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SEMINARIOS DE DE PESQUISA

Inocente Mutimucuio

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


1.1 Tentativas de definição da
Ciência
 Tentativa da humanidade de categorizar e
compreender/explicar o mundo

 Uso de abordagens diferentes para a


investigação, construção e compreensão do
conhecimento científico

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


Ciência como forma de conhecimento (1)

Tipos de conhecimento

Tipos de investigação científica

Características do conhecimento científico

28/02/2023 Teles Huo & H. Henriques


Tipos de conhecimento (2)

 Mágico
 Religioso
 Filosófico
 Do senso comum
 Científico

28/02/2023 Teles Huo & H. Henriques


Tipos de Investigação científica (3)

 Pura

 Aplicada

28/02/2023 Teles Huo & H. Henriques


Características do
conhecimento científico (4)

 O conhecimento científico é fáctico


 A investigação científica é especializada
 O conhecimento científico é claro e preciso
 O conhecimento científico é comunicável
 O conhecimento científico é verificável
 A investigação científica é metódica
 O conhecimento científico é sistemático
 O conhecimento científico é geral
 O conhecimento científico é legislador
 A ciência é aberta
28/02/2023 Teles Huo & H. Henriques
1.2 Características do
conhecimento científico (1)
 A ciência é explicativa: tenta explicar os
factos em termos de leis e as leis em termos
de princípios.
 Os cientistas não se conformam com
descrições pormenorizadas;
 além de inquirir como são as coisas, procuram
responder ao porquê: porque é que ocorrem os
factos tal como ocorrem e não de outra
maneira.
 A ciência deduz as proposições relativas aos
factos singulares a partir de leis gerais
28/02/2023 Inocente Mutimucuio
Características do
conhecimento científico (2)
 A ciência é aberta: não reconhece barreiras a priori,
que limitem o conhecimento: As noções acerca do nosso
meio natural ou social não são finais; estão todas em
movimento: todas são falíveis.
 Sempre é possível que possa surgir uma nova situação
(novas informações) em que as nossas ideias, por
firmemente estabelecidas que pareçam, se revelem
inadequadas em algum sentido.
 Em virtude do carácter hipotético dos enunciados de leis,
e da natureza perfectível dos dados empíricos, a ciência
não é um sistema dogmático e fechado, mas aberto.
 A ciência é aberta como sistema, porque é falível, por
conseguinte, capaz de progredir.

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


Características do
conhecimento científico (3)
 A investigação científica é metódica: Todo o trabalho de
investigação se baseia no conhecimento anterior e, em
particular, nas conjecturas melhor confirmadas. Mais ainda, a
investigação procede de acordo com regras e técnicas que se
revelaram eficazes no passado, mas que são aperfeiçoadas
continuamente
 O conhecimento científico é comunicável: não é privado,
mas público.
 O conhecimento é comunicado numa linguagem científica que
se possa entender, seguindo todo o texto.
 A comunicação inclui a argumentação do caso;
 A argumentação deve convencer o leitor/ouvinte da
credibilidade do conhecimento
 A credibilidade é determinada pelo uso de métodos de
Inocente Mutimucuio
investigação aceitáveis dentro a comunidade
1. Fase exploratória: Primeira tentativa
de estabelecer o foco da investigação
(1)
 Seleccionar um assunto de acordo com o interesse próprio, da
organização.
 Encontrar um objecto que tenha condições de ser identificado
e delimitado em função da pesquisa.
 Definir o assunto de modo operacional e preciso quanto às
variáveis intervenientes na pesquisa.

 O assunto escolhido deve ser exequível e adequado em termos


dos factores que o constrangem tais como, por exemplo:

