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Plano de Aula

1. PROPRIEDADE ,CONCEITO
2. CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE

Docente: Aluisius Oenning.


PROPRIEDADE

CONCEITO
TEMOS DIVERGÊNCIAS DOUTRINÁRIAS ACERCA DO
CONCEITO DE PROPRIEDADE, MAS OS PRINCIPAIS
PARA NOS SÃO: ORLANDO GOMES E MARIA HELENA
DINIZ.
PROPRIEDADE

CONCEITO, PARA ORLANDO GOMES

a propriedade é um direito complexo, podendo ser


conceituada a partir de três CRITÉRIOS: o sintético, o
analítico e o descritivo
PROPRIEDADE

CONCEITO, PARA ORLANDO GOMES

ANALÍTICO: relacionada com os direitos de usar, fruir, dispor e


alienar a coisa
SINTÉTICO: é a submissão de uma coisa, em todas as suas
relações jurídicas, a uma pessoa
DESCRITIVO: ropriedade é um direito complexo, absoluto,
perpétuo e exclusivo, pelo qual uma coisa está submetida à
vontade de uma pessoa, sob os limites da lei
PROPRIEDADE

CONCEITO, PARA MARIA HELENA DINIZ.

conceitua a propriedade como sendo “o direito


que a pessoa física ou jurídica tem, dentro dos
limites normativos, de usar, gozar, dispor de um
bem corpóreo ou incorpóreo, bem como de
reivindicá-lo de quem injustamente o detenha”
PROPRIEDADE

Trata-se de um direito fundamental, protegido no


art. 5.º, inc. XXII, da Constituição Federal, mas que deve
sempre atender a uma função social, em prol de toda a
coletividade: A propriedade é preenchida a partir dos
atributos que constam do Código Civil de 2002 (art. 1.228),
sem perder de vista outros direitos, sobretudo aqueles com
substrato constitucional. (Função Social)
PROPRIEDADE - CONCEITO CÓDIGO CIVIL

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e


dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem
quer que injustamente a possua ou detenha.
PROPRIEDADE - CONCEITO CÓDIGO CIVIL

1.gozar ou fruir a coisa – antigamente denominada


como ius fruendi –, consubstanciada na
possibilidade de retirar os frutos da coisa, que podem
ser naturais, industriais ou civis (os frutos civis são os
rendimentos).Ex: Locação.

2. usar a coisa, Essa possibilidade de uso encontra


limites em lei, caso da Constituição Federal, doCódigo
Civil (regras quanto à vizinhança, por exemplo) e em leis
específicas,
PROPRIEDADE - CONCEITO CÓDIGO CIVIL

3. Dispor da coisa: há a viabilidade de disposição da


coisa , seja por atos inter vivos (compra e venda por
ex) ou mortis causa. ( testamento por ex.)

4. direito de reivindicar: Esse direito será exercido por


meio de ação petitória, fundada na propriedade,
sendo a mais comum a ação reivindicatória (onde se
discute a propriedade).
PROPRIEDADE - CONCEITO CÓDIGO CIVIL

Ação petitória: autor deve provar o seu domínio,


oferecendo prova da propriedade, com o respectivo
registro e descrevendo o imóvel com suas
confrontações. Deve ainda demonstrar que a coisa
reivindicada esteja na posse injusta ou de má-fé do
réu.

AÇÃO PETITÓRIA NÃO SE CONFUNDE COM AÇÃO


POSSESSÓRIA
FORMAS DE REINVIDICAR A COISA

AÇÃO PETITÓRIA AÇÃO POSSESSÓRIA

PETITÓRIA (REINVIDICATÓRIA): DISCUTE PROPRIEDADE.


Prazo: 10 anos. / STJ: Imprescritíbilidade. (pois
propriedade é perpétua só extinguindo com a morte)
POSSESSÓRIA: DISCUTE A POSSE. Prazo: 10 anos.
principais características da ação reivindicatória
Natureza jurídica: trata-se de ação declaratória, sendo
fundamento do pedido a propriedade
Finalidade: visa à restituição da coisa., por posse injusta
ou de má-fé.
Requisitos: prova da propriedade e da posse
molestada. O réu pode alegar, em defesa, a exceptio
proprietatis (exceção de domínio), o que não pode
ocorrer nas ações possessórias.
principais características da ação reivindicatória

Cabe: alegação de exceptio proprietatis (exceção de


domínio), O réu pode alegar usucapião em defesa
em ação de natureza possessória petitória, mas
jamais em Ação possessória

Rito ou procedimento: segue o procedimento


comum, sendo cabível a Tutela de evidência ou
de Urgência. Art. 300 CPC e seguintes.
ATRIBUTOS DA PROPRIEDADE

Gozar
Reaver GRUD
Usar/Utilizar
Dispor/Alienar
CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE
Propriedade Plena ou Alodial – é a hipótese em que o
proprietário tem consigo os atributos de gozar, usar,
reaver e dispor da coisa. Todos esses caracteres estão
em suas mãos, ART. 1228, C.C
CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE

Propriedade Limitada ou Restrita: é a situação em que


recai sobre a propriedade algum ônus, caso da hipoteca, da
servidão ou usufruto; ou quando a propriedade for resolúvel,
dependente de condição ou termo, nos termos dos arts.
1.359 e 1.360 do CC/2002. O que se percebe, portanto, é que
um ou alguns dos atributos da propriedade passam a ser
de outrem
CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE

Propriedade Limitada ou Restrita: é a situação em que


recai sobre a propriedade algum ônus, caso da hipoteca, da
servidão ou usufruto; ou quando a propriedade for resolúvel,
dependente de condição ou termo, nos termos dos arts.
1.359 e 1.360 do CC/2002. O que se percebe, portanto, é que
um ou alguns dos atributos da propriedade passam a ser
de outrem
PRINCIPAIS LIMITAÇÕES § 1.º do art. 1.228 do CC/2002
“O direito de propriedade deve ser exercido em
consonância com as suas finalidades econômicas
e sociais e de modo que sejam preservados, de
conformidade com o estabelecido em lei especial,
a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio
ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem
como evitada a poluição do ar e das águas”
PRINCÍPIO ORIENTADOR DA PROPRIEDADE = FUNÇÃO
SOCIAL (EXPRESSA)
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DE
PROPRIEDADE
1.Direito absoluto, em regra, mas que deve ser relativizado
em algumas situações.

