O documento discute as regras do Código Civil brasileiro sobre construções em terrenos vizinhos e paredes divisórias. É proibido construir a menos de 3 metros do terreno vizinho em zona rural, e nas cidades o dono pode edificar na parede divisória desde que pague metade do valor ao vizinho. Aquele que construir a parede divisória primeiro pode fazê-la até a metade no terreno do vizinho, que tem direito a metade do valor caso a traveje posteriormente.
Descrição original:
Comentários acerca do art. 1.301 a 1036 do Código Civil
O documento discute as regras do Código Civil brasileiro sobre construções em terrenos vizinhos e paredes divisórias. É proibido construir a menos de 3 metros do terreno vizinho em zona rural, e nas cidades o dono pode edificar na parede divisória desde que pague metade do valor ao vizinho. Aquele que construir a parede divisória primeiro pode fazê-la até a metade no terreno do vizinho, que tem direito a metade do valor caso a traveje posteriormente.
O documento discute as regras do Código Civil brasileiro sobre construções em terrenos vizinhos e paredes divisórias. É proibido construir a menos de 3 metros do terreno vizinho em zona rural, e nas cidades o dono pode edificar na parede divisória desde que pague metade do valor ao vizinho. Aquele que construir a parede divisória primeiro pode fazê-la até a metade no terreno do vizinho, que tem direito a metade do valor caso a traveje posteriormente.
Art. 1.303. Na zona rural, no ser permitido levantar edificaes a menos
de trs metros do terreno vizinho. Distncia de trs metros entre prdios situados em zona rural. Em se tratando de zona rural, esto proibidas as construes a menos de trs metros do terreno contguo, para resguardar o interesse pblico de segurana e salubridade dos moradores, visto que algumas obras em propriedade rural (como, p. ex., estrumeiras, currais, estrebarias, pocilgas etc.) podem causar incmodo ou prejuzo. Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificao estiver adstrita a alinhamento, o dono de um terreno pode nele edificar, madeirando na parede divisria do prdio contguo, se ela suportar a nova construo; mas ter de embolsar ao vizinho metade do valor da parede e do cho correspondentes. Parede-meia. Nas cidades, vilas e povoados, onde as construes devem obedecer a determinado alinhamento, o dono de um terreno poder nele edificar, madeirando ou colocando traves na parede divisria do prdio confinante, se ela suportar a nova construo, mas para isso ter de pagar, obrigatoriamente, ao vizinho, metade do valor da parede e do cho correspondente, passando a ser condmino. Ter-se-, ento, um condomnio legal; logo no h que se falar em servido de meter trave (tigni immittendt), pois o vizinho, ao pagar metade do valor da parede e do solo correspondente, ir madeirar ou travejar a parede comum. Portanto, se coproprietrio, no se est constituindo direito real sobre coisa alheia. Se o vizinho no se conformar, o interessado poder fazer valer seu direito de travejar, propondo a ao. Art. 1.305.0 confinante, que primeiro construir, pode assentar a parede divisria at meia espessura no terreno contguo, sem perder por isso o direito a haver meio valor dela se o vizinho a travejar, caso em que o primeiro fixar a largura e a profundidade do alicerce. Vide Arts. 1.304 e 1.312 ao Cdigo Civil. Pargrafo nico. Se a parede divisria pertencer a um dos vizinhos, e no tiver capacidade para ser travejada pelo outro, no poder este fazer-lhe alicerce ao p sem prestar cauo quele, pelo risco a que expe a construo anterior. Exceo proibio de construir em terreno alheio. Havendo dois terrenos vagos e contguos, o proprietrio confinante, que construir em primeiro lugar, poder assentar a parede divisria at meia espessura no terreno vizinho, invadindo-o sem que, por isso, perca seu direito de haver meio valor dela, se o vizinho a travejar. Hiptese em que o primeiro que construir fixar a largura e profundidade do alicerce. B se aquele que vai suportar a invaso de sua terra, posteriormente, quiser travejar a parede divisria, ter de indeniz-la pela metade. Impossibilidade de travejamento. Se a parede divisria pertencer a um dos vizinhos e no suportar, devido a sua fragilidade, travejamento pelo outro proprietrio confinante, que vai construir em segundo lugar, este no poder fazer-lhe alicerces ao p, sem que preste cauo quele pelo risco a que a nova
obra exponha a construo feita anteriormente cuja fundao no seja tambm
slida. Com isso garante a lei ao dono da parede divisria o ressarcimento por qualquer dano estrutura de seu prdio oriundo de alicerce. Art. 1.306. O condmino da parede-meia pode utiliz-la at ao meio da espessura, no pondo em risco a segurana ou a separao dos dois prdios, e avisando previamente o outro condmino das obras que ali tenciona fazer; no pode sem consentimento do outro, fazer, na parede-meia, armrios, ou obras semelhantes, correspondendo a outras, da mesma natureza, j feitas do lado oposto.
Vedaes ao uso da parede-meia. O condmino da parede-meia poder
us-la at meia espessura, desde que no coloque em risco a segurana, a inviolabilidade ou a separao dos dois prdios contguos, seja afinando-a, demolindo-a ou perfurando-a (PT, 193:224). Para tanto dever avisar previamente o outro comunheiro das obras que pretende fazer, evitando coincidncia do aproveitamento no mesmo lugar da parede comum, para que este as fiscalize, impedindo que se ultrapasse a metade da espessura da parede ou precavendo-se de danificar quadros ou objetos que estiverem encostados ou pregados na parede-meia a ser utilizada. Alm disso no se poder, sem a autorizao do outro condmino, fazer, na parede-meia, armrios ou obras similares (cofres embutidos, closet, depsito, registro de eletricidade, despensas) se do outro lado, j existe, no mesmo local, um armrio ou obra semelhante. Se, porm, no lado oposto inexistir armrio, bastar que o condmino d cincia apenas de que vai executar o servio, no sendo necessrio que obtenha o consenso do outro comunheiro para sua efetivao. A anuncia do vizinho apenas ser imprescindvel para as obras da mesma natureza que estiverem em correspondncia com as que ele j fez do seu lado.
