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Constitucional
Processo
Constitucional
Prof.ª Dra. Caroline Müller Bitencourt
Prof. Dr. Janriê Reck
Prof. Me. Mateus Silveira
2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
E-book de Processo Constitucional
Olá, Ceisquer!
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
E-book de Processo Constitucional
SUMÁRIO
Remédios constitucionais..................................................................................................... 4
Ação popular...........................................................................................................................5
Mandado de injunção............................................................................................................. 18
Ação civil pública................................................................................................................... 28
Habeas data............................................................................................................................ 37
Mandado de Segurança Individual e Coletivo..................................................................... 48
Reclamação constitucional................................................................................................... 65
Recurso ordinário constitucional......................................................................................... 73
Recurso Extraordinário..........................................................................................................81
Controle de Constitucionalidade.......................................................................................... 95
Controle concentrado de constitucionalidade.................................................................... 117
Ação Direta de Inconstitucionalidade.................................................................................. 127
Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão............................................................ 140
Ação Declaratória de Constitucionalidade.......................................................................... 149
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental...................................................155
Súmulas vinculantes.............................................................................................................. 169
Olá, Ceisquer! Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso para a 2ª Fase do 37º
Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.
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Remédios constitucionais
Introdução
Os remédios constitucionais estão dispostos no artigo 5º da Constituição Federal como
forma de proteção e tutela dos direitos fundamentais (exceto a ação civil pública, mas esta
também é interpretada nesse sentido).
Para todos verem: lista com palavras em cinza escuro com o fundo azul claro, escrito Habeas
corpus, Habeas data, Mandado de Injunção, Mandado de Segurança, Ação Popular e Ação Civil
Pública.
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Ação popular
1. Fundamento legal
➙ Rito ordinário.
2. Conceito
Segundo Maria Silvia Zanella Di Pietro (Curso de Direito Administrativo), a Ação Popular
é ação civil pela qual todo cidadão pode pleitear a invalidação de atos praticados pelo poder
público ou entidades de que participe, lesivos ao patrimônio público, ao meio ambiente, à
moralidade administrativa ou patrimônio histórico e cultural, bem como a condenação por perdas
e danos dos responsáveis pela lesão
Trata-se de um remédio constitucional pelo qual qualquer cidadão fica investido de
legitimidade para o exercício de um poder de natureza essencialmente política e constitui
manifestação direta da soberania popular consubstanciada no art. 1º, parágrafo único, da
Constituição: “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos
ou diretamente. Sob esse aspecto, é uma garantia constitucional política. [...]”. Ela dá a
oportunidade de o cidadão exercer diretamente a função fiscalizadora, que, por regra, é feita por
seus representantes nas Casas Legislativas. Mas ela é também uma ação judicial porquanto
consiste num meio de invocar a atividade jurisdicional visando a correção de nulidade de ato
lesivo:
➙ b) à moralidade administrativa;
➙ c) ao meio ambiente; e
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3. Objeto
O objeto da Ação Popular é anular atos comissivos ou omissivos que sejam lesivos ao
patrimônio público e condenar os responsáveis pelo dano a restituir o bem ou indenizar por
perdas e danos.
Na Ação Popular pede-se a anulação do ato lesivo e a condenação dos responsáveis ao
pagamento de perdas e danos ou à restituição de bens e valores, conforme a letra da lei.
Assim, pode-se extrair a própria finalidade da ação, o direito de fiscalizar a coisa pública,
um importante instrumento posto à disposição do cidadão para a proteção do patrimônio da
comunidade.
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A Lei n° 4.717/65, embora definindo os atos nulos (art. 2°) e os atos anuláveis (art. 3°),
dando a impressão de que exige demonstração de ilegalidade, no artigo 4° faz uma
indicação casuística de hipóteses em que considera nulos determinados atos e contratos,
sem que haja qualquer ilegalidade, como, por exemplo, no caso de compra de bens por
valor superior ao corrente no mercado, ou a venda por preço inferior ao corrente no
mercado. Trata-se de hipóteses em que pode haver imoralidade, mas não ilegalidade
propriamente dita. (PIETRO, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. São Paulo:
Editora Atlas S.A., 2012. p. 864.)
Diga-se que o ato inválido não precisa ser ilícito na sua origem, mas deve ser ilegal na
sua formação ou no seu objeto, logo, a ação destina-se a invalidar atos praticados com
ilegalidade de que lesou o patrimônio público, podendo ser proveniente de vício formal ou
substancial ou até mesmo de vício de desvio de finalidade. (art. 2º “a” e “e”).
Ato lesivo é todo ato ou omissão administrativa que desfalca o erário ou prejudica a
Administração, da mesma forma como o que ofende bens ou valores artísticos, cívicos, culturais,
ambientais e históricos. Pode esta ser presumida, em conformidade com o que dispõe o art. 4º,
bastando a prova do ato naquelas circunstâncias elencadas para considerar o ato lesivo e nulo
de pleno direito.
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6. Cabimento
Fundamente sua tese de cabimento com o art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal
e o art. 1º, da Lei nº 4.717/1965.
STF e repercussão geral:
7. Legitimidade
Ativa Passiva
Serão réus na Ação Popular, simultaneamente, a pessoa
Cidadão (todo aquele que estiver no gozo dos direitos jurídica da qual se emanou o ato contestado, os seus
políticos e fizer prova com título de eleitor). respectivos agentes responsáveis pelo mesmo ou os
Neste caso, trata-se sempre de pessoa física. omissos, no caso em que o dano já ter acontecido e os
beneficiários do ato.
Falta legitimidade ativa:
a) quem teve cancelada a naturalização por sentença
Observação: quase sempre teremos a pluralidade de
transitada em julgado;
sujeitos no polo passivo, invocando também aqueles que
b) quem teve sua nacionalidade cancelada
de alguma forma tenham contribuído para ação ou
administrativamente;
omissão e, até mesmo, terceiros beneficiados.
c) suspensão dos direitos civis por incapacidade
absoluta;
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Os beneficiários que devem figurar no polo passivo são aqueles que se favorecem
diretamente do ato ou da omissão lesiva, os beneficiários indiretos, geralmente, não precisam
integrar a lide.
É um litisconsorte simples, pois a decisão não precisa ter o mesmo conteúdo para todos
os réus.
O ato legislativo de efeito concreto é passível de impugnação através de ação popular,
nesse caso, o legitimado passivo será a pessoa jurídica a qual integra a casa legislativa.
Exemplo: se for ato do Congresso Nacional, figura no polo passivo a União.
Atentar para a peculiar situação da fazenda pública – vide art. 6º parágrafo 3º:
Logo, admitem-se não só a inércia da pessoa jurídica, bem como sua posição ativa ao
lado do cidadão.
Não há preclusão no deslocamento da pessoa jurídica do polo passivo para o polo ativo,
desde que útil ao interesse público. Logo, poderá fazer a qualquer tempo, mesmo após a
contestação.
8. Ministério Público
Ministério público não é parte autônoma, mas tem função singular, devendo agir com total
independência funcional.
9. Competência
A Constituição Federal não prevê competência originária do STF e do STJ como nos
demais remédios constitucionais, assim a competência é indicada conforme a origem do ato
impugnado. Além disso, a competência será determinada pela lei judiciária de cada Estado
segundo o interesse político e a origem do ato impugnado.
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Súmula 556 STF - É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte
sociedade de economia mista.
Competência por equiparação é o que se encontra no art. 5º, parágrafo 1º, da Lei 4.717/65.
No âmbito estadual e municipal, essa equiparação notadamente para pessoas jurídicas de direito
privado (uma vez que autarquias e fundações já se inserem no conceito de Fazenda Pública por
terem personalidade jurídica). Assim, atos e omissões de empresas públicas estaduais e
municipais, instituições privadas que recebam recursos estaduais e municipais, serão julgadas.
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10. Procedimento
O Juiz despacha a inicial e ordena a citação dos réus, a intimação do Ministério Público e
requisita documentos e informações a serem prestadas pelos réus que sejam importantes para
a elucidação dos fatos.
Para isso, tem-se o prazo de (15) quinze a (30) trinta dias.
A citação será feita no modo comum do Código Processual Cível.
O prazo para a contestação é de 20 (vinte) dias para todos os réus, prorrogável por mais
(20) vinte dias caso necessário para a produção da defesa, contados da juntada do último
mandado de citação ou do transcurso do prazo do edital.
Caso não exista requerimento de produção de provas até o despacho saneador, o Juiz
abrirá vista aos interessados por (10) dez dias, para as alegações finais. Logo após, os autos
irão para conclusão, devendo o Juiz proferir sentença em 48 horas.
No caso de requerimento de produção probatória, o rito será o ordinário, sendo então, de
(15) quinze dias o prazo para a prolatação de sentença.
11. Desistência
Não se admite desistência.
A partir desse momento, serão publicados editais e, no prazo de 90 (noventa) dias da sua
última publicação, qualquer cidadão ou o Ministério Público poderá dar prosseguimento à ação.
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Efeito secundário: se, no curso da ação ficar provada a infringência da lei ou a falta
disciplinar a que a lei comine a pena de demissão o juiz remeterá ex officio, cópia as autoridades
e gestores para aplicar a sanção.
Atenção!
Embora a sentença de procedência da ação ter efeitos erga omnes, ou seja, contra todos, não cabe
a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em sede de ação popular, visto que o
controle concentrado de constitucionalidade é de competência exclusiva do Supremo Tribunal
Federal, conforme art. 102, I, “a”, da Constituição Federal, vez que figuraria uma usurpação de
competência do Tribunal. (MEIRELLES)
➙ Art. 5, § 4º da Lei nº 4.717/65: “Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar
do ato lesivo impugnado.”
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➙ Art. 14, § 4º, da Lei nº 4.717/65: “A parte condenada a restituir bens ou valores ficará sujeita
a sequestro e penhora, desde a prolação da sentença condenatória.”
14. Resumo
Conforme a origem do ato impugnado – local da prática do ato lesivo ao patrimônio
Competência público.
Endereçar Juízo Cível da ... Vara da Comarca ...
Legitimidade ativa - cidadão.
Legitimidade passiva: pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º,
Legitimidade da Lei nº 4.717/65 contra as autoridades, funcionários ou administradores que
ativa e passiva houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por
omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do
mesmo.
O que devo
Lesão ao patrimônio público descrito na LAP.
suscitar?
Evitar ou reparar o ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o estado
Pedido participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural.
Obrigatoriedade de citação pessoal de todos os réus, a intimação do MP, a decisão
sobre a concessão ou não de medida liminar, quando solicitada, requisição dos
documentos indicados pelo autor na inicial, além de outros que lhe pareçam
Demais questões necessários, a possibilidade do processo ser feito sob segredo de justiça quando da
ameaça à segurança nacional e sujeição, salvo justificativa comprovada, da autoridade
que se negar a restar as informações requeridas à pena de desobediência.
Se não tiver valor no enunciado:
Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 319,
Valor da Causa inciso V, do Código de Processo Civil.
Se a questão indicar o valor do prejuízo ao patrimônio, esse deverá ser o valor da causa.
15. Modelo
Exame de Ordem XXVIII - Peça profissional
A sociedade empresária K, concessionária do serviço de manutenção de uma estrada municipal,
na qual deveria realizar investimentos sendo remunerada com o valor do pedágio pago pelos
usuários do serviço, decidiu ampliar suas instalações de apoio. Após amplos estudos, foi
identificado o local que melhor atenderia às suas necessidades. Ato contínuo, os equipamentos
foram alugados e foi providenciado o cerco do local com tapumes. De imediato, foi fixada a placa,
assinada por engenheiro responsável, indicando a natureza da obra a ser realizada e a data do
seu início, o que ocorreria trinta dias depois, prazo necessário para a conclusão dos preparativos.
João da Silva, usuário da rodovia e candidato ao cargo de deputado estadual no processo
eleitoral que estava em curso, ficou surpreso com a iniciativa da sociedade empresária K, pois
era público e notório que o local escolhido era uma área de preservação ambiental permanente
do Município Alfa. Considerando esse dado, formulou requerimento, dirigido à concessionária,
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solicitando que a obra não fosse realizada. A sociedade empresária K indeferiu o requerimento,
sob o argumento de que o local escolhido fora aprovado pelo Município, que concedeu a
respectiva licença, assinada pelo prefeito Pedro dos Santos, permitindo o início das obras. O
local, ademais, era o que traria maiores benefícios aos usuários.
João da Silva, irresignado com esse estado de coisas, contratou seus serviços, como
advogado(a). Ele afirmou que quer propor uma ação judicial para que seja declarada a nulidade
da licença concedida e impedida a iminente realização das obras no local escolhido, que abriga
diversas espécies raras da flora e da fauna silvestre.
Levando em consideração as informações expostas, elabore a medida judicial adequada,
com todos os fundamentos jurídicos que confiram sustentação à pretensão. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
Segue modelo de estruturação da peça de Ação Popular cobrada no exame de Ordem XXVIII:
1) DOS FATOS:
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Pedro dos Santos, Prefeito do Município Alfa, concedeu licença à Sociedade Empresária
K, permitindo obras em área de preservação ambiental permanente, que abriga diversas
espécies raras da flora e da fauna silvestre.
2.2) Legitimidade:
A legitimidade ativa de João da Silva decorre do fato de ser cidadão, conforme dispõe o
Artigo 5º, inciso LXXIII, da CRFB/88 e Artigo 1º, caput e parágrafo 3º, da Lei nº 4.717/65,
qualidade intrínseca à sua condição de candidato ao cargo de Deputado Estadual.
A legitimada passiva do prefeito Pedro dos Santos decorre do fato de ter concedido a
licença de construção, nos termos do Artigo 6º, caput, da Lei nº 4.717/65. O Município Alfa é
legitimado passivo por se almejar obstar os efeitos de uma licença que concedeu por intermédio
do prefeito, nos termos do Artigo 6º, parágrafo 3º, da Lei nº 4.717/65. A da sociedade empresária
K é legitimada passiva pelo fato de ser a beneficiária da licença concedida, nos termos do Artigo
6º, caput, da Lei nº 4.717/65.
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2.5) Direito:
A licença concedida pelo Prefeito Pedro dos Santos é atentatória ou lesiva ao meio
ambiente, porque o local abriga uma área de preservação ambiental permanente do Município
Alfa, sendo cabível a sua anulação conforme o Artigo 5º, inciso LXXIII, da CRFB/88 e Artigo 2º,
alínea “c” da Lei nº 4.717/65.
Não merece ser acolhido o argumento de que o possível benefício dos usuários justifica a
lesão ao meio ambiente, pois os atos do poder concedente e do concessionário devem ser
praticados em harmonia com a sua proteção, nos termos do Artigo 225, caput, da CRFB/88.
A proteção ao meio ambiente deve ser observada no âmbito da atividade econômica,
conforme dispõe o Artigo 170, inciso VI, da CRFB/88.
A licença concedida afrontou a concepção mais ampla de legalidade, prevista no Artigo
37, caput, da CRFB/88.
A sociedade empresária K, enquanto concessionária do serviço público, não deve causar
danos ao meio ambiente, ainda que amparada por um ato estatal que nitidamente o permita.
3) DOS PEDIDOS:
a) O recebimento da inicial;
b) A juntada de cópia do título de eleitor, conforme artigo 1º, § 3°, da Lei nº 4.717/1965;
c) Concessão de medida liminar para impedir que a sociedade empresária K inicie as
obras no local, conforme o artigo 5º, parágrafo 4º, da Lei nº 4.717/1965;
d) A citação da parte ré para contestar, no prazo de 20 (vinte) dias, sob pena de revelia,
conforme artigo 7º, inciso I, alínea “a”, e inciso IV, da Lei nº 4.717/1965;
e) A intimação do membro do Ministério Público, conforme artigo 7º, inciso I, alínea “a”, da
Lei nº 4.717/1965;
f) A requisição às entidades indicadas na petição inicial dos documentos que tiverem sido
referidos nesta ação, bem como a de outros que se lhe afigurem necessários ao esclarecimento
dos fatos, ficando o prazo de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias para o atendimento, conforme artigo
7º, inciso I, alínea “b”, da Lei nº 4.717/1965;
g) A não realização de audiência de conciliação ou mediação, com base nos artigos 319,
inciso VII e 334, parágrafo 5°, ambos do Código de Processo Civil;
h) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos;
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Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 319,
inciso V, do Código de Processo Civil.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
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Mandado de injunção
1. Fundamento legal
Falta de norma regulamentadora + inviabilidade do exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Conforme o art. 5º, inciso LXXI, da Constituição Federal, com a seguinte redação:
Previsão legal: art. 1º, da Lei nº 13.330/2016, esta Lei disciplina o processo e o
julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo, nos termos do inciso LXXI do art. 5º
da Constituição Federal.
2. Subsidiariedade
3. Cabimento
Para André Ramos Tavares (Curso de Direito Constitucional), há condições
constitucionais para o cabimento da ação:
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Em resumo: o direito foi garantido pela Constituição, mas o seu exercício encontra-
se condicionado à edição de lei regulamentadora ulterior.
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Art. 2o da Lei nº 13.300/16: Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total
ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as
normas editadas pelo órgão legislador competente.
6. Legitimidade
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7. Competência
Dependerá de quem deveria ter aditado a regulamentação.
Tribunal de Justiça: a competência da Justiça Estadual é residual, nos termos do art. 25,
combinado com 125 da Constituição Federal.
Atenção!
Salvo se a iniciativa para a lei for privativa de outro órgão ou autoridade, hipótese em que o mandado
de injunção deverá ser ajuizado em face do detentor da iniciativa privativa (Exemplo: Presidente da
República, nas situações do art. 61, § 1º da CF).
8. Procedimento
Recebida a petição inicial, será ordenada a notificação do impetrado sobre o seu
conteúdo, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações (art. 5º, I, da Lei nº
13.300/16).
Deverá ser dado ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada
deverá ter ciência do ajuizamento da ação para ingressar no feito, caso queira (art. 5º, II, da Lei
nº 13.300/16)
Se os documentos necessários à comprovação do direito do autor estiverem em poder da
autoridade ou de terceiros que se negarem a fornecer certidão ou cópia, a pedido do impetrante,
será ordenada pelo Juiz a exibição do documento no prazo de 10 (dez) dias (art. 4º, §2º, da Lei
nº 13.300/16).
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Ou seja: o poder judiciário está autorizado no caso concreto de decidir como viabilizar o
direito que está impedido de ser exercido pela mora. Isso é chamado de postura concretista.
Extensão dos efeitos da decisão:
Art. 9o da Lei 13.300/16: A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá
efeitos até o advento da norma regulamentadora.
§ 1° Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto
da impetração.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos
análogos por decisão monocrática do relator.
§ 3o O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da
impetração fundada em outros elementos probatórios.
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Atenção!
Regra geral: Inter partes;
Exceção: poderá ter efeitos ultra partes e erga omnes, em se tratando tanto de casos que dependem
para viabilidade do direito quanto para casos semelhantes.
Se a decisão se der pelo indeferimento por falta de provas, mediante novos elementos
probatórios, não haverá litispendência. Nesse caso, poder-se-á interpor novamente o Mandado
de Injunção.