 Tempo para começá-lo e terminá-lo,


 Qualificações e capacidade intelectual do investigador,
 Dinheiro disponível para custear despesas inerentes à pesquisa,
 Interesse pessoal do investigador ,
 Utilidade organizacional ou social dos resultados da pesquisa.
1. Fase exploratória: Primeira
tentativa de estabelecer o foco da
investigação (2)
 O procedimento na fase exploratória
consiste em consultar:
 Pessoas relevantes com conhecimento na
área.
 Bibliotecários das bibliotecas que visita
 Documentação pessoal
 Enciclopédias de especialidade
 Livros recentes
 Bibliografias de livros recentes
 Revistas de especialidade
 Internet
1. Procura de literatura na
internet
 Algumas ferramentas de procura:
 http://www.google.com
 http://www.yahoo.com
 http://altavista.com
 http://webcrawler.com
 http://www.search.com
 http://www.lycos.com
 htt://www.b-on.pt
 Literatura de acesso livre em directórios tais
como, por exemplo, Directory of Open Access
Journals ou, abreviadamente, DOAJ!
1. Fase exploratória: Título
1. Use as perguntas de orientação:
 O quê/que ...? Quando ...? Onde ...? Quem ...?
Como ...?

2. Use verbos para explicitar a função principal do que


você pretende fazer:
 Analisar descrever estudar determinar desenvolver
avaliar explorar identificar investigar medir
observar testar comparar desenhar etc.

3. Transforme estes verbos em substantivos


 Análise descrição estudo determinação desenvolvimento
avaliação exploração identificação investigação
medição observação testagem comparação desenho
etc.

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


Método dos 5W e 2H
Sequência de (what, why, where,
who, when, how many
apresentacão e how much ) Descrição
Assunto O quê? Título
Onde e em que
Contexto condições Descrição do contexto da pesquisa
Formulação do Qual é o problema de
Problema pesquisa? Formulação do Problema
Objectivo geral
Objectivo Para quê Objectivo específico
Justificativa Por quê Justificativa
Hipóteses/P. de
pesquisa Que operacões realizar? Hipóteses/P. de pesquisa
Pesquisa de assuntos à volta das
Que apoios de outros hipótese/perguntas de
Revisão da literatura pesquisa
pesquisadores?

Abordagem
metodológica e Abordagem metodológica, amostra,
Métodos Como? instrumentos, análise, ética
28/02/2023 Inocente Mutimucuio
Programar a pesquisa Quando? Cronograma, Recursos
Tese ou argumento do docum. científico

 Um asserção argumentável que sirva


de princípio organizativo do
dissertação, dissertação ou
documento científico

 Ex.: Educação bilingue, que tem sido


promovida por um pequeno grupo de
activistas com a sua própria agenda, é
prejudicial aos alunos que pretende
ajudar.
28/02/2023 Inocente Mutimucuio
Resultado da fase exploratória
1. Compreensão da tarefa
2. Estimativa do que:
a) o autor sabe sobre o conteúdo do
dissertação
b) o autor precisa de saber para começar a
escrever
3. Noção do tipo de dados a recolher
4. Redacção do título de trabalho da
dissertação 16

5. Redacção da tese de trabalho da


3. Escrita da tese ou argumento do
dissertação (1)
• Tese é uma asserção argumentável que sirva de princípio
organizativo do dissertação, dissertação ou documento
científico

– Ex.: Educação bilingue, que tem sido promovida por um


pequeno grupo de activistas com a sua própria agenda, é
prejudicial aos alunos que pretende ajudar.

NB:
1. Representa uma conclusão que o autor destilou como resultado
de pesquisa e pensamento sobre um assunto.
2. Autores organizam os argumentos através do arranjo de
evidências que apoiam a conclusão e descartam outras.
3. A tese representa a ideia-chave que controla a escrita do
dissertação, isto é, as secções que o dissertação deverá ter!

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2. Contexto
 Onde é que a investigação se realiza?
 Instituição, laboratório ou campo
 Condições físicas do local ou das instalações
 Condicões ou tipo do solo
 Ambiente de negócio no local da pesquisa
 Etc.
 Que pessoas estão envolvidas na investigação?
 idade
 qualificações
 distância ao local de residência/trabalho
 etc.
 O que é e como se faz presentemente o trabalho
sobre o assunto em questão?

