Você está na página 1de 10

1

ESTUDAR NO PRESENTE PARA UM PORVIR MELHOR: A


PESQUISA EM DIREITO COMO MECANISMO DE CONSTRUÇÃO

Luiz Eduardo Gunther1


Chede Mamedio Bark2
Gustavo Afonso Martins3

Resumo
O artigo apresenta como a pesquisa em direito pode ser mecanismo de construção social e
intelectual. Para tanto, algumas técnicas podem e devem ser utilizadas pelos operadores do
Direito a fim de dar efetividade à pesquisa. Assim, o artigo expõe alguns critérios e
técnicas de pesquisa, para auxiliar pesquisadores para elaboração de pesquisas. Para tanto,
vale-se do método dedutivo, com base em referencial bibliográfico e dados extraídos de
plataformas para corroborar com o artigo em tela.

Palavras chaves: Pesquisa; Direito; mecanismos de análise;

INTRODUÇÃO
Com o convite para escrever um artigo para compor a coletânea, o sentimento de
honra e responsabilidade sempre se intensificam, de modo que a partir da proposta da obra,
perceber que – hoje – graduandos(as) em Direito, - amanhã -, aplicadores do Direito, faz
renascer a esperança de dias melhores. Isso justifica o título do artigo: “Estudar no presente
para um porvir melhor: a pesquisa em direito como mecanismo de construção”.
O contexto em que se escreve o artigo – março de 2021 -, é ainda de pandemia, de
(in)certezas, mas não de estagnação, exemplo disso é o planejamento desta obra que
mesmo inserido no referido contexto, acende/intensifica a chama da esperança por dias
melhores, afinal de contas, porque escrever, pensar e refletir em momentos de crise,
dificuldades, em períodos desfavoráveis? Ora, é uma das liberdades que decreto algum
pode cercear.

1 Pós-Doutor em Direito pela PUC-PR (2015). Doutor em Direito pela Universidade Federal do
Paraná (2003). Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná (2000). Graduado em Direi-
to e em História pela Universidade Federal do Paraná (1977). Desembargador no Tribunal Regional
do Trabalho da 9ª Região. Professor Permanente do Programa de Mestrado em Direito Empresarial
e Cidadania do Centro Universitário Curitiba - UNICURITIBA.
2 Doutorando em Direito Empresarial e Cidadania do UNICURITIBA. Mestre em Direito Econômi-

co e Social pela PUC PR, Especialista em Direito Administrativo pelo Instituto de Ciências Sociais
do Estado do Paraná – ICSP/PR com complementação em Metodologia de Ensino Superior, Espe-
cialista em Ciências Penais pela UFPR, Procurador de Justiça do Estado do Paraná.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9792-2401; Curriculum Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2911487967925743; email: cmbark@mppr.mp.br
3 Doutorando e Mestre em Direito Empresarial e Cidadania pelo Centro Universitário Curitiba -

UNICURITIBA. Curso em Direito Internacional Público e Direitos Humanos - organizado pelo Ius
Gentium Conimbrigae - Centro de Direitos Humanos. Universidade de Coimbra-Pt. Advogado. E-
mail: gustavoamartins.cwb@gmail.com
2
Assim, isso se traduz na liberdade de expressão que carrega em si a possibilidade
de expor carga valorativa subjetiva, que pode ser pessimista ou otimista face à realidade
analisada. Pelos dados extraídos de plataformas de pesquisa, revelam tal afirmação. São
vários trabalhos que analisam a questão da COVID-19 em seus vários efeitos.
Portanto, o artigo em tela, visa expor num primeiro momento os métodos
disponíveis para a pesquisa em direito, no segundo momento, expor dados quanto ao
número de trabalhos escritos sobre a COVID-19, que exemplifica a forma que o
pesquisador direciona a sua pesquisa. E por fim, apresenta-se a forma que se dá a pesquisa
e qual é a perspectiva do referido trabalho referente ao porvir.