Art. 10 da Lei nº 13.300/16: Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser
revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações
das circunstâncias de fato ou de direito.
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento
estabelecido nesta Lei.
O que ocorre se, após da decisão em Mandado de Injunção, vier edição normativa sobre
o que foi objeto do Mandado de Injunção?
Atenção!
Regra geral é ex nunc, contudo, se for favorável ao atingido em decisão anterior à produção
normativa, os efeitos passam a ser ex tunc (retroativos).
10. Resumo
Competência Depende do tipo de omissão (atenção aos arts. 102 e 105 CF)
Endereçar Depende do ato
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Legitimidade ativa:
INDIVIDUAL qualquer pessoa que tenha o exercício de direitos e liberdades
constitucionais ou de prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
à cidadania, inviabilizado por falta de norma regulamentadora; e
Legitimidade ativa e COLETIVA: Ministério público, partido político, organização sindical,
passiva defensoria pública
11. Modelo
Exame de Ordem XXII - Peça profissional
Servidores públicos do Estado Beta, que trabalham no período da noite, procuram o Sindicato
ao qual são filiados, inconformados por não receberem adicional noturno do Estado, que se
recusa a pagar o referido benefício em razão da inexistência de lei estadual que regulamente as
normas constitucionais que asseguram o seu pagamento.
O Sindicato resolve, então, contratar escritório de advocacia para ingressar com o adequado
remédio judicial, a fim de viabilizar o exercício em concreto, por seus filiados, da
supramencionada prerrogativa constitucional, sabendo que há a previsão do valor de vinte por
cento, a título de adicional noturno, no Art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho.
Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pelo Sindicato,
utilizando o instrumento constitucional adequado, elabore a medida judicial cabível.
(Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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1) DOS FATOS:
O Sindicato foi procurado por seus filiados, sob a alegação que não recebem adicional
noturno do Estado Beta, contrariando o estabelecido no artigo 73, da Consolidação das Leis do
Trabalho, artigo 7º, inciso IX, da Constituição Federal e artigo 39, parágrafo 3º, da Constituição
Federal.
2.2) Da Legitimidade:
O Sindicato possui legitimidade ativa para defender os interesses da categoria,
dispensada autorização especial dos filiados, na forma do artigo 12, inciso III, da Lei nº
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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13.300/16.
Governador e o Estado Beta possuem legitimidade passiva na medida em que as regras
constitucionais estaduais de competência devem observar, por simetria, o que determina o artigo
61, parágrafo 1º, inciso II, alínea ´a´, da Constituição Federal de 1988.
Assembleia Legislativa também possui legitimidade passiva, visto ser a responsável pela
aprovação da Lei.
2.3) Do Cabimento:
Cabe mandado de injunção coletivo, pois a ação visa à defesa dos interesses dos filiados
ao Sindicato, na proteção de direito fundamental inviabilizado em razão de omissão legislativa,
conforme o disposto no artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição Federal de 1988, e na Lei nº
13.300/16.
2.5) Do Direito:
Uma vez que artigo 7º, inciso IX, da Constituição Federal, combinado com artigo 39,
parágrafo 3º, da Constituição Federal, atribui aos servidores públicos direito à remuneração do
trabalho noturno superior ao diurno e que existe omissão legislativa com relação a tanto, torna-
se claro o direito de os servidores obterem provimento judicial favorável ao exercício de seu
direito, sanando-se a omissão legislativa com atribuição de prazo para tal providência, conforme
artigo 8º, da Lei nº 13.300/16, e, em caso de não satisfação de tal providência, a aplicação do
artigo 73, da Consolidação da Legislação do Trabalho, por analogia.
3) DOS PEDIDOS:
a) o recebimento desta inicial em duas vias, nos termos do artigo 5º, inciso I, da Lei nº
13.300/16;
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 319,
inciso V, do Código de Processo Civil.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
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1. Fundamento legal
2. Conceito
A Ação Civil Pública, disciplinada pela Lei nº 7.347 de 1985, é um instrumento processual
que reprime ou impede atos lesivos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e por infrações da ordem econômica,
conforme art. 1º, protegendo assim os interesses difusos da sociedade (MEIRELLES).
Note-se que ela não está prevista no rol de garantias de direitos fundamentais do art.5º,
da Constituição Federal, o que não impede que não o seja por equiparação, dado o conteúdo de
direitos que esta visa a tutela. Para Sarlet, isso ocorre porque, é um instrumento destinado a
tutela dos novos direitos.
Direitos difusos: É importante destacar que os interesses difusos são aqueles de que
sejam titulares pessoas indeterminadas, mas que se demonstrem vínculo jurídico ou fático
definido. Atualmente, esses direitos estão estritamente associados com a relação de consumo e
direitos ao meio ambiente, o que significa dizer, a Ação Civil Pública não é destinada a garantia
de direitos individuais. (DIDIER JR. Curso de Processo Constitucional)
3. Objeto
Buscar a efetiva responsabilização por danos causados ao meio ambiente, aos
consumidores a ao patrimônio cultural e natural do País ou por qualquer ato ilegal, através de
prestação pecuniária de quem causou o dano ou através do estabelecimento de obrigações de
fazer ou não fazer. Logo, trata-se de lesão ou ameaça ao meio ambiente, ao consumidor, à
ordem econômica, à livre concorrência, ao patrimônio histórico, ao patrimônio turístico, ao
patrimônio artístico, ao patrimônio paisagístico, ao patrimônio estético, bem como a qualquer
outro interesse difuso ou direito coletivo.
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4. Legitimidade
Para todos verem: colunas com detalhes em azul, na primeira coluna está escrito:
como título legitimidade ativa: como texto, o Ministério Público, a Defensoria Pública,
a União, os Estados e o Distrito Federal, Municípios, autarquias, empresas públicas,
fundações, sociedade de economia mista, associação que esteja constituída há pelo
menos um ano. Na segunda coluna está escrito como título: legitimidade passiva,
como texto: em se tratando de polo passivo, qualquer pessoa que tenha causado
lesão ou ameaça de lesão aos bens jurídicos por ela tutelados, pode figurar como ré
na ação civil pública, incluindo-se pessoas físicas ou jurídicas, privadas ou pública,
entes federados e entidades da administração indireta.
Atenção!
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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5. Ministério Público
Ainda que haja outros legitimados, para o Ministério Público é um dever agir quando
estiverem presentes as condições ensejadoras da ação, enquanto para os demais é uma
faculdade, podendo inclusive, atuar de ofício, sem necessidade de provocação.
O Ministério Público é o legitimado para propor o inquérito civil que antecede à ação civil
pública. Este é um procedimento administrativo de natureza inquisitiva que visa a recolher
elementos de prova que ensejam o ajuizamento da ação civil pública.
O inquérito é peça instrutória da Ação Civil Pública, contudo, não é peça indispensável,
significando dizer que a Ação Civil Pública pode ou não ser precedida do inquérito.
Em verdade, torna-se dispensável o inquérito civil, quando as provas existentes do ato
lesivo já sejam por si só capazes de prover a ação civil pública.
Quando a ação for proposta por algum dos outros legitimados e houver desistência
infundada ou abandono da ação, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade
ativa, isso, pois, trata-se da indisponibilidade do interesse.
Importante mencionar que, quando o Ministério Público não figurar como parte, deverá,
obrigatoriamente, intervir como fiscal da lei: “O Ministério Público é parte legítima para o
ajuizamento de ação coletiva que visa anular ato administrativo de aposentadoria que importe
em lesão ao patrimônio público (RE 409356)”.
6. Litispendência
Poderá ainda haver litisconsórcio ativo entre os legitimados e entre os Ministérios Públicos
dos Estados e da União, que será inicial, ativo, unitário e facultativo.
7. Competência
Na Ação Civil Pública, não existe foro por prerrogativa de função, sendo que a
competência para processo e julgamento desta ação é determinada pelo local onde ocorreu o
dano. Salvo quando o ato lesivo é imputado à pessoa jurídica que tenha foro na Justiça Federal,
a Ação Civil Pública deverá ser ajuizada e julgada originariamente por juízes ordinários
estaduais. (ALEXANDRINO).
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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8. Efeitos
O art. 16 da Lei nº 7.347/85 dispõe que:
A sentença civil fará coisa julgada "erga omnes", nos limites da competência territorial do
órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova.
É ultra partes, no caso de direitos coletivos (art. 103, II, da Lei 8.078/1990) e erga omnes,
no caso de direitos difusos (art. 103, I, da Lei 8.078/1990) e no caso de direitos individuais
homogêneos, com extensão secundumeventum litis (art. 103, III, da Lei 8.078/1990). A
extensão subjetiva da coisa julgada é secundumeventum litis – e não a sua formação.
(SARLET; MITIDIEIRO. Curso de direito constitucional)
A Ação Civil Pública só faz coisa julgada erga omnes nos limites da competência territorial
do órgão prolator.
Em recente julgado o STF entendeu que a eficácia subjetiva da coisa julgada formada a
partir de ação coletiva, de rito ordinário, ajuizada por associação civil na defesa de interesses
dos associados, somente alcança os filiados, residentes no âmbito da jurisdição do órgão
julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propositura da demanda,
constantes da relação jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento.
Só será cabível o controle difuso, em sede de ação civil pública ... como instrumento
idôneo de fiscalização incidental de constitucionalidade, pela via difusa, de quaisquer leis
ou atos do Poder Público, mesmo quando contestados em face da Constituição da
República, desde que, nesse processo coletivo, a controvérsia constitucional, longe de
identificar-se como objeto único da demanda, qualifique-se com simples questão
prejudicial, indispensável à resolução do litígio principal. (CELSO MELLO, STF).
9. Sentença
Na Ação Civil Pública, a sentença é preponderantemente condenatória ou mandamental,
podendo impor condenação em dinheiro, obrigação de fazer ou não fazer; em regra, tal sentença
não tem natureza desconstitutiva, pois na maioria das vezes o dano é irrecuperável.
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10. Liminar
Pode-se admitir ação cautelar quando ocorrerem o fumus boni juris e o periculum in mora
(art. 12, da Lei nº 7.347/85).
11. Custas
Os pagamentos de custas, emolumentos e quaisquer outras despesas estão vedados,
exceto nos casos de litigância de má-fé (arts. 17 e 18, da Lei nº 7.347/85).
12. Resumo
Foro do local onde ocorre o dano, cujo juízo terá competência funcional para
Competência
processar e julgar a causa.
Endereçar Juízo Cível da ... Vara da Comarca de ...
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13. Modelo
Exame de Ordem XXI - Peça profissional
A Associação Alfa, constituída há 3 (três) anos, cujo objetivo é a defesa do patrimônio social e,
particularmente, do direito à saúde de todos, mostrou-se inconformada com a negativa do Posto
de Saúde Gama, gerido pelo Município Beta, de oferecer atendimento laboratorial adequado aos
idosos que procuram esse serviço. O argumento das autoridades era o de que não havia
profissionais capacitados e medicamentos disponíveis em quantitativo suficiente. Em razão
desse estado de coisas e do elevado número de idosos correndo risco de morte, a Associação
resolveu peticionar ao Secretário municipal de Saúde, requerendo providências imediatas para
a regularização do serviço público de Saúde.
O Secretário respondeu que a situação da Saúde é realmente precária e que a comunidade
precisa ter paciência e esperar a disponibilização de repasse dos recursos públicos federais, já
que a receita prevista no orçamento municipal não fora integralmente realizada. Reiterou, ao final
e pelas razões já aventadas, a negativa de atendimento laboratorial aos idosos. Apesar disso,
as obras públicas da área de lazer do bairro em que estava situado o Posto de Saúde Gama,
nos quais eram utilizados exclusivamente recursos públicos municipais, continuaram a ser
realizadas.
Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pela Associação Alfa,
elabore a medida judicial cabível para o enfrentamento do problema, inclusive com providências
imediatas, de modo que seja oferecido atendimento adequado a todos os idosos que venham a
utilizar os serviços do Posto de Saúde. A demanda exigirá dilação probatória. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
Segue modelo de estruturação da peça de Ação Civil Pública cobrada no EXAME DE ORDEM
XXI:
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JUÍZO DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DO MUNICÍPIO BETA, ESTADO ...
ASSOCIAÇÃO ALFA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n° ...,
endereço eletrônico..., com sede na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP...,
representado por seu PRESIDENTE..., nacionalidade..., profissão..., estado civil..., portador do
RG n°..., inscrito no CPF sob o n° ..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua...,
n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por seu procurador signatário, inscrito na OAB n°...,
procuração em anexo, conforme previsão no artigo 287 do Código de Processo Civil, endereço
eletrônico..., com escritório profissional na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., local
onde recebe suas intimações, vem, com o devido respeito, à presença de Vossa Excelência,
propor AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO LIMINAR com fundamento no artigo 1°, incisos IV
e VIII, da Lei nº 7.347/85, em face do MUNICÍPIO BETA, pessoa jurídica de direito público,
inscrita no CNPJ sob o n°..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade...,
Estado..., CEP...., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
1) DOS FATOS:
O Posto de Saúde Gama, administrado pelo Município Beta, nega atendimento laboratorial
aos idosos, sob alegação de que não há profissionais capacitados nem medicamentos
suficientes.
2.2) Legitimidade:
A legitimidade ativa da Associação Alfa decorre do fato de ter sido constituída há mais de
1 (um) ano, conforme documentação anexa, destinar-se à defesa do patrimônio social e do direito
à saúde de todos, atendendo ao disposto no artigo 5º, inciso V, alíneas “a” e “b”, da Lei nº
7.347/85.
A legitimidade passiva do Município Beta é justificada por ser o responsável pela gestão
do Posto de Saúde Gama, com a obrigação de gerir o sistema de saúde local, conforme artigo
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2.3) Cabimento:
O cabimento exclusivo da ação civil pública decorre do fato de o objetivo da demanda
judicial ser a defesa de todos os idosos que procuram o atendimento do Posto de Saúde Gama,
nos termos das finalidades estatutárias de defesa do patrimônio social, particularmente, direito à
saúde de todos e não eventual defesa de direito ou interesse individual. Como se discute a
qualidade do serviço público oferecido à população e esses idosos não podem ser
individualizados, trata-se de interesse difuso, amoldando-se ao artigo 129, inciso III, da
Constituição Federal, e artigo 1°, incisos IV e VIII, da Lei nº 7.347/85.
2.4) Do Direito:
O que se verifica, na hipótese, é a necessidade de defesa do direito fundamental à vida e
à saúde dos idosos que procuram os serviços do Posto de Saúde Gama, bem como da dignidade
da pessoa humana, amparados pelo artigo 1º, inciso III, artigo 5º, caput, artigo 6º e artigo 196,
todos da Constituição Federal. Esses direitos estão sendo preteridos para a realização de obras
públicas na área de lazer, o que é constitucionalmente inadequado em razão da maior
importância dos referidos direitos. Afinal, sem vida e saúde, não há possibilidade de lazer.
Ademais, o Município tem o dever de assegurar o direito à saúde dos idosos e de cumprir a
competência constitucional conferida para fins de prestação do serviço público de saúde,
consoante artigo 23, inciso II, artigo 30, inciso VII, artigo 196 e artigo 230, todos da Constituição
Federal e, ainda, Lei nº 10.741/03.
3) DOS PEDIDOS:
a) O recebimento desta inicial;
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Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 319,
inciso V, do Código de Processo Civil.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
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Habeas data
1. Fundamento legal
O Habeas data encontra previsão no art. 5º, LXXII, da Constituição Federal, com a
seguinte redação:
2. Conceito
O Habeas data é uma novidade entre os writs e é uma tutela específica dos direitos e
garantias fundamentais que visa a assegurar ao cidadão interessado a exibição de informações
constantes nos registros públicos ou privados, nos quais estejam incluídos seus dados pessoais,
para que tome conhecimento e, se for o caso, retifique ou complemente eventuais erros.
3. Natureza jurídica
É remédio constitucional, de natureza civil, submetido a rito sumário, que se destina a
garantir, em favor da pessoa interessada, o exercício de pretensão jurídica discernível em seu
tríplice aspecto.
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Ainda, o instrumento deve ser lido à luz dos demais princípios constitucionais,
como art. 5º, X, XII, XXXIII, XXXIV da CF.
4. Objeto
Na linha de especialização dos instrumentos de defesa de direitos individuais, a
Constituição de 1988 tratou o Habeas data como instituto destinado a assegurar o conhecimento
de informações relativas à pessoa do impetrante constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público e para permitir a retificação de dados, quando
não se prefira fazê-lo de modo sigiloso.
5. Legitimidade
O Habeas data só é cabível se a informação for da pessoa do impetrante.
6. Competência
Previsão de algumas autoridades pela Constituição:
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for para conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, como visto, o remédio
será o Habeas data.
9. Procedimento
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12. Liminar
A lei silencia quanto à possibilidade ou não da concessão de liminar, mas a doutrina
entende que excepcionalmente essa medida poderá ser possível ante a demora do processo por
não ser considerada uma ação de caráter sumaríssimo.
Art. 21 da Lei 12.527/11: Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela
judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que
impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de
autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso.
Art. 22 da Lei 12.527/11: O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de
sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes da
exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade
privada que tenha qualquer vínculo com o poder público.
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15. Jurisprudência
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16. Resumo
Competência Conforme a autoridade que negar a informação ou a retificação desta.
Endereçar Conforme a autoridade que negar a informação ou a retificação desta.
Legitimidade ativa – qualquer indivíduo – informações da pessoa do
Legitimidade ativa e impetrante.
passiva Legitimidade passiva – instituição pública/órgão desde que caráter
público.
O que devo suscitar?
Tratar da negativa de acesso e da pretensão de acesso, retificação ou
(Constituir a causa de
complementação de dados.
pedir)
- Notificar o órgão coator a fim de prestar informações;
- Juntar documentação que demonstre o pedido na via administrativa;
- Determinar oitiva do Ministério público;
- Julgar procedente o pedido de acesso (retificação ou complementação),
Pedido do habeas data
determinando o acesso à ficha de informações que indica os dados
pessoais do impetrante;
- Requer a realização de audiência de mediação/conciliação conforme
art. 319, VII, do CPC.
17. Modelo
Exame de Ordem unificado 2010.3 - Peça prático-profissional
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta, participou de movimentos políticos
que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos
agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus movimentos foram
monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado,
organizados por agentes federais. Após longos anos, no ano de 2010, Tício requereu acesso à
sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias
administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou
seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez
que os arquivos públicos do período desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos. Tício,
inconformado, procura aconselhamentos com seu sobrinho Caio, advogado, que propõe
apresentar ação judicial para acessar os dados do seu tio.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Na qualidade de advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, observando: a)
competência do Juízo; b) legitimidade ativa e passiva; c) fundamentos de mérito constitucionais
e legais vinculados; d) os requisitos formais da peça inaugural.
