Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE – FGTI

Nome: Rui Chichango

1. Ciência jurídica segundo Hans Kelsen é o de uma ciência purificada de qualquer valor,
tanto social como ético ou moral. Parte da ideia de que a análise do Direito deve fazer-se
independentemente de qualquer juízo de valor ético, político, e de qualquer referência à
realidade social em que actua. Considera o Direito como é um fenómeno autónomo, cujo
conhecimento é o objeto da ciência jurídica como actividade intelectual distinta da ética e
das ciências sociais. A autonomia da ciência jurídica requer que ela se liberte das
contaminações ideológicas que, de forma mais ou menos consciente, têm perturbado o
estudo do Direito. É uma concepção de ciência que se funda na objectividade, exatidão e
neutralidade de suas proposições, que vão descrever o objecto dado. Seu objectivo é
“purificar” a ciência jurídica de todos os elementos estranhos, fixando como seu único
objecto o conhecimento do que é o Direito, sem tentar justificá-lo nem colocá-lo sob
pontos de vista alheios a ele. Para constituir uma ciência tão purificada e limpa, sem
quaisquer “impurezas”, o fundamental para Hans Kelsen é que o Direito se resuma
exclusivamente à norma. Cabe, portanto, à ciência jurídica transformar essas normas em
regras, criar a forma lógica do jurídico. Aqui o objecto é a norma e não o fato. Todos os
fatos deverão obedecer ao que a lei ordena1.

2. Métodos científicos: Indutivo, Dedutivo, Hipotético-dedutivo, Dialéctico e Sistémico.


No entanto, os mais utilizados em Direito, tanto em monografias, dissertações, assim
como em teses são:

a) Indutivo: analisa-se o objecto para tirar conclusões gerais ou universais. Parte da


observação de um fenômeno particular para o estabelecimento de uma proposição
geral.2

1
Cfr. SPAREMBERGER, Raquel Fabiana Lopes. A Ciência do Direito: Uma Breve Abordagem. Pág. 94 e
MACHADO, João Baptista. Teoria Pura do Direito. 6ª Edição. São Paulo: Martins Fontes, 1999. Pág. 50.
2
Cfr. MEZZAROBA, Orides; MONTEIRO, Cláudia Servilha. Manual de Metodologia da Pesquisa no Direito. 5ª
Edição. São Paulo: Saraiva, 2009. Págs. 62 – 65.

1
b) Dedutivo: parte-se de argumentos gerais para argumentos particulares, no inverso
que o método indutivo. Primeiro, são apresentados argumentos que se consideram
verdadeiros para, utilizando essa premissa lógica, chegar a conclusões formais que se
buscam, ou seja, parte-se do conhecido para o desconhecido.3

c) Hipotético-dedutivo: Tem características comuns aos dois anteriores. Assim como o


dedutivo, transita do geral para o particular; como o indutivo, sua condição
fundamental é o procedimento experimental.4

E são apresentados os seguintes tipos de pesquisa jurídica5:

a) Teórica: em princípio, toda a pesquisa é, ao menos, teórica. Pressupõe o uso de um


bom arsenal bibliográfico e de alta qualidade para sustentar os argumentos utilizados.

b) Prática ou empírica: neste tipo de pesquisa trabalha-se com informações verificadas


ou colhidas dentro de uma amostragem determinada. No entanto, é imprescindível
que, mesmo em pesquisa empírica, haja teoria que sustente os argumentos práticos. 

c) Qualitativa: neste tipo de pesquisa procura-se identificar a natureza dos objectos,


privilegiando contextos. Pode-se ter conteúdo descritivo, mas o importante é o exame
rigoroso da natureza, do alcance e das interpretações possíveis para o fenômeno em
análise.

d) Quantitativa: essa espécie de pesquisa trabalha maioritariamente com dados, com


algo que pode ser medido, quantificado. Os dados devem ser colhidos de forma mais
precisa possível, e rigorosamente descritos no trabalho acadêmico.

e) (Extra) Quali-quantitativa: são pesquisas que possuem características quantitativas


e qualitativas ao mesmo tempo. Os dados coletados são associados às análises
qualitativas para aprofundamento do conhecimento. 

3
Cfr. MEZZAROBA, Orides; MONTEIRO, Cláudia Servilha. Manual de Metodologia da Pesquisa no Direito. 5ª
Edição. São Paulo: Saraiva, 2009. Págs. 65 – 68.
4
Cfr. MEZZAROBA, Orides; MONTEIRO, Cláudia Servilha. Manual de Metodologia da Pesquisa no Direito. 5ª
Edição. São Paulo: Saraiva, 2009. Págs. 68 – 70.
5
Cfr. https://direito.idp.edu.br/blog/pesquisa-juridica/metodologia-pesquisa-juridica/.
2

Você também pode gostar