulação de pena, pois caso haja violência durante o
cometimento do crime de revolta ou motim, os autores responderão, também, pelo demais
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
delitos. Por exemplo, uma revolta que culminou em uma lesão corporal grave importará aos
militares criminosos as penas dos crimes do art. 149, P. Único e Art. 209, §1º ambos do CPM.
Formas qualificadas
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra sentinela,
vigia ou plantão:
Pena - reclusão, de três a oito anos.
O crime de violência contra militar de serviço só ocorre quando é praticado em desfavor de:
1. Oficial de dia;
2. Oficial de serviço;
3. Oficial de quarto;
4. Sentinela
5. Vigia;
6. Plantão.
Observação: caso seja cometido contra militar empregado em outro tipo de serviço estaremos
diante de outro delito.
➢ É um crime militar impróprio, pois pode ser cometido por qualquer pessoa militar ou civil.
➢ Como no crime de violência contra superior, a configuração do delito pode ocorrer com
um empurrão, um tapa, rasgando-lhe a farda ,etc. (não tem relação com a lesão corporal)
Formas qualificadas
Os parágrafos 1º, 2º, 3º do art. 158, são qualificadoras que possuem a mesma definição e
entendimento jurídico dos parágrafos 2º, 3º e 4º do art.157, devidamente esmiuçado.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão corporal e as circunstâncias evidenciam
que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena do crime contra a
pessoa é diminuída de metade.
No artigo 159, do CPM, temos a figura do agente que teve a intenção de cometer o crime
do artigo 157 (violência contra superior) ou 158 (violência contra militar de serviço), mas não teve
intenção e nem assumiu o risco de causar a morte ou lesão corporal do sujeito passivo (superior
ou militar em serviço). Portanto, quando as provas comprovarem que o agente não pretendia o
resultado (morte ou lesão corporal) será aplicada a pena do artigo 157 ou 158 do CPM, somada
a metade da pena do crime de lesão corporal (art. 209 do CPM) ou homicídio (art. 205 do CPM),
conforme o caso.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à administração militar, ato que
se traduza em ultraje a símbolo nacional:
Despojamento desprezível
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
DA INSUBORDINAÇÃO
Recusa de obediência
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou
relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução:
Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.
➢ Primeiro aspecto do delito é que o sujeito ativo do delito deve ser um inferior hierárquico.
➢ O elemento objetivo do delito é recusar obediência a ordem, que deve ser legal
(pautada na lei, regulamento ou instrução).
➢ O sujeito passivo é o superior.
➢ Atenção: o crime de recusa de obediência é um delito de autoria singular, uma vez que
se mais de um militar decidirem em conjunto recusar obedecer a ordem superior,
estaremos diante do crime de Motim (art. 149 do CPM).
Pena - detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
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Neves, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Penal Militar. Ed. Juspodivim. 5ª Ed. São Paulo. 2021. P. 991.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Reunião ilícita
Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato de
superior ou assunto atinente à disciplina militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano a quem promove a reunião; de dois a seis meses a
quem dela participa, se o fato não constitui crime mais grave.
Sujeito ativo:
✓ Aquele que promove (organiza) a reunião de militares (qualquer graduação ou posto);
✓ Aquele que toma parte (participa) da reunião de militares (qualquer graduação ou
posto).
Para configuração do crime, há necessidade da participação de pelo menos dois militares. A
pauta da reunião deve discutir ato de superior, que pode ser entendido como qualquer atitude de
um superior relacionada ao serviço ou assunto atinente à disciplina militar.
Observação: se os militares se reunirem para conversar sobre a opinião de um superior, por
exemplo, sobre casamento, automóveis, futebol, etc., não estaremos diante de conduta típica.
Caro Policial Militar, é importante frisar que a pena para quem organiza a reunião é maior
que a de quem simplesmente participa. Outro fato importante é que a reunião pode enveredar
para condutas que constituam outros crimes.
Exemplo: se durante a reunião decidam por descumprir a ordem de superior, estaremos diante
do crime de conspiração (art. 152 do CPM).
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Rigor excessivo
Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou morte é também aplicada a pena do
crime contra a pessoa, atendendo-se, quando for o caso, ao disposto no art. 159.
15
Neves, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Penal Militar. Ed. Juspodivim. 5ª Ed. São Paulo. 2021. P. 1061.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por natureza
ou pelo meio empregado, se considere aviltante:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no parágrafo único do artigo
anterior.
