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Curso: Direito

Disciplina: Direitos Reais


Prof.: Domerito Aparecido da Silva
DIREITO DE
VIZINHANÇ
A – ART.
1.277 A 1.313
DO CC
DIREITO DE VIZINHANÇA – ART. 1.277 A 1.313 DO CC

 Direitos de vizinhança constituem limitações impostas


pela boa convivência social, que se inspira na lealdade
e na boa-fé. A propriedade deve ser usada de tal
maneira que torne possível a coexistência, primando
pela saúde, sossego e segurança.
REGRA SSS
SAÚDE SEGURANÇA
SOSSEGO
DIREITO DE VIZINHANÇA – ART. 1.277 A 1.313 DO CC

 Vizinhança não implica em contiguidade,


versa sobre relação de causa e efeito
entre prédios e pessoas próximas, não
carecendo que sejam lindeiros.

 Natureza jurídica direito de vizinhança:


Obrigação propter rem, aquele que está
sobre a coisa (prédio),
independentemente da condição
(proprietário, possuidor, invasor, etc.)
está sujeito as normas de vizinhança.
DIREITO DE VIZINHANÇA – ART. 1.277 A 1.313 DO CC
 DIREITOS DE VIZINHANÇA: LIMITAÇÃO AO DIREITO DE PROPRIEDADE. O proprietário
fica impedido de implementar certos atos ou impelido a praticar.

 DA CONDUTA PODE ENSEJAR AÇÕES, TAIS:

 Cominatória (obrigação de fazer e não fazer) – multa diária (Art. 1.278, do CC)
 Nunciação de obra nova: Embargar obras novas suspendo a execução e impedindo sua
continuidade. (Art. 47, §1º c/c 1.046, §3º do CPC)
 Ação de dano infecto: Ação que visa obter caução para o caso de vim ocorrer prejuízos.
(Art. 1.281 do CC)
 Ação demolitória: Prédio em ruina ou em estado de causar iminente dano (art. 1.280,
do CC)
 DIREITO DE VIZINHANÇA – ART. 1.277 A 1.313 DO CC

1. Do Uso Anormal da Propriedade


2. Das Árvores Limítrofes
3. Da Passagem Forçada
4. Da Passagem de Cabos e Tubulações
5. Das Águas
6. Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem
7. Do Direito de Construir
DO USO ANORMAL DA PROPRIEDADE
 Interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde,
provocadas pela utilização de propriedade vizinha. (art. 1.277
do CC)
 As interferências leva em consideração a natureza da utilização,
a localização do prédio, as normas que distribuem as edificações
em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da
vizinhança. (art. 1.227, Parágrafo único, do CC)
 Direito a indenização quando as interferências forem
justificadas por interesse público. (art. 1.278 do CC)
DO USO ANORMAL DA PROPRIEDADE
 Direito a exigir a sua redução, ou eliminação, quando se
tornarem possíveis, no caso de as interferências toleradas. (art.
1.279 do CC)

 Direito de exigir a demolição, ou a reparação de prédio quando


ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano
iminente. (art. 1.280 do CC)
 Direito a garantia mediante caução em decorrência de obras
onde haja dano iminente. (art. 1.280 e 1.281 do CC)
DAS ÁRVORES LIMÍTROFES Trata de um bem comum,
pertence a ambos dos
donos dos prédios.

CC. Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-
se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes.
DAS ÁRVORES LIMÍTROFES - DIREITO DE PODAR

Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema


do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo
proprietário do terreno invadido.
DAS ÁRVORES LIMÍTROFES - DIREITO AOS FRUTOS

Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho


pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de
propriedade particular.
DAS ÁRVORES LIMÍTROFES

CÓDIGO CIVIL DISCIPLINA:

 ACERCA DA PROPRIEDADE DA ÁRVORE

 DO DIREITO A PODA

 PERCEPÇÃO DOS FRUTOS


DA PASSAGEM FORÇADA
Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou
porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a
lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário.

§ 1 o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente


se prestar à passagem.

§ 2 o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o
acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a
passagem.

§ 3 o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da


alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o
proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra.
DA PASSAGEM FORÇADA
1. Assegurar acesso a via pública, nascente ou porto.

