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RESUMO EXPANDIDO TIPOLOGIA TEXTUAL1

AL SGT PM RE 10008357-7 CÉSAR


AL SGT PM RE 10008355-7 DA SILVA
AL SGT PM RE 10008374-4 J. SILVA
AL SGT PM 100083800 LUIZ
AL SGT PM RE 10008350-2 REIS

Introdução

Para engendrar e conceituar uma tipologia textual, suas características


dos textos narrativos, descritivos e dissertativos, faz-se necessário um
aprofundamento dentro da gramática normativa, precisamente na parte atinente a
redação e estilística, pois se define primeiramente e posteriormente trabalharemos
com exemplos na pratica para mostrar onde necessariamente ela infere nos textos.
Observa se que a tipologia textual refere-se à forma como se apresenta
um texto, tendo em vista o propósito para o qual foi redigido. Até bem pouco tempo
eram considerados três tipos textuais: narrativo, descritivo e argumentativo.
Atualmente, embora não haja consenso entre diferentes teóricos, consideram-se, em
especial, as seguintes categorias: descrição, narração, exposição, injunção,
argumentação e o diálogo. É notado que a tipologia a que recorre o autor na
construção de seu texto está diretamente relacionada ao propósito de sua redação:
dizer como é (descrição), apresentar uma sucessão de acontecimentos em que haja
relação de anterioridade e posterioridade (narração), buscar adesão para um
propósito (argumentação).
Veremos também de que forma os textos são estruturados sendo eles;
narrativos, descritivos e dissertativos; suas características, com exemplos
demonstrando se são; narrativos, descritivos ou dissertativos e por fim quais os

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Resumo expandido apresentado como requisito parcial para a avaliação da disciplina de Língua e
Comunicação (Módulo II) do Curso de Formação de Sargentos da Polícia Militar de Rondônia (2021).
Disciplina Ministrada pelo professor Major PM Maurílio.
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elementos essenciais contidos nestes textos. É de fundamental importância


sabermos classificar os textos dos quais travamos convivência no nosso dia a dia.

Objetivos

De forma sucinta tem-se por objetivo auxiliar tantos professores e alunos


no uso da tipologia textual para o ensino de língua. Para isso apresentaremos um
referencial teórico com levantamento bibliográfico sobre tipologia textual que busca
instrumentalizar na organização desta e a seguir comentar aspectos fundamentais
na tipologia e, finalmente apresentar exemplos.

Metodologia

A metodologia utilizada neste trabalho será o levantamento bibliográfico e


referencial teórico de autores renomados na área, entre outros, pesquisa
exploratória, descritiva e explicativa e quantitativa – qualitativa.

Resultados Alcançados

Partindo para a conceituação temos primeiramente, então, em analise, o


estabelecimento de uma tipologia do texto descritivo que enfoca um retrato falado de
uma pessoa, animal, objeto ou lugar. A classe de palavras mais utilizada nessa
produção é o adjetivo, ao contrário da narração, não supõe ação. O autor
transparece em suas palavras aspectos sensoriais, focaliza cenas ou imagens,
conforme o permita sua sensibilidade. Quanto à descrição de pessoas, podemos
atribuir-lhes características físicas ou psicológicas.
Nas Características do texto descritivo observam-se algumas
particularidades que diferenciam o texto descritivo dos demais. A utilização de
muitos substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, que ajudam o leitor a ter uma
ideia exata do que está sendo detalhado são alguns exemplos.
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Outra característica é o uso de verbos de estado, como ser, estar,


permanecer, parecer, ficar, continuar, entre outros. Além disso, a linguagem é
sempre dinâmica e clara, com uso também de figuras de linguagem, comparações e
enumerações. Nesse tipo de texto também são pontuados detalhes físicos, como
altura, textura, peso, comprimento, dimensões, clima, função, como também
aspectos psicológicos e comportamentais, como personalidade, caráter e humor.

Já no caso de texto descritivo sobre pessoas, é possível retratar tanto os


detalhes físicos, como os psicológicos.

A estrutura de um texto é composta de três partes:

Introdução: é a primeira parte do texto, quando o autor apresenta o que será


descrito.

Desenvolvimento: nesse momento, como o próprio nome diz, a descrição se


desenvolve, com detalhes pormenorizados. 