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


3. Formulação de um problema
de pesquisa
Na sua dissertação, formule o problema da
sua pesquisa, considerando as seguintes
etapas:

a. A descrição do fenómeno: Descreva ou explique


qual é o fenómeno do qual irá retirar o
problema!

b. Debate sobre o esforço da sua comunidade


científica em explicar o fenómeno. NB: Use a
literatura da sua área de pesquisa!

c. Formulação do problema da sua pesquisa:


explicite a dificuldade ou limitação no
conhecimento de algo relativo ao fenómeno!
4. Formulação de objectivos

 Objectivo geral

 Objectivos específicos

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


4. Funções de objectivos

 Mostram o que o investigador tenta alcançar no fim


da pesquisa: o foco e a direcção da investigação.
 Permitem a pessoas externas verem a intenção da
investigação.
 Fornecem uma base segura ou critérios seguros de
avaliar a qualidade e o sucesso de uma
investigação.
 Revelam a situação que será observada no fim de
um período específico, no qual se efectuará uma
mudança (solução) no problema de investigação
identificado
4. Exemplos de objectivos (1)

 Predizer um acontecimento
 Estudar relações entre eventos/fenómenos, por exemplo,
em termos de causas ou consequências. Explicar o porquê
eventos acontecem como acontecem.
 Comparar a productividade de duas organizações, práticas.
 Estudar aspectos fortes ou fracos e sugerir como isso
poderá ser melhorado.
 Descrever como um fenómeno, práticas, situações, níveis
de compreensão são no presente momento.
 Caracterizar o comportamento de um fenómeno, objecto
 Desenvolver ou melhorar boas práticas/relevância/
procedimentos de algo.

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


4. Exemplos de objectivos (2)

a) Quando a pesquisa tem o objetivo de analisar:


Comparar, criticar, debater, diferenciar, discriminar,
examinar, investigar, ensaiar,medir, testar,
monitorar, experimentar…

b) Quando a pesquisa tem o objetivo de aplicar:


 Desenvolver, empregar, estruturar, operar,
organizar, praticar, selecionar, traçar, aplicar,
optimizar,melhorar…

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


4. Exemplos de objectivos (3)

c) Quando a pesquisa tem o objetivo de sintetizar:


Compor, construir, documentar, especificar,
esquematizar, formular, produzir, sintetizar…

d) Quando a pesquisa tem o objetivo de avaliar:


Argumentar, avaliar, contrastar, decidir, escolher,
estimar, julgar, medir, selecionar…

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


Actividade prática: Formulação do
problema e definição de objectivos

1. Escreva o título da sua pesquisa


2. Formule o problema da sua pesquisa,
considerando:

a. A descrição do fenómeno.
b. Debate sobre o esforço da sua comunidade científica
em explicar o fenómeno.
c. Formulação do problema da sua pesquisa.

3. Escreva os objectivos que deverão ser alcançados


pela sua pesquisa.
5. Formulação de Perguntas de
Pesquisa

 Pergunta de partida vs Pergunta de


pesquisa

 O que é pergunta de partida?

 O que é pergunta de pesquisa?

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


5. Pergunta de partida vs Pergunta de
pesquisa

 Pergunta de partida:
 Segue a formulação do problema e demonstra que
existe necessidade de explicação, isto é, que
existe um problema concreto, que necessita de
explicações, compreensão...

 Pergunta de pesquisa:
 Funciona como um roteiro, sequenciado em ordem
crescente de complexidade, para a obtenção de
resposta à pergunta de partida
 Implica solução de um problema concreto,
específico; requer intervenção específica, …

 NB: As perguntas de pesquisa são mais


frequentes em pesquisa qualitativa!
5. Características de uma Pergunta de
Pesquisa

 As perguntas de pesquisa deverão


assegurar uma ligação entre os
conceitos/termos específicos
usados e os dados a recolher.

 A tradução de conceitos gerais em


conceitos específicos mostra que
indicadores a pesquisadora usará
para interpretar os dados empirícos.

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


5. A função da pergunta de pesquisa

 Como primeiro fio condutor


 Exprime coisas concretas que se pretendem
saber, observar, medir, quantificar, relacionar, …
 O que é que tento encontrar/ver
respondido/esclarecido?
 Que perguntas é que a pesquisa tenta
esclarecer/responder?
 Qual é o problema que requer uma solução? Que
forma deverá tomar a solução (diagnóstico ou
intervenção ou ... ?)

