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1. Conceito
Direito de laje é o direito real pelo qual o proprietário de uma construção-base
cede a superfície superior ou inferior de sua construção a fim de que o titular da
laje mantenha a unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
O imóvel do lajeiro adquire uma matricula própria no RGI, constitui-se um bem
autônomo e independente da base.
2. Partes
Dono ou titular da construção-base;
Dono ou titular do direito de laje (lajeário ou lajeiro).
3. Finalidade
Regularizar as moradias erguidas sobre edifícios alheios, normalmente
encontradas em comunidades de baixa renda “puxadinhos”.
QUESTÕES:
- Quem é o responsável pelos encargos e tributos sobre a laje?
Se há autonomia e instituição de matricula própria, o titular do direito real de
laje responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua unidade.
- O titular da laje pode ceder a superfície de sua construção para um terceiro?
Sim, é possível a constituição de novos direitos de laje para cima ou para baixo.
Vão existir algumas regras: deve haver autorização expressa dos titulares da
construção-base e das demais lajes, respeitadas as posturas edilícias e
urbanísticas vigentes.
- E se o titular do direito de laje quiser vender a sua unidade?
Sim, deverá observar o direito de preferencia. Terão direito de preferencia em
igualdade de condições com terceiros, os titulares da construção-base e da laje,
nessa ordem, que serão cientificados por escrito para que se manifestem no
prazo de trinta dias, salvo se o contrato dispuser de modo diverso.
Obs.: Se houver mais de uma laje, a preferência será sucessivamente o titular das lajes
ascendentes e o titular das lajes descendentes, assegurada a prioridade para a laje mais
próxima à unidade sobreposta a ser alienada.
- E se a laje for vendida sem a ciência do titular da construção-base e das demais
lajes?
O titular da construção-base ou da laje a quem não se der conhecimento da
alienação poderá, mediante deposito do respectivo preço, haver para si a parte
alienada a terceiros, se o requerer no prazo decadencial de cento e oitenta dias,
contando da data da alienação.
7. Ruina da construção-base
Em regra, a ruina da construção-base implica na extinção do direito real de laje.
Existem duas exceções:
I- Se este tiver sido instituído sobre o subsolo;
II- Se a construção-base for reconstruída no prazo de cinco anos.
Obs.: outras formas de extinção (apesar de não previstas pelo legislador);
desapropriação, a renúncia, o advento do termo ou o implemento da condição
resolutiva.