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DIREITO CONSTITUCIONAL

1- Direito de Propriedade (art. 5º, XXII e XXIII, da CF):

- É garantido o direito de propriedade. Antigamente era absoluto, o dono


poderia fazer o que quisesse com o seu imovel. É um direito fundamental
relativo, ou seja, o proprietário hoje não pode mais fazer o que quiser com a
propriedade. O proprietário tem uma obrigação social perante a sociedade.
O conceito genérico, no direito brasileiro, de direito de propriedade é o poder
jurídico concedido pela lei a algum para usar, gozar, dispor de um
determinado bem e de reavê-lo, de quem quer que injustamente o esteja
possuindo. Direito de propriedade é o direito que indivíduos ou organizações
têm de controlar o acesso a bens de que são titulares. O proprietário tem,
sobre sua propriedade, o direito de uso, prazer e disposição.

a- Função Social da Propriedade (art. 182 e 184, da CF):

- Dentro das cidades a função é diferente do imovel rural. O texto não é claro
em dizer o que é função social, mas dá algumas sugestões, e fica a cargo
das leis infraconstitucionais em dizer o que é. A função do imovel urbano, o
proprietário deve cuidar do terreno, fazer os muros, calçadas, cortar o mato,
evitar o acúmulo de dejetos, e deve ser edificada é utilizada (essas são as
regras)(art. 182, da CF), compete ao município. A função do imovel rural se
analisa a produtividade e a tutela ambiental, compete à União (art. 186, da
CF). Em relação ao imovel rural, diferente do imovel urbano, o texto
constitucional define claramente o que vem a ser função social, uma vez que,
em relação ao imovel urbano a constituição federal faz referência a lei
infraconstitucional (Lei 10.257/2001 - Estatuto das cidade - art. 5º). A função
social da propriedade é descrita no Inciso XXIII do Artigo 5º da Constituição
Federal de 1988. Nele, estão previstos direitos fundamentais, com objetivo de
assegurar uma vida digna, livre e igualitária a todos os cidadãos do país. A
função social da propriedade é um conceito jurídico aberto, o qual positiva o
interesse supra individual na propriedade privada, sem que esta perca seu
caráter individual de liberdade, mas relativizando-a em busca da igualdade
social, como princípio estruturante de nossa ordem jurídica. A propriedade
urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressa no plano diretor urbano, assegurando o
atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à
justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas, respeitadas
as diretrizes previstas no artigo 2º do Estatuto da Cidade (art. 182, parágrafo
3º, da Constituição de 1988, e respectiva regulamentação estabelecida no
Estatuto da Cidade, em seu artigo 39). No caso das propriedades rurais, por
sua vez, a função social é estabelecida no Estatuto da Terra, que é uma lei
federal. De acordo com essa legislação, a propriedade cumpre sua função
social quando é explorada de forma sustentável; utiliza adequadamente os
recursos naturais; e respeita a legislação trabalhista.

I- Função Social do Imovel Urbano:

- A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências


fundamentais de ordenação da cidade expressa no plano diretor urbano,
assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à
qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades
econômicas, respeitadas as diretrizes previstas no artigo 2º do Estatuto da
Cidade (art. 182, parágrafo 3º, da Constituição de 1988, e respectiva
regulamentação estabelecida no Estatuto da Cidade, em seu artigo 39).

II- Função Social do Imovel Rural:

- A função social da propriedade rural está disciplinada no artigo 186 da


Constituição Federal de 1988, onde o aproveitamento racional e adequado do
imóvel rural foi considerado como elemento necessário à observância da
função social que lhe deve ser inerente.

b- Desapropriação (art. 5º, XXIV da CF):