2. Direito de indenização.

3. Obrigação do vizinho em dar a passagem.

4. Rumos definidos entre os vizinhos ou fixado judicialmente.


DA PASSAGEM FORÇADA
PASSAGEM FORÇADA SERVIDÃO DE PASSAGEM
Artigo 1.285 - O dono do prédio que não Artigo 1.378 - A servidão proporciona
tiver acesso a via pública, nascente ou utilidade para o prédio dominante, e
porto, pode, mediante pagamento de grava o prédio serviente, que pertence a
indenização cabal, constranger o vizinho diverso dono, e constitui-se mediante
a lhe dar passagem, cujo rumo será declaração expressa dos proprietários, ou
judicialmente fixado, se necessário por testamento, e subsequente registro
no Cartório de Registro de Imóveis;
Decorre de Lei Decorre de ato de vontade, por via
contratual, testamentária.
Excepcionalmente da usucapião
Direito de Vizinhança: Obrigação propter Direito Real: O elemento real se realça na
rem - O elemento obrigacional é vinculação do proprietário como sujeito
fornecido pelo conteúdo da obrigação. passivo da obrigação.
NÃO Pode ser usucapido Passível de ser usucapido
PASSAGEM FORÇADA SERVIDÃO DE PASSAGEM
Dispensa Registro e surgem da existência Requer Registro no Cartório de Registro
de contiguidade entre os prédios de Imóveis, para que se constitua.
O sujeito é pessoa definida, a exigência é Os efeitos são erga omnes, sem qualquer
feia por e contra pessoa que em exceção, ou seja, podem ser exigidos
determinado momento é plenamente contra qualquer pessoa, exceto o próprio
determinada. titular
Evitar que a propriedade fique sem Comunicação mais fácil e próxima,
destinação ou utilização econômica por conveniência e comodidade.
conta do encravamento
Há diretos e deveres recíprocos O proprietário do prédio dominante
desfruta de uma prerrogativa sobre o
prédio serviente, sem que a recíproca seja
verdadeira
Indenização obrigatória. Não é obrigatória
DA PASSAGEM FORÇADA

 Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e


facilmente se prestar à passagem

 Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das


partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o
proprietário da outra deve tolerar a passagem
DA PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES
Art. 1.286 e 1.287 do CC.

 Indenização pela desvalorização da área remanescente.

 Obrigação de tolerar a passagem.

 Cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços


de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos.

 Impossível ou excessivamente onerosa.


DA PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES

 Modo menos gravoso ao prédio onerado.

 Possibilidade de remoção para outro local do imóvel, à custa do


proprietário.

 Direito a exigir a realização de obras de segurança quando as


instalações oferecerem grave risco
DAS ÁGUAS – art. 1.288 a 1.296 do CC
 Obrigado a receber as águas que correm naturalmente do superior, não
podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo, desde que a
condição natural e anterior do prédio inferior não seja agravada por
obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior.

 Direito de reclamar que desvie ou indenize os prejuízo que sofrer em


decorrência de condução artificialmente feita no prédio superior.

 Defeso impedir ou desviar o curso natural das águas remanescentes


pelos prédios inferiores oriundo de nascente ou do solo onde caem
águas pluviais.
DAS ÁGUAS
 Defeso poluir as águas indispensáveis às primeiras necessidades da
vida dos possuidores dos imóveis inferiores. As demais, que poluir,
deverá recuperar, ressarcindo os danos que estes sofrerem, se não for
possível a recuperação ou o desvio do curso artificial das águas.

 Direito de construir barragens, açudes, ou outras obras para


represamento de água em seu prédio. Se as águas represadas
invadirem prédio alheio, será o seu proprietário indenizado pelo dano
sofrido, deduzido o valor do benefício obtido.
DAS ÁGUAS
 É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indenização
aos proprietários prejudicados, construir canais, através de
prédios alheios, para receber as águas a que tenha direito,
indispensáveis às primeiras necessidades da vida, e, desde que
não cause prejuízo considerável à agricultura e à indústria, bem
como para o escoamento de águas supérfluas ou acumuladas,
ou a drenagem de terrenos.