DA RESISTÊNCIA
Resistência mediante ameaça ou violência
Art. 177. Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência ao executor, ou a quem
esteja prestando auxílio:
➢ O elemento objetivo do tipo penal é opor-se, que significa tentar obstar a realização ou
buscar fazer com que um ato legal não se realize.
➢ A oposição deve ocorrer em conjunto com violência física ou ameaça contra o executor
ou quem esteja auxiliando-o.
➢ Ato legal é toda medida da administração pública com respaldo na legislação.
Exemplo: militar de folga é abordado por militares de serviço e se opõe fisicamente a busca
pessoal devidamente amparada no artigo 244 do CPP.
Forma qualificada
Cumulação de penas
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência, ou ao
fato que constitua crime mais grave.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
DA DESERÇÃO
Deserção
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve
permanecer, por mais de oito dias.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.
Casos assimilados
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido
designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo:
Descumprimento de missão
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Embriaguez em serviço
Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado para prestá-
lo:
O elemento objetivo do tipo é embriagar-se, que significa que o militar deve, de forma
livre e consciente, ingerir substância capaz de causar-lhe embriaguez. Neste sentido a
embriaguez deve ser constatada por profissional qualificado (médico).
Portanto, há duas formas de cometer o delito:
✓ Durante o serviço;
✓ Se apresentando para assumir o serviço.
Caso o agente involuntariamente (sem intenção) seja levado ao estado de embriaguez,
não estará cometendo delito. Exemplo: consumo de medicação devidamente prescrita.
Dormir em serviço
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em situação
equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme,
de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante:
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
a madrugada for vencido pelo sono e observado em condições normais de serviço (devidamente
fardado e sentado normalmente), não estará cometendo o delito.
Homicídio simples
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob
o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode
reduzir a pena, de um sexto a um terço.
Homicídio privilegiado
A minoração de pena estabelecida no § 1º do art. 205, que evidencia o “relevante valor social”
faz referência, por exemplo, ao homicídio praticado por patriotismo ao traidor da pátria e o
perpetrado contra um perigoso bandido que assola a sociedade local. Enquanto o “relevante
valor moral” tem ligação, por exemplo, com um enfermeiro que auxilia um enfermo na eutanásia.
Por derradeiro, aquele que pratica o homicídio por “violenta emoção após injusta provocação da
vítima”, como exemplo, o agente que pratica o homicídio contra o algoz de estupro da sua filha.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - por motivo fútil;
II - mediante paga ou promessa de recompensa, por cupidez, para
excitar ou saciar desejos sexuais, ou por outro motivo torpe;
III - com emprego de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou
qualquer outro meio dissimulado ou cruel, ou de que possa resultar
perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, com surpresa ou mediante outro recurso
insidioso, que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima;
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Homicídio culposo
Homicídio culposo é aquele que o agente não tem intenção de praticar a morte de
alguém, conforme o inciso II do artigo 33 do CPM. Veja:
II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária,
ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia
prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo.
Logo, o agente não queria o resultado, mas o produziu culposamente e o grau de sua
irresponsabilidade ou falta de dever de cuidado será observado pelo juiz durante a dosimetria da
pena.
Lesão leve
Lesão grave
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Lesão levíssima
Lesão culposa
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Lesão culposa é aquela que o agente não tem intenção de ofender a integridade de
alguém, conforme o inciso II do artigo 33 do CPM. Veja:
II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária,
ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia
prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo. Logo,
o agente não queria o resultado, mas o produziu culposamente e, portanto, sofrerá uma
reprimenda menor por parte do estado.
Participação em rixa
➢ Rixa significa tomar parte em luta corporal entre várias pessoas, em agressões
reciprocas, desde que estejam participando pelo menos 03 (três) pessoas. Cabe
ressaltar que não basta uma simples discussão.
➢ O contendor é o sujeito que ingressa para separar os participantes da rixa, neste caso
não pratica qualquer delito.
➢ Se ocorrer morte ou lesão grave há um agravamento da pena para todos os
participantes, mas caso o autor do resultado mais grave seja identificado, este
responderá pelo crime mais grave (homicídio ou lesão corporal).
Calúnia
Art. 214. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime.
Você sabia que calunia é a conduta de ofender alguém alegando que o sujeito passivo
do delito praticou um crime (civil ou militar), onde o sujeito ativo tem plena consciência de ser
falsa sua alegação? Portanto, o sujeito ativo sabe que o sujeito passivo não cometeu o delito.