TÍCIO, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG n°..., inscrito no CPF sob o n° ...,
endereço eletrônico..., residente e domiciliado Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP...,
vem, por seu procurador signatário, inscrito na OAB n°..., procuração em anexo, conforme
previsão no artigo 287 do Código de Processo Civil, endereço eletrônico..., com escritório
profissional na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., local onde recebe suas
intimações, impetrar HABEAS DATA, com base no artigo 5º, inciso LXXII, alínea “a”, da
Constituição Federal, e artigo 7°, inciso I, da Lei nº 9.507/97, contra MINISTRO DE ESTADO DA
DEFESA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador do RG n°..., inscrito no CPF sob
o n° ..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade...,
Estado..., CEP..., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
1) DOS FATOS:
Tício solicitou informações de cunho pessoal junto ao Ministério da Defesa, todavia teve
seu pedido indeferido, sob a alegação preservação do sigilo das atividades do Estado, estando
os arquivos públicos inacessíveis para todos os cidadãos.
2.2) Da Legitimidade:
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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O impetrante Tício é legitimado ativo para propor ação de Habeas Data, pois teve seu
direito personalíssimo ao acesso à informação negado, conforme artigo 7º, inciso I, da Lei nº
9.507/97.
O Ministro da Defesa do Estado é legitimado passivo, em razão de ter sido ele a autoridade
que negou acesso as informações solicitadas administrativamente pelo impetrante, conforme
artigo 105, inciso I, alínea “b”, da Constituição Federal, e artigo 20, inciso I, alínea “b”, da Lei nº
9.507/97.
2.3) Do Cabimento:
Cabe Habeas Data para assegurar informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público,
conforme artigo 5º, inciso LXXII, alínea “a”, da Constituição Federal e artigo 7°, inciso I, da Lei nº
9.507/97.
2.4) DIREITO:
2.4.1) Da violação ao direito fundamental à informação:
O instrumento deve ser lido à luz dos princípios constitucionais de inviolabilidade da
intimidade, vida privada, honra e imagem, conforme artigo 5°, inciso X, da Constituição Federal,
bem como de acordo com a inviolabilidade do sigilo da correspondência e comunicações,
consoante artigo 5°, inciso XII, da Constituição Federal.
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3) DOS PEDIDOS:
a) O recebimento da inicial, em duas vias, nos termos do artigo 8º, da Lei nº 9.507/97;
b) A juntada da documentação essencial que comprove o indeferimento do pedido na via
administrativa, conforme artigo 8º, parágrafo único, da Lei nº 9.507/97;
c) A notificação da Autoridade, entregando-lhe a segunda via da inicial, conforme artigo
9º, da Lei nº 9.507/97, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações que julgar
necessárias;
d) Oitiva do Ministério Público conforme artigo 12, da Lei nº 9.507/97, no prazo de 5 (cinco)
dias;
e) O julgamento de mérito da ordem, com a procedência do Habeas Data para determinar
à autoridade coatora que apresente ao Impetrante as informações requeridas
administrativamente e negadas, conforme restou demonstrado com a juntada de documento
comprovatório, constantes de registros ou bancos de dados.
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Valor da causa R$..., para efeitos meramente procedimentais, já que se trata de uma ação
gratuita, nos termos dos artigos 291 e 319, inciso V, do Código de Processo Civil, combinado
com artigo 5º, inciso LXXVII, da Constituição Federal.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
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1. Fundamento
2. Histórico
→ Foi retirado da Constituição de 1937, retornando posteriormente à Constituição de 1946.
→ Admite-se apenas na CRFB de 1988 o mandado de segurança coletivo.
→ Regulamentação legal: Lei nº 12.016/09 (individual e coletivo).
Direito líquido e certo é aquele demonstrado de plano através de prova documental, e sem
incertezas, a respeito dos fatos narrados pelo declarante. É o que se apresenta manifesto
na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da
impetração (MENDES, Gilmar, Curso de Direito Constitucional).
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Se a existência do direito for duvidosa, se a sua extensão ainda não estiver delimitada, se
o seu exercício depender de situações e fatos ainda indeterminados, não será cabível o mandado
de segurança. Esse direito incerto, indeterminado, poderá ser defendido por outras vias, mas
não em sede de Mandado de Segurança.
Por essa razão, não há dilação probatória – nem espaço para produção de prova
complexa no mandado de segurança. As provas devem ser pré-constituídas, documentais,
levadas aos autos do processo no momento da impetração.
Isso significa que a matéria de direito, por mais complexa e difícil que se apresente, pode
ser apreciada em mandado de segurança (STF). A alegação de grande complexidade jurídica
do direito invocado não é motivo para obstar a utilização do MS. A propósito, vide súmula 625
do STF, “Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de
segurança”.
4. Natureza
O Mandado de Segurança é ação de natureza residual, subsidiária, pois somente é
cabível quando o direito líquido e certo a ser protegido não for amparado por outros remédios
judiciais (habeas corpus ou habeas data).
5. Cabimento
Ato de qualquer autoridade do poder público ou por particular decorrente de delegação
(comissivo ou omissivo): contudo, a lei excepciona que seja contra os que comportem recurso
administrativo com efeito suspensivo independente de caução;
Ilegalidade ou abuso de poder;
Lesão ou ameaça de lesão;
Contra lei ou ato administrativo se produzirem efeitos concretos e individualizados;
Contra ato que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo (em caso de omissão
da autoridade);
Contra ato judicial de qualquer instância e natureza, desde que ilegal e violador de direito
líquido e certo do impetrante e que não possa ser coibido por recursos comuns (por exemplo
recurso que não enseja efeito suspensivo).
É cabível contra o chamado “ato de autoridade”, entendido como qualquer manifestação
ou omissão do Poder Público ou de seus delegados no desempenho de atribuições públicas.
Logo, de plano, algumas situações podem ser afastadas:
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6. Súmulas
Súmula STF 266 Não cabe Mandado de Segurança contra lei em tese.
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7. Legitimidade
Pessoa física ou jurídica, Art. 21 O mandado de segurança Autoridade pública de qualquer dos
órgão público ou coletivo pode ser impetrado por poderes da União, dos Estados, do DF
universalidade partido político com e dos Municípios, bem como de suas
patrimonial (ex: representação no Congresso autarquias, fundações públicas,
condomínio, espólio, Nacional, na defesa de seus empresas públicas e sociedades de
massa falida). interesses legítimos relativos a economia mista;
Em se tratando de seus integrantes ou à finalidade b) agente de pessoa jurídica privada,
particular, não há partidária, ou por organização desde que no exercício de atribuições
limitação a legitimidade sindical, entidade de classe ou do Poder Público (só responderão se
ativa. associação legalmente estiverem, por delegação, no exercício
constituída e em funcionamento de atribuições do Poder Público).
há, pelo menos, 1 (um) ano, em
defesa de direitos líquidos e Importante:
certos da totalidade, ou de parte, A autoridade coatora será o agente
dos seus membros ou delegado (que recebeu a atribuição) e
associados, na forma dos seus não a autoridade delegante (que
estatutos e desde que efetivou a delegação). Esse é o teor da
pertinentes às suas finalidades, Súmula 510 do STF.
dispensada, para tanto,
autorização especial.
8. Ministério Público
O Ministério Público sempre atua como parte autônoma, com intuito de zelar pela
aplicação da lei e regularidade do processo. A falta de intimação do Ministério Público pode ser
matéria de nulidade. Agora, poderá ele tutelar em nome próprio ou em nome daqueles pelos
quais é designado a representar e defender segundo a lei.
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Art. 12 da Lei nº 12.016/09: Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o
desta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo
improrrogável de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos
ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em 30 (trinta) dias.
9. Prazo
Prazo para impetrar é decadencial de 120 dias:
10. Competência
Tem-se que aqui trabalhar por exclusão, ou seja, primeiro busca-se identificar se não é o
caso de competência enumerada na Constituição:
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Exemplos:
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Regra geral:
Juiz de 1° grau
1) Autoridades Municipais de qualquer órgão (Executivo, Legislativo, Administração Indireta),
salvo se a Constituição estadual dispuser de maneira diversa, o que é incomum.
2) Autoridades estaduais (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Exceções:
1) Quanto a autoridade coatora é Juiz, Mesa da Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas,
Secretários de Estado e Membros do MP, a CF não especifica expressamente, mas geralmente é
o TJ local.
2) Se for Juiz de JEC: Câmara Recursal (Súmula 376 do STJ).
11. Desistência
Admite-se desistência, independentemente do consentimento do impetrado. Porém,
segundo a jurisprudência do STF, essa faculdade de desistência encontra limite no julgamento
de mérito da causa. Assim, uma vez julgado o mérito do Mandado de Segurança, o demandante
pode até desistir de recurso eventualmente interposto, mas a decisão recorrida será mantida
intacta, pois não lhe será permitido desistir do processo, sobretudo quando a decisão lhe for
desfavorável.
12. Modalidades
O Mandado de Segurança pode ser repressivo ou preventivo, conforme se destine a
reparar uma ilegalidade ou abuso de poder já praticados ou apenas a afastar uma ameaça de
lesão ao direito líquido e certo do impetrante.
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14. Liminar
Caberá liminar em se tratando de tutela de urgência, atenção ao que diz a Lei no caso
de liminares:
15. Caução
A lei regulou a possibilidade de exigência de caução.
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16. Honorários
Súmula 512 do STF e 105 do STJ.
512, STF: Incabível condenação em honorários advocatícios nas ações de mandado de
segurança.
105, STJ: Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em honorarios
advocatícios.
17. Resumo
Competência Variável
Endereçar Depende da competência
INDIVIDUAL - Legitimidade ativa - poder de qualquer pessoa física ou jurídica nacional ou
estrangeira, ou órgão público com capacidade processual desde que comprove violação a
Legitimidade direito líquido e certo seu que não fira a liberdade de locomoção ou o direito de informação
de caráter personalíssimo.
ativa e passiva COLETIVO – partido político ou organização sindical.
Legitimidade passiva - da autoridade coatora responsável pela prática de ação ou omissão
que ameaça ou efetivamente líquido e certo.
O que devo
Violação do direito líquido e certo, por coação ou ameaça, indicando a autoridade coatora.
suscitar?
Liminar (se for o caso);
Notificação da autoridade coatora;
Ciência ao representante judicial da autoridade coatora;
Intimação do Ministério Público;
Pedido
Acatar a prova da liquidez;
Informar que concorda com a realização de audiência de conciliação e mediação;
Ao final, a procedência do pedido, para evitar ou reparar lesão ao direito líquido e certo do
impetrante.
18. Modelo
Exame de Ordem XXIX - Peça profissional
João, cidadão politicamente atuante e plenamente consciente dos deveres a serem cumpridos
pelos poderes constituídos em suas relações com a população, decidiu fiscalizar a forma de
distribuição dos recursos aplicados na área de educação no Município Alfa, sede da Comarca X
e vizinho àquele em que residia, considerando as dificuldades enfrentadas pelos moradores do
local. Para tanto, compareceu à respectiva Secretaria Municipal de Educação e requereu o
fornecimento de informações detalhadas a respeito das despesas com educação no exercício
anterior, a discriminação dos valores gastos com pessoal e custeio em geral e os montantes
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endereço eletrônico..., com sede na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelos fatos
e fundamentos a seguir expostos.
1) DOS FATOS:
O impetrante requereu informações acerca das despesas com educação no Município
Alfa, tendo, no entanto, seu pedido negado pelo Secretário de Educação do Município Alfa.
2.2) Da Legitimidade:
A legitimidade ativa de João decorre da sua titularidade pessoal do direito de acesso à
informação, sendo titular do direito que postula, nos termos do artigo 1º, da Lei nº 12.016/09.
A legitimidade passiva do Secretário Municipal de Educação do Município Alfa, por sua
vez justificada pelo fato de ser o responsável pela educação na localidade e por terem indeferido
o requerimento formulado por João, nos termos do artigo 6°, parágrafo 3°, da Lei nº 12.016/09.
O Município Alfa deverá ser cientificado, já que a autoridade coatora está vinculada a esta pessoa
jurídica.
2.3) Do Cabimento:
Cabe Mandado de Segurança, uma vez que se trata de ação fundamentada em direito
líquido e certo, conforme artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal, e artigo 1°, caput, da Lei
nº 12.016/09, contra ato de autoridade pública que praticou ilegalidade.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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O conjunto probatório indica que não há necessidade de produção de provas, pois a prova
já está pré-constituída com a negativa de acesso à informação, o que é fundamental para o
Mandado de Segurança.
Ressalte-se que não ocorreu decadência do Mandado de Segurança, pois não decorreram
mais de 120 (centro e vinte) dias da negativa, conforme artigo 23, da Lei nº 12.016/09.
2.5) Do Direito:
É assegurado a todos o acesso à informação, nos termos do artigo 5º, inciso XIV, da
CRFB/88 e o direito de receber dos órgãos públicos as informações de interesse coletivo ou
geral, conforme dispõe o artigo 5º, inciso XXXIII, da CRFB/88. Os usuários, ademais, têm
assegurado o seu acesso ao teor dos atos de governo, nos termos do artigo 37, parágrafo 3º,
inciso II, da CRFB/88, informação que deve ser fornecida no prazo estabelecido pelo artigo 11,
da Lei nº 12.527/11, independentemente de qualquer esclarecimento a respeito dos motivos
determinantes da solicitação, nos termos do artigo 10, parágrafo 3º, da Lei nº 12.527/11. As
informações relativas aos gastos com pessoal não dizem respeito à intimidade dos servidores,
pois refletem a maneira de gasto do dinheiro público, apresentando indiscutível interesse público.
O fato de João não residir no Município é irrelevante, pois os entes federados não podem criar
distinções entre brasileiros, nos termos do artigo 19, inciso III, da CRFB/88.
3) DOS PEDIDOS:
a) O recebimento desta inicial;
b) A concessão da medida liminar para determinar que a autoridade coatora forneça os
dados solicitados por João, com expedição de ofício para a autoridade coatora, assegurado o
direito do impetrante até o julgamento do mérito da ordem, conforme 7º, inciso III, da Lei nº
12.016/09, e 300, do Código de Processo Civil;
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Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 319,
inciso V, do Código de Processo Civil.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
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JUÍZO DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DO MUNICÍPIO ..., ESTADO ALFA
SINDICATO W, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n° ..., endereço
eletrônico..., com sede na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., representado por
seu PRESIDENTE..., nacionalidade..., profissão..., estado civil..., portador do RG n°..., inscrito
no CPF sob o n° ..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., n°..., Bairro...,
Cidade..., Estado..., CEP..., vem, por seu procurador signatário, inscrito na OAB n°..., procuração
em anexo, conforme previsão no artigo 287, do Código de Processo Civil, endereço eletrônico...,
61
2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
E-book de Processo Constitucional
com escritório profissional na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., local onde recebe
suas intimações, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO COM PEDIDO LIMINAR,
com base no artigo 5º, incisos LXIX e LXX, alínea “b”, da Constituição Federal e artigo 21 da Lei
nº 12.016/2009, contra o COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR, nacionalidade..., profissão...,
estado civil..., portador do RG n°..., inscrito no CPF sob o n° ..., endereço eletrônico..., residente
e domiciliado na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., vinculado à pessoa jurídica
de Direito Público ESTADO ALFA, inscrito no CNPJ sob o n°..., endereço eletrônico..., com sede
na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos:
1) DOS FATOS:
O Impetrante teve seu direito líquido e certo negado pela autoridade coatora, ao não
permitir a manifestação pública legítima nas praças da capital do Estado Alfa.
2.2) Da Legitimidade:
A legitimidade ativa do impetrante decorre do fato de ele ser uma organização sindical
legalmente constituída e em funcionalmente há mais de 1 (um) ano, estando em defesa de
direitos líquidos e certos de parte dos trabalhadores da categoria, tal qual autorizado pelo artigo
21, da Lei nº 12.016/2009, e artigo 5º, inciso LXX, alínea “b”, da Constituição Federal.
Legitimidade passiva é do Comandante da Polícia Militar do Estado Alfa e do Estado Alfa,
tendo em vista serem as autoridades que emanaram a decisão que feriu direito líquido e certo
dos trabalhadores, impedindo a realização das reuniões e das passeatas, nos termos do artigo
6°, parágrafo 3°, da Lei nº 12.016/09.
2.3) Do cabimento:
Cabe mandado de segurança coletivo, uma vez que se trata de ação fundamentada em
violação de direitos líquidos e certos coletivos, conforme artigo 5º, incisos LXIX e LXX, da
Constituição Federal e artigo 1°, caput, e artigo 21, parágrafo único, ambos da Lei nº
12.016/2009.
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3) DOS PEDIDOS:
a) O recebimento desta inicial;
b) A concessão da medida liminar, com base no artigo 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/2009
e art. 300, do CPC, para que a autoridade coatora se abstenha de adotar qualquer medida que
impeça a realização das reuniões e das passeatas;
c) A notificação da Autoridade Coatora para prestar informações no prazo legal de 10
(dez) dias, entregando-lhe a segunda via da petição, conforme artigo 7º, inciso I, da Lei nº
12.016/2009;
d) A ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada,
Estado Alfa, conforme artigo 7º, inciso II, da Lei nº 12.016/2009;
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Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 319,
inciso V, do Código de Processo Civil.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
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Reclamação constitucional
Art. 103-A, § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável
ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que,
julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial
reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula,
conforme o caso.
Súmula 734, STF. Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato
judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.
1. Nomenclatura
Quando a reclamação é dirigida ao STF, chama-se reclamação constitucional. Quando é
dirigida a outro tribunal, simplesmente reclamação.
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E-book de Processo Constitucional
Outra hipótese é para garantir o cumprimento de Súmula Vinculante, nos termos do art.
103-A da CF + Lei nº 11.417 (somente para súmulas vinculantes).
Em resumo, a reclamação é um instrumento processual, equiparado ao direito de petição,
utilizado para fazer valer a autoridade de decisão de tribunal, notadamente dos tribunais
superiores ou das súmulas vinculantes.
2. Cabimento
O Código de Processo Civil explicitou de modo mais claro o cabimento da reclamação:
Art. 988 do CPC: Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo
Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução
de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência;
3. Competência
STF= art. 102, inciso I, alínea “l”, da Constituição Federal = Reclamação Constitucional.
STJ= art. 105, inciso I, alínea “f”, da Constituição Federal = Reclamação.
4. Resumo:
Deve satisfazer os requisitos genéricos do art. 319 do CPC:
endereçamento, qualificação das partes, fatos e fundamentos jurídicos e
Inicial pedido. Deve-se noticiar o desinteresse na conciliação, por via das dúvidas,
já que se trata de requisito novo sobre o qual ainda não há muito consenso
acerca de suas hipóteses de cabimento.
Se o ato ferir decisão do STF ou súmula vinculante, a petição deve ser
dirigida à presidência do STF;
Endereçamento
Se ferir decisão do STJ, dirigido à presidência do STJ (art. 988, § 1º do
CPC)
Parte interessada
Sujeito ativo
Ministério Público
A lei não é clara sobre este aspecto. Ao mesmo tempo que diz que a
Sujeito passivo autoridade deve prestar informações, também indica que o beneficiário será
citado. Logicamente então, o réu será o beneficiário do ato reclamado.
O titular do órgão do Judiciário ou da Administração Pública que não está
Notificado
observando a decisão.
Citado O beneficiário
Fatos É muito importante ter a decisão paradigma do tribunal ou súmula
e vinculante. O autor deverá descrever a situação, a decisão impugnada e no
Fundamentos que a decisão impugnada contrasta com o paradigma ou súmula.
