Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. DIREITO DE PROPRIEDADE
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade
Art. 5º, XXIV ‐ a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição.
Art. 5º, XXV ‐ no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar
de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano.
Art. 5º, XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada
pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
Art. 5º, XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário
para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das
marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
1.1. Introdução
A atual proteção à propriedade (art. 5º XXII, e art. 170, II, da CR/88) é abrangente,
incluindo o patrimônio e sob esse título os direitos reais, os direitos pessoais e as
propriedades literárias e artísticas, as invenções e as descobertas. Mas a noção de
patrimônio inclui ainda o conjunto, não apenas de direitos, mas ainda de obrigações de
um indivíduo. Coligado também ao direito de propriedade está a proteção constitucional à
herança (art. 5º , XXX, da CR/88).
Mas, como o direito de propriedade não poderá, por óbvio, ser considerado
absoluto, as relativizações trazidas pela Constituição Federal serão apresentadas nos
itens a seguir, por intermédio de comentários referentes à função social da propriedade
(art. 5°, XXIII), à desapropriação (art. 5º, XXIV), à requisição (art. 5º, XXV, da CF/88), e à
expropriação (art. 243, CF/88).
https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/06/info-865-stf.pdf
Porém, nos termos do informativo 851 do STF, para que haja a sanção do art. 243
da CR/88, não se exige a participação direta do proprietário no cultivo ilícito. No entanto,
apesar disso, trata-se de medida sancionatória, exigindo-se algum grau de culpa para
sua caracterização. Assim, mesmo que o proprietário não tenha participado diretamente,
mas se agiu com culpa, deverá ser expropriado. O fundamento aqui é o de que a função
social da propriedade gera para o proprietário o dever de zelar pelo uso lícito do seu
imóvel, ainda que não esteja na posse direta.
https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/02/info-851-stf.pdf
2) social: ótica que implica na obediência das normas referentes às relações de trabalho,
visando essencialmente o bem-estar dos envolvidos na atividade;
Por outro lado, a propriedade urbana cumprirá sua função social quando atender às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor (art. 182, §
2º, CF/88). A propósito, o plano diretor –aprovado pela Câmara Municipal e obrigatório em
cidades com mais de vinte mil habitantes –, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana, conforme enuncia o art. 182, § 1º, CF/88.
A Constituição, em seu art. 182, § 4º, CF/88, faculta ao Poder Público municipal,
mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei
federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que
promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
Por fim, vale deixar firmado que, nada obstante a importância da função social da
propriedade, o seu descumprimento não justifica invasões clandestinas, revestidas de
caráter ilícito, que nada mais são do que atos atentatórios ao Estado de Direito. Assim,
não se pode admitir que movimentos ditos “sociais” (normalmente marcados pelo
emprego arbitrário da violência) se substituam ao Estado na definição das consequências
da desobediência à exigência constitucional do atendimento à função social.
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
Dispositivos constitucionais: Artigos 5º, XXIII e 182, §2º e Dispositivos constitucionais: Artigos 5º, XXIII, 186 e 184
4º da CF da CF
Requisitos da função social: atender às exigências Requisitos da função social: sob o aspecto econômico,
fundamentais de ordenação da cidade expressas no social e ecológico
plano diretor
1. Aproveitamento racional e adequado
Consequência para o descumprimento da função social: Consequência para o descumprimento da função social:
PARA FIXAR
Comentário:
Em razão da previsão dos incisos XXII e XXIII do art. 5º, pode marcar este item
como correto.
[CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - Advogado Júnior] Nos termos da Constituição
de 1988, o direito de propriedade é um direito:
Comentário:
Você bem sabe, caro aluno, que a propriedade representa um direito individual.
Todavia, não é absoluto, aliás, como costuma acontecer com os demais direitos e
garantias individuais. A relatividade de tal direito fica evidente quando nos
lembramos do inciso XXII do art. 5o, que determina ao proprietário o necessário
respeito à função social.
1.3 Limitações ao direito de propriedade
https://youtu.be/G6wNSQuR4Vc
1.3.1. Desapropriação
https://youtu.be/Er5s0oxJFdA
Não há dúvida, estimado aluno, que a desapropriação é uma maneira bastante
agressiva de o Estado intervir no direito de propriedade. No entanto, é a forma que o
Poder Público tem para vencer eventuais obstáculos à efetivação de obras e serviços de
interesse da coletividade, como por exemplo a construção de um viaduto, de uma rodovia,
ou até mesmo a criação de uma reserva ambiental.