2. Direito exclusivo – Determinada coisa não pode


pertencer a mais de uma pessoa, salvo os casos de
condomínio ou copropriedade, hipótese que também
não retira o seu caráter de exclusividade
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DE
PROPRIEDADE

3. Direito perpétuo – O direito de propriedade permanece


independentemente do seu exercício, enquanto não
houver causa modificativa ou extintiva, sejam elas de
origem legal ou convencional.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DE
PROPRIEDADE

Direito fundamental – Por fim, não se pode esquecer que


a propriedade é um direito fundamental, pelo que consta
do art. 5.º, incs. XXII e XXIII, da Constituição Federal. Esse
caráter faz com que a proteção do direito de propriedade
e a correspondente função social sejam aplicados de
forma imediata nas relações entre particulares, além
disso recebe proteção de Cláusula pétra.
FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL.
FORMAS ORIGINÁRIAS E DERIVADAS

Se divide em duas formas, ORIGINÁRIA e DERIVADA


FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE

Originária Derivada

Usucapião Acessão Registro


Sucessão
título
Ilhas, aluvião, avulsão,
álveio abandonado,
plantações
DISTINÇÃO ENTRE AS FORMAS ORIGINÁRIAS E DERIVADAS

Se divide em duas formas, ORIGINÁRIA e DERIVADA

nas formas originárias a pessoa que adquire a


propriedade o faz sem que esta tenha as características
anteriores, de outro proprietário. Didaticamente, pode-
se afirmar que a propriedade começa do zero, ou seja, é
“resetada”. LIVRE DE ÔNUS
DISTINÇÃO ENTRE AS FORMAS ORIGINÁRIAS E DERIVADAS

Exemplo: Se a propriedade é adquirida de forma originária,


caso da usucapião, o novo proprietário não é responsável
pelos tributos que recaiam sobre o imóvel.

Todavia, não serve para a aquisição derivada, pois na


compra e venda o adquirente é responsável por esses
tributos, COM ÔNUS REAL.
Das acessões naturais e artificiais
Da formação de ilhas

a ilha é um acúmulo paulatino de areia, cascalho e


materiais levados pela correnteza, ou de rebaixamento de
águas, deixando a descoberto e a seco uma parte do fundo
ou do leito
A despeito das ilhas que se formaram em correntes comuns ou
particulares, estas pertencem aos proprietários ribeirinhos
fronteiros, interessando ao Direito Privado e devendo ser observadas
as seguintes regras, nos termos do art. 1.249 do CC/2002:
Das acessões naturais e artificiais
Da formação de ilhas

Dinâmica da divisão das Ilhas

As ilhas que se formarem no meio do rio consideram-se


acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros
de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até
a linha que dividir o álveo em duas partes iguais.
Das acessões naturais e artificiais
Da aluvião

art. 1.250 do CC/2002 que “os acréscimos formados,


sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais
ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas
destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem
indenização”. ALUVIÃO PRÓPRIA / TERRA VEM
Das acessões naturais e artificiais
Da aluvião
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente
de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles,
na proporção da testada de cada um sobre a antiga
margem. ALUVIÃO IMPRÓPRIA / ÁGUA VAI
Das acessões naturais e artificiais
Da avulsão

o art. 1.251, caput, do CC/2002 que quando, por força natural


violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e
se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do
acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem
indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se
juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte
acrescida.
Das acessões naturais e artificiais
Da avulsão

B poderá pleitear
valores indenizatórios,
no prazo
decadencial de um
ano, a contar da sua
ocorrência.
Das acessões naturais e artificiais
Do álveo abandonado

o álveo abandonado vem a ser o rio ou a corrente de água


que seca; o rio que desaparece.

dinamica: Será traçado uma linha ao meio do rio e


dividido entre os proprietários ribeirinhos
Das acessões naturais e artificiais
Do álveo abandonado

Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos


proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que
tenham indenização os donos dos terrenos por onde as
águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios
marginais se estendem até o meio do álveo.
Das acessões naturais e artificiais
Construções e plantações

o Código Civil de 2002 consagra, como formas de


aquisição originária da propriedade imóvel, as acessões
artificiais, que decorrem de atuação humana relativa às
plantações e às construções
Das acessões naturais e artificiais
Construções e plantações

Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente


em um terreno presume-se feita pelo proprietário e
à sua custa, até que se prove o contrário.
Das acessões naturais e artificiais
Construções e plantações
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno
próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire
a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o
valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de
má-fé. (ex: Guardar cimento -alheio- em sua propriedade)

princípio da gravitação, pelo


qual o acessório segue o principal
Das acessões naturais e artificiais
Construções e plantações
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno
alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes,
plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a
indenização.
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder
consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou
ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da
indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.
Das acessões naturais e artificiais
Construções e plantações

Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o


proprietário as sementes, plantas e construções, devendo
ressarcir o valor das acessões.

Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário,


quando o trabalho de construção, ou lavoura, se fez em
sua presença e sem impugnação sua.

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