- A desapropriação pode se dar por necessidade (realização de serviço


público, terá indenização em dinheiro prévia), utilidade (para realizar
melhoramento do serviço público, terá indenização em dinheiro prévia) ou
interesse social (é vinculado à função social, é chamada de desapropriação
sanção, pois não cumpre a função social, mas não será mais em dinheiro ou
prévia, será por títulos previsto no art. 182, §4, III da CF o imovel urbano e o
art. 184, caput da CF do imovel rural), a desapropriação é perda total ou
parcial da propriedade, mas sempre o dono será indenizado em dinheiro,
indeterminável, pois deve ser justa, e deste modo o proprietário pode
questionar o valor, e deverá ser prévia, antes de tomar posse do imovel.
Desapropriação é o procedimento administrativo pelo qual o Poder Público ou
seus delegados, mediante prévia declaração de necessidade pública,
utilidade pública ou interesse social, impõe ao proprietário a perda de um
bem, substituindo-o em seu patrimônio por justa indenização. Desapropriação
é a transferência compulsória da propriedade para o poder público com
fundamento em utilidade pública, necessidade pública ou interesse social,
mediante prévia e justa indenização em dinheiro.
c- Requisição da Propriedade (art. 5º, XXV da CF):

- É um estatuto emergencial, é de último caso, nesse caso não se indeniza, só


irá indenizar se houver dano. É o empréstimo da propriedade particular para
o ente público no caso de perigo público. A requisição administrativa é uma
forma extrema de intervenção do Estado na propriedade privada, pois
possibilita ao Poder Executivo, unilateralmente e sem a necessidade de
mediação por parte do Poder Judiciário, fazer uso de bens e serviços
particulares, de modo imediato e compulsório, com indenização posterior ao
privado afetado. A requisição pode ser civil ou militar e podem recair sobre
bens móveis, imóveis e serviços, ou seja, é a utilização coativa de bens ou
serviços particulares pelo Poder Público, por ato de execução imediata e
direta da autoridade requisitante.

d- Pequena Propriedade Rural:

- O que é propriedade rural está na lei infraconstitucional, é uma garantia para


sua pequena propriedade rural de uma família, não pode ser penhorada.
Portanto, pequena propriedade rural é aquela com área entre 1 (um) e 4
(quatro) módulos fiscais, comprovadamente trabalhada pela família e sendo a
sua única fonte de sobrevivência, não podendo ser objeto de penhora. Esse
tem sido o atual e amplo entendimento da justiça brasileira.

e- Expropriação do Direito de Propriedade:

- É a retirada do direito de propriedade, mas que nunca será indenizada, pois


está falando de um crime dentro da propriedade. Desapropriação é o ato
involuntário de perda da propriedade privada, por intervenção do Poder
Público, fundado em necessidade pública, utilidade pública ou interesse
social, adquirindo-o, mediante prévia e justa indenização. A constituição trata
de limitar a desapropriação aos casos em que houver necessidade pública,
utilidade pública ou interesse social. Além disso, ela deve ocorrer mediante
indenização prévia e justa que deve ser paga em dinheiro, ressalvados os
casos previstos na lei maior.

f- Direito à Propriedade Intelectual:

- Propriedade Intelectual é o conceito relacionado com a proteção legal e


reconhecimento de autoria de obra de produção intelectual tais como
invenções, patentes, marcas, desenhos industriais, indicações geográficas e
criações artísticas e garante ao autor o direito, por um determinado período,
de explorar economicamente sua própria criação. A Constituição Federal
brasileira de 1988 consagra, nos incisos XXVII, XXVIII e XXIX do art. 5o, a
propriedade intelectual entre o rol das garantias fundamentais do homem, no
contexto da inviolabilidade da propriedade, como cláusula imodificável.

2- Direito de Segurança:

- O art. 6º da Constituição Federal de 1988 observou-se o direito à segurança


como um direito social, sendo um direito fundamental e indissociável do
conceito contemporâneo de dignidade da pessoa humana, logo,
imprescindível ao desenvolvimento de cada indivíduo e compondo o ideário
de mínimo existencial. Constituição de 1988 em seu art. 144. A segurança
pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para
a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio.

a- Segurança Jurídica (Devido Processo Legal - CF, art. 5º, LIV):

- Relação da CF da Lei 13.105. Tem alguns Princípios informadores, que


partem do devido processo legal (art. 5º, LIV da CF). Sendo os princípios do
acesso à justiça (art. 5º XXXV) tendo de exceção o artigo 217 da CF (justiça
desportiva é por via administrativa para se resolver); Proporcionalidade;
Ampla Defesa e Contraditório (art. 5º, LV da CF); Juiz Natural (art. 5º,
XXXVII, LIII da CF); Princípio da Legalidade (art. 5º, II da CF). Deve existir
provas, perícias, documentos e testemunhas para comprovar o pedido.
Segurança jurídica é o princípio de previsibilidade e coerência na aplicação
das leis sobre os ambientes de negócios, garantindo aos investidores e
empresas um cenário mais previsível, razoável e estável para maior
segurança entre as relações de negócios. O princípio da segurança jurídica
ou da estabilidade das relações jurídicas impede a desconstituição
injustificada de atos ou situações jurídicas, mesmo que tenha ocorrido
alguma inconformidade com o texto legal durante sua constituição.

