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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE RONDÔNIA

CENTRO DE ENSINO DA PMRO


CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS

ANTONIO MARCOS CARNEIRO DA SILVA AL SGT PM


CLOVES REIS DE SOUZA AL SGT PM
FABRÍCIO SANTOS DUARTE AL SGT PM
DANIEL ANDRADE DA SILVA AL SGT PM
LUCIANO RODRIGUES BARBOSA AL SGT PM

LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965 - AÇÃO POPULAR

Vilhena/RO
2021
ANTONIO MARCOS CARNEIRO DA SILVA AL SGT PM
CLOVES REIS DE SOUZA AL SGT PM
FABRÍCIO SANTOS DUARTE AL SGT PM
DANIEL ANDRADE DA SILVA AL SGT PM
LUCIANO RODRIGUES BARBOSA AL SGT PM

LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965 - AÇÃO POPULAR

Trabalho de pesquisa apresentado ao Curso de


Formação de Sargento Policial Militar como
requisito parcial de avaliação, durante o estudo da
Disciplina de Direito Constitucional, ministrada
pelo instrutor Major Pm Bispo.

Vilhena/RO
2021
RESUMO

“Qualquer cidadão é parte legitima para propor ação popular que vise anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.”(Constituição federal, LXXIII, do artigo 5º).
Elencar o conceito de Ação Popular , seu efeitos legais , sua constituição, este
trabalho tem como finalidade compreender as bases e as peculiaridades deste
importante instrumento de controle dos atos do poder público, que apenas quando
estiver constituído com finalidade “para o povo” pode ser exercido.

Palavras-chave – Ação Popular. Constituição.instrumento.

ABSTRACT

"Any citizen is a legitimate party to propose a popular action that aims to annul an act
harmful to the public property or entity in which the State participates, to
administrative morality, to the environment and to the historical and cultural heritage,
being the author, unless proven bad faith, exempt from court costs and the burden of
defeat" (Federal Constitution, LXXIII, Article 5).
Elencar the concept of Popular Action, its legal effects, its constitution, this work aims
to understand the bases and peculiarities of this important instrument of control of
acts of public power, which only when it is constituted with purpose "for the people"
can be exercised.

Keywords - Popular Action. Constitution.instrument.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................5

2. CONCEITO......................................................................................................6

2.1 Objetivo da Ação Popular............................................................................7

3. APLICAÇÕES DA AÇÃO POPULAR.............................................................7

4. APLICAÇÃO PRÁTICA: EXEMPLO DE CASO EXEMPLIFICATIVO............8

5. CONCLUSÃO................................................................................................15
REFERÊNCIAS..................................................................................................16
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1 INTRODUÇÃO

Comumente falamos de remédios constitucionais e citamos os mais


conhecidos como, por exemplo habeas corpus e habeas data, mas temos no
ordenamento jurídico a ação popular constitucional que se configura como marco de
extrema importância na tutela de interesses difusos e coletivos no ordenamento
jurídico brasileiro.
No entanto, observa-se que há uma grande ausência de uma educação
para que o cidadão faça uso desse “remédio” para exercer os seus direitos coletivos
em prol da comunidade.
No intuito de elencar o conceito de Ação Popular, seus efeitos legais, sua
constituição, este trabalho tem como finalidade compreender as bases e as
peculiaridades deste importante instrumento de controle dos atos do poder público,
que apenas quando estiver constituído com finalidade “para o povo” pode ser
exercido.
Ressalta-se ainda, que esta pesquisa baseia-se em analises nas
diversas fases da abordagem do tema supra citado e foram acionadas as
técnicas do referente e da pesquisa bibliográfica.
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2 CONCEITO

A ação popular é um tipo de “remédio constitucional”, embora, muito


antigo, pois já estava presente na constituição brasileira dede de 1824, porem não
com a mesma definição e objetivo estabelecido na atual Constituição Federal de
1988, ainda é pouco conhecido e usado pela sociedade brasileira.
Assim, com o decorrer das mudanças sociais ocorridas no Brasil, foi
modificando se as leis e os conceitos também, sendo, que, no ano de 1988, foi
promulgada a atual constituição brasileira, assegurando no artigo 5° da nova
Constituição Federal, que dispõem sobre os direitos e garantias fundamentais do
cidadão brasileiro ou estrangeiro residentes no país, este importante instrumento de
alcance do cidadão para defender direitos coletivos.
Disposto no inciso LXXIII, do artigo 5º da constituição Federal, a Ação
Popular assegura que todo cidadão brasileiro que, considerar ser um ato lesivo do
poder público, ações que lesem à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural pode recorrer, gratuitamente, a este instrumento a fim
de impedir a continuidade desta ação ou mesmo a sua nulidade se já praticada pelo
Estado. Neste inciso do artigo 5° assegura, que:

“Qualquer cidadão é parte legitima para propor ação popular que vise anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais
e do ônus da sucumbência.”(Constituição federal).

Este inciso elucida bem que o instrumento “ação popular” visa à proteção
de um bem voltado à comunidade, considerando o interesse do coletivo; é
fundamental que os cidadãos tenham ciência desse remédio garantido pela
constituição para não aceitar as imposições do estado, representado por
funcionários públicos, que podem agir equivocadamente ou mesmo por interesses
escusos, de má-fé prejudicando direitos que são pertencentes a coletividade.
Diante de ações lesivas do Estado ficou estabelecida que a ação popular
é o remédio destinado a coibir, inibir esses atos e, que, portanto, podem e devem ser
acionados toda vez que o cidadão ver ou perceber a lesividade da ação à
coletividade.
Nota se que, o legislador procurou cercear toda e qualquer violação dos
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direitos individuais e coletivos, dando ao cidadão o poder de impetrar contra


arbitrariedade pratica pelo Estado, porém, a falta de conhecimento faz com que
esses mecanismos sejam pouco utilizados. É preciso que o cidadão aproprie-se do
conhecimento de seus direitos para se fazer cumprir o que a própria Constituição
Federal atribui como direito; é necessário divulgar, massificar o papel do cidadão ao
exercitar a sua cidadania em defesa da coletividade, do bem público contra a má
administração.

2.1 Objetivos da Ação Popular

Observa se que juristas discorrem que o objetivo principal da ação


popular consiste em anular ou impedir a concretização do ato lesivo, não importando
se o ato tenha sido praticado, direta ou indiretamente, contra o patrimônio. Elucida
se então, que a ação popular tem fins preventivos e repressivos da atividade
administrativa sendo essa ilegal e lesiva ao patrimônio público pedindo liminar para
suspender o ato que esteja lesando os interesses da coletividade e reforçando com
o advento da Lei 6.513/77, que autorizou, em seu art. 34, a suspensão. Por outro
lado, afora a anulação do ato lesivo, busca-se, por meio da ação popular,
especialmente nos casos de efeito repressivo, a reparação dos danos por meio da
condenação do réu, além do pagamento de ônus de sucumbência.

3 APLICAÇÕES DA AÇÃO POPULAR

Ficando constatado que uma determinada ação ou omissão veio a lesar o


patrimônio publico da União, Distrito Federal, estadual, municipal ou entidade na
qual o estado tenha participação, a moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e culturalm, faz se o pedido de anulação do ato, através da
ação pública em primeira instância, impetrada por qualquer cidadão brasileiro nato
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ou naturalizado, desde que em pleno gozo de seus direitos políticos (comprovado


mediante título de eleitor ou documento correspondente), sendo necessária apenas
a representação por um advogado (a), é isento de custas processuais, exceto se
comprovado a má-fé.
A ação popular devera ser impetrada no mesmo estado onde foi cometido
o ato, se o mérito não for de da justiça federal então a competência será da justiça
estadual ou em alguns casos a justiça eleitoral.
Após o ajuizamento da ação pública, qualquer cidadão ou o ministério
público poderá dar continuidade a ação, se o autor desistir ou der causa a extinção
do processo sem o julgamento do mérito conforme artigo 9 da LAP 4.717:

“Art. 9.º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância,


serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7.º, inciso
II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do
Ministério Público, no prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita,
promover o prosseguimento da ação.”

Se após julgada à Ação Popular e condenado for, à devolução do


dinheiro, e o réu for remunerado pela federação, estado ou município, o pagamento
será descontado na folha de pagamento, se a condenação for a restituição dos bens
ou valores ficará sujeito a sequestro ou penhora. Conforme (Art.14 §3 e §4 da LAP)
observe:

Art. 14. Se o valor da lesão ficar provado no curso da causa, será indicado
na sentença; se depender de avaliação ou perícia, será apurado na
execução.