Conclusão: é a última parte e encerra a descrição do objeto, pessoa, lugar ou


situação abordada.

Características do texto descritivo

De um modo geral, é muito fácil identificar um texto descritivo. Algumas


características que podem ser pontuadas sobre esse tipo de texto são:

 Há um observador, que pode ser um narrador, personagem, colunista…


qualquer um que tenha feito à descrição.
 Foco no objeto descrito;
 Presença de adjetivos ou frases que qualificam esse objeto e de comparação;
 Uso de verbos de ligação;
 Relato de fatos concretos, sem muita divagação;
 Objetivo de apresentar detalhes suficientes sobre o objeto descrito para que o
leitor do texto consiga visualizá-lo, sem que seja necessário ver ou conhecer
tal objeto.

Como exemplo fático do processo descritivo pode-se citar a pessoa descrita


no nosso cotidiano Policial Militar de registro de ocorrência como, por exemplo;
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O agente evadiu-se do local e segundo populares ele era alto,


magro, moreno, trajava uma camiseta preta com um símbolo de cruz
escrito na cor dourada, calças jeans preta e tênis brancos.

Diferente do texto descritivo o texto narrativo tem por característica e


estruturação uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou real,
ocorrido num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. O tempo
verbal predominante é o passado. Geralmente em prosa, busca comunicar qualquer
acontecimento ou situação. A narração em primeira pessoa pressupõe a
participação do narrador (narrador personagem) e em terceira pessoa mostra o que
ele viu ou ouviu (narrador observador ou narrador onisciente).
Aprofundando mais no quesito estruturação da narrativa observa se que
temos; apresentação: também chamada de introdução, nessa parte inicial o autor
do texto apresenta os personagens, o local e o tempo em que se desenvolverá a
trama, desenvolvimento: aqui grande parte da história é desenvolvida com foco nas
ações dos personagens, clímax: parte do desenvolvimento da história, o clímax
designa o momento mais emocionante da narrativa e o desfecho: também chamada
de conclusão, ele é determinado pela parte final da narrativa, onde a partir dos
acontecimentos, os conflitos vão sendo desenvolvidos.
Elencam-se também os elementos essenciais da narrativa que esta dividida
da seguinte forma; Narrador - é aquele que narra à história. Dividem-se em:
narrador observador, narrador personagem e narrador onisciente. Enredo - trata-se
da estrutura da narrativa, ou seja, a trama em que se desenrolam as ações. São
classificados em: enredo linear e enredo não linear. Personagens - são aqueles que
compõem a narrativa sendo classificados em: personagens principais (protagonista
e antagonista) e personagens secundários (adjuvante ou coadjuvante). Tempo -
está relacionado com a marcação do tempo dentro da narrativa, por exemplo, uma
data ou um momento específico. O tempo pode ser cronológico ou psicológico.
Espaço - local (s) onde a narrativa se desenvolve. Podem ocorrer num ambiente
físico, ambiente psicológico ou ambiente social.
Neste contexto narrativo cita-se a fábula de Monteiro Lobato, o cavalo e o
burro como modelo de discurso direto, onde neste tipo de discurso à própria
personagem fala, veja;
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Cavalo e burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo, contente da


vida, folgando com a carga de quatro arrobas, e o burro – coitado!
Gemendo sob o peso de oito. Em certo ponto, o burro parou e disse:

– Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio


é repartirmos o peso irmanamente, seis arrobas para cada um.

      O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.


        – Ingênuo! Quer então que eu arque com seis arrobas quando
posso bem continuar com as quatro? Tenho cara de tolo?
        O burro gemeu:
        – Egoísta! Lembre-se que se eu morrer você terá que seguir
com a carga das quatro arrobas mais a minha.
        O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo
adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta.
        Chegam os tropeiros, maldizem da sorte e sem demora
arrumam as oito arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta.
E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem
piedade.
       – Bem feito! – exclamou um papagaio. Quem o mandou ser mais
burro que o pobre burro e não compreender que o verdadeiro motivo
era aliviá-lo da carga em excesso? Tome! Gema dobrado agora…”

Diferenciando de ambos supracitados no texto Dissertativo há


posicionamentos pessoais e exposição de ideias. Tem por base a argumentação,
apresentada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto de vista. Segue-
se a seguinte estruturação basicamente assim: 1. Ideia principal (introdução); 2.
Desenvolvimento (argumentos e aspectos que o tema envolve); 3. Conclusão
(síntese da posição assumida).