I- Devido Processo Legal:

- É o princípio que assegura a todos o direito a um processo com todas as


etapas previstas em lei e todas as garantias constitucionais. Se no processo
não forem observadas as regras básicas, ele se tornará nulo. É considerado
o mais importante dos princípios constitucionais, pois dele derivam todos os
demais.

II- Acesso à Justiça:


- Acesso à Justiça ou mais propriamente acesso à ordem jurídica justa
significa proporcionar a todos, sem qualquer restrição, o direito de pleitear a
tutela jurisdicional do Estado e de ter à disposição o meio
constitucionalmente previsto para alcançar esse resultado. O princípio
constitucional do acesso à justiça é um direito fundamental previsto no inciso
XXXV do Artigo 5º da Constituição Federal de 1988, nossa atual constituição.
Este direito garante a todos os brasileiros a possibilidade de acesso ao Poder
Judiciário e à Justiça.

III- Proporcionalidade:

- O princípio da proporcionalidade é considerado um princípio implícito da


Constituição Federal, sendo uma decorrência do Estado de Direito e,
portanto, o limite da atuação estatal no que tange ao exercício do poder de
restringir direitos, principalmente, direitos e garantias fundamentais.

IV- Ampla Defesa e Contraditório:

- O contraditório é o momento em que o acusado enfrenta as razões postas


contra ele. A ampla defesa por sua vez é a oportunidade que deve ter o
acusado de mostrar suas razões. No contraditório, o acusado procura
derrubar a verdade da acusação e na ampla defesa ele sustenta a sua
verdade. O princípio do contraditório e da ampla defesa decorre do art. 5º,
LV, da Constituição Federal, que determina que “aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

V- Juiz Natural:

- O princípio do juiz natural consagrado em todas as constituições brasileiras,


exceto na de 1937 constitui uma garantia de limitação dos poderes do
Estado, que não pode instituir juízo ou tribunal de exceção para julgar
determinadas matérias nem criar juízo ou tribunal para processar e julgar um
caso específico. Segundo a doutrina, o princípio do juiz natural se refere à
existência de juízo adequado para o julgamento de determinada demanda,
conforme as regras de fixação de competência, e à proibição de juízos
extraordinários ou tribunais de exceção constituídos após os fatos.

VI- Princípio da Legalidade:

- O princípio da legalidade no direito brasileiro. No direito positivo brasileiro, o


princípio da legalidade foi consagrado desde a Constituição Imperial, de
1824, cujo art. 179, I, já determinava que nenhum cidadão pôde ser obrigado
a fazer, ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de Lei.

VII- Irretroatividade das Leis:

- A regra adotada pelo ordenamento jurídico é de que a norma não poderá


retroagir, ou seja, a lei nova não será aplicada às situações constituídas
sobre a vigência da lei revogada ou modificada (princípio da irretroatividade).

3- Direitos Sociais:

- De modo geral, os direitos sociais estão ligados a direitos mínimos que


garantem o bem-estar e a qualidade de vida do indivíduo. Eles não se
dissociam dos direitos da personalidade como forma de assegurar a
dignidade da pessoa humana. Art. 6º São direitos sociais a educação, a
saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

a- Direitos Prestacionais:

- Direitos prestacionais derivados são aqueles que os cidadãos usufruem e


participam na medida em que institucionalizados pelo Poder Público,
principalmente por meio de concretização legislativa. Direitos prestacionais
derivados são aqueles que os cidadãos usufruem e participam na medida em
que institucionalizados pelo Poder Público, principalmente por meio de
concretização legislativa.

b- Normas Constitucionais de Eficácia Limitada:

- As normas constitucionais de eficácia limitada são aquelas que dependem de


uma regulamentação e integração por meio de normas infraconstitucionais.
Importante ponderar, ademais, tal como visto no tópico II do presente
trabalho, que essas normas constitucionais limitadas não são totalmente
despidas de eficácia.