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Esqueleto da peça
Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Endereçamento
Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Superior Tribunal de Justiça.
Fatos Não admissão de recurso extraordinário por turma recursal.
STF= Reclamação Constitucional
Peça
STJ= Reclamação
Legitimidade
Autor/Reclamante
ativa
Legitimidade
Juízo/ Reclamado+ beneficiário
passiva
Usurpação da competência do Supremo.
Fundamentos
Preservar entendimento do STF.
Pedido Anulação da decisão.
a) recebimento da inicial, devidamente instruída com prova documental e dirigida
ao presidente do tribunal e recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao
relator do processo principal, conforme art. 988, parágrafos 2º e 3º da CPC;
b) A suspensão em caráter liminar da decisão proferida pelo juiz M.M Juízo
Monocrático da Comarca do Estado;
c) A notificação da autoridade coatora para que preste informação, conforme
art.989, I da CPC;
d) citação do beneficiário;
Requerimentos
e) vista ao Ministério Público por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para
informações e para o oferecimento da contestação pelo beneficiário do ato
impugnado;
f) a não realização de audiência de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do
CPC;
g) que seja procedente a presente reclamação a fim de tornar definitiva a liminar
cassando a decisão do juízo;
h) valor da causa
5. Modelo
Exame de Ordem XXXII - Peça profissional
Após regular aprovação em concurso público de provas e títulos, João da Silva foi nomeado e
empossado no cargo de técnico administrativo de nível médio, vinculado ao Poder Executivo do
Município Alfa. Exerceu suas funções com grande dedicação por mais de uma década. Durante
esse período, também teve oportunidade de concluir o curso de Administração de Empresas.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Assim que João concluiu a faculdade, foi editada a Lei Municipal nº 123/18, que permitia aos
ocupantes do cargo de provimento efetivo de técnico administrativo de nível médio, desde que
preenchessem os requisitos exigidos, optarem pela transposição para o cargo de auditor
administrativo de nível superior, passando a integrar a respectiva carreira.
Poucos dias após a promulgação da Lei Municipal nº 123/18, um ocupante do cargo de auditor
administrativo de nível superior faleceu e, com a vacância, João formulou o requerimento de
transposição, o qual foi imediatamente deferido pela Administração Pública. Com isso, Mário,
único candidato aprovado no concurso público destinado ao provimento do cargo de auditor
administrativo de nível superior, que ainda não fora nomeado, foi preterido.
Mário, irresignado com a situação, interpôs recurso, que foi apreciado por todas as instâncias
administrativas, não tendo sido acolhida a tese de que a Lei Municipal nº 123/18 afrontava o teor
de Súmula Vinculante. Acresça-se que a validade do concurso iria exaurir-se no fim do mês
seguinte, e Mário estava desempregado.
À luz desse quadro, como advogado(a), redija a peça processual mais adequada, perante o
Supremo Tribunal Federal, para combater a nomeação de João para o cargo de auditor
administrativo de nível superior. (Valor: 5,00)
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estado civil..., portador do RG n°..., inscrito no CPF sob o n° ..., endereço eletrônico..., residente
e domiciliado na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos:
1) DOS FATOS:
O Prefeito Municipal Alfa deferiu requerimento administrativo para transposição de cargo
solicitado por João, o que fere a Constituição, a legalidade e súmula vinculante.
2.2) Da Legitimidade:
O autor Mário é legitimado ativo, na qualidade de reclamante, tendo em vista ser parte
interessada, conforme artigo do 989, caput, do Código de Processo Civil.
O Prefeito do Município Alfa é um dos legitimados passivos, na qualidade de autoridade,
pois foi autor do ato que contrário à Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, devendo
apresentar informações.
Nos termos artigo do 989, inciso III, do Código de Processo Civil, deverá ser citado o João
da Silva, como beneficiário, para contestar, no prazo de 15 (quinze) dias.
2.3) Do Cabimento:
Cabe Reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros
meios admissíveis de impugnação da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar
enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-la indevidamente, considerando o
exaurimento da instância administrativa, conforme artigo 7º, parágrafo 1°, da Lei nº 11.417/2006,
artigo 102, inciso I, alínea “l” e Art. 103-A, § 3º, ambos da Constituição Federal e artigo 988,
inciso III, do Código de Processo Civil.
2.4) DO DIREITO
O Prefeito Municipal, ao deferir o requerimento administrativo, aplicou a Lei Municipal nº
123/2018 em detrimento da Constituição Federal, nos termos do Art. 37, inciso II, da CRFB/88,
70
2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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violou o princípio da legalidade, nos termos do Art. 37, caput, da CRFB/88 e ofensa à Súmula
Vinculante 43 do STF. Ocorre que a referida súmula aplica corretamente a Constituição Federal,
já que proíbe transposição de carreiras. A transposição de carreiras seria ofensa ao princípio do
concurso público, razão pela qual deve ser proibida e, portanto, a razão pela qual a Lei Municipal
é inconstitucional.
3) DOS PEDIDOS:
a) Que seja autuada, recebida a reclamação, devidamente instruída com prova
documental, devidamente dirigida ao presidente do tribunal e distribuída ao relator do processo
principal, conforme artigo 988, parágrafos 2º e 3º, do Código de Processo Civil;
b) Seja concedida a gratuidade de justiça;
c) A suspensão em caráter liminar da nomeação de João da Silva, nos termos do artigo
989, inciso II, do Código de Processo Civil, em evidente desconformidade com entendimento já
sumulado pelo Supremo Tribunal Federal na Súmula Vinculante nº 43, reconhecendo a
ilegalidade e inconstitucionalidade a presente nomeação;
d) A notificação da autoridade reclamada, Prefeito do Município Alfa, que poderá prestar
informações, conforme artigo 989, inciso I, do Código de Processo Civil, no prazo de 10 (dez)
dias;
e) A citação do beneficiário João da Silva para responder, nos termos do artigo 989, inciso
III, do Código de Processo Civil;
f) Vista ao Procurador-Geral da República por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo
para informações e para o oferecimento da contestação pelo beneficiário do ato impugnado, nos
termos do artigo 991, do Código de Processo Civil;
g) A produção de todas as provas em direito admitidas;
h) A condenação do beneficiário em honorários e custas;
i) A procedência da presente Reclamação para fins de tornar definitiva a liminar, para que
seja anulado o ato administrativo que deferiu a transposição do cargo de técnico administrativo
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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de nível médio para o de auditor administrativo de nível superior, nos termos do artigo 992, do
Código de Processo Civil, e 7°, parágrafo 2°, da Lei nº 11.417/06.
Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 319,
inciso V, do Código de Processo Civil.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Como o próprio nome diz, trata-se de recurso. Está previsto nos artigos 102, II, a e b e
artigo 105, II, a, b, e c, da CF. Cabe tanto para o STJ como para o STF.
1. Matéria de fato
Ao contrário do Recurso Especial e Extraordinário, o Recurso Ordinário examina matéria
de fato, sendo esta a razão de sua existência.
2. Cabimento
2.1 Cabimento para o STF (102, II, da CF)
O habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção
decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; o crime
político.
73
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3. Competência
Lei 8.038/90 - Institui normas procedimentais para os processos que específica, perante
o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Tribunais dos Estados e do Distrito Federal, será interposto no prazo de cinco dias, com
as razões do pedido de reforma.
4. Prazos
5. Recebimento
Conforme o art. 1.028, § 2º, do CPC, o “ROC” é interposto no tribunal de origem, sendo,
após o recebimento das contrarrazões, imediatamente enviado ao Tribunal competente para o
julgamento, sem exame dos requisitos de admissibilidade.
6. Resumo
Esqueleto da peça
Endereçamento Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal
Resumo dos fatos Decisão denegatória em Mandado de Segurança.
Peça Recurso Ordinário ou Recurso Ordinário Constitucional
Legitimidade ativa Recorrente
Legitimidade passiva Recorrido
Fundamentos STF= 102, II da CF ou STJ= 105, II da CF.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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6. Modelo
Exame de Ordem XXX - Peça profissional
Após a tramitação do respectivo processo administrativo, foi indeferido o pedido de
reconsideração formulado pela sociedade empresária WW, relativo à decisão proferida pelo
Secretário de Estado de Ordem Pública do Estado Alfa, que proibira a exploração de sua
atividade econômica. Essa atividade consistia no reparo e no conserto de veículos automotores,
sob a forma de unidade móvel, em que a estrutura da oficina, instalada em micro-ônibus, se
deslocava até o local de atendimento a partir de solicitação via aplicativo instalado em aparelhos
de computador ou de telefonia móvel.
Ao fundamentar a sua decisão originária, cujos argumentos foram reiterados no indeferimento
do pedido de reconsideração, o Secretário de Estado de Ordem Pública informou que embasara
o seu entendimento no fato de a referida atividade não estar regulamentada em lei. Nesse caso,
a Lei estadual nº 123/2018, que dispunha sobre suas competências, autorizava expressamente
que fosse vedada a sua exploração.
Por ver na referida decisão um verdadeiro atentado à ordem constitucional, a sociedade
empresária WW impetrou mandado de segurança contra o ato do Secretário de Estado perante
o Órgão Especial do Tribunal de Justiça, órgão jurisdicional competente para processá-lo e julgá-
lo originariamente, conforme dispunha a Constituição do Estado Alfa. Para surpresa da
impetrante, apesar de o Tribunal ter reconhecido a existência de prova pré-constituída
comprovando o teor da decisão do Secretário de Estado, a ordem foi indeferida, situação que
permaneceu inalterada até o exaurimento da instância ordinária. A situação se tornara
particularmente dramática na medida em que a proibição de exploração da atividade econômica
iria inviabilizar a própria continuidade da pessoa jurídica, que não conseguiria saldar seus débitos
e continuar atuando no mercado, o que exigiria a imediata demissão de dezenas de empregados.
A partir da narrativa acima, elabore a petição do recurso cabível contra a decisão proferida pelo
Tribunal de Justiça do Estado Alfa. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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pontuação.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
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DOS FATOS
2.1) Da Competência
2.2) Da Legitimidade
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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2.3) Do Cabimento
2.4) Do Direito
A lei estadual, ao permitir fosse vedado o exercício de uma atividade econômica por não estar
disciplinada em lei, afrontou a liberdade econômica, ressalvados os limitadores legais, nos
termos do Artigo 170, parágrafo único, da CRFB/88.
O ato do Secretário de Estado violou direito líquido e certo da recorrente de explorar a atividade
econômica, o que justifica o acolhimento do mandado de segurança, nos termos do Artigo 5º,
inciso LXIX, da CRFB/88.
Cabe o deferimento do efeito suspensivo ativo, pois estão presentes os requisitos fumus boni
iuris, pois a solidez do direito está expressa nos fundamentos de mérito e periculum in mora,
porque há o risco de ineficácia da medida final se a liminar não for deferida, tendo em vista a
urgência da situação, já que a vedação ao exercício de sua atividade econômica pode impedir
a continuidade da pessoa jurídica, devendo o Relator ou Presidente do Tribunal manifestarem-
se incontinenti sobre o tema, tudo nos termos do art. 1029, §5º e do art. 932, II, do CPC.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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3) DOS PEDIDOS
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Recurso Extraordinário
1. Conceito
Além de ser um tribunal constitucional e político, o STF é um tribunal voltado à
preservação da supremacia da Constituição. Analisa, além disso, ações originárias e recursos
com discussão de fato. O caráter de preservador da supremacia constitucional é encontrado no
Recurso Extraordinário.
Trata-se de um recurso cuja finalidade é, precisamente, a manutenção da supremacia
constitucional. O STF não funciona nesse sentido, como uma terceira ou quarta instância
eventualmente, antes pelo contrário, exerce o papel de guarda da Constituição, manifestando-
se soberanamente sobre ela. Motivo pelo qual, não se pode dizer que os recursos extraordinários
são meios de reforma e conserto dos julgados pelas instâncias inferiores, em verdade, sua
preocupação deve ser com questões objetivas, extraídas da subjetividade da causa (Tavares,
André Ramos. Curso de Direito Constitucional).
2. Cabimento
As hipóteses de cabimento estão expressas no art. 102, III e alíneas:
➙ A alínea "a" é a reserva: Use para quando a situação não se amoldar a nenhuma das
outras alíneas.
81
2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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4. Objeto
Súmula 279 - Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.
5. Prazo
O prazo é o comum a todos os recursos, ou seja, 15 dias (art. 1.003, § 5º, do CPC).
Atenção!
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Art. 1.029 do CPC: O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na
Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do
tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
Art. 1.029 do CPC: O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na
Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do
tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
(...)
3o O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar
vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute
grave.
Art. 1.029 do CPC: O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na
Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do
tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
(...)
§ 4º Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas
repetitivas, o presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça
receber requerimento de suspensão de processos em que se discuta questão federal
constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando razões de segurança jurídica
ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a todo o território nacional, até
ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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9. Procedimentos
Recebida a petição de recurso no Tribunal a quo, o recorrido será intimado para
apresentar contrarrazões, no mesmo prazo para a interposição do recurso. O Presidente ou Vice
do Tribunal a quo terá poderes para negar seguimento a recurso, nas hipóteses das alíneas a e
b do inciso I do artigo 1.030, do CPC. Desta decisão cabe agravo.
Caso o Presidente ou Vice note que a decisão recorrida contraria entendimento do STF,
fará o processo voltar ao órgão julgador (turma ou câmara). Desta decisão cabe agravo interno.
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não
decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se
trate de matéria constitucional ou infraconstitucional;
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Art. 1.032 do CPC: Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso
especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias
para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre
a questão constitucional.
Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o recurso
ao Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao
Superior Tribunal de Justiça.
Art. 1.033 do CPC: Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à
Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação
de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento
como recurso especial.
• Repercussão geral
Na petição de razões e não na de interposição, o recorrente deverá demonstrar a
repercussão geral, ou seja, porque o julgamento daquele recurso é importante não só para as
partes, mas também para a sociedade, com base em argumentos jurídicos, econômicos, políticos
ou sociais. A decisão que não conhece recurso no que toca à repercussão geral é irrecorrível.
A repercussão geral é um dos requisitos de admissibilidade do recurso extraordinário que
tem por objetivo restringir o acesso ao STF, restringindo-o analisar casos de flagrante cunho
constitucional e que tenham a relevância econômica, jurídica e social.
Conceito:
Por sua vez, para Sarlet, Marinoni e Mitidiero (2012), o conceito de repercussão foca-se
no binômio relevância da controvérsia constitucional e transcendência da questão debatida.
Assim, a questão constitucional levada a julgamento por meio do recurso extraordinário terá seu
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Objetivos:
➙ Reservar a atuação da Corte apenas para os casos detenham relevância para a ordem
constitucional.
Críticas:
Não há critérios e nem controle do que é declarado como repercussão geral.
O recurso extraordinário tem gerado a chamada jurisprudência defensiva, que visando a
diminuir o número de demandas, tem-se fixado em aspectos formais:
Para todos verem: imagem que soma relevância com transcendência, dando como resultado a repercussão geral.
Art. 1.035 do CPC: O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá
do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver
repercussão geral, nos termos deste artigo.
§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões
relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os
interesses subjetivos do processo.
§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação
exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.
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Uma vez reconhecida a repercussão geral sobre a matéria, todos os demais processos
pendentes que versarem sobre matéria ficarão suspensos.
§ 9o O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de
1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu
preso e os pedidos de habeas corpus.
(...) § 11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será
publicada no diário oficial e valerá como acórdão.
Repercussão implícita
Também é possível que a repercussão geral seja admitida tacitamente, pois, de acordo
com o art. 324 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, os Ministros têm o prazo de
20 (vinte) dias para se manifestarem a respeito. Se após decorrido este prazo não se verificar
manifestações de quatro Ministros suficientes para a recusa da repercussão geral, esta é
admitida tacitamente.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Jurisprudência do STF
Cabe amicus curiae:
Nos termos do art. 324, § 2º, do RISTF, na hipótese em que o relator, ao se manifestar
sobre a repercussão geral do tema versado no extraordinário, declare que a matéria tratada
no recurso possui caráter infraconstitucional, a ausência de pronunciamento expresso dos
ministros desta Corte no Plenário virtual implica a presunção de manifestação pela
ausência de repercussão geral. [RE 676.924 RG-ED, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 19-
6-2013, P, DJE de 1º-7-2013.]
Mesmo que exista repercussão geral sobre determinada matéria, a parte não está eximida
de fundamentar a repercussão geral de seu recurso.
Questão de ordem resolvida no sentido de que o reconhecimento, pelo STF, da presença
da repercussão geral da questão constitucional em determinado processo não exime os
demais recorrentes do dever constitucional e processual de apresentar a preliminar
devidamente fundamentada sobre a presença da repercussão geral (§ 3º do art. 102 da
CR e § 2º do art. 543-A do CPC). [ARE 663.637 AgR-QO, rel. min. Ayres Britto, j. 12-9-
2012,P, DJE de6-5-2013.]
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Resumo:
Competência Supremo Tribunal Federal.
Peça de interposição: Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do
Endereçamento Egrégio Tribunal de Justiça do Estado... (variável, conforme a decisão
recorrida).
Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Supremo
Razões recursais
Tribunal Federal.
Legitimidade ativa: qualquer demandante que verificar que a decisão judicial
da sua decidida em única ou última instancia, contraria um ou vários
Partes
dispositivos do artigo 102, III, ‘’a” e “d”, da Constituição Federal.
Legitimidade passiva: da parte oposta na causa que se benefício da decisão.
Demonstrar a decisão recorrida: contrariou dispositivo da constituição;
Causa de pedir declarou a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; julgo validade lei
ou ato de governo local contestado em face de lei federal.
Conhecimento e provimento do recurso para reforma integral da decisão
Pedido
recorrida.
Modelo:
Exame de Ordem XII - Peça profissional
Após mais de 40 (quarenta) dias de intensa movimentação popular, em protestos que chegaram
a reunir mais de um milhão de pessoas nas ruas de diversas cidades do Estado, e que
culminaram em atos de violência, vandalismo e depredação de patrimônio público e particular, o
Governador do Estado X edita o Decreto nº 1968.
A pretexto de disciplinar a participação da população em protestos de caráter público, e de
garantir a finalidade pacífica dos movimentos, o Decreto dispõe que, além da prévia comunicação
às autoridades, o aviso deve conter a identificação completa de todos os participantes do evento,
sob pena de desfazimento da manifestação. Além disso, prevê a revista pessoal de todos, como
forma de preservar a segurança dos participantes e do restante da população.
Na qualidade de advogado do Partido Político “Frente Brasileira Unida”, de oposição ao
Governador, você ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, perante o Tribunal de
Justiça do Estado X, alegando a violação a normas da Constituição do Estado referentes a
direitos e garantias individuais e coletivos (que reproduzem disposições constantes da
Constituição da República).
O Plenário do Tribunal de Justiça local, entretanto, por maioria, julgou improcedente o pedido
formulado, de declaração de inconstitucionalidade dos dispositivos do Decreto estadual, por
entender compatíveis as previsões constantes daquele ato com a Constituição do Estado, na
interpretação que restou prevalecente na corte. Alguns dos Desembargadores registraram em
seus votos, ainda, a impossibilidade de propositura de ação direta tendo por objeto um decreto
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estadual.