1 ALGUNS MÉTODOS DISPONÍVEIS À PESQUISA

Bibliometria é a técnica para elaboração do estado da arte. Estado da arte é a


verificação de artigos, teses, livros, para tornar a trabalho mais inovador, sendo, pois, o
ponto de partida, e de caminhada, para se chegar a um tema, na situação da pesquisa,
partindo de uma análise da questão a ser estudada.
O estudo pretendido deverá se pautar através de uma análise criteriosa dos
conceitos, requisitos e elementos das diversas abordagens, perante a doutrina e a
jurisprudência, acerca do tema em questão, enfocando-o com uma visão crítica.
O que se deve estabelecer é uma análise para uma “tomada de posição” acerca do
tema, sem descurar de um estudo prévio das suas implicações, objetivando a resolução da
tese mais adequada dentro do quadro apresentado no decorrer da pesquisa.

1.1 BIBLIOMETRIA versus ESTADO DA ARTE

A bibliometria seria a técnica quantitativa e estatística, onde os indicadores


bibliométricos estariam assentados na qualidade científica e na atividade científica. Fontes
bibliométricas Google Scholar Metrics-Google acadêmico, donde são apresentadas
dissertações, teses, artigos, livros e pesquisa de diversos campos de assunto para a devida
análise.
As ferramentas bibliométricas oferecem pistas sobre a investigação de um tema,
pesquisando um tópico, mudanças de orientações, evolução do autor, etc.
Etapas do trabalho bibliométrico:
1º Passo – Definição do objetivo (ou seja, definição da pergunta);
2º Passo – Escolher a base de dados (escolher entre o Google escolar acadêmico
ou o Scielo Brasileiro);
3
3º Passo – Definir o período de busca (período pesquisado);
4º Passo – Definir os descritores (palavras-chaves);
5º Passo – Definir critérios de inclusão e exclusão (passa o número de trabalhos
selecionados nesta base de dados sem exclusão, e quantos destes permaneceram);
6º Passo – Realizar o levantamento dos trabalhos (registrar dados bibliográficos).

1.2 MÉTODO HIPOTÉTICO

Hipótese é uma proposição provisória, ou seja, uma proposição que deve ser
verificada, podendo ter 02 (duas) formas: 1º) A hipótese apresenta-se como a antecipação
de uma relação entre um fenômeno e um conceito capaz de explicá-lo4; 2º) A hipótese se
apresenta como uma antecipação da relação entre dois conceitos, ou dois tipos de
fenômenos que designam 5 . “Sob estas duas formas, a hipótese se apresenta como uma
resposta provisória à pergunta de partida da investigação (progressivamente revista e
corrigida ao longo do trabalho exploratório e da elaboração da problemática)”6.
O método hipotético-dedutivo constrói conceitos sistêmicos, hipóteses deduzidas
e um modelo teórico no verdadeiro sentido do termo.
Já o método hipotético-indutivo produz conceitos operatórios, hipóteses empíricas
e um modelo que Pierre Bordieu qualifica de mimético7.
Geralmente se constrói um corpo de hipóteses que devam articular-se, umas com
as outras, e integrar-se, logicamente na problemática8.
O modelo é um sistema de hipóteses articulados logicamente entre si. A hipótese é
a precisão de uma relação entre conceitos. Portanto, o modelo é um conjunto de conceitos
logicamente articulados entre si por relações presumidas.
No método hipotético-indutivo a construção parte da observação, onde o
indicador é de natureza empírica. a partir dele constroem-se novos conceitos, novas
hipóteses e, consequentemente, o modelo que será submetido ao teste dos fatos.
No método hipotético-dedutivo a construção parte de um postulado, ou conceito
postulado, como modelo de interpretação do fenômeno estudado. este modelo gera, através
de um trabalho lógico, hipóteses, conceitos e indicadores para os quais se terão de procurar
correspondentes no campo real.