c- Direitos de Textura Aberta:

- A teoria da textura aberta do direito, de Hart, identifica a existência de casos


difíceis (conflitos reais de normas jurídicas), em que a autoridade competente
deve exercer um poder discricionário para criar o direito, balizado pela
proporcionalidade.

d- Mínimo Existencial:

- Mínimo existencial é o conjunto básico de direitos fundamentais que


assegura a cada pessoa uma vida digna, como saúde, alimentação e
educação. Portanto, aquele que não tenha condições por si só ou por sua
família de sustentar-se deverá receber auxílio do Estado e da sociedade.

e- Reserva do Possível:

- O Princípio da Reserva do Possível ou Princípio da Reserva de Consistência


é uma construção jurídica germânica originária de uma ação judicial que
objetivava permitir a determinados estudantes cursar o ensino superior
público embasada na garantia da livre escolha do trabalho, ofício ou
profissão. O Princípio da Reserva do Possível consiste em uma falácia
decorrente de um Direito Constitucional Comparado equivocado, na medida
em que a situação social brasileira não pode ser comparada àquela dos
países membros da União Europeia (máxima do Princípio da Igualdade
Material).

4- Direito da Nacionalidade (art.12, CF):

- Nacionalidade é um vinculo jurídico-político que liga um individuo a um


determinado Estado, ao passo que, integrando ao povo, adquirindo direito e
obrigações. O direito de nacionalidade, ou seja, a possibilidade do indivíduo
estar inserido em um Estado significa a ligação, de caráter jurídico e político,
que une a pessoa a este Estado determinado colocando-a dentro da sua
dimensão pessoal, lhe conferindo os direitos de proteção e impondo-lhe os
deveres advindos desta ordem estatal.

a- Brasileiro Nato (CF, art. 12 [cargos], § 3º; art. 89, VII [funções];
art. 222 [meios televisivos]; art. 5º, LI [extradição]):

- É o caso da nacionalização. É o brasileiro que nasce no território brasileiro ou


no exterior. Consideram-se brasileiros natos, aqueles que mesmo tendo
nascido no território estrangeiro sejam filhos de pai ou mãe brasileiros e
qualquer deles esteja a serviço do Brasil, seja na administração pública direta
ou indireta. O brasileiro nato é aquele que possui a nacionalidade brasileira
originária, a qual foi adquirida pelo fato natural do nascimento. Há duas
formas de enquadramento neste tipo de aquisição de nacionalidade: o critério
sanguíneo (jus sanguinis) e o territorial (jus soli).

b- Brasileiro Naturalizado (art.12, II, CF):

- É o caso da naturalização, sendo diferente para o estrangeiro de um país


com língua portuguesa. A Constituição Federal proíbe a distinção entre
brasileiros natos e naturalizados por meio de lei, conforme dispõe o artigo art.
12, 2º: A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. É o ato pelo qual
uma pessoa adquire voluntariamente a nacionalidade brasileira, desde que
atenda aos requisitos estabelecidos em lei, decreto e normas correlatas.

I- Naturalização Tácita:

- Por outro lado, a naturalização tácita independe de requerimento ou qualquer


manifestação do indivíduo, sendo adquirida por meio de lei especial, de
caráter geral. Sendo assim, entende-se por naturalização tácita aquela
concedida de ofício pelo Estado a todos que atendem a determinados
requisitos. Os estrangeiros, de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil
há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal poderão se
naturalizar brasileiros, desde que requeiram a naturalização, tendo em vista
que esta não pode se dar de forma tácita ou automática. Art. 12, § 1º.