Entendendo que a decisão da corte estadual, apesar de não conter obscuridade, omissão ou
contradição, foi equivocada, e que não apenas as disposições do Decreto são inconstitucionais
como também a própria interpretação dada pelo Tribunal de Justiça é incompatível com o
ordenamento jurídico nacional, os dirigentes do Partido pedem que você proponha a medida
judicial cabível a impugnar aquela decisão.
Elabore a peça judicial adequada. (Valor: 5,0)
Foi intimado em ..., apresenta seu recurso no prazo legal de 15 (quinze) dias úteis, a saber em
..., conforme a regra do artigo 1.003, parágrafo 5º, do Código de Processo Civil.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Requer o deferimento de efeito devolutivo e suspensivo ativo, nos termos do artigo 932, II, e
1.029, § 5º, ambos do Código de Processo Civil. Comprova o pagamento das custas de porte
de remessa e retorno, nos termos do artigo 1.007, do Código de Processo Civil.
Local..., data...
Advogado... OAB...
Processo nº:...
Recorrente: Partido Político “Frente Brasileira Unida”
Recorrido: Governador do Estado X
1) DOS FATOS:
O Tribunal de Justiça X decidiu, em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade
Estadual, que o Decreto Estadual n° 1968 não fere a Constituição do Estado, apesar de clara
violação à norma de repetição obrigatória e dispositivos expressos da Constituição.
2) DO DIREITO:
2.1) Da Tempestividade:
O recorrente foi a intimado em ... Desta forma, apresenta seu recurso no prazo legal de
15 (quinze) dias úteis, conforme a regra do artigo 1.003, parágrafo 5º, do Código de Processo
Civil.
2.2) Da Competência:
Compete ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de Recurso Extraordinário quando
decisão de última ou única instância contrariar dispositivo da Constituição Federal, com base no
artigo 102, inciso III, da Constituição Federal.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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2.3) Da Legitimidade:
O recorrente Partido Político “Frente Brasileira Unida” é legitimado para o ajuizamento da
representação de inconstitucionalidade estadual e, como foi sucumbente, mantém a legitimidade
para recorrer. A parte passiva é o Governador do Estado ..., por ser o responsável pela edição
do Decreto violador.
2.4) Do Cabimento:
Cabe recurso extraordinário contra decisão em Representação de Inconstitucionalidade
com base no artigo 102, inciso III, alínea “a” e “c”, da Constituição Federal, e artigo 1.029, inciso
II, do Código de Processo Civil, uma vez que o acórdão a quo considerou válido decreto local
em clara violação à norma de repetição obrigatória e dispositivos expressos da Constituição.
2.6) Do Prequestionamento:
A matéria foi devidamente prequestionada, uma vez que a causa versava sobre a violação
o princípio da legalidade, razoabilidade e proporcionalidade. Violava também o direito à liberdade
de reunião, previsto no artigo 5º, inciso XVI, da Constituição Federal, a liberdade de pensamento,
descrito no artigo 5º, inciso IV, da Constituição Federal, atendendo assim ao requisito do artigo
1.025, do Código de Processo Civil, tendo sido a matéria amplamente discutida nos julgamentos
anteriores.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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3) PEDIDOS:
a) O recebimento do presente recurso extraordinário;
b) A intimação do Ministério Público ou interessado para se manifestar, conforme artigo
1.030, do Código de Processo Civil;
c) A concessão de efeito suspensivo para fins de invalidar a eficácia do Decreto n° 1968,
conforme artigo art. 932, II, e 1029, §5º do Código de Processo Civil;
d) O conhecimento e provimento do recurso para julgar procedente a ação direta proposta
no plano estadual com a declaração da inconstitucionalidade da norma estadual Decreto n° 1968;
e) A condenação da parte ex adversa nos eventuais ônus da sucumbência e demais
despesas judiciais.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
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Controle de Constitucionalidade
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revogada as medidas cautelares concedidas já há dez anos.[ADI 2.158 e ADI 2.189, rel.
min. Dias Toffoli, j. 15-9-2010, P, DJE de 16-12-2010.]
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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inconstitucionalidade. O artigo 9º, parágrafo único, a e b, previa o controle das leis estaduais ou
federais.
A Lei de nº 221, de 20/11/1894, veio a explicitar, ainda mais, o sistema judicial de controle
de constitucionalidade, consagrando no art. 13, § 10 a seguinte cláusula: Os Juízes e
tribunais apreciarão a validade das leis e regulamentos e deixarão de aplicar aos casos
ocorrentes as leis manifestamente inconstitucionais e os regulamentos manifestamente
incompatíveis com as leis ou com a constituição. (MENDES)
Embora não tenha introduzido qualquer modificação no modelo difuso de controle (art.
101, III, b e c), preservando inclusive, a exigência do quórum especial para a declaração
de inconstitucionalidade (art. 96), o constituinte rompeu com a tradição jurídica brasileira,
consagrado, no art. 96, parágrafo único, princípio segundo o qual, no caso de ser
declarada a inconstitucionalidade de uma lei que, a juízo do Presidente da República, seja
necessária ao bem-estar do povo, à promoção ou defesa de interesse nacional de alta
monta, poderia o Chefe do Executivo submetê-la novamente ao Parlamento. Confirmada
a validade da lei por 2/3 de votos em cada uma das Câmaras, tornava-se insubsistente a
decisão do Tribunal. (MENDES)
1946 - Previu o controle judicial pelo recurso extraordinário (via difusa) disciplinando-
o no artigo 101, III; manteve a necessidade de maioria absoluta dos membros do Tribunal para
a decisão declaratória de inconstitucionalidade; manteve o poder do Senado Federal para
suspender a execução da lei considerada inconstitucional pelo STF. Ampliou-se
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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quaisquer máculas produzida contra aquelas normas que são consideradas as principais do
ordenamento jurídico.
➙ Sistema piramidal;
➙ Filtro de constitucionalidade.
Para todos verem: pirâmide em escala de cores azul, em que, no topo está a Constituição Federal e abaixo as normas infraconstitucionais.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Para todos verem: esquema explicando as formas de controle, onde no preventivo e político será o veto e a
comissão de Constituição e Justiça, e o repressivo e jurídico será o difuso/concentrado.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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no mundo dos fatos, de modo que se trata de efetivo controle de constitucionalidade de leis ou
emendas à Constituição.
Por outro lado, o controle preventivo de constitucionalidade realiza-se em momento
anterior à completa formação do ato normativo controlado, ou seja, antes de sua entrada em
vigor, ainda em âmbito de deliberação. Não é por outra razão que se fala em controle de
constitucionalidade de projetos de Lei e propostas de emendas à Constituição. Desta forma,
verifica-se que a índole repressiva ou preventiva do controle de constitucionalidade funda-se no
caráter do próprio ato controlado.
Enquanto o primeiro visa a expurgar a ordem jurídica das normas inconstitucionais,
subversoras do sistema hierárquico-normativo, o segundo tenciona proteger ou prevenir a ordem
jurídica de proposições normativas inconstitucionais, as quais poderão adquirir efetiva vigência
e ingressarem no sistema jurídico, possibilitando a subsunção.
Dito isso, pode-se observar que jaz no direito brasileiro a tese da presunção de
constitucionalidade, haja vista existir um controle preventivo, fazendo com que as normas do
direito brasileiro gozem dessa presunção juiris tantum. Por esse motivo, o controle repressivo
terá na realidade a função de tornar uma presunção que até então é relativa, em uma presunção
absoluta. Eis a verdadeira combinação do sistema de controle de constitucionalidade
5. Controle Preventivo
A função do controle preventivo é impedir que uma norma inconstitucional ingresse no
ordenamento jurídico, portanto, trata-se do processo de elaboração legislativa. Assim, esse
controle acontece em dois momentos distintos e fora da via judiciária:
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
E-book de Processo Constitucional
➙ Veto do presidente da república – poderá vetar projeto por entendê-lo inconstitucional, mas,
em relação à emenda, não há participação do executivo. Quanto ao veto, este poderá ser por
questões de conveniência política ou por razões jurídicas, sendo que, nesse caso nos interessa
a veto em que as razões jurídicas versam sobre a possível inconstitucionalidade da norma. O
veto, contudo, seja ele jurídico ou político, não é absoluto, de maneira que retornará ao
Congresso Nacional para apreciação no prazo de trinta dias, sendo que poderá ser rejeitado pelo
voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto (inteligência do art.
66, § 4º, da Constituição). Rejeitado o veto presidencial, prevalecerá a manifestação do Poder
Legislativo, seguindo o projeto de lei à promulgação (art. 66, § 5º, da Constituição), ato a partir
do qual tornar-se-á lei.
É possível haver controle de constitucionalidade pela via judicial ainda durante o processo
legislativo?
Quando for controle do processo formal legislativo, ou seja, verificado que não se
respeitou o trâmite determinado na Constituição para edição normativa. Ex: uma lei
complementar em eminência de ser votada por maioria simples (o que corresponde a uma lei
ordinária ou uma emenda à Constituição que não é votada em duas casas).
A outra possibilidade reconhecida na doutrina é do controle jurisdicional de
constitucionalidade do processo legislativo de propostas de emendas constitucionais tendentes
a abolir as cláusulas de garantia da Constituição (artigo 60, § 4º, da Constituição Federal).
Qual o instrumento?
Pode-se provocar o controle de constitucionalidade durante o processo de edição
normativa através de Mandado de Segurança impetrado por parlamentar.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
E-book de Processo Constitucional
Decisão do STF:
O Mandado de Segurança nº 20.257-DF, impetrado pelos então senadores da República
Itamar Augusto Cautiero Franco e Antônio Mendes Canale, dirigia-se contra ato da Mesa
do Congresso Nacional que admitiu a deliberação de propostas de emendas
constitucionais que, segundo alegado na impetração, seriam tendentes à abolição da
República, contrariando o disposto no art. 47, § 1º, da então vigente Constituição Federal
de 1967/69, verbis: "não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir a Federação e a República". Tencionavam os ilustres parlamentares, através da
impetração do mandamus, fosse impedida a tramitação das propostas de emendas
constitucionais nº 51 e 52, ambas de 1980, bem como da emenda nº 03 às referidas
propostas. Tais proposições legislativas, por visarem à prorrogação dos mandatos de
prefeitos, vice-prefeitos e vereadores de dois para quatro anos, caso aprovadas, segundo
entendiam os impetrantes, ocasionariam a abolição da República, razão por que
inconstitucional sua deliberação legislativa (STF, MS 20.257-DF, Rel. Min. Décio Miranda,
Rel. p/ Acórdão Min. Moreira Alves, j. 08.10.1980). (TRINDADE, 2014)
6. Controle Repressivo
Este será exercido por via jurisdicional ante o papel de guardião da Constituição. Essa
espécie de controle se dará pela via difusa ou pela via do controle concentrado.
Para todos verem: esquema explicando as formas de controle, onde no difuso será feito por
qualquer Juiz ou Tribunal ou o STF na última instância, conforme art. 102, inciso III, e o
concentrado será ADI, ADI (O), ADC e ADPF originária.
Poderá o controle repressivo poderá ser exercido pela via do legislativo? Ou seja,
depois que a norma já está surtindo efeitos?
Dois casos:
1- Art. 49, V - que trata da competência do Congresso Nacional sustar os atos normativos
do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa.
2 - Medida provisória (art.62) que poderá ser editada com força de Lei, em caso de
relevância, mas deve ser submetida ao Congresso Nacional.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Para todos verem: esquema explicando os atos, sendo os normativos que são em regra destinados a todos,
será divido pelos primários, que inovam no ordenamento, conforme artigo 59, e os secundários que
dependerão do primário, porém não inovam. Já os atos concretos serão destinados a um sujeito ou uma
situação, que serão então todos os atos do Poder Público que não forem normativos.
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e
consolidação das leis.
Acesse: https://ceisc.com.br/ead/aula/942/230734/10448
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Podem ser:
➙ Objetivos: relacionados com as demais fases do processo legislativo, que será determinado
pela Constituição para cada espécie de ato normativo.
2) Materiais: voltados à ação do legislador, bem como relacionados aos seus valores, que
são denominados aspectos materiais, ou seja, os interesses e direitos eleitos pela sociedade,
bem como os aspectos relativos à distribuição de poderes e estrutura do Estado Democrático de
Direito. Pode ser decorrente de vício de constitucionalidade expresso.
Outro seria o excesso de poder legislativo, violador do princípio constitucional implícito da
proporcionalidade/razoabilidade.
Assim, lei materialmente inconstitucional é a que possui conteúdo incompatível com o
sistema constitucional utilizado como respectivo parâmetro de validade.
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8. Formas de inconstitucionalidades
Para todos verem: esquema explicando as formas de inconstitucionalidade, que poderá ser por omissão ou por ação.
a) Ação/Comissão: edição de um ato estatal que não se coaduna com a Carta Magna.
b) Omissão: ocorre quando o agente responsável pela integração concretizadora dos
interesses, valores e direitos inscritos nas normas constitucionais mantém-se inerte. Atentar que
a omissão pode ser legislativa ou administrativa.
Para todos verem: imagem que descreve as duas formas possíveis de atacar as
omissões, de um lado a ADI (O) através do controle concentrado, com base no
artigo 102, alínea a, da CF, e pelo mandado de injunção, através do controle difuso,
com base no artigo 5º, LXXI, da CF.
O dirigismo estatal refere-se à Constituição como uma Lei Maior, que obriga e vincula
todos os poderes à sua concretização, impondo-se um dever/agir estatal, do contrário, os direitos
fundamentais restariam letras mortas na Constituição de 1988.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Uma lei fundamental não reduzida a um simples instrumento de governo, ou seja, um texto
constitucional limitado à individualização dos órgãos e à definição de competências e
procedimentos da ação dos poderes públicos. A ideia de “programa” associava-se ao
caráter dirigente da Constituição. A Constituição comandaria a ação do Estado e imporia
aos órgãos competentes a realização das metas programáticas nela estabelecidas. (J.J
CANOTILHO)
Também poderá ocorrer outra técnica que chamamos de nulidade parcial sem redução de
texto:
A nulidade parcial sem redução de texto seria uma “exclusão expressa de algum sentido
eventualmente atribuível a determinada palavra ou expressão contida na norma cuja
constitucionalidade ou compatibilidade com o texto da norma fundamental encontra-se em
apreço pela Corte. (LEAL)
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• Resumo:
→ Declarar a inconstitucionalidade a partir do trânsito em julgado da decisão: o que
denominamos ex nunc;
→ Declarar a inconstitucionalidade com suspensão dos efeitos a algum tempo que deverá
ser proferido na decisão (no caso sentença): o que denominamos como feitos pró-futuro;
→ Declarar a inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade, permitindo que se opere a
suspensão da aplicação da lei e dos processos em curso, para que tal pronúncia se dê em prazo
razoável: o que na prática nada mais é do que uma restrição de efeitos.
→ A regra geral é quanto ao controle difuso e concentrado a eficácia ex tunc do proferimento
acerca da constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei, contudo, em caso de existirem
razões de segurança jurídica e relevante interesse público, poder-se-á, então, aplicar a
modulação temporal dos efeitos (art. 27), para atribuir a decisão os efeitos anteriormente citados.
Também, ressalta-se que é posição doutrinária consolidada a aplicação, em se tratando de
controle difuso de constitucionalidade (o que significa sua possibilidade de aplicação no caso
concreto).
Para todos verem: esquema com lacunas, demonstrando a diferença entre os termos ex tunc, que quer dizer
desde o início, ou seja, retroagem os efeitos, portanto, se não houver manifestação em contrário, a regra
será essa, o termo ex nunc, que consiste no reconhecimento da inconstitucionalidade, que irá gerar efeitos
a partir da decisão apenas, mas deverá haver manifestação expressa sobre esse efeito. Por fim, o termo pró-
futuro, onde a lei continuará sendo aplicada por um determinado prazo, a ser determinado pelo próprio
Tribunal.
Para todos verem: imagem com sequência de itens que deve-se lembrar
quando tratar de controle concentrado, são eles: 1. qualquer Juiz ou Tribunal
pode apreciar, 2. trata-se de causa de pedir e não o pedido, 3. atos concretos,
ou seja, aplicação da norma, 4. via de exceção, 5. temos partes interessadas.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Resumindo:
Não é objeto central da lide, logo, a inconstitucionalidade é o aspecto secundário da
demanda.
Nesse sentido, a alegação de (in)constitucionalidade da norma dar-se-ia de forma
incidental ou prejudicial, pois a centralidade da demanda é o que ensejou o pedido no caso
concreto (seja como inicial, como contestação, como recurso etc.), sendo a discussão sobre a
declaração de (in)constitucionalidade apenas um elemento para apreciação do caso concreto –
fundamental para a decisão da lide.
Em havendo declaração de inconstitucionalidade da norma a ser aplicada no caso
concreto pela via difusa, a norma contestada não será excluída do sistema jurídico, surtindo seus
efeitos apenas as partes envolvidas na lide em questão.
A inconstitucionalidade não é feita enquanto manifestação sobre o objeto principal da lide,
mas sim sobre a questão prévia, indispensável ao julgamento do mérito “(...) Nesse sistema, é
outorgado ao interessado obter a declaração de inconstitucionalidade somente para o efeito de
isentá-lo, no caso concreto, do cumprimento da lei ou ato, produzido em desacordo com a Lei
maior” (MORAIS).
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Efeitos da decisão:
Regra geral: inter partes. A decisão que afasta o ato inconstitucional não beneficia a quem
não for parte da demanda em que se reconhecer a inconstitucionalidade.
Observação: discutiremos com atenção o caso do recurso extraordinário diante da
repercussão geral.
• Importante:
Esta construção parece estar relacionada com a caracterização da natureza objetiva ao
recurso extraordinário, para que ele não fique adstrito a perseguição de direitos subjetivos, mas
como um meio de constitucionalidade estipulado para a preservação objetiva da própria
Constituição.
Observação: decisão proferida pelo STF no RE no 197917, - cláusula da
proporcionalidade – atribui-se efeito erga omnes.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Discussão da matéria – início sob o argumento de que estes não poderiam ser os efeitos
da via difusa realizada pelo recurso extraordinário, ajuizou-se ação direta de
inconstitucionalidade contra a resolução do TSE nº 21702/04, que normatizou o entendimento
do referido recurso. O julgado, entendeu que não haveria óbice, pois mesmo quando atuando
em via difusa, está o STF fazendo o papel de guardião da Constituição.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Para todos verem: imagem que soma segurança jurídica com excepcional interesse
público, dando como resultado a modulação temporal, disciplinada pelo art. 27, da Lei
n.º 9.868/99.
1
Para quem desejar se inteirar mais da crítica fica a dica de leitura: https://www.conjur.com.br/2019-set-30/eliseu-
belo-abstrativizacao-controle-difuso-stf
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Porém, a Lei nº 9.868/99 contém disposição (art. 27) que autoriza o Supremo Tribunal
Federal, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, a
restringir os efeitos da declaração de inconstitucionalidade ou a estabelecer que ela tenha
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado, desde
que tal deliberação seja tomada pela maioria de dois terços de seus membros.