§ 3º Quando o réu condenado perceber dos cofres públicos, a execução far-


se-á por desconto em folha até o integral ressarcimento do dano causado,
se assim mais convier ao interesse público.

§ 4º A parte condenada a restituir bens ou valores ficará sujeita a seqüestro


e penhora, desde a prolação da sentença condenatória.

4 APLICAÇÃO PRÁTICA: EXEMPLO DE CASO EXEMPLIFICATIVO.

Na propositura de uma ação popular segue se o modelo de exemplo de


uma impetração,nesse caso, o advogado citado nos autos representando os direitos
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difusos e coletivos do cidadão, veja:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL


DE JOINVILLE,

COM PEDIDO DE SUSPENSÃO LIMINAR

RICARDO BRETANHA SCHMIDT, brasileiro, solteiro, advogado, CPF nº


063.790.999-21 e Título de Eleitor nº0464 5465 0990 - Zona 096, Seção 0085, residente
e com domicílio eleitoral na comarca de Joinville, com endereço comercial na Rua Padre
Antônio Vieira, nº 630, Bairro Saguaçu,em Joinville,CEP 89221-265, em causa própria, vem,
com fundamento no inciso LXXIII, do artigo 5º da CF/88 e na específica Lei nº 8.717/65,
propor a presente

AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE SUSPENSÃO LIMINAR contra o


INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS EPESQUISAS EDUCACIONAIS
ANÍSIO TEIXEIRA (INEP),autarquia federal, com endereço no Setor de
Indústrias Gráficas, Quadra 4, Lote 327, s/nº, Zona Industrial, Brasília, CEP
70610-908, devendo ser citado na pessoa do seu presidente Alexandre Ribeiro
Pereira Lopes,e o faz pelos fundamentos de fato e de direito a seguir:

1- DOS FATOS
O instituto requerido publicou os Editais nº 33 e 34, de 20/04/2020
(DOU de 22/04/2020, seção 3, páginas 36 e 50), que tornam público a realização
do Exame Nacional do Ensino Médio.
É fato público e notório que estamos em meio a uma pandemia mundial,
conforme comprova a notícia jornalística ora anexada, onde consta a declaração
pública de pandemia pela OMS.
Também é de conhecimento público que as escolas municipais, estaduais e
federais, bem como as instituições particulares pelo país afora, suspenderam as
aulas presenciais por tempo indeterminado,sendo que em alguns casos implantaram
o EAD. No entanto, deve ser ponderado que nem todos os alunos possuem acesso a
internet ou plataformas digitais utilizadas.
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Assim, não é razoável, muito menos moral, que o cronograma do Exame


Nacional do Ensino Médio(ENEM)seja mantido.

Salta aos olhos a forte agressão ao princípio da moralidade


administrativa, tendo em vista a total ausência de condições para que o ENEM
2020, impresso ou digital, seja realizado.
Por fim, frise-se que o ato que tornou pública a realização do Exame
Nacional do Ensino Médio afronta o princípio da moralidade administrativa, ainda
mais porque em 20 de abril do corrente ano a COVID-19 já havia sido declarada
pandemia pela OMS, razão pela qual, visando restabelecer a moralidade, bem como
evitar que o interesse público seja lesado por conta da realização do ENEM 2020 em
meio a uma grave situação, é que o autor popular propõe a presente demanda, a fim
de suspender a eficácia dos Editais nº 33 e 34,de 20/04/2020 (DOU de
22/04/2020,seção 3,ps. 36 e 50).

2- DO DIREITO

2.1– DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR

O art. 5º, inciso LXXIII, da CRFB, admite a impetração da ação popular,


por qualquer cidadão, visando anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade
de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente, bem
como ao patrimônio histórico e cultural.
A Lei 4.717/65 estabelece o rito da presente ação.Conforme a redação
da Constituição, a edição de ato e de edital público é ato lesivo à moralidade
administrativa.Assim, o ajuizamento do presente feito é cabível.