II- Naturalização Expressa:

- Essa naturalização está prevista no artigo 12, II, “b”, que prevê que qualquer
estrangeiro que residir por mais de 15 anos ininterruptos no Brasil e não
sofreu nenhuma condenação penal poderá solicitar a nacionalidade
brasileira. De plano, a naturalização se revela como forma derivada de
aquisição de nacionalidade. É ato pelo qual o cidadão de um determinado
Estado abdica a sua nacionalidade de origem, para abraçar a do país onde
vive. Trata-se de ato unilateral e discricionário do Estado.

i- Ordinária:

- A naturalização poderá ser expressa ordinária ou extraordinária. Nesse


diapasão, a naturalização expressa ordinária é aquela que decorre de um ato
discricionário, ou seja, mesmo que sejam cumpridos todos os requisitos
exigidos pela lei ela ainda poderá ser negada. A naturalização para
estrangeiros no Brasil na modalidade ordinária é concedida para aquele
indivíduo que comprovar: Ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
Residência no país, pelo prazo mínimo de quatro anos (mas pode ser
reduzido, como explicamos abaixo).

ii- Extraordinária:

- A naturalização extraordinária será concedida a pessoa de qualquer


nacionalidade que tenha fixado residência no território nacional há mais de 15
anos ininterruptos e sem condenação penal, ou já reabilitada na forma da
legislação vigente.

c- Perda da Nacionalidade (art. 12, § 4º, CF):

- Pode haver a perda. Está prevista em um acordo internacional também. A


perda da nacionalidade brasileira surtirá efeitos a partir da publicação da
portaria declaratória do Ministro da Justiça e Segurança Pública no Diário
Oficial da União. Após a publicação do ato, o interessado será considerado,
para todos os efeitos, estrangeiro perante o Estado brasileiro. De
reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; de imposição
de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis.

d- Ação de Cancelamento da Naturalização (art. 12, § 4º, a, CF):

- Vai ser através do judiciário. Não pode ser naturalizado novamente. Deve ser
um crime contra o país, e vai ser processado e julgado na justiça federal, e
pode acarretar a perda da nacionalidade, mas pode haver a ação rescisória
para tentar reverter a situação, mas não haverá a naturalização. Se dá
somente ao naturalizado. O processo para cancelamento da naturalização
será da atribuição do Juiz de Direito competente para os feito da União, do
domicílio do naturalizado, e iniciado mediante solicitação do Ministro da
Justiça e Negócios Interiores, ou representação de qualquer pessoa.

e- Naturalização Voluntária:

- É exclusivo da brasileiro nato, se for forçado ele não perderá sua


nacionalidade, mas se o sujeito abrir mão, ele perdera a nacionalização, mas
pode requerer a nacionalidade originária de volta para o ministro da justiça.
Conforme já explicado, a naturalização voluntária não prevista nas exceções
do artigo 12, parágrafo 4º, inciso II, b, da Constituição Federal de 1988, por si
só, acarreta a perda da nacionalidade brasileira, uma vez que o mero
requerimento da nacionalidade estrangeira é entendido como ato de vontade
formalmente manifestada. De acordo com a legislação atual, perde a
nacionalidade o brasileiro que tiver cancelada sua naturalização por sentença
judicial em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; ou que adquirir
outra nacionalidade, salvo nos casos de reconhecimento de nacionalidade
originária pela lei estrangeira e de imposição de naturalização ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis.

f- Imigração (Lei 13.445/17):

- A imigração é o processo de entrada de um indivíduo em um determinado


território. Ela se dá por motivações econômicas, políticas, culturais e naturais.
No geral, os imigrantes buscam por meio desse processo uma melhor
condição de vida. Os deslocamentos populacionais fazem parte da história da
humanidade. A Lei de Migração tornou o Brasil um vanguarda na proteção
dos direitos dos migrantes, assegurando em seu bojo a aplicação dos direitos
constitucionais fundamentais, e sobretudo, os direitos humanos, inovando no
tratamento humanitário aos imigrantes, evitando sua criminalização,
xenofobia ou qualquer forma discriminatória.

g- Deportação (art. 50, Lei 13.445/17):

- Regularmente pode voltar. Retirada do extrangeiro que entra no país


ilegalmente, ato do presidente, unilateral. É por ato administrativo. A
deportação é a devolução compulsória, ao Estado de sua nacionalidade ou
procedência, de um estrangeiro que entra ou permanece irregularmente no
território de outro Estado. A deportação é meio de devolução do estrangeiro
ao exterior, em caso de entrada ou estada irregular no estrangeiro, caso este
não se retire voluntariamente do território nacional no prazo fixado, para o
país de origem ou outro que consinta seu recebimento.

h- Expulsão (art. 54, Lei 13.445/17):