Existindo razões de ordem pública ou sociais, é possível, desde que de maneira
excepcional, no caso concreto, a declaração de inconstitucionalidade incidental com efeitos ex
nunc, com base nos princípios da segurança jurídica e da boa-fé.
A Lei nº 9.868/99 trouxe inovações, permitindo ao Supremo Tribunal Federal a limitação
dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade. O seu art. 27 prevê que, ao declarar a
inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou
de excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria de dois terços de seus membros,
restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu
trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Dessa forma, permitiu-se ao
STF a manipulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade denominada de
modulação, ou limitação temporal pela Corte, seja em relação à sua amplitude, seja em relação
aos seus efeitos temporais.
Art. 97 da CF: Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros
do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo do Poder Público.
A regra da Full Bench, também conhecida como cláusula de reserva de plenário, é, por
assim dizer, um requisito para que lei ou ato normativo do Poder Público seja declarado
inconstitucional, qual seja o voto da maioria dos membros do tribunal.
Súmula Vinculante nº 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão
de órgão fracionário de Tribunal que embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no
todo ou em parte.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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(...) A exigência, conhecida como cláusula de reserva de plenário, deve ser observada não
apenas no controle difuso, mas também no concentrado, sendo que neste a Lei nº
9.868/99 exigiu o quorum de maioria absoluta também para a hipótese de declaração de
constitucionalidade(...)
A observância da cláusula da reserva de plenário não é necessária na hipótese de
reconhecimento da constitucionalidade (princípio da presunção de constitucionalidade das
leis), inclusive em se tratando de interpretação conforme e não se aplica às decisões de
juízes singulares, das turmas recursais dos juizados especiais, nem ao caso de não-
recepção de normas anteriores à Constituição.
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1. Controle concentrado
2. Características
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➙ É realizado em abstrato, sem que haja um caso concreto sob análise, ou seja, não
caberá de atos concretos.
➙ Uma característica do controle concentrado é ser um controle por via principal, pois,
ao contrário do que acontece no controle incidental, as questões de inconstitucionalidade são o
objeto central da demanda, levadas através de um processo constitucional autônomo, a algum
Tribunal com competência para julgá-las.
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Para todos verem: colunas que demonstram os efeitos da decisão erga omnes e vinculante no
Poder Judiciário, no STF e no Poder Legislativo. No Poder Judiciário será em todas as instâncias,
a administração pública Federal, Estadual e Municipal (direta e indireta), já o STF somente estará
vinculado à decisões futuras nos casos de decisão monocrática ou das turmas do STF, mas em
se tratando de plenário do STF, não há vinculação. Já no Poder Legislativo, será na função de
legislar não está vinculado, pois causaria um engessamento de sua atuação, podendo gerar uma
violação ao princípio da independência dos poderes.
Quem não estaria vinculado aos efeitos vinculantes das decisões do STF?
Exemplo do STF: Na ADI 4430 e na ADI 4795, o plenário do STF declarou inconstitucional
disposições da chamada Lei das Eleições (nº 9.504/97). No ano seguinte, o Congresso Nacional
aprovou a Lei 12875/13, e ao que parece “contrariando” a posição do STF previu regras muita
parecidas com àquela declara inconstitucional. Novamente, propôs ADI no STF em relação ao
conteúdo da nova Lei.
O STF está vinculado aquilo que ele mesmo decidiu? Também não, poderá rever seu
posicionamento no plenário.
Art. 28 da Lei nº 9.868/99: Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da
decisão, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário da Justiça
e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do acórdão.
Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade,
inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de
inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos e efeito vinculante
em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e
municipal.
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geral, nos quais não tenha havido declaração de inconstitucionalidade de ato normativo.
Vencido, o ministro Marco Aurélio, que divergiu da formulação e do mérito da questão.
Entendeu não ser possível a mesclagem de julgamento da sessão virtual com a presencial.
Além disso, não admitiu a reabertura de julgamento concluído. RE 638115 ED-ED/CE, rel.
Min. Gilmar Mendes, julgamento em 18.12.2019. (RE-638115) (Informativo 964, Plenário)
4. Efeitos no tempo
A regra geral é quanto ao controle difuso e concentrado a eficácia ex tunc do proferimento
acerca da constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei, contudo, em caso de existirem
razões de segurança jurídica e relevante interesse público, poder-se-á, então, aplicar a
modulação temporal dos efeitos (art.27), para atribuir a decisão os efeitos anteriormente citados.
Também, ressalta-se que é posição doutrinária consolidada a aplicação, em se tratando de
controle difuso de constitucionalidade (o que significa sua possibilidade de aplicação no caso
concreto).
Declarar a inconstitucionalidade a partir do trânsito em julgado da decisão – o que
denominamos ex nunc;
Declarar a inconstitucionalidade com suspensão dos efeitos a algum tempo que deverá
ser proferido na decisão (no caso sentença) – o que denominamos como feitos pró-futuro;
Declarar a inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade, permitindo que se opere a
suspensão da aplicação da lei e dos processos em curso, para que tal pronúncia se dê em prazo
razoável – o que na prática nada mais é do que uma restrição de efeitos.
Para todos verem: colunas que demonstram os efeitos no tempo das decisões, sendo eles ex
tunc, ex nunc e pró-futuro. No caso de ser iex tunc, quer dizer que é desde o início, portanto,
retroagem os efeitos, além de que se não houver manifestação em contrário, a regra será essa.
Por sua vez, o ex nunc terá o reconhecimento da inconstitucionalidade gera efeitos a partir da
decisão apenas, mas deverá haver manifestação expressa sobre esse efeito. Já no pró-futuro
a lei continuará sendo aplicada por um determinado prazo, a ser determinado pelo próprio
Tribunal.
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5. Legitimidade
Legitimados para propositura da ADI, ADC E ADPF
O rol taxativo de legitimados ativos consta do art. 103 da CF:
Para todos verem: colunas que explica a diferença entre legitimados universais e a
pertinência necessária. Os legitimados universais são o Presidente da República, Mesa
do Senado Federal, a Mesa da Câmara dos Deputados, o Procurador-Geral da
República, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e o partido político
com representação no Congresso Nacional. Já a pertinência necessária será pela a
Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o
Governador de Estado ou do Distrito Federal e a confederação sindical ou entidade de
classe de âmbito nacional.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Atenção:
Partido político com representação no Congresso Nacional, precisa ter um Senador
ou um Deputado Federal no mínimo, não basta representação na esfera estadual;
Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional, significa estar
presente em pelo menos nove estados da federação e em funcionamento há pelo
menos um ano!
Afigura-se excessiva a exigência de que haja uma relação de pertinência entre o objeto
da ação e atividade de representação da entidade de classe ou da confederação sindical.
[...] uma tal restrição ao direito de propositura, além de não se compatibilizar, igualmente,
com a natureza do controle abstrato de normas, criaria uma injustificada diferenciação
entre os entes ou órgãos autorizados a propor a ação, diferenciação essa que não
encontra respaldo na Constituição.
Decisões do STF
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Observação: o terceiro é aquele que tem interesse direto na causa e aparece no processo
brasileiro em diferentes modalidades.
STF Celso Mello: “A admissão de terceiro, na condição de amicus curiae, no processo
objetivo de controle normativo abstrato, qualifica-se como fator de legitimação social das
decisões da Suprema Corte, enquanto Tribunal Constitucional, pois viabiliza, em obséquio ao
postulado democrático, a abertura do processo de fiscalização concentrada de
constitucionalidade, em ordem a permitir que nele se realize, sempre sob uma perspectiva
eminentemente pluralística, a possibilidade de participação formal de entidades e de instituições
que efetivamente representem os interesses gerais da coletividade ou que expressem os valores
essenciais e relevantes de grupos, classes ou estratos sociais”. Em suma: a regra inscrita no art.
7º, § 2º, da Lei nº 9.868/99 - que contém a base normativa legitimadora da intervenção processual
do amicus curiae - tem por precípua finalidade pluralizar o debate constitucional.
STF Joaquim Barbosa: “[...] a admissão de terceiros na qualidade de amicus curiae traz
ínsita a necessidade de que o interessado pluralize o debate constitucional, apresentando
informações, documentos ou quaisquer elementos importantes para o julgamento da ação direta
de inconstitucionalidade. Amicus curiae, termo latino que significa "amigo da corte", refere-se a
uma pessoa, entidade ou órgão, com profundo interesse em uma questão jurídica, na qual se
envolve como um terceiro, que não os litigantes, movido por um interesse maior que o das partes
envolvidas no processo. O amicus é amigo da corte e não das partes”.
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9. Efeitos
9.1 Efeitos dúplices ou ambivalentes (art. 24 da Lei nº 9.868/99)
Deve-se lembrar que será aplicado em se tratando de ADI e ADC.
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Lembrar:
As ações do controle concentrado não admitem desistência, pois vigora o princípio
da indisponibilidade.
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1. Objeto
O objeto da ação direta de inconstitucionalidade não recai somente sobre a lei strictu
sensu, podendo ser objeto qualquer ato normativo que tenha as características de abstração e
generalidade, buscando assegurar a segurança das relações jurídicas buscando retirar qualquer
lei ou ato normativo federal ou estadual que seja violador da ordem constitucional. Assim, trata-
se das espécies descritas no artigo 59 da Constituição, bem como atos normativos, a exemplo
dos regimentos internos dos Tribunais.
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Importante lembrar!
2. Cabimento
• Caberá ADI contra Lei ou ato normativo Estaduais ou Federais do Poder público que viole
a Constituição.
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3. Legitimidade
Logo acima tratados que os legitimados serão do art. 103 da Constituição Federal – e
sempre se tem que ter o cuido de identificar os legitimados universais e aqueles que deverão
demonstrar pertinência temática. Lembrar que, como se trata de processo objetivo de controle
de lei em tese, não se fala em sujeitos passivos.
4. Competência
Lembrar que se trata de competência originária no Supremo Tribunal Federal, em
conformidade com art. 102, I, a, da CF.
5. Procedimento
Leitura do art. 103, § 1º e 3º, da Constituição Federal, combinado com a Lei nº 9.868/99 e
Regimento Interno do STF, arts. 169 a 178. Atenção aos artigos 2º a 12 da Lei nº 9.868/99.
Os procedimentos e ritos abaixo são extraídos da Lei específica não do Código de
Processo Civil:
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Decisões do STF:
O não conhecimento da ADI 1.822/DF, rel. min. Moreira Alves, por impossibilidade jurídica
do pedido, não constitui óbice ao presente juízo de (in)constitucionalidade, em razão da
ausência de apreciação de mérito no processo objetivo anterior, bem como em face da
falta de juízo definitivo sobre a compatibilidade ou não dos dispositivos atacados com a
CF. A despeito de o pedido estampado na ADI 4.430 se assemelhar com o contido na
ação anterior, na atual dimensão da jurisdição constitucional, a solução ali apontada não
mais guarda sintonia com o papel de tutela da Lei Fundamental exercido por esta Corte.
O STF está autorizado a apreciar a inconstitucionalidade de dada norma, ainda que seja
para dela extrair interpretação conforme à CF, com a finalidade de fazer incidir conteúdo
normativo constitucional dotado de carga cogente cuja produção de efeitos independa de
intermediação legislativa. [ADI 4.430, rel. min. Dias Toffoli, j. 29-6-2012, P, DJE de 19-9-
2013.]
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6. Cautelar
Em relação a cautelar, como regra, possui efeito ex nunc (não retroativo). Contudo, a Lei
prevê que se o STF desejar atribuir efeitos ex tunc, deverá fazê-lo mediante manifestação
expressa, conforme artigo 11 parágrafo 1º.
Dessa forma, deve-se ter cuidado: se a questão mencionar a tutela de urgência, estando
presentes os periculum in mora e o fumus boni juris, o pedido de medida cautelar para suspender
da vigência da norma questionada deverá ser redigido na inicial, tendo seus efeitos como regra
ex nunc, diferentemente do que ocorreria quando da apreciação do mérito.
7. Efeitos práticos
O caso de repristinação tácita: sem dúvida, é o segundo parágrafo que mais estranheza
causa. Tradicionalmente o Direito brasileiro admite a repristinação apenas quando
expressamente determinada, pelo texto legal passa-se a presumir os efeitos repristinatórios, é
sabido que a repristinação em nosso sistema, por ser excepcional, dependia até então de
expressa referência do Supremo Tribunal Federal. Inegável o caráter de praticidade do
dispositivo analisado vez que pretende, com a reentrada em vigor da norma revogada, evitar um
vácuo jurídico que, eventualmente, prejudicaria as relações jurídicas concretas mais do que a
existência de uma regulamentação inconstitucional.
Portanto, a suspensão da lei por medida cautelar implica, sempre que possível, a
restauração da vigência da Lei anterior se acaso existir. Seria mesmo tormentoso se a cautelar
criasse uma espécie de vácuo jurídico.
Decisão:
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8. Representação de Inconstitucionalidade
Sobre o controle de constitucionalidade no âmbito dos estados membros –
representação de inconstitucionalidade:
Palavra-chave:
Constituição Estadual
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Lei Estadual poderá ser atacada via ADI (STF), em se tratando de violação à Constituição
Federal, bem como, se violar também a Constituição Estadual, poderá ser interposta no Tribunal
de Justiça; nesses casos, segundo jurisprudência do STF, decide-se, primeiramente, no nível
estadual - no tribunal de justiça local, e, posteriormente, no STF caso a decisão do TJ viole à
Constituição. O meio é o recurso extraordinário ao STF.
133
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Resumo:
Veja resumidamente o esquema do que não poderá faltar na redação da peça processual
de ação direta de inconstitucionalidade:
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Modelo
Elaborando a peça processual de ação direta de inconstitucionalidade.
Exame de Ordem XXVII - Peça profissional
O crescimento da exploração de diamantes no território do Estado Alfa ampliou a circulação de
riquezas e fez com que a densidade demográfica aumentasse consideravelmente, juntamente
com os riscos ao meio ambiente. Esse estado de coisas mobilizou a população local, o que levou
um grupo de Deputados Estaduais a apresentar proposta de emenda à Constituição Estadual
disciplinando, detalhadamente, a forma de exploração de diamantes no território em questão. A
proposta incluía os requisitos formais a serem cumpridos junto às autoridades estaduais e os
limites quantitativos a serem observados na extração, no armazenamento e no transporte de
cargas.
Após regular aprovação na Assembleia Legislativa, a Emenda à Constituição Estadual nº 5/2018
foi sancionada pelo Governador do Estado, sendo isso imediatamente comunicado às
autoridades estaduais competentes para que exigissem o seu cumprimento.
Preocupada com a situação no Estado Alfa e temendo o risco de desemprego dos seus
associados, isso em razão dos severos requisitos estabelecidos para a exploração de diamantes,
a Associação Nacional dos Geólogos, que há décadas luta pelos direitos da categoria, contratou
os seus serviços como advogado(a) para que elabore a petição inicial da medida judicial cabível,
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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1) DOS FATOS:
A Assembleia Legislativa do Estado Alfa elaborou Emenda à Constituição Estadual nº
5/2018, cujo texto violou a Constituição Federal.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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2.1) Competência:
Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar Ação Direta de
Inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual que viole a Carta Magna, conforme artigo
102, inciso I, alínea “a”, da Constituição Federal e artigo 1º, da Lei nº 9.868/99.
2.2) Legitimidade:
A Associação Nacional dos Geólogos possui legitimidade ativa para propositura de Ação
Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, conforme se extrai do artigo 103,
inciso VIII, da Constituição Federal e artigo 2º, inciso VIII, da Lei nº 9.868/99. A Associação
preenche o requisito de pertinência temática, pois há décadas luta pelos direitos da categoria.
A legitimidade passiva da presente ação é da Assembleia Legislativa do Estado Alfa, que
editou e do Governado do Estado Alfa que sancionou a Emenda à Constituição Estadual nº
5/2018 que viola dispositivos da Constituição Federal, o que justifica a propositura da presente
ação.
2.3) Cabimento:
Cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual que viole a
Constituição, com fundamento no artigo 102, inciso I, alínea “a” da Constituição Federal e artigo
10, da Lei nº 9.868/99.
2.4) Do Direito:
A Emenda Constitucional nº 5/2018 violou a competência privativa da União para legislar
sobre jazidas, minas, outros recursos minerais, Mineração e transporte, conforme dispõe o Artigo
22, incisos XI e XII, da CRFB/88.
Também não observou as normas sobre processo legislativo, obrigatórias por força da
simetria, prevista no Artigo 25, caput, da CRFB/88.
Ainda, não há previsão de participação do Chefe do Poder Executivo ao fim do processo
de reforma constitucional, conforme o Artigo 60 da CRFB/88.
Por fim, conclui-se que a Emenda Constitucional nº 5/2018 padece de vício de
inconstitucionalidade formal.
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3) DO PEDIDO:
a) O recebimento desta inicial, a qual vai em duas vias e com cópia do ato normativo, nos
termos do artigo 3º, parágrafo único da Lei nº 9.869/99;
b) A concessão da medida cautelar para suspender a eficácia da norma inconstitucional
impugnada, Emenda Constitucional nº 5/2018, pois restou demonstrado o fumus boni juris e
periculum in mora, conforme requer o artigo 10, da Lei nº 9.868/1999;
c) A intimação do Ilustríssimo Senhor Procurador do Estado Alfa, para prestar
informações, no prazo de 5 (cinco) dias conforme artigo 10, da Lei nº 9.868/99; e 30 (trinta) dias
acerca do mérito do pedido, conforme artigo 6º, da Lei nº 9.868/99;
d) A intimação do Excelentíssimo Senhor Deputado Presidente da Assembleia Legislativa
do Estado Alfa, para prestar informações, no prazo de 5 (cinco) dias conforme artigo 10, da Lei
nº 9.868/99; e 30 (trinta) dias acerca do mérito do pedido, conforme artigo 6º, da Lei nº 9.868/99;
e) A intimação do Advogado-Geral da União para que se manifeste sobre a medida
cautelar, no prazo de 3 (três) dias, consoante artigo 10, parágrafo 1º, da Lei nº 9.868/99 e nos
moldes do artigo 8º, da Lei nº 9.868/99, no prazo de 15 (quinze) dias;
f) A intimação do Procurador-Geral da República para que se manifeste sobre a medida
cautelar, no prazo de 3 (três) dias, consoante artigo 10, parágrafo 1º, da Lei nº 9.868/99 e nos
moldes do artigo 8º, da Lei nº 9.868/99, no prazo de 15 (quinze) dias;
g) Requer a junta de cópia dos documentos que comprovem a impugnação do ato, a
procuração, nos termos do artigo 3º da Lei nº 9.868/99;
h) Requer que no mérito seja declarada a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional
nº 5/2018, nos termos do artigo 23 e 28, parágrafo único, da Lei nº 9.869/99.
Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 319,
inciso V do Código de Processo Civil.
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Local..., data...
Advogado...
OAB...