2.2- DO SUJEITO ATIVO – LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM

Neste particular, atualmente, a Constituição de 1988, ampliando as


hipóteses de cabimento da presente tutela popular, preceitua em seu art. 5º, LXXIII,
o seguinte, in verbis:
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“Qualquer cidadão é parte legitima para propor ação popular que vise a
anular atolesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência”.

Assim, conforme decorre do texto Constitucional, sujeito ativo da Ação


Popular é qualquer cidadão, porém, assim considerado o que se encontra apto a
exercer os direitos políticos, votar e ser votado, cujo exercício dos direitos políticos
depende do alistamento eleitoral e prova da cidadania, para ingresso em juízo, tem
de ser feita com o título eleitoral, conforme o disposto no art. 1º,§ 3º da LAP,prova
esta que se faz com a juntada do título do autor.

2.3- DO SUJEITO PASSIVO

Segundo o disposto no artigo 6º, caput, da Lei nº 8.717/65, são sujeitos


passivos da ação popular: as pessoas jurídicas de que tenha emanado o ato lesivo e
referidas no art. 1º, deste diploma legal, dentre eles, sobressai o ente que editou o
ato impugnado, no caso concreto, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira, que é uma autarquia federal.
A propósito da pretensão, a regra da Lex Máxima, no seu artigo 37, caput,
exige que os atos da administração pública devam obedecer aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, dentre outros nele enumerados.
Ademais, é preceito constitucional que “a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a Direito (art. 5º, XXXV da CF). Ora, isso significa que,
havendo direitos subjetivos feridos, não precisa o judiciário indagar de onde vem a
lesão, para conhecer o caso concreto. Nem terá que deter diante de qualquer Poder,
órgão ou autoridade responsável pelo agravo ao direito individual ou coletivo.
Assim, resta claro que devem figurar no polo passivo da presente
demanda o ente que editou o ato impugnado, no caso concreto, o Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira,que possui natureza de
autarquia federal.

2.4 - DOS FINS DA AÇÃO POPULAR E DO SEU OBJETO


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Quanto ao fim da Ação Popular, segundo a lição do memorável Hely


Lopes Meirelles, em sua também consagrada obra “MANDADO DE SEGURANÇA,
AÇÃO POPULAR, etc., p. 128-126, “A
Ação Popular tem fins preventivos e repressivos da atividade
administrativa ilegal e lesiva ao patrimônio público...”. Em última análise, a finalidade
da Ação Popular é obtenção da correção nos atos administrativos...” “Os direitos
pleiteáveis na ação popular são de caráter cívico-administrativo, tendentes a repor a
Administração nos limites da legalidade e a restaurar o patrimônio público do
desfalque sofrido. Por isso mesmo, qualquer leitor é parte legítima para propô- la,
como também, para intervir na qualidade de litisconsorte ou assistente do autor ...”
cujo objetivo, é, portanto, o ato ilegal, imoral ou lesivo ao patrimônio público, sujeito à
anulação por Ação Popular.

2.5– DOS ATOS LESIVOS AO PATRIMÔNIO PÚBLICO

No caso vertente, é manifesta a lesividade dosatos impugnados, no caso


em questão a realização, durante uma grave pandemia, do Exame Nacional do
Ensino Médico, que irá causar graves prejuízos, à população brasileira, de forma
mais específica aos estudantes,até porque o ENEM é utilizado para selecionar
candidatos.

Por tudo isso, são anuláveis os atos praticados, nos termos do art. 3º da
Lei 4.717/65:
Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou
privado, ou das entidades mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se
compreendam nas especificações do artigo anterior, serão anuláveis,
segundo as prescrições legais, enquanto compatíveis com a natureza
deles.

Portanto,o autor requer a anulação do ato lesivo.

1– DO PEDIDO DE SUSPENSÃO LIMINAR

A relevância do fundamento invocado reside nos argumentos fáticos e


jurídicos acima expostos, mormente nos documentos colacionados à presente, os
quais dão conta de queexiste o bom direito ora vindicado, notadamente em face
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da evidente e flagrante violação ao princípio da moralidade pública.