- É mais grave, é quando o sujeito comete um crime no país estrangeiro. Não


cabe recurso. Volta para o seu país. Começa por medida administrativa
discricionária e posteriormente vai para o judiciário, é ato discricionário, o
presidente avalia se a situação é unilateral. Expulsão é o ato administrativo
que obriga o estrangeiro a sair do território de um Estado e o proíbe de a ele
retornar. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma,
atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a
tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo
procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.

i- Extradição (art. 81, Lei 13.445/17; art. 5º, CF):

- É bilateral, presidente e STF analisam. Só brasileiro naturalizado poderá ser


extraditado e os estrangeiros. Um país solicita a outro para que um indivíduo
seja preso e mandado para o país que solicitou, mas só se permite quando
tem tratado entre os países. Tem que ser crime nos dois países. O STF
avalia os pedidos de extradição. Não pode ser extraditado (art. 96, Lei
13.445/17) o brasileiro nato ou pelos crimes políticos de opinião e deve ser
crime nos dois países e extinção da punibilidade e proporção das penas
(perpétua e de morte). A extradição é considerada pelo Direito Brasileiro, ato
solene de cooperação penal entre países, que consiste na entrega de uma
pessoa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que a
reclama. Art 5º, LI, CF – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou
de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei.

j- Quase Nacionalidade (Portugues Equiparado):

- É o direito que chamamos de quase nacionalidade, os portugueses terão os


mesmos direitos do brasileiro naturalizado sem deixar de ser português e
assim valendo também para os brasileiros que passam a gozar de direitos do
português naturalizado sem deixar de ser brasileiro. Esse nacional português
terá os mesmos direitos do brasileiro naturalizado, mesmo tem ter obtido a
naturalização, desde que haja reciprocidade de tratamento para os brasileiros
em Portugal. A isso se chama de cláusula do ut des (cláusula de
reciprocidade).

k- Diferença Entre Brasileiros Natos e Naturalizados:

- Os brasileiros naturalizados são aqueles que não são considerados


brasileiros natos, porém, adquiriram, de forma derivada, o direito à cidadania
brasileira. É importante salientar que este tipo de nacionalidade é
conquistada através do pedido do estrangeiro, não havendo, assim, a
naturalização automática ou tácita.

I- Cargos Privativos:
- Art. 12, § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e
Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal
Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas; VII -
de Ministro de Estado da Defesa.

II- Quanto à Função:

- Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente


da República, e dele participam: VII - seis cidadãos brasileiros natos, com
mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente
da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara
dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.

III- Propriedade de Empresa Jornalística e Radiodifusão:

- Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de


sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de
dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sede no País.

IV- Extradição:

- Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime


comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

4- Direitos Políticos:

- Os direitos políticos se referem a um conjunto de regras constitucionalmente


fixadas, referentes à participação popular no processo político. Dizem
respeito, em outras palavras, à atuação do cidadão na vida pública de
determinado país. Os direitos políticos estão previstos, basicamente, nos
arts. 14, 15 e 16 da Constituição da República. São direitos fundamentais que
caracterizam o regime democrático, destacando a participação popular na
formação da vontade do Estado.

a- Cidadania:

- A cidadania, na Constituição brasileira, tem um sentido amplo, equivalente a


todos os direitos e obrigações decorrentes da nacionalidade, bem como um
sentido estrito referente à participação no governo. No sentido amplo é
preciso, pois, examinar sua expansão no campo econômico e social.

b- Direito de Participação:

- Temos direitos políticos de participar votando e sendo votados, mas também


temos o dever de participar da vida política. O direito de voto é tão importante
que a Constituição impede sua supressão, e ele não pode nem sequer ser
objeto de emenda constitucional.

c- Plebiscito:

- O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou


administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe
tenha sido submetido. Assim, podemos dizer que plebiscito é uma consulta
ao povo antes de uma lei ser constituída, de modo a aprovar ou rejeitar as
opções que lhe são propostas; o referendo é uma consulta ao povo após a lei
ser constituída, em que o povo ratifica ("sanciona") a lei já aprovada pelo
Estado ou a rejeita.

d- Referendo:

- Referendo (do latim referendum) é um instrumento da democracia semidireta


por meio do qual os cidadãos eleitores são chamados a pronunciar-se por
sufrágio direto e secreto sobre determinados assuntos de relevante interesse
à nação. O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou
administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.

e- Iniciativa Popular:

- A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos


Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos
por cento dos eleitores de cada um deles. O conceito de iniciativa popular
corresponde ao direito constitucionalmente previsto que permite aos cidadãos
apresentarem projeto de lei e, a partir de então, iniciarem o processo
legislativo. Este instrumento poderá ser aplicado para aprovar normas nas
esferas municipal, estadual ou federal.

