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Estudos de Viabilidade e Planejamento

Técnico e Econômico na Construção Civil I –


EVPTECCII

Curso Técnico de Edificações

Profª. Luciana L. Ferreira


LEGISLAÇÃO
DIREITO DE VIZINHANÇA
• O Direito de Vizinhança é um conjunto de regramentos que visa
possibilitar o convívio e coexistência de propriedades próximas,
objetivo que é alcançado por meio da imposição de limites e
restrições ao direito de propriedade.
• Atos praticados pelo dono de um imóvel, ou mesmo as
condições físicas deste, podem causar danos ou incômodos aos
moradores vizinhos, fatos que desencadeiam lides, as quais
muitas vezes serão resolvidas no âmbito do judiciário.
• Em prol da harmonia social, o ordenamento jurídico limita o
exercício dos poderes inerentes à propriedade. Entende o
legislador que o sacrifício (compensado pelo igual sacrifício do
vizinho) é necessário para a convivência social, caso contrário,
as propriedades se aniquilariam.
Art 1277. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece
quando as interferências forem justificadas por interesse público, caso
em que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao
vizinho indenização cabal. (tolerar) + (ex. passar tubulação de esgoto).
Art 1.279 Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as
interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação,
quando estas se tornarem possíveis.
Art1 .280 O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do
prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace
ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente. (ação de
dano infecto).
Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém
tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do
autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual.
• Uso anormal da propriedade
O abuso de direito configura ato ilícito (CC, art. 186 e
187).
O uso anormal da propriedade é configurado quando
causar prejuízo à Segurança; Sossego; ou Saúde (três
S’s).
Avaliado de acordo com a zona do imóvel (residencial,
comercial e industrial) e os usos e costumes locais.
Deve ser considerado o princípio da anterioridade.
Limites do razoável e do tolerável.
Lei municipal 3.819/99:
a) Zona residencial (7h às 22h – 50dB / 22h às 7h – 45
dB);
b) Zona mista (7h às 22h – 55 a 65 dB / 22h às 7h – 45
a 55 dB;
c) Zona industrial (7h às 22h – 65 a 70 dB / 22h às 7h –
55 a 60 dB).
Árvores limítrofes
Acesso ao Imóvel
Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a
via pública, nascente ou porto, pode, mediante
pagamento de indenização cabal, constranger o
vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será
judicialmente fixado, se necessário.

A situação de prédio encravado ocorre quando um


determinado terreno fica "ilhado" no meio de outros,
sem acesso.

A palavra "prédio" aqui se refere a imóveis em geral


e não especificamente a uma construção com
muitos andares, pode até ser um terreno sem
construção nenhuma.

Para alguns autores como Carlos Roberto


Gonçalves, o encravamento tem de ser absoluto, ou
seja, sem nenhuma saída para uma via pública,
nascente ou porto, se tiver outra saída não poderá
forçar a passagem pelo terreno de vizinho. Para
outros pode ser relativa, ou seja, mesmo que tenha
outra saída, se for melhorar muito o acesso ao
terreno, poderá ser forçada uma passagem.
• Ex: João tem um terreno com uma passagem pela qual tem de
percorrer 25Km até a estrada que leva à cidade .
Ocorre que é construída uma BR a apenas 100 m de seu
terreno, porém, entre a BR e seu terreno está uma faixa de
terreno de Manoel. Assim, João força a passagem pelo terreno de
Manoel e ganha acesso à BR.
Passagem de cabos e tubulações art 1286 c.c; art1287 c.c
Águas Restrições nas relações de contiguidade
Limites entre prédios e direito de tapagem
DIVISA
Um dos itens que devemos considerar nas preliminares da viabilidade é o
muro de divisa.
Muitas vezes o vizinho construiu seu muro dentro do terreno adquirido pelo
cliente.
Assunto é objeto de muitos conflitos jurídicos, o tema em pauta merece
atenção dos engenheiros, arquitetos e todos os profissionais de obra.
Conforme bem expõe o Código Civil em seu artigo 1299, “o proprietário
pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o
direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos. ”
Assim, é de suma importância ter um conhecimento acerca dos direitos de
construir.
Como bem explica o parágrafo 1º do artigo 1297 do Código Civil, os
marcos divisórios englobam os muros, cercas, sebes e valas. Tais marcos
são presumidamente pertencentes a ambos vizinhos em condomínio.
Todavia, trata-se de uma presunção relativa, ou seja, admite-se prova em
contrário, sendo o dono do muro aquele que o construiu.
Direito de construir
• O Código Civil, com intuito de regulamentar
determinadas posturas provenientes do
comportamento humano e harmonizar a boa
convivência entre as pessoas, preleciona uma série
de normas acerca do direito de construir a partir do
art. 1.299 do mencionado diploma legislativo.
1) A primeira regra pode parecer um pouco óbvia, mas
precisa ser dita e reverberada: segundo o art. 1.299, o
proprietário pode levantar em seu terreno as
construções que lhe sejam convenientes, desde que
não despeite o direito de vizinhos e os regulamentos
administrativos (municipais, estaduais, federais);
2) O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho
(art. 1.300);
4) Na zona rural, conforme aduz o art. 1.303, não será permitido levantar edificações a menos de três metros do
terreno vizinho;
5) Não é lícito encostar, no caso de paredes divisórias entre vizinhos, chaminés, fogões, fornos ou quaisquer
aparelhos ou depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou interferências prejudiciais ao vizinho. Observação:
nessa regra, não fica abrangido as chaminés ordinárias e fogões de cozinha;
6) Não é permitida a execução de qualquer obra ou serviço suscetível de provocar desmoronamento ou
deslocação de terra, ou que comprometa a segurança do prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as obras
acautelatórias;
7) Todo aquele que violar as proibições mencionadas é obrigado a demolir as construções feitas,
respondendo por perdas e danos.
Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode altear a parede divisória, se necessário reconstruindo-a, para
suportar o alteamento; arcará com todas as despesas, inclusive de conservação, ou com metade, se o vizinho
adquirir meação também na parte aumentada.

ALTEAR O MURO:
Significa construir para
elevar o que já existe. Quem
altear é responsável pela
construção e conservação do
que alteou. Se o vizinho
colaborar, torna-se meeiro,
também na parte alteada. Se
não quiser, não é obrigado,
mas não terá meação nessa
parte do muro ou parede.
Nesse caso, ainda que o
muro original seja
propriedade de ambos
(condomínio legal), a parte
alteada pertencerá apenas
àquele que construiu.
Casa Geminada com sótão
separado por parede
divisória. Os moradores
podem usar o sótão
individualmente e em
segurança.

Casa Geminada com sótão


separado por parede
divisória que separa
inclusive o telhado. No caso
de um incêndio numa das
casas, a outra será
preservada.
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!
BONS ESTUDOS
Referencias bibliográficas

• TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil: volume único. 10. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2020
• GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil 2 esquematizado: contratos
em espécie, direito das coisas. 7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.

• https://slideplayer.com.br/slide/12302163/
• https://www.youtube.com/watch?v=06SK6FfWuKA

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