O “periculum in mora”, por sua vez, afigura-se patente, uma vez que a
realização do ENEM 2020 em um ano em que estamos sofrendo e ainda vamos
sofrer os efeitos de uma grave pandemia causará séria lesão aos estudantes do
Brasil, ante o fato de que não puderam se preparar de forma adequada para o
exame.
Assim, o autor requer a concessão de liminar, a fim de que sejam
imediatamente suspensos todos os efeitos (inclusive a realização no mês de
novembro) dos atos lesivos impugnados, qual seja, os Editais nº 33 e 34, de
20/04/2020 (DOU de 22/04/2020, seção 3, páginas 36 e 50), com fundamento no
artigo 5º, § 4º, da Lei n. 4.717/1965.

4 - DOS REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:

a) determine a suspensão liminar dos atos lesivos impugnados, qual seja, os


Editais nº 33 e 34, de 20/04/2020 (DOU de 22/04/2020, seção 3, páginas 36 e
50), até a decisão final da demanda, com fundamento no artigo 5º, § 4º, da Lei n.
4.717/1965;

b) a citação do instituto demandado, para que, no prazo legal, conteste ou


abstenha-se de contestar a presente Ação Popular, ou ainda, para que manifeste
adesão expressa ao pedido inicial, conforme estabelece o artigo 6º, § 3º, da Lei
8.817/1965;
c)seja finalmente confirmada a liminar e julgado procedente o pedido, para declarar
a anulação definitiva dos atos lesivos impugnados, que consistem nos Editais nº 33
e 34, de 20/04/2020 (DOU de 22/04/2020, seção 3, páginas 36 e 50);
d)a intervenção do ilustre representante do Ministério Público, para acompanhar a
demanda no que lhe couber;
e)a ISENÇÃO DE CUSTAS, na forma da lei;
f) provar o alegado por todo o gênero de prova admitida em Direito;
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Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00, apenas para fins fiscais.

Nestes Termos, Pede


Deferimento.

Joinville – residência -, 13 de maio de 2020.

Ricardo Bretanha Schmidt


OAB/SC 33.356

Faz se necessário apregoar a este tema o exemplo supra citado em


modelo na sua totalidade para demonstrar do início ao fim sobre a forma de
construção textual de uma impetração de uma Ação Popular, visto que, comumente
as pessoas falam deste remédio constitucional, mas desconhecem os trâmites legais
para a sua propositura.
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5 CONCLUSÃO

Observa se que os chamados interesses individuais e coletivos foram


maciça e amplamente tutelados pela Constituição Federal de 1988 como direitos e
garantias fundamentais de qualquer cidadão sem distinção de qualquer natureza.
Outrossim, a ação popular se consolidou como efetivo instrumento
processual constitucional de defesa do patrimônio público e da moral administrativa,
assumindo papel de extrema importância na sociedade brasileira para proteção e
fiscalização principalmente dos interesses da sociedade no que tange aos direitos
difusos e coletivos.
Conclui - se então, que a ação popular protege mais que somente o
patrimônio público, serve também para resguardar a moralidade administrativa como
dever ético da atuação dos gestores públicos, presidente, governadores e prefeitos.
De forma alguma há mais espaço para má gestão e administradores que lesam o
patrimônio público, e com isso, causando mazelas para a tão sofrida população
brasileira. A ação popular, portanto, reveste-se de grande valia para todos os
cidadãos que buscam uma sociedade mais transparente, ética e eficiente.
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REFERÊNCIAS

ABNT.http://www2.ufac.br/ppgespa/normas/anexos/abnt/nbr-10520-2002.pdf/view,
acesso em 19 de abril de 2021.

https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_201
6.pdf,acesso em 20 de abr, 2021.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6513.htm,acesso em 23,abr,2021.

https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=4717&ano=1965&ato=
506ETVq1UeZRVTa91,acesso em 25 de abr,2021.

https://www.migalhas.com.br/arquivos/2020/5/5E3D67133204FE_PeticaoInicialSus
pensaoENEM.pdf,acesso em 20 de abr,2021.

MARTINS, Dileta Silveira.Portugues Instrumental, de acordo com as atuais


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MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Ação popular: proteção do erário, do patrimônio


público, da moralidade administrativa e do meio ambiente. 4. ed. rev., atual. e ampl.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.

PACHECO, José da Silva. O mandado de segurança e outras ações


constitucionais típicas. 4. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2002.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 21ª Edição,


revista e Ampliada. Editora Cortez, 2000.

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