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Para todos verem: colunas que tratam sobre o conceito da ação direta de
inconstitucionalidade por omissão. Na primeira coluna, o texto é: omissão, em
sentido jurídico-constitucional, significa não fazer aquilo a que se estava
constitucionalmente obrigado. A omissão legislativa, para ganhar significado
autônomo e relevante, deve conexionar-se com uma exigência constitucional de
ação, não bastando o simples dever geral de legislar para dar fundamento a uma
omissão inconstitucional. E na segunda coluna, o texto é: só se deve falar
propriamente em inconstitucionalidade nos casos em que essa violação omissiva é
diretamente reportada à Constituição, sem ato ou omissão interposta (atribuível a
outro Poder). Em outras palavras, não se pode transformar a ação direta de
inconstitucionalidade por omissão em ação direta de ilegalidade por omissão.
Assim, o objeto está ligado diretamente a aplicabilidade das normas constitucionais, logo,
são atacáveis somente as normas Constitucionais de eficácia limitada.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Para todos verem: colunas que tratam sobre a omissão legislativa, com
o texto: a concretização da ordem fundamental estabelecida na
Constituição de 1988 carece, nas linhas essenciais, de Lei. Compete
às instâncias políticas e, precipuamente, ao legislador, a tarefa de
construção do Estado constitucional. Como a Constituição não basta
em si mesma, têm os órgãos legislativos o poder e o dever de
emprestar conformação à realidade social. A omissão legislativa
constitui, portanto, objeto fundamental da ação direta de
inconstitucionalidade. Já na segunda coluna, o título é omissão
administrativa, o texto é: a omissão inconstitucional, objeto da ação,
não decorre, necessariamente de previsão de legislar contida em
norma constitucional, mas pode advir da falta ou da insuficiência de
norma ou de prestação fático administrativa, para proteger ou viabilizar
a realização de um direito fundamental. Evidencia-se, neste momento,
que o legislador não tem dever apenas quando a norma constitucional
expressamente lhe impõe a edição de lei, mas também quando um
direito fundamental carece, em vista de sua natureza e estrutura, de
norma infraconstitucional, especialmente para lhe outorgar tutela de
proteção.
1. Doutrina
Posicionamentos críticos da doutrina constitucional sobre a eficácia prática da ADI por
omissão:
Ingo Sarlet, Daniel Mitidieiro (Curso de Direito Constitucional, 2015): A crítica da decisão
de procedência na ação direta de inconstitucionalidade por omissão, considerando os
casos onde a referida decisão teria o escopo apenas de declarar a omissão e comunicá-
la ao Poder competente para as providências necessárias. Apontam que este
procedimento não sana o problema inibidor da efetividade da norma constitucional,
considerando que aquele poder que deveria elaborar a lei ainda está facultado a se omitir,
uma vez que não há a previsão de sanção pelo descumprimento ao dever de legislar. Ante
a inação do Legislativo, cabe ao Judiciário elaborar a norma faltante para dar efetividade
141
2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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à Constituição, uma vez que o princípio da separação de poderes não pode servir de fuga
para que o Legislativo inviabilize a normatividade constitucional. Ainda, reafirmam o dever
de suprimento da norma pelo Judiciário também pelo fato de a inação do Legislativo estar
além da sua discricionariedade, configurando uma violação de dever. Quanto às normas
que podem unicamente ser editadas pelo Legislativo e que, por tal razão, seriam
insupríveis por parte do Judiciário, fazem a ressalva de que isto ainda não impede que,
ante ao não fato da não edição da norma pelo Legislativo, mesmo após a sentença
declaratória da omissão, o Judiciário não possa vir a supri-la, com fundamento justamente
no seu dever de tutela à Constituição. Neste ínterim, indicam a possibilidade da sentença
declaratória da ação, quando não surtir efeito, passar a assumir natureza constitutiva ao
elaborar a norma faltante. Sarlet, Marinoni e Mitidiero (2012)
Se tal situação se concretizar, a figura da ADI por omissão em termos de efeitos concretos
se aproximará da figura do mandado de injunção em relação a adesão da posição concretista do
STF.
Regulamentada pela Lei nº 9.868/99 – que regulamenta o processo de julgamento de
ambas.
2. Objeto
O objeto da ação direta de inconstitucionalidade por omissão é a morosidade de órgãos
competentes, cuja inércia afeta a efetividade de norma constitucional. Logo, em tese, caberá
apenas nas espécies normativas que necessitam de norma constitucional regulamentadora para
que possam surtir seus efeitos. Destaca-se, também, por norma regulamentadora é necessário
compreender não só as normas legais, como também as demais normas regulamentares (ou
seja, aquelas que tem a função de regulamentar diplomas infraconstitucionais) e que por não ter
sido editadas incorrem em uma omissão. Lembrem-se que não se trata apenas do Legislativo,
mas sim por órgãos e pessoas jurídicas pertencentes aos três Poderes, inclusive da
Administração indireta que deveria fazê-lo por obrigação imposta constitucionalmente.
Jurisprudência: Impossibilidade jurídica do pedido de conversão do mandado de injunção
em Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. [MI 395 QO, rel. min. Moreira Alves, j. 27-
5-1992, P, DJ de 11-9-1992.]
3. Legitimidade
Logo acima tratado que os legitimados serão do art. 103 da Constituição – e sempre se
tem que ter o cuidado de identificar os legitimados universais e aqueles que deverão demonstrar
pertinência temática. Lembrar que, como se trata de processo objetivo de controle de lei em tese,
não se fala em sujeitos passivos.
142
2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
E-book de Processo Constitucional
4. Competência
Lembrar que se trata de competência originária no Supremo Tribunal Federal, em
conformidade com art. 102, I, a, da CF.
5. Procedimento
Aplicam-se no que couber as regras da ADI. Precisa-se então ter atenção as
particularidades abaixo:
a) A participação do Advogado Federal da União não é obrigatória, pois não há ato normativo
a ser defendido;
b) O Procurador Geral se manifesta no prazo de 15 dias, ainda que seja ele o autor;
c) Cautelar para a suspensão da Lei ou ato impugnado, apenas no caso de suspensão
parcial, poder-se-á suspender processos judiciais, procedimentos administrativos ou quaisquer
outras providências a serem fixadas pelo STF.
Art.12-G da Lei 9.868/99: Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará
publicar, em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União, a
parte dispositiva da decisão no prazo de 10 (dez) dias, devendo solicitar as informações à
autoridade ou ao órgão responsável pela omissão inconstitucional, observando-se, no que
couber, o procedimento estabelecido na Seção I do Capítulo II desta Lei.
143
2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
E-book de Processo Constitucional
144
2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
E-book de Processo Constitucional
Resumo:
Competência – Originária – STF
fundamento legal Artigo 102, I, “’a’’, CF/88
Constituição Federal:
Endereçar Excelentíssimo Senhor, Doutor Ministro Presidente do Supremo Tribunal
Federal.
Legitimidade ativa – artigo 103, CF/88 e art. 2º da Lei nº 9.868/1999 – não se
Legitimidade ativa e pode esquecer de justificar o caso da pertinência temática.
passiva Legitimidade passiva – Órgão ou autoridade que editou a lei/ ato normativa do
que se pretende declarar inconstitucional.
O que deve indicar?
Indicar os motivos da mora legislativa ou administrativa (que não permitem a
(Constitui causa de
concretização da norma constitucional).
pedir)
Intimação do órgão/ autoridade responsável pela lei/ ato normativo, intimação
do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República;
Citação é dispensável – do Advogado–Geral, mas pode ser feita;
Ver se é o caso de medida cautelar para suspender os efeitos da norma
Requerimentos e
impugnada. Se parcial ou suspensão de processos judiciais ou procedimentos
Pedido
administrativos;
Procedência da ação para declarar a mora do poder competente que
inviabiliza a aplicação da norma constitucional OU em se tratando de órgão
administrativo, para fazê-lo em 30 dias, sob pena de responsabilidade
A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando
subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter
Outras observações
cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos documentos necessários
para comprovar a omissão atacada.
Modelo
Exame de Ordem XIX - Peça profissional
Determinado partido político, que possui dois deputados federais e dois senadores em seus
quadros, preocupado com a efetiva regulamentação das normas constitucionais, com a
morosidade do Congresso Nacional e com a adequada proteção à saúde do trabalhador,
pretende ajuizar, em nome do partido, a medida judicial objetiva apropriada, visando à
regulamentação do Art. 7º, inciso XXIII, da Constituição da República Federativa do Brasil de
1988.
O partido informa, por fim, que não se pode compactuar com desrespeito à Constituição da
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
E-book de Processo Constitucional
PARTIDO POLÍTICO, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CPNJ sob o n°..., com
sede na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., neste ato representado por seu
PRESIDENTE..., nacionalidade..., profissão..., estado civil, inscrito no CPF sob o nº..., portador
do RG nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade...,
Estado..., CEP..., por seu procurador inscrito na OAB n° ..., procuração em anexo, conforme
artigo 287, do Código de Processo Civil, endereço eletrônico..., com escritório profissional
situado na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 102, inciso I,
alínea “a”, da Constituição Federal, e artigo 103, parágrafo 2º, da Constituição Federal, e artigo
1º, da Lei nº 9.868/99, propor AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO,
em face do CONGRESSO NACIONAL, órgão da pessoa jurídica União Federal, pessoa jurídica
de Direito Público, inscrito no CNPJ sob o n°..., endereço eletrônico..., sede na Rua..., n°...,
Bairro..., Cidade..., Estado, CEP..., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos
1) DOS FATOS:
Inconformado com os 28 (vinte e oito) anos de falta de regulamentação do artigo 7°, inciso
XXIII, da Constituição Federal, o Partido Político, visando à proteção aos direitos do trabalhador,
ajuíza a presente Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, haja vista que a omissão
constitucional por falta da norma regulamentadora impediu a sua plena produção de efeitos, uma
vez que se trata de norma de eficácia limitada.
146
2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
E-book de Processo Constitucional
2.2) Da legitimidade:
A legitimidade ativa no caso em tela está prevista no artigo 103, inciso VIII, da Constituição
Federal, e artigo 2º, inciso VIII e artigo 12-A, ambos da Lei nº 9.868/99, que, no caso é de Partido
Político com representação no Congresso Nacional, não necessita demonstrar a pertinência
temática, pois é legitimado universal na propositura da demanda.
No caso, a legitimidade passiva é do Congresso Nacional por ser aquele que teria a
competência para regulamentar através da legislação federal o disposto no artigo 7º, inciso XXIII,
da Constituição Federal, incorrendo em mora legislativa após 28 (vinte e oito) anos sem viabilizar
a concretização do direito constitucional.
2.3) Do Cabimento:
Cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, perante o Supremo Tribunal
Federal, nos casos de falta de norma regulamentadora, com base nos artigos 102, inciso I, alínea
“a”, da Constituição Federal, e 12-A, da Lei nº 9.868/1999.
O artigo 7º, inciso XXIII, estabelece adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas. Tal dispositivo exige norma regulamentadora, agindo o Congresso
Nacional em inconstitucionalidade por omissão diante de sua inércia legislativa.
2.4) Do Direito:
Verifica-se, no caso em tela, uma verdadeira omissão constitucional em razão na
inexistência da norma regulamentadora que deveria ter sido editada pelo Congresso Nacional,
ocasionando um prejuízo à efetividade da regulação de adicional dos casos aludidos pela norma
do artigo 7°, inciso XXIII, da Constituição Federal, cabendo ao Supremo Tribunal Federal suprir
a referida omissão, conforme o artigo 102, inciso I, alínea “a”, e artigo 103, parágrafo 2º, da
Constituição Federal, e artigo 1º, da Lei nº 9.868/99.
3) DOS PEDIDOS:
a) O recebimento desta inicial, a qual vai, em duas vias, nos termos do artigo 12-B,
parágrafo único, da Lei nº 9.868/99;
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 319,
inciso V, ambos do Código de Processo Civil.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
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1. Objeto
Busca-se pacificar conflitos de interpretações judiciais relativas à matéria, com intuito de
tornar o que era uma presunção relativa em uma presunção absoluta de constitucionalidade.
2. Legitimados ativos
Logo acima, foi tratado que os legitimados serão do art. 103 da Constituição – e sempre
se tem que ter o cuidado de identificar os legitimados universais e aqueles que deverão
demonstrar pertinência temática. Lembrar que, como se trata de processo objetivo de controle
de lei, em tese, não se fala em sujeitos passivos – desconsiderar o rol reduzido do art. 13 da
Lei nº 9.868/99.
3. Competência
Lembrar que se trata de competência originária no Supremo Tribunal Federal, em
conformidade com art. 102, I, a, da CF.
4. Procedimento
Aplicam-se no que couber as regras da ADI. Precisa-se então ter atenção as
particularidades abaixo:
Somente caberá em se tratando de Lei Federal:
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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§ 2o O relator poderá solicitar, ainda, informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais
federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma questionada no âmbito
de sua jurisdição;
Efeitos do pedido de cautelar - por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá
deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na
determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que
envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.
Requisitos inicial:
Art. 14 Lei nº 9868/99: A petição inicial indicará:
I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do
pedido;
II - o pedido, com suas especificações;
III - a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto
da ação declaratória.
5. Fundamento
É a necessidade de que haja RELEVANTE CONTROVÉRISA JUDICIAL prévia (segundo
o art. 14, III, da Lei nº 9.868/99, “controvérsia judicial relevante”).
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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sobretudo quando existirem fundadas razões para acreditar que houve abuso na autodeclaração,
podendo, por exemplo, constituir uma banca presencial, ou mesmo fazer a avaliação por fotos.
Fundamental é que se realize de uma forma que respeite a dignidade humana, preservando o
candidato.
Importante: o candidato que concorrer a vaga por cotas também poderá concorrer à vaga
geral, e, caso não obtenha a aprovação por cotas e sim pela vaga geral, sua vaga de cotas será
destinada a outro candidato, assumindo ele a vaga geral. Caso algum candidato que passou por
cotas desista da vaga, essa deverá ser destinada ao preenchimento novamente pelas cotas.
6. Resumo
Competência Originária do Supremo Tribunal Federal (artigo 102, I, “a”, da Constituição
Federal).
Endereçar Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Legitimidade ativa Legitimidade Ativa- artigo 103 da Constituição Federal;
Legitimidade Passiva – não há parte, não há contra quem demandar.
e passiva
O que devo Deve-se indicar expressamente qual o dispositivo da Lei Federal ou ato
normativo Federal da lei do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos
alegar? (constituir do pedido - demonstrando a controvérsia judicial;
a causa de pedir) Relatar os motivos da constitucionalidade da norma atacada por juízes e
tribunais, destacando a divergência.
Declaração de constitucionalidade;
Intimação do Procurador-Geral da União (lembrar que não cabe do Advogado-
Pedido Geral);
Ver se é o caso de pedido cautelar determinando a suspensão de julgamentos
por juízes e tribunais sobre o objeto da controvérsia.
Art. 14 (...) Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de
procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias,
Outras exigências devendo conter cópias do ato normativo questionado e dos documentos
necessários para comprovar a procedência do pedido de declaração de
constitucionalidade.
7. Modelo
Segue modelo básico de estruturação da peça de ADC:
PARTIDO POLÍTICO..., pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº ...,
endereço eletrônico ..., com sede na Rua ..., Cidade..., Estado..., CEP..., por seu
PRESIDENTE..., nacionalidade..., profissão..., estado civil..., inscrito no CPF sob o n°..., portador
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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1) DOS FATOS:
Tendo em vista a existência de julgamentos controvertidos entre tribunais sobre a validade
constitucional no que tange à aplicação, vigência e validade da lei federal nº..., a qual versa sobre
o estabelecimento de 20% de vagas de cargos públicos a serem providos em concursos públicos
para negros, pardos e indígenas, editada e aprovada pelo Congresso Nacional, há grave
insegurança jurídica, a qual deve ser debelada por esta Ação Declaratória de
Constitucionalidade.
2.3) Do Cabimento:
Cabe Ação Direta de Constitucionalidade diante de relevante controvérsia judicial sobre
lei ou ato normativo federal, fundamentada no artigo 102, inciso I, alínea “a”, da Constituição
Federal e a artigo 1° da Lei nº 9.868/99.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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2.5) Do Direito:
A Lei Federal X é considerada constitucional, porque a igualdade deve ser entendida em
conjunto com a dignidade humana presente no artigo 1º, da Constituição Federal, bem como
com as condições materiais de acesso à igualdade perante a lei – sendo que tal ideal só pode
ser alcançado de discriminação positiva conforme inúmeros precedentes do Supremo Tribunal
Federal.
Logo, pode-se perceber que a Lei X não constitui violação de conteúdo constitucional,
devendo ser declarada constitucional por este egrégio Tribunal.
3) DOS PEDIDOS:
a) Seja recebida a presente ação em duas vias, conforme o que reza o artigo 14, parágrafo
único, da Lei nº 9.868/99;
b) A juntada dos documentos comprobatórios da controvérsia judicial e do ato normativo
controverso, nos termos do artigo 14, parágrafo único, da Lei nº 9.868/99;
c) Seja deferida medida cautelar solicitada, uma vez presentes os requisitos da fumaça
do bom direito e do perigo de demora, consoante artigo 21, da Lei nº 9.868/99;
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 319,
inciso V, do Código de Processo Civil.
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1. Fundamento
A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, conhecida pela sigla “ADPF”,
na Constituição Federal de 1988, está prevista no artigo 102, parágrafo único, - Emenda
constitucional nº 03/93, §1º: “A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente
desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei”;
Regulada pela Lei nº 9.882/99.
Foi considerada norma de eficácia limitada do art. 102, §1º, CF/88 – até sua
regulamentação pela Lei nº 9.882/99:
[...] o Tribunal, resolvendo questão de ordem suscitada pelo Min. Néri da Silveira, relator,
negou trânsito à petição em que se postula seu conhecimento como arguição, prevista no
art. 102, §1º, da CF (‘A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente
desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei’),
adotando-se para tanto, o rito da ação cível originária, ou seu conhecimento e procedência
como revisão criminal, com vistas à declaração, em qualquer das hipóteses, de nulidade
da pena imposta ao arguente pelo Senado – perda do cargo de Presidente da República
-, como órgão judiciário, em razão de sua prévia renúncia ao mandato de Presidente.
Fundou-se a decisão no fato de não ser autoaplicável o disposto no §1º do art. 102 da CF.
O preceito demanda lei regulamentadora. AgRgMS 22.427-PA, DJU de 15.03.1996 e
AgRGPET 1.140, DJU de 31.05.1960.
2. Objeto
Campo de atuação da ADPF:
Completude do sistema de controle de constitucionalidade brasileiro. Distinção proposta
por André Ramos Tavares em Curso de direito constitucional:
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Exemplo de alguns objetos que passaram a ser sindicáveis no âmbito do controle abstrato
de constitucionalidade perante o STF:
1) Atos não-normativos do Poder Público: Atos de efeito concreto; - Atos políticos; Atos
normativos secundários (só cabe ADIN de atos normativos primários, ou seja, aqueles
que retiram seu fundamento de validade diretamente da CF).
2) Leis ou atos normativos municipais (1) a ADIN só cabe para atos normativos estaduais
e federais em face da CF, (2) somente existia controle abstrato em face da Constituição
Estadual – art. 125, §2º, CF/88, (3) ou controle difuso.