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


5.Qualidades de uma pergunta de
pesquisa

 Clareza
 Indicações claras sobre dados que serão
recolhidos
 Uma pergunta precisa
 Concisa e unívoca
 Exequibilidade
 Uma pergunta realística
 Pertinência
 Ser uma verdadeira pergunta
 Sobre questões existentes
 Que vise a compreensão dos fenómenos

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


5. Precauções na definição de
perguntas de pesquisa

 Deve-se evitar perguntas:


 Que poderão ser respondidas através de um
juízo de valor. Ex.: será que os professores
devem avaliar os estudantes?
 Que poderão ser respondidas através de ´sim´
ou ´não’ .
 Que assumem uma situação não confirmada
através de uma investigação.
 Que influenciam implícita ou explicitamente a
resposta da respondente.

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


6. O que são hipóteses?

 Pressuposições de resposta ao problema


pesquisado.
 Alicerçadas numa reflexão/argumentação teórica.

 Resposta provisória (mas não demonstrada) ao


problema ou à pergunta de partida.
 uma conjectura provisória que guia uma
investigação, aceite em geral como altamente
provável à luz de fatos estabelecidos.

 Teoria provisória (mas não demonstrada) de


resposta ao problema ou à pergunta de partida.

 Suposição sobre possíveis soluções a um


problema.
6. O papel da hipótese na pesquisa
 Como fio condutor da pesquisa

 Orienta a escolha e selecção de dados


para a pesquisa

 Estabelece relações precisas entre


duas ou mais variáveis da pesquisa

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6. Características de hipóteses

 Ter enunciado, ser uma senteça declarativa (à luz


de fatos/teorias estabelecidos)

 Possuir uma relação clara entre duas ou mais


variáveis

 Ser testável por processos de observação e


experimentação
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6. Classificação de hipóteses
1. Hipótese afirmativa – positiva
Ex.: O aquecimento dos processadores ph é resultado das
reduzidas dimensões dos gabinetes de computadores.

O aquecimento é resultado das reduzidas dimensões

2. Hipótese afirmativa – negativa


Ex.: Não ocorre aqueciemtno eléctrico aos sistemas
microcontrolados P-55, que possuem um aterramento igual a 4
Ohms de resitência.

Não ocorre aquecimento (= resultado) eléctrico, face à presença


de uma certa variável (aterramento igual a 4 Ohms de resistência)
6. Classificação de hipóteses
3. Hipótese condicional (o resultado da pesquisa é condicionado
aos resultados)
Ex.: Se o transformador trifásico, modelo TF-3F, não possuir
aterramento contra descargas atmosféricas, o mesmo poderá
estar sujeito a danos eléctricos

“Se o … não possuir …, o mesmo poderá estar sujeito a …”

NB: O enunciado é declarado, apesar de condicional, que


apresenta uma relação entre variáveis aterramento – danos
eléctricos, e poderá ser testado!

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


6. Relação de hipóteses com variáveis

 O aumento da produtividade industrial poderá ser resultante


da implementação do software V-40, se este for utilizado em
conjunto com microcontroladores W-44, em optimizadores on-
line

 Variável dependente = Produtividade industrial

 Variável independente = Software V-40;


microcontroladores W-44

 Variável interveniente (condições) = Optimizadores on-line


6. Hipótese de pesquisa vs hipótese nula
 Hipótese de pesquisa (= hipótese
alternativa = hipótese de trabalho):
Tentativa de proposições sobre as
possíveis relações entre duas ou mais
variáveis.

 Hipótese nula: Tentativa de proposições


que negam ou rejeitam o que a
hipótese de pesquisa afirma
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Trabalho Prático

 Treino na formulação e debate de


hipóteses de pesquisa e perguntas de
pesquisa.
1. Escreva o título da sua pesquisa
2. Formule o problema da sua pesquisa.
3. Escreva os objectivos que deverão ser
alcançados pela sua pesquisa.
4. Escreva as hipóteses a serem testadas ou
perguntas de pesquisa que deverao ser
respondidas pela sua pesquisa.
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7. Revisão da literatura
 O que é já sabido sobre o meu problema que me pode
ajudar no desenho de uma perspectiva teórica ou no
desenho de critérios de julgar ou conduzir a pesquisa?
 De um modo geral: revisão da literatura = pesquisa
focalizada nas perguntas de pesquisa.
 O objectivo da revisão da literatura é o de demonstrar:
 Conhecimento profundo sobre o problema pesquisado:
conceitos, teorias, metodologias, avanços, fraquezas
 Que o investigador possui um conhecimento profissional
sobre a sua área de pesquisa
 Vazios, questões não resolvidas na sua área de pesquisa.
 Relação entre estudos publicados e o seu problema
 Que o seu ‘bloco de construção’ é relevante. Também
pode ser apreciado por outros da sua área de pesquisa
7. Revisão da literatura