4
Exemplo: A hipótese de Pasteur acerca da existência de micro organismos.
5
Exemplo: A relação presumida entre a presença do bacilo de Koch e a tuberculose é deste tipo de hipótese.
6
in. QUIVY. Raymond, CAMPENHOUDT. Luc Van, Manual de Investigação em Ciências Sociais,
Tradução João Minhoto Marques, Maria Amália Mendes e Maria Carvalho, Revisão Científica Rui Santos,
Departamento de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa, Editora Gradiva, Portugal, página 137).
7
BORDIEU. Pierri, La distinction. Critique sociale du jugement, Paris, Éditions de Minuit, 1979.
8
PROBLEMÁTICA, MODELO, CONCEITOS e HIPÓTESES são INDISSOCIÁVEIS.
4
O pesquisador, na qualidade de investigador, nunca se esforçará por provar, a todo
o custo, o valor da objetividade de suas hipóteses, mas procurará delimitar os contornos
possíveis destas para aperfeiçoá-las, de molde que seja refutável, devendo ter 02 (duas)
condições: 1ª) Para ser refutável, uma hipótese deve ter um caráter de generalidade; 2ª)
Uma hipótese só pode ser refutada se admitir enunciados contrários que sejam
teoricamente suscetíveis de verificação.
A construção de um conceito consiste em definir as dimensões que o constituem e,
em seguida, precisar os seus indicadores, pelos quais estas dimensões podem ser medidas.
Concluindo: Uma hipótese é uma proposição que prevê uma relação entre dois
termos que podem ser conceitos ou fenômenos, sendo, portanto, uma proposição provisória,
uma suposição que deve ser verificada. por conseguinte, a hipótese será confrontada, numa
etapa posterior de investigação, com dados de observação. para poder ser objeto de
verificação empírica uma hipótese deve ser refutável. isto significa, em primeiro lugar que
deve poder ser testada indefinidamente e ter, um caráter de generalidade; e depois, deve
admitir enunciados contrários que sejam, teoricamente, suscetíveis de verificação, devendo
haver um perpétuo requestionar dos conhecimentos provisoriamente adquiridos.

1.3 ELEMENTOS FUNDANTES DA PESQUISA- SÃO CINCO BLOCOS DE


CRITÉRIOS:

1º) Tema, justificativa da pesquisa – Como a pesquisa se inscreve (sua aderência)


na área de concentração do Programa do Doutorado, onde o problema, seria: Qual é a
pergunta central que a pesquisa se propõe a responder? Já a hipótese trata-se de uma
resposta provisória que o pesquisador constrói para a pergunta da pesquisa. Toda a hipótese
precisa ser posta à prova, pois ela é o guia da pesquisa. Os objetivos são os elementos que
“protegem” qualquer pesquisador, pois demarca, e informa, o alcance e o limite da
pesquisa. O método é quanto à abordagem, e quanto aos procedimentos. Por meio do
método é possível identificar como o autor se esforçou para alcançar os objetivos
propostos.
2º) Estado da arte sobre o tema – Aqui é apresentado o que os outros
pesquisadores já enfrentaram, em alguma medida sobre o tema, mas deixaram algumas
lacunas, que a pesquisa avaliada deveria explorar. Nesta lacuna, deixada por estudos
anteriores, é que a pesquisa avaliada precisa inserir a pergunta e, se for o caso, a hipótese,
para que possa reivindicar um mínimo de originalidade. Não podemos olvidar que uma
tese, não é apenas um relato sobre um determinado tema, mas trata-se de uma ideia nova.
Neste estado da arte é preciso identificar a capacidade, do candidato a doutor, de fazer
5
pesquisa bibliográfica de forma sistemática. Isto abrange textos clássicos (nacionais e
internacionais) para mostrar a atualização da pesquisa. No caso das pesquisas jurídicas é
fundamental apresentar jurisprudências (nacionais e internacionais).
3º) Pesquisa strictu sensu – Aqui são apresentados os dados e os achados da
pesquisa.
4º) Análise dos resultados à luz dos itens 1º e 2º – Aqui se identifica as
conclusões centrais da pesquisa a partir do alcance (e limites) dos objetivos. Dessas
conclusões, em geral, são o resultado do teste da hipótese apresentada lá no início. Ela
pode ser refutada, confirmada parcialmente ou na íntegra. O fato é que essas conclusões (o
conjunto) são os elementos fundantes da tese. Notem que se trata de um trajeto que o
pesquisador percorre para, no final, formar a sua posição9.
5º) Mais opcionais – Recomendações, sugestões, etc., desde que derivem de sua
pesquisa.