3) Leis ou atos normativos anteriores à Constituição (no caso da ADIn, o STF entende,
desde a ADIN-02, rel. Paulo Brossard, que não haveria inconstitucionalidade
superveniente).
Para todos verem: esquema onde as frases são interligadas por setas. Começa com
descumprimento de preceito fundamental, com base no artigo 102, parágrafo 1º da CF/88,
vai para ato do poder público com base no artigo 1º, da Lei n.º 9.882/99, e por fim, vai para
campo de atuação da ADPF, com base nos princípios constitucionais sensíveis.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Sarlet e Mitidieiro: “Não há definição precisa do que seja preceito fundamental, porém a
doutrina entende que o conteúdo de certas normas da Constituição Federal, como as que
consagram os princípios fundamentais (arts. 1º a 4º), direitos fundamentais (art. 5º),
cláusulas pétreas (art. 60, 4º) e os princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VIII)
merecem proteção o rótulo de preceito fundamental”. (SARLET; MITIDIEIRO, Curso de
Direito Constitucional)
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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Súmulas vinculante: também existem meios próprio para revisar ou cancelar, portanto,
não será objeto de ADPF.
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No mesmo sentido, André Ramos Tavares (2021) entende que o ato do Poder Público,
descrito no art. 1 da Lei 9.882/99, abrange os atos normativos secundários, portanto, não há
justificativa plausível, cumprido o requisito da subsidiariedade, para não de admitir uma ADPF.
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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questão constitucional relevante que está sendo objeto de análise e discussão ainda em
instâncias judiciais ordinárias sobre interpretação e aplicação de um preceito constitucional
fundamental. A postura do STF nesse caso, estaria limitada a análise do descumprimento em
sede de incidente e não sobre objeto principal relativo e ao caso concreto no qual fica a cargo
das instâncias ordinárias seu julgamento. A questão chave para permitir essa passagem de certa
forma do controle difuso ao controle concentrado é da "relevância" da controvérsia
constitucional”, seja pela existência de uma repercussão geral, ou pela existência de um grande
número de processos a serem julgados ou pelo apelo político, jurídico e mesmo social da questão
envolvida. (TAVARES).
Parte da doutrina se divide no sentido de que veto do Presidente ao art. 2º, II teria ou não
“ferido de morte” a ADPF incidental, em relação aos legitimados de sua propositura: Corrente 1
– majoritária: aplica-se os mesmos legitimados. Essa tem sido a postura do STF. Corrente 2:
como não vetou o art.1º parágrafo único, caberia a qualquer parte do processo ingressar com a
ação perante o STF.
5. Subsidiariedade
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6. Legitimidade
Logo acima foi tratado que os legitimados serão do art. 103 da Constituição – e sempre
se tem que ter o cuidado de identificar os legitimados universais e aqueles que deverão
demonstrar pertinência temática!
Legitimidade passiva é do poder público causador da lesão a preceito fundamental da
Constituição Federal.
“[...] a Lei nº 9.882/99 não conferiu legitimidade aos Prefeitos Municipais, nem tampouco
às Mesas de Câmaras Municipais ou qualquer entidade pública ou privada de âmbito
municipal, para manejarem o novo instrumento. Resta saber a quem interessará deflagrar,
via arguição de descumprimento de preceito fundamental, a jurisdição da Suprema Corte
para o exercício do controle de constitucionalidade de leis e atos normativos municipais.
Espera-se que a Lei nº 9.882/99 não tenha criado – como diria Barbosa Moreira – um sino
sem badalo”. BINENBOJM, Gustavo. A nova jurisdição constitucional brasileira, p. 213-
214.
7. Competência
Lembrar que se trata de competência originária no Supremo Tribunal Federal, em
conformidade com artigo 102, inciso I, alínea “a”, da Constituição Federal.
8. Legitimados
Os legitimados para propor a ADPF estão descritos também no art. 103 da Constituição
Federal e art. 2º da Lei 9.882/99. Importante que na peça sempre seja descrito se se trata de um
legitimado universal ou de um legitimado que deva demostrar pertinência temática.
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9. Procedimento
Aplicam-se no que couber as regras da ADI. Precisa-se então ter atenção às
particularidades abaixo:
a) Pedido de medida liminar na arguição de descumprimento de preceito fundamental,
no caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá
o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno;
b) O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado,
bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum
de 5 (cinco) dias.
c) A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o
andamento de processos ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que
apresente relação com a matéria objeto da arguição de descumprimento de preceito
fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada.
10. Fungibilidade
A questão da fungibilidade aplicada ao controle concentrado: é possível que ocorra, com
base em precedentes como ADPF 72 e 78, que uma ADPF irregularmente proposta possa ser
recebida (reaproveitada) a tramitar na condição de uma ADI, caso uma Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental seja irregularmente proposta no STF, da mesma
forma que uma ADI poderia ser reaproveitada como uma ADPF desde que fundado em dúvida
razoável, superando o arquivamento imediato, como por exemplo, se trata de ato secundário ou
primário. Diferente será a postura do STF se o erro for grosseiro, a exemplo de uma ADI proposta
de uma lei Municipal no STF.
ADPF: fungibilidade e erro grosseiro VEJA ADPF 314 DO STF: O Plenário desproveu
agravo regimental em arguição de descumprimento de preceito fundamental, na qual se
discutia a inconstitucionalidade por omissão relativa à Lei 12.865/2013. O Tribunal, de
início, reconheceu a possibilidade de conversão da arguição de descumprimento de
preceito fundamental em ação direta quando imprópria a primeira, e vice-versa, se
satisfeitos os requisitos para a formalização do instrumento substituto. Afirmou que dúvida
razoável sobre o caráter autônomo de atos infralegais impugnados, como decretos,
resoluções e portarias, e alteração superveniente da norma constitucional dita violada
legitimariam a Corte a adotar a fungibilidade em uma direção ou em outra, a depender do
quadro normativo envolvido. Ressaltou, porém, que essa excepcionalidade não estaria
presente na espécie. O recorrente incorrera naquilo que a doutrina processual
denominaria de erro grosseiro ao escolher o instrumento formalizado, ante a falta de
elementos, considerados os preceitos legais impugnados, que pudessem viabilizar a
arguição. No caso, ainda que a arguição de descumprimento de preceito fundamental
tivesse sido objeto de dissenso no STF quanto à extensão da cláusula da subsidiariedade,
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2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
E-book de Processo Constitucional
nunca houvera dúvida no tocante à inadequação da medida quando o ato pudesse ser
atacado mediante ação direta de inconstitucionalidade. Por se tratar de impugnação de lei
ordinária federal pós-constitucional, propor a arguição em vez de ação direta, longe de
envolver dúvida objetiva, encerraria incontestável erro grosseiro, por configurar atuação
contrária ao disposto no § 1º do art. 4º da Lei 9.882/1999. Os Ministros Roberto Barroso,
Gilmar Mendes e Cármen Lúcia negaram provimento ao agravo por outro fundamento.
Consideraram que o requerente, Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo,
por não ser uma confederação sindical, não preencheria o requisito da legitimação ativa
“ad causam”. ADPF 314 AgR/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 11.12.2014. (ADPF-314)
11. Histórico
ADPF históricas julgadas pelo STF (recomenda-se a leitura dos votos):
➙ ADPF 132 – reconhecimento da União estável entre pessoas do mesmo sexo. Princípio da
igualdade. Interpretação conforme a Constituição
STF informativo:
Assim, acrescentou que é legítima a utilização de critérios subsidiários de
heteroidentificação para concorrência às vagas reservadas. A finalidade é combater
condutas fraudulentas e garantir que os objetivos da política de cotas sejam efetivamente
alcançados, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e assegurados o
contraditório e a ampla defesa. Citou, como exemplos desses mecanismos, a exigência
de autodeclaração presencial perante a comissão do concurso, a apresentação de fotos e
a formação de comissões com composição plural para entrevista dos candidatos em
momento posterior à autodeclaração. A reserva de vagas vale para todos os órgãos e,
portanto, para todos os Poderes da União. Os Estados e os Municípios não estão
obrigados por essa lei, mas serão consideradas constitucionais as leis estaduais e
municipais que adotarem essa mesma linha. Quanto aos critérios de alternância e
proporcionalidade na nomeação dos candidatos, o Plenário exemplificou a forma correta
de interpretar a lei. No caso de haver vinte vagas, quatro seriam reservadas a negros,
obedecida a seguinte sequência de ingresso: primeiro colocado geral, segundo colocado
geral, terceiro colocado geral, quarto colocado geral, até que o quinto convocado seria o
primeiro colocado entre os negros, e assim sucessivamente. Dessa forma, evita-se colocar
os aprovados da lista geral primeiro e somente depois os aprovados por cotas.
163
2ª Fase Constitucional | 37º Exame de Ordem
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13. Resumo
Originária do Supremo Tribunal Federal (artigo 102, § 1.º, Constituição
Competência
Federal).
Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Supremo
Endereçar
Tribunal Federal.
Legitimidade ativa (art. 103, Constituição Federal e artigo 2º, I, da Lei nº
Legitimidade ativa e 9.868/99 – cuidar a pertinência temática);
passiva Legitimidade passiva- poder público causador da lesão a preceito
fundamental da Constituição Federal.
O que devo suscitar?
Demonstrar a violação à preceito fundamental e que cumpre a exigência da
(Constitui a causa de
subsidiariedade, explanando que não é causa de ADI e ADC.
pedir)
Intimação do Advogado –Geral da União e do Procurador-Geral da
República;
Pedidos
Intimação do órgão/autoridade responsável pela lei/ato normativo;
e
Pedido de liminar se for o caso;
requerimentos
Declarar o descumprimento de preceito fundamental violador da
Constituição.
Art. 3o da Lei nº 9.882/99A petição inicial deverá conter:
I - a indicação do preceito fundamental que se considera violado;
II - a indicação do ato questionado;
III - a prova da violação do preceito fundamental;
IV - o pedido, com suas especificações;
Outras informações V - se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial
relevante sobre a aplicação do preceito fundamental que se considera
violado.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de mandato,
se for o caso, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias do ato
questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação.
14. Modelo
Exame de Ordem XXV Porto Alegre/RS - Peça profissional
O Município Alfa, situado na área de fronteira do território brasileiro, passou a receber intenso
fluxo de imigrantes, fruto de graves complicações políticas e humanitárias ocorridas em país
vizinho. Em razão desse fluxo, ocorreu um aumento exponencial da população em situação de
rua, os serviços públicos básicos tiveram a sua capacidade operacional saturada e verificou-se
um grande aumento nos índices de criminalidade.
Para evitar o agravamento desse quadro, a Câmara Municipal aprovou e o Prefeito Municipal
sancionou a Lei nº 123/2018, que vedou o ingresso de novos imigrantes, no território do
Município, pelo período de 12 (doze) meses, e fixou o limite máximo para a população flutuante,
de modo que o referido ingresso seria obstado sempre que alcançado esse limite. Além disso,
foi previsto que a contratação de imigrantes estaria condicionada à prévia aprovação da
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Segue modelo de estruturação da peça de ADPF cobrada no exame de ordem XXV Porto
Alegre/RS
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domiciliado na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos.
1) DOS FATOS:
A Câmara Municipal aprovou e o Prefeito Municipal Alfa sancionou a Lei 123/2018 que
vedou o ingresso de novos imigrantes, no território do Município, fixou o limite máximo para a
população; além disso, foi previsto que a contratação de imigrantes estaria condicionada à prévia
aprovação da Secretaria Municipal do Trabalho. O Partido Político Beta, irresignado com a
dissonância da referida lei com a Constituição Federal, ajuizou a presente demanda para obstar
a aplicação da Lei nº 123/2018.
2.2) DA LEGITIMIDADE:
Partido Político Beta com representação no Congresso nacional é legitimado ativo e goza
de legitimidade universal para a propositura de Ação de Arguição de Descumprimento de
Preceito Fundamental, consoante artigo 103, inciso VIII, da Constituição Federal e artigo 2º,
inciso I, da Lei nº 9.882/99.
A Câmara de Vereadores do Município Alfa, o Prefeito do Município Alfa e o Município
Alfa são legitimados passivos, pois são os responsáveis pela norma violadora que confronta a
Constituição Federal, conforme artigo 1º, da Lei nº 9.882/99, por tratar-se de ato do poder público.
2.3) Do Cabimento:
Cabe Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental como única ação de
controle concentrado de constitucionalidade cabível contra norma municipal que fere dispositivos
da Constituição Federal, nos termos do artigo 102, parágrafo 1º, da Constituição Federal, artigo
1°, parágrafo único, inciso I, da Lei nº 9.882/99.
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3) DOS PEDIDOS:
a) O recebimento da inicial em duas vias, instruída de procuração, cópia do ato
questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação, conforme artigo 3º,
parágrafo único, da Lei nº 9.882/99;
b) A juntada da documentação que prova a violação do preceito fundamental, conforme
artigo 3º, inciso III, da Lei nº 9.882/99;
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Valor da causa R$ ..., para efeitos procedimentais, nos termos dos artigos 291 e 319,
inciso V, do Código de Processo Civil.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
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Súmulas vinculantes
Art. 103-A da CF: O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,
mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial,
terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à
sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
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Lei nº 11.417/06 ampliou a legitimação ao Defensor Público da União, aos Tribunais Superiores,
aos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos Tribunais Regionais do Trabalho,
Regionais Eleitorais e aos Tribunais Militares.
O Supremo Tribunal Federal tem entendimento pacífico de que “[...] não está vinculado as
suas próprias decisões e no que se refere à sumula, podemos concluir que a Corte Excelsa não
está vinculada às suas decisões sumulares [...]”. Entende-se também que o poder Legislativo
também não está vinculado ao entendimento sumular da Corte.
Quanto aos efeitos gerados pelas Súmulas Vinculantes, verifica-se que há a possibilidade
de modulação dos efeitos temporais, porque o artigo 4º da Lei nº 11.417/06 passou a admitir esta
possibilidade.
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Súmula Vinculante nº 1
Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as
circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante de
termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001.
Súmula Vinculante nº 2
É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas
de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
Súmula Vinculante nº 3
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o contraditório e a
ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial
de aposentadoria, reforma e pensão.
Súmula Vinculante nº 4
Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário-mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser
substituído por decisão judicial.
Súmula Vinculante nº 5
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende
a Constituição.
Súmula Vinculante nº 6
Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário-mínimo
para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
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Súmula Vinculante nº 7
A norma do § 3º do artigo 192 da Constituição, revogada pela Emenda Constitucional nº
40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à
edição de lei complementar.
Súmula Vinculante nº 8
São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os
artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.
Súmula Vinculante nº 9
O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela
ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58.
Súmula Vinculante nº 10
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de
Tribunal que embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Súmula Vinculante nº 11
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
Súmula Vinculante nº 12
A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206,
IV, da Constituição Federal.
Súmula Vinculante nº 13
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade,
até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e
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indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
Súmula Vinculante nº 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Súmula Vinculante nº 15
O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono
utilizado para se atingir o salário-mínimo.
Súmula Vinculante nº 16
Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total
da remuneração percebida pelo servidor público.
Súmula Vinculante nº 17
Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem
juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.
Súmula Vinculante nº 18
A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a
inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.
Súmula Vinculante nº 19
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II,
da Constituição Federal.
Súmula Vinculante nº 20
A Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa - GDATA, instituída
pela Lei nº 10.404/2002, deve ser deferida aos inativos nos valores correspondentes a 37,5 (trinta
e sete vírgula cinco) pontos no período de fevereiro a maio de 2002 e, nos termos do artigo 5º,
parágrafo único, da Lei nº 10.404/2002, no período de junho de 2002 até a conclusão dos efeitos
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do último ciclo de avaliação a que se refere o artigo 1º da Medida Provisória nº 198/2004, a partir
da qual passa a ser de 60 (sessenta) pontos. (Medida Provisória convertida na Lei nº 10.971/04.)
Súmula Vinculante nº 21
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.
Súmula Vinculante nº 22
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por
danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado
contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro
grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04.
Súmula Vinculante nº 23
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada
em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
Súmula Vinculante nº 24
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV,
da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
Súmula Vinculante nº 25
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
Súmula Vinculante nº 26
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de
25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos
objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a
realização de exame criminológico.
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Súmula Vinculante nº 27
Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço
público de telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente nem
opoente.
Súmula Vinculante nº 28
É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de
ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.
Súmula Vinculante nº 29
É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base
de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma
base e outra.
Súmula Vinculante nº 31
É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS
sobre operações de locação de bens móveis.
Súmula Vinculante nº 32
O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.
Súmula Vinculante nº 33
Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência
social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição
Federal, até a edição de lei complementar específica.
Súmula Vinculante nº 34
A Gratificação de Desempenho de Atividade de Seguridade Social e do Trabalho –
GDASST, instituída pela Lei 10.483/2002, deve ser estendida aos inativos no valor
correspondente a 60 (sessenta) pontos, desde o advento da Medida Provisória 198/2004,
convertida na Lei 10.971/2004, quando tais inativos façam jus à paridade constitucional (EC
20/1998, 41/2003 e 47/2005).
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Súmula Vinculante nº 35
A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa
julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-
se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia
ou requisição de inquérito policial.
Súmula Vinculante nº 36
Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes de
falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de
Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas
pela Marinha do Brasil.
Súmula Vinculante nº 37
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
servidores públicos sob o fundamento de isonomia.
Súmula Vinculante nº 38
É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.
Súmula Vinculante nº 39
Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias
civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
Súmula Vinculante nº 40
A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é
exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
Súmula Vinculante nº 41
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Súmula Vinculante nº 42
É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou
municipais a índices federais de correção monetária.
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Súmula Vinculante nº 43
É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem
prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra
a carreira na qual anteriormente investido.
Súmula Vinculante nº 44
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo
público.
Súmula Vinculante nº 45
A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa
de função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual.
Súmula Vinculante nº 46
A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas
de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.
Súmula Vinculante nº 47
Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal
devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a
expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos
créditos dessa natureza.
Súmula Vinculante nº 48
Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por
ocasião do desembaraço aduaneiro.
Súmula Vinculante nº 49
Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
Súmula Vinculante nº 50
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.
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Súmula Vinculante nº 51
O reajuste de 28,86%, concedido aos servidores militares pelas Leis 8622/1993 e
8627/1993, estende-se aos servidores civis do poder executivo, observadas as eventuais
compensações decorrentes dos reajustes diferenciados concedidos pelos mesmos diplomas
legais.
Súmula Vinculante nº 52
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a
qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor
dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.
Súmula Vinculante nº 53
A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal
alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da
condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.
Súmula Vinculante nº 54
A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a Emenda
Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os
efeitos de lei desde a primeira edição.
Súmula Vinculante nº 55
O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos.
Súmula Vinculante nº 56
A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em
regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no
RE 641.320/RS.
Súmula Vinculante nº 57
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se à importação e
comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam
funcionalidades acessórias.
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Súmula Vinculante nº 58
Inexiste direito a crédito presumido de IPI relativamente à entrada de insumos isentos,
sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis, o que não contraria o princípio da não cumulatividade.
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