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Resumo
O artigo apresenta como a pesquisa em direito pode ser mecanismo de construção social e
intelectual. Para tanto, algumas técnicas podem e devem ser utilizadas pelos operadores do
Direito a fim de dar efetividade à pesquisa. Assim, o artigo expõe alguns critérios e
técnicas de pesquisa, para auxiliar pesquisadores para elaboração de pesquisas. Para tanto,
vale-se do método dedutivo, com base em referencial bibliográfico e dados extraídos de
plataformas para corroborar com o artigo em tela.
INTRODUÇÃO
Com o convite para escrever um artigo para compor a coletânea, o sentimento de
honra e responsabilidade sempre se intensificam, de modo que a partir da proposta da obra,
perceber que – hoje – graduandos(as) em Direito, - amanhã -, aplicadores do Direito, faz
renascer a esperança de dias melhores. Isso justifica o título do artigo: “Estudar no presente
para um porvir melhor: a pesquisa em direito como mecanismo de construção”.
O contexto em que se escreve o artigo – março de 2021 -, é ainda de pandemia, de
(in)certezas, mas não de estagnação, exemplo disso é o planejamento desta obra que
mesmo inserido no referido contexto, acende/intensifica a chama da esperança por dias
melhores, afinal de contas, porque escrever, pensar e refletir em momentos de crise,
dificuldades, em períodos desfavoráveis? Ora, é uma das liberdades que decreto algum
pode cercear.
1 Pós-Doutor em Direito pela PUC-PR (2015). Doutor em Direito pela Universidade Federal do
Paraná (2003). Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná (2000). Graduado em Direi-
to e em História pela Universidade Federal do Paraná (1977). Desembargador no Tribunal Regional
do Trabalho da 9ª Região. Professor Permanente do Programa de Mestrado em Direito Empresarial
e Cidadania do Centro Universitário Curitiba - UNICURITIBA.
2 Doutorando em Direito Empresarial e Cidadania do UNICURITIBA. Mestre em Direito Econômi-
co e Social pela PUC PR, Especialista em Direito Administrativo pelo Instituto de Ciências Sociais
do Estado do Paraná – ICSP/PR com complementação em Metodologia de Ensino Superior, Espe-
cialista em Ciências Penais pela UFPR, Procurador de Justiça do Estado do Paraná.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9792-2401; Curriculum Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2911487967925743; email: cmbark@mppr.mp.br
3 Doutorando e Mestre em Direito Empresarial e Cidadania pelo Centro Universitário Curitiba -
UNICURITIBA. Curso em Direito Internacional Público e Direitos Humanos - organizado pelo Ius
Gentium Conimbrigae - Centro de Direitos Humanos. Universidade de Coimbra-Pt. Advogado. E-
mail: gustavoamartins.cwb@gmail.com
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Assim, isso se traduz na liberdade de expressão que carrega em si a possibilidade
de expor carga valorativa subjetiva, que pode ser pessimista ou otimista face à realidade
analisada. Pelos dados extraídos de plataformas de pesquisa, revelam tal afirmação. São
vários trabalhos que analisam a questão da COVID-19 em seus vários efeitos.
Portanto, o artigo em tela, visa expor num primeiro momento os métodos
disponíveis para a pesquisa em direito, no segundo momento, expor dados quanto ao
número de trabalhos escritos sobre a COVID-19, que exemplifica a forma que o
pesquisador direciona a sua pesquisa. E por fim, apresenta-se a forma que se dá a pesquisa
e qual é a perspectiva do referido trabalho referente ao porvir.
Hipótese é uma proposição provisória, ou seja, uma proposição que deve ser
verificada, podendo ter 02 (duas) formas: 1º) A hipótese apresenta-se como a antecipação
de uma relação entre um fenômeno e um conceito capaz de explicá-lo4; 2º) A hipótese se
apresenta como uma antecipação da relação entre dois conceitos, ou dois tipos de
fenômenos que designam 5 . “Sob estas duas formas, a hipótese se apresenta como uma
resposta provisória à pergunta de partida da investigação (progressivamente revista e
corrigida ao longo do trabalho exploratório e da elaboração da problemática)”6.
O método hipotético-dedutivo constrói conceitos sistêmicos, hipóteses deduzidas
e um modelo teórico no verdadeiro sentido do termo.
Já o método hipotético-indutivo produz conceitos operatórios, hipóteses empíricas
e um modelo que Pierre Bordieu qualifica de mimético7.
Geralmente se constrói um corpo de hipóteses que devam articular-se, umas com
as outras, e integrar-se, logicamente na problemática8.