I- Lei Federal:
- A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos
Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos
por cento dos eleitores de cada um deles.

II- Lei Ordinária ou Complementar:

- Os cidadãos podem apresentar projeto de Lei Ordinária e Lei Complementar


em relação a qualquer matéria (excetuadas aquelas da competência
privativa).

III- Congresso Nacional:

- A iniciativa popular é forma de exercício direto do poder pelo povo,


inaugurada com o advento da Constituição Federal de 1988. A partir de
então, torna-se possível a deflagração de um processo legislativo sem a
figura de um representante no Congresso Nacional.

f- Direito de Sufrágio:

- A doutrina clássica denomina como sufrágio o poder que se reconhece a


determinado número de pessoas (cidadãos) para participar direta ou
indiretamente da soberania de um país. Trata-se de um direito público
subjetivo inerente ao cidadão que se encontre em pleno gozo de seus direitos
políticos. Já o voto caracteriza-se como exercício do sufrágio, pois é a
exteriorização do sufrágio, ou seja, quando o eleitor se dirige à seção eleitoral
e exerce o ato de votar, materializado está o sufrágio.

I- Alistabilidade (Ativa=Votar):

- Quando falamos de alistabilidade estamos nos referindo a toda pessoa que


tem capacidade para ser eleitor e assim votar.

II- Elegibilidade (Passiva=Ser Votado):

- Já a elegibilidade tem relação com quem pode ser eleito.

g- Características do Voto:
- As características mais importantes do voto estão elencadas no art. 60 , § 4º ,
inciso II da Constituição Federal , a qual trata dessas características como
cláusulas pétreas, sendo elas.

I- Direto:

- Voto é Direto ou seja, o cidadão vota diretamente no seu candidato, sem


intermediários.

II- Universal:

- Voto é universal é dever de todos os cidadãos.

III- Periódico:

- Voto é Periódico devem ser criadas condições que possibilitem que o desejo
dos cidadãos na escolha de seus representantes seja oferecido de tempos
em tempos.

IV- Secreto:

- O voto é secreto garante a impossibilidade de ser revelado em quem o eleitor


votou.

V- Personalíssimo:

- O eleitor não pode delegar seu direito de votar a outra pessoa. A capacidade
eleitoral passiva (direito de ser votado) pode ser exercida, a princípio, com o
preenchimento de certos requisitos (condições de elegibilidade) fixados pela
Constituição.

VI- Igual:

- Todos são iguais. Igualdade.

VII- Liberdade:

- Todos podem escolher quem mais lhe agrada.

g- Capacidade Eleitoral Ativa:


- A capacidade eleitoral ativa é definida pelo Glossário Eleitoral como o
reconhecimento legal da qualidade de eleitor no tocante ao exercício do
sufrágio. Assim, eleitor é o cidadão brasileiro, devidamente alistado na forma
da lei, no gozo dos seus direitos políticos e apto a exercer a soberania
popular, consagrada no artigo 14 da Constituição Federal, por meio do
sufrágio universal, pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e
mediante os instrumentos de plebiscito, referendo e iniciativa popular das
leis.

I- Obrigatória:

- De acordo com a Constituição Federal, o alistamento eleitoral e o voto são


obrigatórios para os maiores de 18 anos.

II- Facultativa:

- Facultativos para os analfabetos, os que têm 16 e 17 anos e os maiores de


70 anos.

III- Proibitiva:

- A Constituição só proíbe de se alistar como eleitor os estrangeiros e os


conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório.

h- Capacidade Eleitoral Passiva:

- O Glossário Eleitoral define capacidade eleitoral passiva como a


susceptibilidade de ser eleito. Para ser candidato, além de ser eleitor e estar
em dia com as suas obrigações eleitorais, o cidadão tem de cumprir várias
condições de elegibilidade e não pode incorrer em nenhuma situação de
inelegibilidade.