Outro requisito do delito, é que o fato imputado tem quer ser crime, pois caso seja uma
contravenção penal não configura calúnia, podendo configurar difamação.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Difamação
O Crime elencado no artigo 215 exige o dolo de ofender a reputação do sujeito passivo.
Aqui estamos falando sobre a honra objetiva, aquela que o sujeito passivo possui perante
terceiros, é a consideração que outras pessoas têm do sujeito. (Ofende a reputação da vítima)
Atenção, pois o fato imputado pode ser verdadeiro ou falso. Já o parágrafo único
estabelece que se a ofensa tiver pertinência temática com a função pública do sujeito passivo e
o fato imputado for verdadeiro, não estaremos diante do crime de difamação, a conduta é atípica.
Logo, o crime se consuma quando terceiro toma conhecimento da ofensa feita pelo sujeito ativo.
Injúria
O tipo penal do artigo 216 protege a honra subjetiva do sujeito passivo, ou seja, aquilo
que a vítima acha de si mesma. Na injúria a ofensa não necessita ser pública, a consumação
ocorre quando o próprio sujeito passivo toma conhecimento da ofensa do autor.
Policial Militar, você sabia que injuriar alguém significa criticar os atributos físicos,
intelectuais, sociais ou morais do sujeito passivo? Portanto, chamá-lo de gordo, burro,
vagabundo ou safado, por exemplo, configuraria o crime de injuria.
Injúria real
Art. 217. Se a injúria consiste em violência, ou outro ato que atinja a pessoa, e, por sua natureza
ou pelo meio empregado, se considera aviltante.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Na injúria real é operada pela humilhação, pela ofensa moral ao sujeito passivo, mas não
por palavras e sim através de violência infligida contra o corpo do sujeito passivo.
Exemplo: cuspir no rosto da vítima.
Importante: Em todos os crimes contra honra descritos no CPM a ação penal é pública
incondicionada, não necessita da queixa-crime da vítima, ou seja, diferente do Código Penal
Comum, caso um fato típico desta natureza ocorra o Ministério Público oferece a denúncia
mesmo que não haja representação da vítima, por força do artigo 121 do CPM.
Furto simples
Furto de uso
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
No furto de uso a subtração é momentânea. Caso o autor seja preso antes da devolução
do objeto furtado responderá pelo crime de furto do artigo 240 do CPM. A consumação do crime
de furto de uso ocorre com a reposição do objeto no mesmo lugar.
Roubo simples
Art. 242. Subtrair coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante
emprego ou ameaça de emprego de violência contra pessoa, ou depois
de havê-la, por qualquer modo, reduzido à impossibilidade de
resistência.
Pena - reclusão, de quatro a quinze anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, em seguida à subtração da coisa,
emprega ou ameaça empregar violência contra pessoa, a fim de
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou
para outrem.
Extorsão simples
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Art. 244. Extorquir ou tentar extorquir para si ou para outrem, mediante sequestro de pessoa,
indevida vantagem econômica.
Pena - reclusão, de seis a quinze anos.
No artigo 244 do CPM a extorsão é praticada com o sequestro de uma pessoa, não
comporta objetos e animais. Para consumação do delito basta que o agente inicie a extorsão
(tente extorquir), não necessita que haja o pagamento do resgate. Se não ocorrer a extorsão
estaremos diante do delito de sequestro ou cárcere privado, descrito no artigo 225 do CPM.
Art. 225. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado.
Pena - reclusão, até três anos.
Art. 248. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou detenção.
Pena - reclusão, até seis anos.
O crime de apropriação indébita se difere do crime de furto pelo fato da coisa alheia
móvel não ter sido subtraída, mas sim ter chegado as do sujeito ativo do delito de forma lícita e,
a partir daí, o agente que passou a possuir o objeto apropria-se dele (não o devolvendo ao
verdadeiro dono).
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Exemplo: você empresta seu carro para um amigo por dois dias e ele se nega a devolver o
veículo.
Estelionato
Art. 251. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.
Pena - reclusão, de dois a sete anos.
Receptação
Receptação culposa
Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
manifesta desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de
quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso.
Pena - detenção, até um ano.
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LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR – CEFS
Dano simples
No crime de dano os elementos objetivos do tipo penal são destruir, inutilizar, deteriorar
ou fazer desaparecer, onde fazer desaparecer é uma inovação do CPM, pois no código penal
comum não há tal conduta.
Policial militar, saiba que é importante frisar que para configurar o delito o objeto deve
ser de outra pessoa, não configura crime se for do próprio agente.