O modelo é um sistema de hipóteses articulados logicamente entre si. A hipótese é
a precisão de uma relação entre conceitos. Portanto, o modelo é um conjunto de conceitos
logicamente articulados entre si por relações presumidas.
No método hipotético-indutivo a construção parte da observação, onde o
indicador é de natureza empírica. a partir dele constroem-se novos conceitos, novas
hipóteses e, consequentemente, o modelo que será submetido ao teste dos fatos.
No método hipotético-dedutivo a construção parte de um postulado, ou conceito
postulado, como modelo de interpretação do fenômeno estudado. este modelo gera, através
de um trabalho lógico, hipóteses, conceitos e indicadores para os quais se terão de procurar
correspondentes no campo real.
4
Exemplo: A hipótese de Pasteur acerca da existência de micro organismos.
5
Exemplo: A relação presumida entre a presença do bacilo de Koch e a tuberculose é deste tipo de hipótese.
6
in. QUIVY. Raymond, CAMPENHOUDT. Luc Van, Manual de Investigação em Ciências Sociais,
Tradução João Minhoto Marques, Maria Amália Mendes e Maria Carvalho, Revisão Científica Rui Santos,
Departamento de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa, Editora Gradiva, Portugal, página 137).
7
BORDIEU. Pierri, La distinction. Critique sociale du jugement, Paris, Éditions de Minuit, 1979.
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PROBLEMÁTICA, MODELO, CONCEITOS e HIPÓTESES são INDISSOCIÁVEIS.
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O pesquisador, na qualidade de investigador, nunca se esforçará por provar, a todo
o custo, o valor da objetividade de suas hipóteses, mas procurará delimitar os contornos
possíveis destas para aperfeiçoá-las, de molde que seja refutável, devendo ter 02 (duas)
condições: 1ª) Para ser refutável, uma hipótese deve ter um caráter de generalidade; 2ª)
Uma hipótese só pode ser refutada se admitir enunciados contrários que sejam
teoricamente suscetíveis de verificação.
A construção de um conceito consiste em definir as dimensões que o constituem e,
em seguida, precisar os seus indicadores, pelos quais estas dimensões podem ser medidas.
Concluindo: Uma hipótese é uma proposição que prevê uma relação entre dois
termos que podem ser conceitos ou fenômenos, sendo, portanto, uma proposição provisória,
uma suposição que deve ser verificada. por conseguinte, a hipótese será confrontada, numa
etapa posterior de investigação, com dados de observação. para poder ser objeto de
verificação empírica uma hipótese deve ser refutável. isto significa, em primeiro lugar que
deve poder ser testada indefinidamente e ter, um caráter de generalidade; e depois, deve
admitir enunciados contrários que sejam, teoricamente, suscetíveis de verificação, devendo
haver um perpétuo requestionar dos conhecimentos provisoriamente adquiridos.
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Mais ou menos assim: “Dito isso ou demonstrado tudo isso, minha tese é: (….).
6
10 http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/RevJur/issue/view/189
7
Superior), no volume 5, nº. 62 – 2020, foi inteiramente dedicada ao Tema COVID-19, com
mais de 20 artigos.
A importância da pesquisa em Direito pode ser analisada com o gráfico abaixo:
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa é importante mecanismo de propagação do conhecimento e divulgação
de informação de forma séria e com critérios, assim, se torna imprescindível uso de
métodos claros a fim de dar credibilidade, veracidade e lastro ao resultado encontrado na
pesquisa.
O objetivo da pesquisa era trazer ao leitor a importância da pesquisa em direito,
visando mostrar como ela pode ser mecanismo de construção de um porvir melhor, e para
tanto, o estudo no presente é imprescindível. Nesse sentido, a dedicação de pesquisadores
em Direito, seja em qual grau acadêmico que for, se torna um motivador para o estudo e a
esperança de dias melhores, vez que, partindo da análise da realidade com olhar pessimista
ou otimista, ambos ao fim e ao cabo, partem de uma mesma preocupação, a realidade e que
não raro, o direito precisa responder os anseios, necessidades e pretensões sociais.
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Optou-se pelo tema COVID, vez que é o mais falado atualmente, contudo, vale
deixar registrado que o método de pesquisa é aplicável a qualquer objeto de pesquisa, por
isso a relevância da pesquisa em Direito, e, sobretudo, a metodologia na pesquisa, sem a
qual, torna-se frágil e inverossímil o resultado apresentado.
REFERÊNCIAS:
LEITE, Eduardo de Oliveira, A Monografia Jurídica, Porto Alegre, 2a. Edição, Sérgio
Antônio Fabris Editores, 1987.
http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/RevJur/issue/view/189