 A revisão da literatura consiste em discutir (a sua voz):


 claramente os termos/conceitos-chave usados
 informação representativa de todas as evidências existentes
 Evidências (resultados) para sustentar o argumento do
dissertação
 qualidade das evidências e relevância para a sua pesquisa
 evidências contrárias, caso existam
 modelo teórico-conceptual subjacente, metodologia e
instrumentos
 novos desenvolvimentos/descobertas
 controvérsias existentes
 investigadores que lideram a área de investigação
 identificar vazios ou áreas de fraqueza empírica e teórica
 Lições (contribuição) da literatura para a sua pesquisa
 Contribuição da sua pesquisa para a literatura: sanar vazios
7. Revisão da literatura
 A pesquisa da literatura basear-se-á
na consulta a:
 Revistas internacionais e nacionais de especialidade
 Livros ou capítulos de livros recentes
 Comunicações em conferências
 Teses de doutoramento e dissertações de mestrado
 Índices biográficos
 Enciclopédias de especialidade
 Pessoas relevantes, com conhecimento na área
 Dicionários especializados
 Publicações governamentais
 Internet:
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7. Procura de literatura na
internet
 Algumas ferramentas de procura:
 http://www.google.com
 http://www.yahoo.com
 http://altavista.com
 http://webcrawler.com
 http://www.search.com
 http://www.lycos.com

 Literatura de acesso livre em directórios tais
como, por exemplo, Directory of Open Access
Journals ou, abreviadamente, DOAJ!
7. Revisão da literatura como
fundamentação teórica

• As teorias são “…redes estendidas para capturar o ‘mundo’, para racionaliza-lo,


explica-lo e domina-lo.” (Popper, 1972:59)

A revisão da literatura tem a função de


fundamento teórico da pesquisa
 Estabelece o quadro de referencia (grandes teorias)
 Demonstra que a investigadora possui um
conhecimento profissional sobre a sua área de
investigação.
 Demonstra que a investigadora pode dizer algo sobre
a sua área de investigação.
 Demonstra que o seu ´bloco de construção´ também
pode ser apreciado por outros companheiros da área
de pesquisa
 Gera ideias e hipóteses que orientam a pesquisa
 Clarifica conceitos
28/02/2023 Inocente Mutimucuio
7. Revisão da literaão e escrita da
tese ou argumento

1. Note que a tese penetra a revisão da literatura, as


secções de resultados e conclusões!
2. Teste a validade da tese ou argumento na sua
revisão da literatura.

3. Determinar se o autor:

a) Definiu claramente os termos/conceitos usados?


b) Usou a informação/evidências honestamente?
c) Argumentou logicamente e não de forma falaciosa?

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7. Definição clara dos termos/
conceitos usados

 Antes da avaliação da validade da


tese, os leitores precisam de saber:

1. Os significados exactos que o autor dá


aos termos ou conceitos-chave
2. O que exactamente está sendo
argumentado

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Uso honesto da informação/
evidências

• A informação é usada como evidência para


apoiar o argumento:
1. Será a informação certa e actual?
2. Terá o autor citado informação representativa
(de todas as evidências existentes)?
3. Terá a informação sido apresentada no espírito
de jogo limpo (fair play)?
4. Terá o autor citado evidências contrárias, caso
existam?
Ex: Um autor que cita que a causa da obesidade infantil
reside no facto de as crianças não sabem saberem quando
estão saciadas. Note que este autor ignora outras factores
como, por exemplo, hormonas e genes!

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7. Argumento lógico (1)

O argumento deve ser governado pelo princípio da lógica – pensamento de encadeamento


claro e plausível.
Deve-se evitar:
1. Uso de termos carregados de emoções:
a) O seu uso pode ser enganoso ou esconde os factos essenciais
b) Desviam o leitor do ponto de vista oposto

2. Conclusões/parágrafos que não seguem das premissas (ou


parágrafos anteriores)
3. Falso raciocínio de causa-efeito:
a) Observar que um evento antecede um outro no tempo e concluir que o primeiro é a causa do
segundo
b) Ignorar que as causas de um evento/comportamento de um fenómeno são geralmente complexas

Ex: Um autor que clama que controlando a dieta alimentar das crianças resultará na redução
da obesidade.