2 BASE DE DADOS DA PESQUISA – GOOGLE ACADÊMICO

O base de dados analisado para o tema: Covid-19, é o google acadêmico (google


scholar), fixa-se como período, o ano de 2020, pesquisas em páginas em português, área da
pesquisa: Direito. São alguns critérios fixados no presente artigo.
Abaixo, segue um passo a passo a fim de instruir os pesquisadores:

Na aba ao lado esquerdo, há a opção de pesquisa avançada:

9
Mais ou menos assim: “Dito isso ou demonstrado tudo isso, minha tese é: (….).
6

É nesse espaço/quadro que se pode fixar os parâmetros da pesquisa, basta


preencher conforme se pretende explorar o objeto da pesquisa.
Na referida pesquisa, tem-se o seguinte resultado:

Total de 223 artigos escritos referente ao Tema: Covid-19.

Ao refinar a pesquisa e/ou colocar mais elementos na opção: encontrar artigos


com todas as palavras: p.ex.: Covid-19 e direito, o resultado se eleva para 13.300 trabalhos
escritos, na mesma plataforma de pesquisa e mesmos critérios.

É perceptível, portanto, que a pesquisa em direito, com base em critérios


bibliográficos, torna-se complexa e ampla quando se analisa temas de tamanha magnitude
como é o caso da COVID-19. Por outro, deixa claro a importância do tema e que pessoas
pararam, pensaram, refletiram e escreveram sobre ele, seja com viés pessimista ou otimista,
o fato é que não passou desapercebido pelo Direito.
A título argumentativo e exemplificativo, o sítio eletrônico do Centro
Universitário Curitiba-Unicuritiba, possui Revista Jurídica10 com Qualis A1, a mais alta
classificação perante a CAPES (A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

10 http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/RevJur/issue/view/189
7
Superior), no volume 5, nº. 62 – 2020, foi inteiramente dedicada ao Tema COVID-19, com
mais de 20 artigos.
A importância da pesquisa em Direito pode ser analisada com o gráfico abaixo:

Ou seja, o alcance da pesquisa, nesse particular em Direito, é global, na


modalidade de publicação em revistas eletrônicas, contudo, não desvaloriza o meio físico
de publicação, que também se expande a diversos meios.