Uma vez que não há nenhum título anterior, ou seja, adquire-se o bem
independentemente de qualquer situação jurídica prévia, a desapropriação é considerada
uma forma originária de aquisição da propriedade. Assim, “o bem expropriado ingressa no
domínio público livre de ônus, gravames ou relações jurídicas, de natureza real ou
pessoal, que eventualmente o atinjam”.
1) necessidade pública,
2) utilidade pública ou
3) interesse social.
(a) As desapropriações para política urbana (art. 182, §4º, III, CF/88). Se o imóvel urbano
não cumprir sua função social, poderá o Município exigir o parcelamento ou edificação
compulsórios e, não sendo tal medida satisfatória, poderá o ente federado determinar a
cobrança de IPTU progressivo no tempo. Todavia, se nenhum dos dois procedimentos for
suficiente para desembaraçar o problema, a Constituição autoriza que o Município adote a
medida enunciada no inciso III, a saber: a desapropriação mediante pagamento por meio
de títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com
prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados
o valor real da indenização e os juros legais.
(b) As desapropriações para reforma agrária (art. 184, CF/88). Nesse caso, é de
competência exclusiva da União desapropriar o imóvel rural que não esteja cumprindo
sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
segundo ano de sua emissão. Diga-se, ainda, que as benfeitorias úteis e necessárias
serão indenizadas em dinheiro (art. 184, § 1º, CF/88), enquanto as voluptuárias integrarão
os títulos da dívida agrária.
PARA FIXAR
Comentário:
O item caminhava muito bem. No entanto, será considerado falso em razão da parte
final. Isso porque o inciso XXIV do art. 5º determina que tais ressalvas deverão
estar previstas na Constituição, e não em lei.
d) precatórios judiciais.
Comentário:
Comentário:
A letra ‘e’ é a tradução exata do inciso XXIV do art. 5º, sendo, portanto, nossa
resposta.
1.3.2. Requisição
Existem duas modalidades de requisição: a civil (art. 5º, XXV, CF/88) e a militar
(art. 139, VII, da CF/88). Em nenhuma delas teremos a perda da propriedade (supressão
de domínio), mas, tão somente, o uso do bem pelo Estado no intuito de atender o
interesse público.
A requisição terá lugar em situações de urgência, nas quais o Poder Público não
tem tempo suficiente para a adotar outras providências alternativas que não dependam da
interferência nos bens particulares.
Se por acaso, com tal postura, o Estado gerar danos, terá que pagar uma
indenização. Do contrário, não tendo ocorrido qualquer avaria ao bem utilizado, a
indenização não será necessária.
DESAPROPRIAÇÃO REQUISIÇÃO
Limitação ao direito de propriedade Limitação ao direito de propriedade
Permanente Temporária
Indenização prévia Indenização ulterior, se houver dano
Justa indenização obrigatória Não há obrigatoriedade na indenização
Não tem caráter de urgência, salvo na Ocorre diante de iminente perigo
desapropriação por necessidade pública
Espécies: necessidade pública, utilidade Civil: artigo 5º, XXV, CF
pública, interesse social: função social, Militar: artigo 139, VII, CF
reforma agrária
Existindo na modalidade civil (art. 5º, XXV, CF/88) e na militar (art. 139, VII, da CF/88), na
requisição não se fala em perda da propriedade (supressão de domínio), mas apenas em uso do
bem pelo Estado visando atender o interesse público.
Trata-se de situação de urgência em que o Poder Público não tem tempo suficiente para a adoção
de providências alternativas que não dependam da interferência nos bens particulares. O Estado
precisa da propriedade privada, a utiliza (de forma compulsória) e a devolve ao proprietário logo
após a ação. Caso o uso acarrete danos, há de ser fixada uma indenização. Caso contrário, não
tendo ocorrido qualquer avaria ao bem utilizado, a indenização não se faz necessária. Vê-se, pois,
que é em razão da necessária comprovação de existência de dano, que a indenização será sempre
posterior.
(...)