 Direito a indenização pelos danos que de futuro lhe advenham


da infiltração ou irrupção das águas, bem como da deterioração
das obras destinadas a canalizá-las.
DAS ÁGUAS
 Direito do proprietário do prédio onerado exigir que seja subterrânea a
canalização que atravessa áreas edificadas, pátios, hortas, jardins ou
quintais.

 A construção será de maneira que cause o menor prejuízo aos


proprietários dos imóveis vizinhos, e a expensas do seu dono, a quem
incumbem também as despesas de conservação.

 O aqueduto não impedirá que os proprietários cerquem os imóveis e


construam sobre ele, sem prejuízo para a sua segurança e conservação;
os proprietários dos imóveis poderão usar das águas do aqueduto para
as primeiras necessidades da vida.
DAS ÁGUAS
 Havendo no aqueduto águas supérfluas, outros poderão canalizá-las,
para os fins previstos no art. 1.293, mediante pagamento de indenização
aos proprietários prejudicados e ao dono do aqueduto, de importância
equivalente às despesas que então seriam necessárias para a condução
das águas até o ponto de derivação.

CÓDIGO DAS ÁGUAS


DECRETO Nº 24.643, DE 10 DE JULHO DE 1934
DOS LIMITES ENTRE PRÉDIOS E DO DIREITO DE TAPAGEM
 Direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio,
urbano ou rural, bem como aviventar rumos apagados e a renovar
marcos destruídos ou arruinados.

 Poder de constranger o seu confinante a proceder com ele à


demarcação entre os dois prédios, repartindo-se proporcionalmente
entre os interessados as respectivas despesas.

 Dever de concorrer com as despesas de construção e conservação de


intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes
vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas. Que até
prova em contrário, presume-se pertencer a ambos os proprietários
confinante.
DOS LIMITES ENTRE PRÉDIOS E DO DIREITO DE TAPAGEM
 Defeso cortar ou arrancar sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer,
que servem de marco divisório, sem concordância do mútua dos
proprietários.

 Aquele que der causa a necessidade de construção de tapumes especiais


para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro
fim é obrigado a proceder com a construção a suas expensas.

 Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de


conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o
terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não
sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante
indenização ao outro.
DO DIREITO DE CONSTRUIR
 As construções devem atender as normas do direito dos
vizinhos e os regulamentos administrativos.

 Defeso construir de modo que água seja despejada no prédio


vizinho.

 Construção de Janelas, eirado, terraço, varanda deve respeitar o


espaço mínimo de 1,50 mt (metro e meios) do terreno vizinho.

 Janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como
as perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de 0,75
cm (setenta e cinco centímetros) do terreno vizinho.
DO DIREITO DE CONSTRUIR
 É permitida a aberturas para luz ou ventilação construídas a mais de
2,00mt (dois metros) de altura de cada piso e que não exceda mais de
0,10 cm (dez centímetros) de largura por 0,20cm (vinte centímetros) de
comprimento.

 O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a conclusão da obra,


exigir que se desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu
prédio; escoado o prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem atender
ao disposto no artigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o
escoamento das águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho.
(PRAZO DECADÊNCIAL)
DO DIREITO DE CONSTRUIR
 Edificações em zona rural, deve respeitar a distância mínima de 3,00 mt
(três metros) do terreno vizinho.

 Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação estiver adstrita a


alinhamento, o dono de um terreno pode nele edificar, madeirando na
parede divisória do prédio contíguo, se ela suportar a nova construção;
mas terá de embolsar ao vizinho metade do valor da parede e do chão
correspondentes.

 É defeso encostar à parede divisória chaminés, fogões, fornos ou


quaisquer aparelhos ou depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou
interferências prejudiciais ao vizinho. Salvo chaminés ordinárias e os
fogões de cozinha
DO DIREITO DE CONSTRUIR
 O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que
o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso, para dele
temporariamente usar, quando indispensável à reparação,
construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro
divisório, apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí
se encontrem casualmente. Limpeza ou reparação de esgotos,
goteiras, aparelhos higiênicos, poços e nascentes e ao aparo de
cerca viva.

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