3 DOS MAIS ABALIZADOS ENSINAMENTOS DOUTRINÁRIOS

Os ensinamentos de Descartes (Descartes tem seu método, fulcrado no fato de


duvidar sempre do conhecimento, apontando quatro regras, para caracterizar seu método
cartesiano, a saber:
1º) Regra da evidência- segundo a qual, não se deve aceitar nada como verdadeiro,
que não seja reconhecido como tal pela sua evidência, ou seja, uma coisa somente pode ser
verdadeira, quando a mesma se apresenta tão clara e distinta ao nosso espírito que não
permita qualquer dúvida (aspecto da intuição com suspensão do juízo de negar ou
confirmar o conhecimento colocando uma pausa sobre a verdade ou mentira do
conhecimento recebido);
2º) Regra da análise – consiste em analisar todas as dificuldades decompondo-as
no maior número de partes possíveis e necessárias para resolvê-las melhor. (aspecto da
8
separação com divisão de cada uma das dificuldades surgidas, em tantas partes, quanto
forem necessárias para a sua resolução);
3º) Regra da síntese – que seria a ordenação do raciocínio indo dos problemas
mais simples para os mais complexos, buscando as suas particularidades até uma
generalização (aspecto de ordenar e conduzir os pensamentos iniciando pelos objetos mais
simples e fáceis de conhecer, para ir gradualmente, até os conhecimentos mais complexos e
completos) e;
4º) Regra da enumeração – é a fase da revisão onde se observa todas as omissões
que eu possa ter cometido buscando enumerações tão completas e revisões tão gerais para
ter a certeza de nada omitir com realização de verificações completas e gerais para ter
absoluta segurança que nenhum aspecto do problema foi omitido (aspecto revisional);
Popper (Popper é conhecido por sua rejeição das visões indutivistas clássicas
sobre o método científico em favor do falsificacionismo. Uma teoria nas ciências empíricas
nunca pode ser provada, mas pode ser falsificada, o que significa que pode e deve ser
examinada por experimentos decisivos. Popper também é conhecido por sua oposição à
explicação justificacionista clássica do conhecimento, a qual ele substituiu pelo
racionalismo crítico. No discurso político, ele é conhecido por sua vigorosa defesa da
democracia liberal e pelos princípios da crítica social que ele chegou a acreditar tornar
possível uma florescente sociedade aberta. Sua filosofia política abraça ideias de todas as
principais ideologias políticas democráticas);
Latour (para Bruno Latour, em suma: a grande tecnicidade do campo
jurídico reserva a estrutura do direito a juristas profissionais, ao passo que a sociologia,
frequentemente, se debruça sobre a análise da jurisprudência, que ocultaria o embate das
forças da sociedade. em comparação, o método etnográfico, seria a análise da ação do
direito na vida cotidiana, tornando original a “etnografia do conselho de estado francês”
proposta por Bruno Latour. nessa trilha dedica grande atenção à escrita, à produção e ao
manuseio de arquivos, as interações entre os membros do conselho, às particularidades do
corpo de conselheiros de estado, debruçando-se sobre a diversidade de mecanismos que
permitam julgar de modo competente. a diferença da pesquisa e do mundo da ação é que o
pesquisador não é aquele que julga, mas quem julga é o direito, posto que o pesquisador
escreve e analisa os fenômenos;
Gadamer (Hans-Georg Gadamer foi um filósofo alemão considerado como um dos
maiores expoentes da hermenêutica. sua obra de maior impacto foi verdade e método, de
1960, onde elabora uma filosofia propriamente hermenêutica, que trata da natureza do
fenômeno da compreensão. entre uma hermenêutica jurídica e a dogmática jurídica existe,
pois, uma relação essencial, na qual a hermenêutica detém uma posição predominante. pois
9
não é sustentável a ideia de uma dogmática jurídica total, sob a qual se pudesse baixar
qualquer sentença por um simples ato de subsunção. “quando o jurista se sabe legitimado a
realizar a complementação do direito, dentro da função judicial e face ao sentido original
de um texto legal, o que faz é o que, seja como for, tem lugar em qualquer forma de
compreensão. a velha unidade das disciplinas hermenêuticas recupera seu direito se se
reconhece a consciência da história efeitual em todo afazer hermenêutico, tanto no do
filólogo como no do historiador.”)
Luhmann (A teoria sistêmica, preconizada por Niklas Luhmann, vai além
da dogmática e outros sistemas de conhecimento, recusando a opção analítica, procurando
observar o Direito como um sociólogo (quem o descreve) e como um jurista (que está
dentro do Direito), entendendo que todas as decisões jurídicas impõem um risco,
analisando a partir de sistemas funcionais fechados (onde cada sistema possui seu código
próprio – referencial - autopoiético).dentro do sistema funcional da política o código
(esquema de observação) seria o poder, tendo seu mecanismo próprio de inclusão e não
inclusão, sendo que o código apresenta-se como um mecanismo para facilitar as relações
dentro de cada sistema funcional), nos trazem alento para continuar o estudo visando
desenvolver uma tese de excelência, sendo que para tanto, não podemos prescindir de
outros autores nas diversas áreas das ciências, devendo-se propugnar por uma
interdisciplinariedade que não deve se resumir apenas às ciências sociais, mas a todo os
demais ramos do conhecimento (filosofia, história, sociologia, medicina, direito,
engenharia, economia, matemática, física, biologia, química, etc.).
enfim, para uma boa tese não devemos descurarmos de nosso estudo
sistemático e preciso, objetivando desenvolver uma nova ideia que seja realmente inédita.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa é importante mecanismo de propagação do conhecimento e divulgação
de informação de forma séria e com critérios, assim, se torna imprescindível uso de
métodos claros a fim de dar credibilidade, veracidade e lastro ao resultado encontrado na
pesquisa.
O objetivo da pesquisa era trazer ao leitor a importância da pesquisa em direito,
visando mostrar como ela pode ser mecanismo de construção de um porvir melhor, e para
tanto, o estudo no presente é imprescindível. Nesse sentido, a dedicação de pesquisadores
em Direito, seja em qual grau acadêmico que for, se torna um motivador para o estudo e a
esperança de dias melhores, vez que, partindo da análise da realidade com olhar pessimista
ou otimista, ambos ao fim e ao cabo, partem de uma mesma preocupação, a realidade e que
não raro, o direito precisa responder os anseios, necessidades e pretensões sociais.
10
Optou-se pelo tema COVID, vez que é o mais falado atualmente, contudo, vale
deixar registrado que o método de pesquisa é aplicável a qualquer objeto de pesquisa, por
isso a relevância da pesquisa em Direito, e, sobretudo, a metodologia na pesquisa, sem a
qual, torna-se frágil e inverossímil o resultado apresentado.