O instituto da requisição administrativa foi bastante debatido no ano de 2020, durante o combate
à pandemia da Covid-19. O STF se pronunciou sobre o tema na ADI 6362 (julgada em
setembro/2020), determinando que os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios
podem, no exercício de suas competências constitucionais, decretar a requisição administrativa
prevista na Lei no 13.979/2020. Assim, restou firmado pela nossa Corte Suprema que os gestores
locais de saúde (secretarias estaduais e municipais, por exemplo) façam as requisições de bens e
serviços (como a utilização de leitos de UTIs de hospitais privados, dentre outros recursos) mesmo
sem autorização do Ministério da Saúde. Um dos fundamentos centrais utilizados pelo STF foi o de
que constitui competência comum da União, Estados, DF e Municípios “cuidar da saúde e
assistência pública” (art. 23, II) – o que significa que a defesa da saúde é atribuição de todas as
unidades federadas, que será efetivada sem que os entes dependam da autorização de outros
níveis governamentais para levá-las a efeito, cumprindo-lhes, tão somente, consultar o interesse
público que, por obrigação constitucional, os entes têm de preservar.
11
. Vale frisar que a requisição só atinge bens particulares, não bens de outros entes federados. Partindo dessa premissa, o Min. Celso de Mello
(aposentado em outubro de 2020), em abril de 2020 (durante o combate à pandemia decorrente da Covid-19), determinou que a União não poderia
requisitar respiradores que tinham sido adquiridos pelo governo do Maranhão (Ação Cível Originária - ACO 3385). O Estado do Maranhão, ao pedir
a suspensão da medida que houvera sido determinada pela União, argumentou que a autonomia dos entes federados impediria que um deles (no
caso, a União) assumisse, mediante simples requisição administrativa, o patrimônio, o quadro de pessoal e os serviços de outro ente público. A
única ressalva seria a excepcional circunstância de se tratar de requisição federal de bens públicos na vigência do estado de defesa (CF, art. 136, §
1o, II) ou do estado de sítio (CF, art. 139, inciso VII). Ademais, por se tratar de conflito federativo, o STF era a instância adequada para decidir o
tema (art. 102, I, ‘f’, CF/88).
12
. Lei federal editada em fevereiro de 2020, estabelecendo medidas para o enfrentamento do coronavírus.
https://youtu.be/ArkKVqXHdp4
Está descrita no art. 243, CF/88, e ocorre naqueles casos em que o sujeito se
utiliza de sua propriedade, rural ou urbana, localizada em qualquer região do País, para
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo.
2. Propriedade Rural
Destarte, tenha muito cuidado com afirmações em prova que digam que a pequena
propriedade rural trabalhada pela família em nenhuma hipótese poderá ser objeto de
penhora, pois ela poderá sê-lo para efetivar o pagamento de débitos estranhos à sua
atividade produtiva.
PARA FIXAR
A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora, salvo se para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva.
Comentário:
Tendo em vista que a Constituição determina que a pequena propriedade rural,
assim definida em lei e desde que seja trabalhada pela família, não será objeto de
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, os
dois itens devem ser marcados como falsos.
Gabarito: Errado/Errado
3. Direitos Autorais
4. Propriedade Industrial
PARA FIXAR
A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País. V
5. Herança e Sucessão
https://youtu.be/pFEJnhVnbcs
PARA FIXAR
[INSTITUTO AOCP - 2018 - TRT - 1a REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Engenharia
Civil - Adaptada] De acordo com o que dispõe a Constituição Federal acerca dos
direitos e deveres individuais e coletivos, julgue a assertiva:
Em razão do art. 5º, em seu inciso XXXI, determinar que a sucessão de bens
estrangeiros situados em nosso país será regulada pela lei brasileira em benefício
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, desde que a lei pessoal do favorecido não seja
mais favorável, poderemos marcar o item como verdadeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 24. Ed. – São Paulo:
Saraiva, 2003. KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do Estado. 4a ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2005. LOEWENSTEIN, Karl. Teoría de la Constitución. Barcelona: Ed.
Ariel, 1965.
HAURIOU, André. Droit Constitutionnel et Intitutions Politiques. Paris: Éd. Montchrétien,
1966. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 6a. ed. Salvador: Juspodivm,
2018.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. — São Paulo: Saraiva, 2002.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 33a ed. atual. São Paulo:
Malheiros, 2010.
SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. São Paulo: Malheiros,
2005.
VELOSO, Zeno. O controle jurisdicional de constitucionalidade. 2a ed. Belo Horizonte: Del
Rey, 2000.