I- Condições:

- A Constituição Federal, em seu artigo 14, determina como condições de


elegibilidade: a nacionalidade brasileira; o pleno exercício dos direitos
políticos; o alistamento eleitoral; o domicílio eleitoral na circunscrição e a
filiação partidária. Os inalistáveis e os analfabetos não podem concorrer a
cargo eletivo.
II- Inelegibilidade Absoluta:

- A inelegibilidade absoluta está relacionada a características pessoais,


atingindo todos os cargos eletivos e não podendo, ser afastada por meio da
desincompatibilização. Por seu caráter excepcional, apenas a própria
Constituição pode rever tais hipóteses , como o faz em relação aos
inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e aos analfabetos, de acordo com o
artigo 14, 4º, ex vi : CF/88, Art. 14, 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os
analfabetos.

III- Inelegibilidade Relativa:

- As inelegibilidades relativas em razão do cargo ou em razão do parentesco


estão relacionadas à chefia do Poder Executivo, podendo ser afastadas
mediante desincompatibilização (Artigo 14, 6º a 8º). Além de tais hipóteses, a
Constituição impõe restrições aos militares (artigo 14, 8º) e determina a
criação, por lei complementar, de outros casos de inelegibilidade visando à
proteção da probidade administrativa, da moralidade para exercício de
mandato considerada vida pregressa do candidato, e da normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso
do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta
(art. 14, 9º). O artigo 1º da LC 64/1990 estabelece as outras hipóteses de
inelegibilidade. CF/88

i- Impugnação de Mandato Eletivo:

- Contestar o mandato por não ter seguido os requisitos previstos em lei. Ação
de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) encontra a sua legitimidade
constitucional no art. 14, §§ 10 e 11, da Constituição Federal de 1988, que
define a possiblidade de impugnação do mandato, perante à Justiça Eleitoral,
tendo a impugnação como base provas de abuso de poder econômico,
corrupção ou fraude. O seu procedimento foi definido nos arts. 3 a 16, da Lei
Complementar nº 64/1990 (OLIVIERI FILHO, 2017). A principal finalidade da
AIME, ao nosso sentir, reside na defesa dos interesses difusos do eleitor, que
foram manipulados no exercício do voto, votando num processo eleitoral
impregnado por fraude, corrupção e abusos, onde o mandamento nuclear do
voto, como princípio fundamental da soberania popular e político-
constitucional, é nulo de pleno direito, conforme dispõe o art. 175, § 3º, do
Código Eleitoral, porque o responsável pelas práticas ilícitas é considerado
inelegível, e os votos atribuídos aos candidatos inelegíveis são
essencialmente nulos de pleno direito (ROMAYANA, 2005).
j- Cassação dos Direitos Políticos:

- A cassação de direitos políticos de um indivíduo é vedada pela Constituição


Federal, de acordo com o artigo 15. Só pode haver perda ou suspensão dos
direitos políticos e nunca a sua cassação. Cassação é uma punição que tolhe
ao condenado o direito de ocupar um cargo público e de ser eleito a qualquer
outra função por um determinado período de tempo.

k- Perda dos Direitos Políticos:

- A perda dos direitos políticos configura a privação dos mesmos e ocorre nos
casos de cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado
e recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos
termos do art. 5°, VIII, da Constituição Federal. A perda tem um prazo
indeterminado. Quando cancelada a naturalização, mediante ação para
cancelamento da naturalização - art. 12, 4º CF - ajuizada pelo MP Federal,
sendo cabível em caso de atividade nociva ao interesse nacional e aquisição
voluntária de outra nacionalidade, via de regra, quem se naturaliza perde a
nacionalidade originária. É possível readquirir os direitos políticos.

l- Suspensão dos Direitos Políticos:

- A suspensão dos direitos políticos se dará nas seguintes hipóteses:


incapacidade civil absoluta; condenação criminal com trânsito em julgado,
enquanto durarem seus efeitos; improbidade administrativa. 2.2.1,
Incapacidade Civil Absoluta. A suspensão tem prazo determinado.
incapacidade civil absoluta - adquirida novamente a capacidade, retoma os
direitos políticos, condenação por improbidade administrativa, condenação
penal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. Independe da
prisão do condenado. É possível readquirir os direitos políticos.

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