Carlos Roberto Gonalves
Paredes divisrias O Cdigo Civil trata das questes referentes a paredes divisrias nos arts. 1.304 a 1.307. A denominada parede-meia hoje de reduzida. Paredes divisrias so as que integram a estrutura do edifcio, na linha de divisa. Distinguem-se dos muros divisrios, que so regidos pelas disposies concernentes aos tapumes. Muro elemento de vedao, enquanto parede elemento de sustentao e vedao[43]. No tocante ao assentamento da parede divisria ou parede meia, o art. 1.305 abre ao proprietrio que primeiro edificar a seguinte alternativa: assentar a parede somente no seu terreno, ou assent-la, at meia espessura, no terreno vizinho. Na primeira hiptese, a parede pertencer-lhe-, inteiramente; na segunda, ser de ambos. Nas duas hipteses, os vizinhos podem us-la livremente.
O dono do terreno invadido tem o direito de travej-la. Se o fizer, aquele que a
construiu pode cobrar metade de seu valor. Enquanto no a travejar, pode, se o desejar, e nos termos do art. 1.328 do Cdigo Civil, adquirir meao nela. Porm, aps hav-la travejado, no tem mais opo, pois quem a construiu pode exigir o pagamento da meao. Acrescenta o pargrafo nico do mencionado art. 1.305 que, se a parede divisria pertencer a um dos vizinhos, e no tiver capacidade para ser travejada pelo outro, no poder este fazer-lhe alicerce ao p sem prestar cauo quele, pelo risco a que expe a construo anterior. Para que o condmino de parede-meia possa utiliz-la, preciso que, com isso, no ponha em risco a segurana ou a separao dos dois prdios e avise previamente o outro comunheiro. As disposies sobre madeiramento e travejamento na parede divisria so hoje obsoletas, uma vez que a multiplicao e diversidade de construes, muitas de grande porte, no permitem, do ponto de vista tcnico, a utilizao da parede anteriormente construda. O mais lgico e correto ser a no utilizao da faculdade de assentar a parede divisria at meia espessura no terreno do vizinho, levantando cada qual a sua construo exclusivamente em seu terreno. Flvio Tartuce Nos termos do art. 1.304 do CC, nas cidades, vilas e povoados cuja edificao estiver adstrita a alinhamento, o dono de um terreno pode nele edificar, madeirando na parede divisria do prdio contguo, se ela suportar a nova construo. Entretanto, nesse caso, o proprietrio que assim o procedeu ter de embolsar ao vizinho metade do valor da parede e do cho correspondentes. Trata-se do que se denomina como direito de travejamento ou de madeiramento, ou seja, de colocar uma trave, viga ou madeira no prdio vizinho nos casos em que h o referido alinhamento. Na doutrina clssica, vejamos os esclarecimentos de Washington de Barros Monteiro, em obra atualizada por Carlos Alberto Dabus Maluf: No art. 1.304 o Cdigo outorga ao proprietrio o direito de madeiras na parede divisria do prdio contguo, caso ela suporte a nova construo. Corresponde esse direito servido de meter trave (de tigni immittendi) e subordinado est a duas condies: a) que a nova construo se levante em cidade, vila ou povoado; b) que a edificao esteja obrigada a determinado alinhamento. Se no existe este, pode o proprietrio edificar pouco mais frente, ou pouco mais atrs, evitando assim o madeiramento no prdio contguo, a ser usado apenas como ltimo recurso. Desde que o proprietrio venha, porm, a madeirar o prdio adjacente, ter de embolsar o vizinho meio valor da parede e do cho correspondente. O direito de travejamento ou de madeiramento consta ainda do art. 1.305, caput, do CC, no tocante parede-meia, pois, segundo esse comando legal, o confinante que primeiro construir, pode assentar a parede divisria at meia espessura no terreno contguo. Isso, sem perder o direito a haver meio valor dela se o vizinho a travejar, caso em que o primeiro fixar a largura e a profundidade do alicerce. Se parede-meia ou parede divisria pertencer a um dos vizinhos e no tiver capacidade para ser travejada pelo outro, no poder este ltimo fazerlhe alicerce ao p sem prestar cauo quele, pelo risco a que expe a
construo anterior (art. 1.305, pargrafo nico, do CC). Eventualmente, caber
a ao de dano infecto para se exigir a correspondente cauo. Em verdade, o que se percebe em relao parede-meia ou parede divisria de dois imveis a existncia de um condomnio necessrio. Sendo dessa forma, o condmino da parede-meia pode utiliz-la at ao meio da espessura, no pondo em risco a segurana ou a separao dos dois prdios (art. 1.306 do CC). Segundo o mesmo dispositivo, um condmino deve sempre avisar previamente o outro das obras que ali pretende fazer. Alm disso, no pode, sem consentimento do outro, fazer, na parede-meia, armrios, ou obras semelhantes, correspondendo a outras, da mesma natureza, j feitas do lado oposto. Aplicando a norma, caso pretenda inserir na parede divisria uma cerca eltrica, o proprietrio dever comunicar o vizinho, sob pena de sua retirada