Na dissertação, como vimos, temos o enunciador na perspectiva do


saber/conhecer, abstraindo-se do tempo e do espaço, com o objetivo do enunciador
de buscar o refletir, o explicar, o avaliar, o conceituar, expor ideias para dar a
conhecer, para fazer saber, associando-se à análise e à síntese de representações.
Assim sendo, instaura-se o interlocutor como ser pensante, que raciocina. Quanto
ao tempo referencial o dissertativo caracteriza-se pela simultaneidade das situações
expressas no texto e o tempo da enunciação pode ser posterior, simultâneo ou
anterior ao momento em que o apresentado no texto é real, embora na língua
portuguesa tem-se, na quase totalidade dos textos dissertativos, o tempo da
enunciação simultâneo ao referencial. Apesar disso, em razão da abstração do
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tempo e do espaço que caracteriza a dissertação, não se tem o presente como


tempo verbal, mas sim o onitemporal, pois as situações são apresentadas como
válidas em todos os tempos, atualizando-se no tempo da enunciação. O dissertativo
apresenta as seguintes variedades ou subtipos: o expositivo e o explicativo.
No início da dissertação, é necessário que o autor deixe claro qual é o
assunto abordado no texto e, além disso, qual será a tese - ou ponto de vista - a ser
defendida.
A Estrutura de uma dissertação segue-se da seguinte forma;
A Introdução vem no início da dissertação, é necessário que o autor deixe
claro qual é o assunto abordado no texto e, além disso, qual será a tese - ou ponto
de vista - a ser defendida.
Em seguida vem a Argumentação Os parágrafos intermediários de uma
dissertação devem ser destinados à defesa da tese mediante argumentos. É
importante lembrar que um argumento é uma estrutura textual que, por meio da
análise de provas ou fundamentos, confirma o ponto de vista do autor.
E por fim a conclusão de um texto dissertativo-argumentativo pode ser
produzida de duas formas, enquanto síntese ou com propostas de solução. No caso
da conclusão por síntese, o autor repete os argumentos resumidamente e conclui o
texto afirmando a veracidade da tese. No caso da conclusão com propostas de
solução, é necessário retomar os problemas discutidos na argumentação e propor
intervenções que eliminem ou diminuam a questão problemática.

Cabe-se elencar um exemplo de uma introdução nesse caso uma dissertação


expositiva com o tema “conhecimento cientifico e tecnologia”, veja;

Em sentido amplo, conhecimento é o atributo que tem o homem de


reagir frente ao que o cerca. Dessa forma, podemos distinguir três
tipos de conhecimento: empírico, o cientifico e o filosófico (MARTINS,
Dileta Silveira, 2001, p.136).

Conclusão

Conclui-se que a tipologia textual é essencial para a compreensão textual, no


que tange a sua estrutura e características da descrição, narração e dissertação,
para se aprimorar mais o conhecimento destes estilos de textos. Saber diferenciar
qual tipologia é o texto é com certeza algo importante na hora de escrever, por
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exemplo, no nosso dia a dia com registro de ocorrências, mal percebemos que
utilizamos fragmentos dessa tipologia na construção principalmente do histórico de
um Boletim de ocorrência policial, que envolve diálogos, descrição de possíveis
agentes e conclusões pessoais.

Referências

BAZERMAN, C. Gêneros textuais, tipificação e interação. Organização de Ângela


Paiva Dionísio e Judith Chambliss Hoffnagel. São Paulo: Cortez, 2005. 165 p.

FÁVERO, L. L.; KOCH, I. G. V. Contribuição a uma tipologia textual. Letras &


Letras, Uberlândia - Departamento de Letras/UFU, v. 3, n. 1, p. 3-10, junho de 1987.

LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. 15. Ed. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1973.

MARTINS,Dileta Silveira. Português Instrumental.22 ª Ed.Porto Alegre,2001.

MARCUSCHI, Luiz A. Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão.


São Paulo: Parábola, 2011.

LAPA, Rodrigues. Estilística da Língua portuguesa. 6. Ed. Rio de Janeiro:


Acadêmica, 1970.

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