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1378 - 1389
CONCEITO
A servidão é um direito de gozo sobre imóveis que, em virtude de lei ou vontade das partes, se impõem
sobre o prédio serviente em benefício do dominante, visando proporcionar valorização deste, bem como
torná-lo mais útil.
Dispõe o art. 1.378 do Código Civil:
“A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso
dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente
registro no Cartório de Registro de Imóveis”.
CARACTERÍSTICAS
FINALIDADES
REQUISITOS
Obrigação de tolerar certo ato ou de não praticar algo por parte do possuidor do prédio serviente;
Incidência em um prédio em favor de outro que devem pertencer a donos diferentes.
TIPOS DE SERVIDÕES
Servidões administrativas: impostas pela administração pública para a realização de serviços e obras
públicas ou de utilidade pública;
Servidões legais (ou passagem forçada): impostas em virtude dos direitos de vizinhança (passagem
forçada para prédio encravado, construções de canais de água, etc);
Servidões prediais: jamais são impostas; não têm por objetivo possibilitar a realização de serviço
público.
CONSTITUIÇÃO
MODALIDADES
Rural: em área rural, pode se dar por retiradas de águas de poços nessas zonas rurais, extraindo
também areias, cascalho e pedras nessas áreas;
Urbanas: de forma geral edificadas em áreas urbanas, nas cidades, como por exemplo: iluminação,
de não construir acima de uma certa altura (servidão de iluminação);
Contínuas: exercícios independe de ato humano, como é o caso de aquedutos, de passagem de
energia elétrica, de iluminação ou ventilação;
Descontínuas: seu exercício é intermitente, sofrendo restrições, exercício exige ato humano, como
por exemplo servidão de retirada de água e trânsito de veículos automotores;
Aparentes: se manifesta por sinais visíveis, a servidão aparente é aquela que se manifesta por obras
exteriores, como por exemplo uma tubulação de esgoto;
Não aparentes: não se manifesta por sinais visíveis, não dá para identificar, como por exemplo a
servidão de passagem, e não pode haver nenhuma marca no chão;
Positivas: o proprietário do prédio dominante pode exercer determinados atos, se dá por meio de
uma ação;
Negativa: exige uma abstração por parte do proprietário do prédio serviente, como por exemplo de
não construir além da altura permitida, o proprietário terá uma obrigação negativa. Obrigação de não
fazer.
O dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à sua conservação e uso (se a
servidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesas rateadas entre os respectivos donos;
As obras devem ser feitas pelo dono do prédio dominante, se o contrário não dispuser
expressamente o título;
Quando a obrigação incumbir ao dono do prédio serviente, este poderá exonerar-se, abandonado,
total ou parcialmente, a propriedade do dono do dominante (se o proprietário do prédio dominante
se recusar a receber a propriedade do serviente, ou parte dela, caber-lhe-á custear as obras);
O dono do prédio serviente não poderá embaraçar exercício da servidão;
A servidão pode ser removida, de um local para outro: pelo dono do prédio serviente e à sua custa,
se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante, ou; pelo dono do prédio dominante e à sua
custa, se houver considerável incremento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente;
Se as necessidades da cultura, ou da indústria, do prédio dominante impuserem à servidão maior
largueza, o dono do serviente é obrigado a sofrê-la; mas tem direito a ser indenizado pelo excesso.
CAUSAS DE EXTINÇÃO
O art. 1.387 do CC/2002 começa a tratar da extinção da servidão estabelecendo: “ Salvo nas
desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando
cancelada”.
Renúncia: pelo dono do prédio dominante; se expressa: basta o registro para ter eficácia erga omnes;
se tácita: deve ser declarada em sentença;
Cessação da utilidade ou comodidade: quando cessar a utilidade que originou a servidão;
Resgate: mediante pagamento de indenização pelo dono do prédio serviente;
Confusão: reunião dos prédios nas mãos de um só dono;
Supressão das obras desde que: haja previsão no contrato que as instituiu e se trate de servidão
aparente;
Desuso: por 10 anos contínuos
Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, será também
preciso, para a cancelar, o consentimento do credor (parágrafo único do art. 1387 do CC/2002).
AÇÕES RELACIONADAS
Ação confessória: é assegurada ao dono do prédio dominante para afirmar a existência da servidão;
é petitória e segue o rito ordinário;
Ação negatória: é assegurada ao dono do imóvel a que se pretenda impor servidão;
Ações possessórias: para defesa da posse de servidões aparentes (cabe também nos casos
previstos pela súmula 415 do STF);
No caso de servidões não aparentes negativas. Cabível a ação de nunciação de obra nova.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONÇALVES, Carlos Roberto. DIREITO CIVIL BRASILEIRO - Direito das Coisas. 15ª ed. vol. 5. São
Paulo: Editora Saraiva. 2020.
DINIZ, Maria Helena. Direito Civil Brasileiro, 4º Vol: Direito das Coisas. 22. Ed. Rev e Atual. De
Acordo com a Reforma do CPC – São Paulo: Saraiva, 2007.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil Vol 5, Direitos Reais, 11ª Ed. – São Paulo: Atlas, 2011.