Há 03 (três) condições qualificadoras do delito de DANO, elencadas no artigo 261 do
CPM, quando o crime é praticado:
1. com violência à pessoa ou grave ameaça;
2. com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais
grave;
3. por motivo egoístico ou com prejuízo considerável.
Pena - reclusão, até quatro anos, além da pena correspondente à violência.
Caro Policial Militar, saiba que há, também, o crime específico de dano a instalações e
instrumentos militares e com pena que pode chegar a até 12 anos de reclusão, conforme o
artigo 264 do CPM. Veja:
Art. 264. Praticar dano:
I - em aeronave, hangar, depósito, pista ou instalações de campo de aviação, engenho de guerra
motomecanizado, viatura em comboio militar, arsenal, dique, doca, armazém, quartel, alojamento
ou em qualquer outra instalação militar.
Art. 265. Fazer desaparecer, consumir ou extraviar combustível, armamento, munição, peças de
equipamento de navio ou de aeronave ou de engenho de guerra motomecanizado:
Pena - reclusão, até três anos, se o fato não constitui crime mais grave.
O crime do artigo 265 do CPM é bem cristalino. Portanto, nos cabe aqui sinalizar os mais
comuns no âmbito da justiça militar estadual que são o extravio de munição, armamento e
combustível.
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Desacato a superior
Desacato a militar
Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de natureza militar ou em razão dela.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro crime.
Como no artigo 298, o elemento objetivo do tipo é desacatar, ou seja, faltar como o
devido respeito, porém no artigo 299 o sujeito passivo é (qualquer militar) e o agente pode ser
qualquer pessoa (crime militar impróprio).
O requisito para que ocorra o delito é que o militar desacatado esteja no exercício de
função de natureza militar ou em razão dela.
Desobediência
➢ A desobediência pode ocorrer por ação (realizar ato diverso da ordem) ou omissão
(negando a fazer o que foi determinado).
➢ A ordem deve ser legal (em conformidade com o ordenamento jurídico e administrativo).
➢ O sujeito ativo age sem violência (caso contrário configuraria resistência art. 177 do
CPM).
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Peculato
Peculato-furto
§ 2º Aplica-se a mesma pena a quem, embora não tendo a posse ou detenção do dinheiro, valor
ou bem, o subtrai, ou contribui para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-
se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de militar ou de funcionário.
O peculato-furto é uma espécie de furto praticado por servidor público que tem facilidade
de acesso ao dinheiro ou bem móvel em razão da função, ou seja, não está na posse do dinheiro
ou bem móvel.
Assim como no caput a outra diferença entre o crime de furto e o de peculato-furto está
na pena aplicada, pois como o crime é cometido por um servidor público, a reprimenda estatal é
muito mais contundente, podendo chegar a até 15 anos de reclusão.
Concussão
Art. 305. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
A concussão é outro crime inerente a servidores públicos, onde para existência do delito
a conduta deve ser em razão da função. O elemento objetivo do tipo penal é (exigir) e não
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(receber), ou seja, o simples fato do servidor impor qualquer vantagem indevida para, por
exemplo, deixar de praticar algum ato de ofício, configura o crime.
Não há necessidade que o autor esteja de serviço, mas apenas que a exigência da
vantagem seja motivada por algum vínculo com a função pública.
Corrupção passiva
A corrupção passiva é conduta típica de agente público, que recebe vantagem indevida
ou aceita promessa de vantagem, em razão da função. Como no delito de concussão não há
necessidade de estar de serviço, bastando que a vantagem seja pertinente ao serviço que
exerce. A vantagem não se refere somente a dinheiro, mas qualquer uma possível, como por
exemplo uma troca de favores.
Corrupção ativa
Art. 309. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou vantagem indevida para a prática, omissão ou
retardamento de ato funcional.
Pena - reclusão, até oito anos.
Prevaricação
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
expressa disposição de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
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Condescendência criminosa
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito [livro eletrônico]/Hans Kelsen; tradução Cretella Jr. e
Agnes Cretella. - 9ª ed. rev. - São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2009
SILVA, Virgílio Afonso da. Direitos Fundamentais: conteúdo, restrições e eficácia. São Paulo:
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NEVES, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Penal Militar. Ed. Juspodivim. 5ª Ed. São
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MORAES, Reynaldo Zychan de. Os crimes militares e o inquérito policial militar: uma visão
prática – São Paulo: Livraria Científica Ernesto Reichmann, 2003
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