Este autor limita o debate entre estas duas variáveis e ignora outros factores como, por
exemplo, genes e a química corporal da pessoa obesa

NB: O uso de 1, 2 e 3 dão ao leitor o direito de questionar a lógica do


argumento utilizado!
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7. Argumento lógico (2)

4. Argumento ad hominem (autor rejeita opiniões


opostas atacando-as):
a) O autor deve apresentar os seus pontos de vista citando
evidências em seu apoio
b) O autor pode desafiar evidências contrárias apresentando contra-
exemplos!

5. Simplificação exagerada:
Cuidado com autores que oferecem soluções simples para problemas
complexos
Ex: A economia moçambicana será de novo forte se comprarmos
produtos made in Mozambique!
Note que os factores que influenciam a economia são complexos!

6. Generalização baseada em poucas evidências:


Muitos autores tiram conclusões a partir de poucas evidências ou de
evidências não representativas (de muitos resultados publicados )

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8. Natureza da metodologia de
investigação (1)
 Explica como a pesquisa foi conduzida
(replicabilitdade)
 Documenta que a pesquisa procede
de acordo com regras e técnicas que
se revelaram eficazes no passado em
pesquisas semelhantes
(argumentação!)
 Documenta que é baseada em
abordagens metodológicas bem
conhecidas (credibilidade!)

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


8. Natureza da metodologia da
investigação (2)

 Uma condição crucial numa pesquisa científica consiste


em alinhar as perguntas de pesquisa e as estratégias
para respondê-las.

1. Distinção entre métodos quantitativos e qualitativos


 Que dados são sugeridos pelas perguntas de pesquisa? Serão
quantitativos, qualitativos ou ambos?
 Que estratégias/métodos são mais adequados para recolher os
dados sugeridos?
2. Daqui, cada pesquisa deve definir se vai utilizar:
 Métodos quantitativos (Dados: números, percentagens…);
 Métodos qualitativos (Dados: palavras, sentimentos,
opiniões, valores sociais…)
 Combinação de ambos métodos...
3. Nomear/designar o método quantitativo ou qualitativo
28/02/2023 Inocente Mutimucuio
Pesquisa Quantitativa

 Busca uma análise quantitativa das


relações de entidades, respondendo à
questão: “Quanto?” para cada
objectivo do projecto de pesquisa que
tenha adoptado esta metodologia.
 Estudos realizados à partir de
amostras da população, utilizando
cálculos estatísticos.
Pesquisas Qualitativas

 Busca compreender as relações de


acções em profundidade através de
análise qualitativa das informações
obtidas.
 Questões a serem respondidas:
 Como as pessoas fazem/compram?
 Por que fazem/compram?
 Que imagem têm do resultado/produto ?
etc ...
Pesquisas Qualitativas

 Levantamento de opiniões sobre o tema –


privilegia a FALA e as REAÇÕES
 Carácter exploratório, possibilitando o
surgimento de impressões emocionais
 Não possuem o objectivo de mensurar dados
 Fornecem subsídios para uma etapa
quantitativa ou para definição preliminar de
caminhos para o produto/serviço
 Amostras bem menores
Pesquisas Qualitativas

 Métodos:
 Dinâmica de grupo (Focus Group)
 Mínimo de 8,máximo de 12 pessoas.
 Nunca menos de 8 pessoas

 Entrevistas em profundidade
Qualitativas x Quantitativas

QUALITATIVAS QUANTITATIVAS

AMOSTRA  Não probabilística  Probabilística


 Não representativa  Representativa

INSTRUMENTO Roteiro não estruturado Questionário Estruturado


COLETA

ABORDAGEM Aprofundada Superficial

ANÁLISE Conteúdo Estatística


8. Metodologia da investigação
Fundamentação de:

 Caracterização da pesquisa
 Abordagens & métodos
 Determinação da amostra
 Instrumentos e técnicas de recolha de dados
 Métodos e técnicas de análise de dados
 Validade, fiabilidade e autenticidade
 Ética

