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Cléber Rigailo
Atenção: O material presente é um resumo criado para o acadêmico melhor acompanhar as aulas, não
exime o estudo de outras obras indicadas e nem pode ser utilizado para fins de pesquisa.
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Introdução
• “A palavra ciência pode ser entendida em duas acepções: lato sensu tem,
simplesmente, o significado de conhecimento; strictu sensu não se refere a um
conhecimento qualquer, mas àquele que, além de apreender ou registrar fatos, os
demonstra pela suas causas constitutivas ou determinantes” (LAKATOS, p. 20)
“As regras do direito são preceitos artísticos, normas para fins práticos,
determinações, ordens, que se impõem à vontade. Não se confundem com as
afirmações científicas, que se dirigem à inteligência”
(PEDRO LESSA, in estudos de Philosophia do Direito, Rio de Janeiro, 1912, p. 46).
“A ciência jurídica é considerada ora como ‘scientia’, pelo seu aspecto teórico, ora
como ‘ars’ pela sua função prática. Outros ainda dão ao problema uma solução
eclética”
(MARIA HELENA DINIZ, in A Ciência Jurídica, 3ª ed., São Paulo, Saraiva, 1995, p.
6).
“ (...) rigorosamente direito não é ciência (...) o conceito rigoroso de ciência permite
afirmar que os enunciados científicos são apodíticos, o que quer dizer que são
verdadeiros e podem resistir contra qualquer tentativa de demonstração de sua
falsidade”
EROS ROBERTO GRAU, in Direitos, Conceitos e Normas Jurídicas, São Paulo,
Revista dos Tribunais, pg. 25 e segs.)
3 – Métodos Científicos
• “... Não há ciência sem o emprego de métodos científicos” ... “mas nem todos os
ramos de estudo que empregam estes métodos são ciências”. (LAKATOS, p. 39).
• Origem:
• Mitos (natureza)
• Religião e o dogma
• Ciência
Considere-se o exemplo:
1. Antonio é mortal.
2. Benedito é mortal.
3. Carlos é mortal.
4. Zé é mortal.
5. Ora, Antonio, Benedito, Carlos... e Zé são homens.
6. Logo, (todos) os homens são mortais.
Três etapas para o método indutivo:
Observação dos fenômenos;
Descoberta da relação entre eles;
Generalização da relação;
Duas leis sobre a indução baseadas no determinismo:
“nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem os mesmos efeitos”;
Faculdade MATER DEI – PATO BRANCO – PARANÁ – Prof. Cléber Rigailo
Atenção: O material presente é um resumo criado para o acadêmico melhor acompanhar as aulas, não
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Principais críticas:
• Qual é o número mágico?
• Quantos são necessários serem observados para se gerar a indução?
• Como se dá o “salto indutivo”?
• Passagem de “alguns” para “todos”, incluindo mesmo os não
observados e os inobserváveis;
• Modalidade de raciocínio lógico que faz uso da dedução para obter uma conclusão a
respeito de determinada(s) premissa(s).
• Dedução é toda inferência que parte do universal para o particular.
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas de premissas
conhecida ou verdadeiras.
• Exemplo de dedução – silogismo:
• Um silogismo - Aristóteles - argumentação lógica perfeita constituída de três
proposições declarativas que se conectam de tal modo que a partir das primeiras
duas, chamadas premissas, é possível deduzir uma conclusão.
• O silogismo é estruturado do seguinte modo:
1) Todo homem é mortal (premissa maior)
2) Sócrates é homem (premissa menor)
3) Sócrates é mortal (conclusão).
1) Todo vertebrado possui vértebras.
2) Todos os cavalos são vertebrados.
3) Logo, todos os cavalos têm vértebras.
1) Todo círculo é redondo.
2) Nenhum triângulo é redondo.
3) Nenhum triângulo é círculo.
1) Sócrates é homem.
2) Todo homem é mortal.
3) Algum mortal é Sócrates.
É importante frisar que a dedução (e, consequentemente, o método dedutivo) não
oferece conhecimento novo, uma vez que sempre conduz à particularidade de uma
lei geral previamente conhecida.
A dedução apenas organiza e especifica o conhecimento que já se possui.
Crítica ao método dedutivo:
• Problema com a veracidade das premissas;
• Não acrescentar conhecimento;
• Muitas vezes parecer que a conclusão explica somente a relação entre os termos, e
não o porquê;
(Parêntesis Filosófico)
Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, sem
fundamento, inválido ou falho na capacidade de provar eficazmente o que alega.
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É formal se tem um defeito no modo como as premissas são concatenadas para chegar à
conclusão. Por exemplo:
• Os morcegos voam;
• as aves voam;
• logo, morcegos são aves.
• A falácia é não formal se tem um defeito semântico – Exemplo:
• falácias de sentido:
• o homem é um animal;
• animais são irracionais;
• logo, o homem é irracional;
• Claramente o sentido com que se usa animal na primeira e na segunda premissa
não é o mesmo
Tipologia das falácias – Exemplo (será trabalhado no momento da redação do TCC)
Argumentum ad antiquitatem (Argumento de antiguidade ou tradição):
• Afirmar que algo é verdadeiro ou bom porque é antigo ou "sempre foi assim".
• Ex: "Se o meu avô diz que Garrincha foi melhor que Pelé, deve ser verdade”.
• Ex2: “A jurisprudência no caso em tela data de 1970, portanto o pedido deve ser
garantido ao exequente”.
• “... Estudo das semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos, sociedades
ou povos, ..., este método realiza comparações com a finalidade de verificar
similitudes e explicar divergências”. (LAKATOS, p. 82).
• Ex.: situação prisional no Paraná e Santa Catarina; Direitos trabalhistas na
atualidade e na década de 40.
4 – Fechamento
5 – BIBLIOGRAFIA:
BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia
para os cursos de direito. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Disponível na biblioteca virtual.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica: ciência e
conhecimento científico, métodos científicos, teoria, hipóteses e variáveis. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2000. 289 p. ISBN 852242439X
LEITE, Eduardo de Oliveira. A monografia jurídica. 5. ed. rev., atual e ampl. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2001. 451 p. (Coleção RT Didáticos) ISBN 85-203-2029-5
RUARO, Dirceu Antonio. Manual de apresentação de produção acadêmica: pesquisa,
textos acadêmicos, apresentação de trabalhos. 2. ed. Pato Branco: Faculdade Mater Dei,
2004. 118 p. ISBN 85-98229-02-4