REFERÊNCIAS:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6023: informação e


documentação: referências – elaboração. Rio de Janeiro, 2000.

BORDIEU. Pierri, La distinction Critique sociale du jugement, Paris, Éditions de Minuit,


1979.

DESCARTES, René. Discurso do método. Tradução de: Maria Ermantina Galvão. 2ª


edição, São Paulo: Martins Fontes, 1996.

GADAMER. Hans-Georg, Verdade e método: Traços fundamentais de uma


hermenêutica filosófica, traduzido por Flávio Paulo Meurer, 3a edição, Editora Vozes,

LATOUR. Bruno, A fabricação do direito: uma etnografia do Conselho de Estado,


traduzido por Rachel Meneguelle, São Paulo, Editora Unesp Digital, 2019.Petrópolis, Rio
de Janeiro, 1999.

LEITE, Eduardo de Oliveira, A Monografia Jurídica, Porto Alegre, 2a. Edição, Sérgio
Antônio Fabris Editores, 1987.

LUHMANN, Niklas. Sociologia Del Riesgo. Guadalajara: Univerdad Iberoamericana,


1992.

MARTEL. Letícia de Campos Velho, Direitos Fundamentais Indisponíveis: Os limites e


os padrões de consentimento para a autolimitação do direito fundamental à vida,
2010, 461p. Tese de Doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
2010.
POPPER, Karl R. Conjecturas e Refutações (O progresso do conhecimento científico),
Brasília: Editora da UnB. 1980.

QUIVY. Raymond, CAMPENHOUDT. Luc Van, Manual de Investigação em Ciências


Sociais, Tradução João Minhoto Marques, Maria Amália Mendes e Maria Carvalho,
Revisão Científica Rui Santos, Departamento de Sociologia da Universidade Nova de
Lisboa, Editora Gradiva, Portugal.

http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/RevJur/issue/view/189

Você também pode gostar