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8. Reflexão sobre abordagens
metodológicas
 Abordagem positivista:
 Abordagem interpretativa:
 Imitar as ciências naturais  Compreender fenómenos
 Conceber uma realidade através de significados
objectiva atribuídos pelos
 A realidade pode ser descrita respondentes
por propriedades  Compreender o contexto e
mensuráveis o processo através do qual
o fenómeno influencia e é
 Existe interdependência entre influenciado pelo contexto
observador e os seus  Focalizar na complexidade
instrumentos das percepções humanas à
 Testar teorias medida que vão emergindo,
sem a predefinição de
 Examinar variáveis com base variáveis dependentes e
em dados quantitativos independentes.
 Obter dados qualitativos
Muito poucos investigadores juniores
28/02/2023
param e reflectem sobre a sua abordagem!
Inocente Mutimucuio
8. Escolha de métodos de
investigação

 Sempre baseada no problema de


investigação (incluindo hipóteses ou
perguntas de pesquisa)
 Pode existir uma combinação de
métodos de investigação. Nem
sempre!

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


Estudos Experimentais ou Causais

 São destinadas a testar hipóteses específicas, isto é,


testar idéias; tentativas de relações

 Pontos desfavoráveis:
 Alto custo
 Resultados difíceis de serem obtidos com a exatidão
desejada

 Ex:Testes de mercado, em que os produtos são


colocados à venda em áreas selecionadas para
avaliação de potencial de demanda, provocando
alteração das variáveis de marketing, como o nível de
propaganda, preços e promoções.
8. Estudo de caso
 Análise profunda de uma unidade ou
fenómeno com um ou mais elementos
 Uma exploração detalhada da unidade de
análise ao longo de um certo período,
envolvendo múltiplas fontes de dados ricos
em contexto (dentro das condições reais da
sua vida)
 Pode envolver dados quantitativos e
qualitativos recolhidos através de
questionários, observações, entrevistas,
fotografias, videos, documentos, etc
28/02/2023 Inocente Mutimucuio
8. Exemplos de estudos de caso
 Um estudante/docente num contexto
específico
 Uma turma
 Todos os docentes de um
departamento da faculdade
 Uma escola
 Todas as escola de uma localidade

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


8. Intenções no estudo de caso
 Descritiva: caracterizar o caso
 Interpretativa: desenvolver várias
categorias conceptuais de análise
para uma compreensão holística
 Avaliativa: produzir explicações,
juízos

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


8. Investigação-acção
 Resolver problemas correntes enquanto produz
conhecimento científico
 Ser parte do processo de mudança, mas observando
acções e reacções
 Estudar os efeitos de uma intervenção ou mudança
 Processo:
 Identificar algo específico que deve ser mudado
 Planificar acções
 Registar dados e reflecte sobre eles ao longo da
pesquisa
 Receber feedback de colegas, alunos, etc.
 Melhorar o plano
 Recomeçar o ciclo

NB: Difícil realizar acções e conduzir investigação!


28/02/2023 Inocente Mutimucuio
Etnografia como método científico

 é utilizado pelos antropólogos com o intuito de descrever os


costumes e as tradições de uma comunidade. Ajuda a
conhecer a identidade de uma comunidade humana que se
desenvolve num ambiente sociocultural concreto.

 implica a observação participante do antropólogo durante um


período de tempo em que esteja em contacto directo com o
grupo a estudar. Pode ser complementado com entrevistas
para recolher mais informações e descobrir dados que sejam
inacessíveis a simples vista para uma pessoa que não
pertence à cultura em estudo.
 o investigador assumir um papel activo nas actividades da
comunidade para a compreensão da cultura. Assim, ele pode
pedir esclarecimentos acerca das acções e dos
comportamentos dos integrantes do grupo estudado.
8. Alinhamento entre abordagem, métodos de
investigação e dados recolhidos
Abordagem Métodos de Dados a recolher
investigação
Positivista Experiência Quantitativos
Positivista Censo Quantitativos
Positivista Modelação Quantitativos
Positivista/interp Estudo de caso Quantitativos/qu
retativa alitativos
Hermenêutica/crí Investigação - Qualitativos
tica acção
Hermenêutica/crí Etnografia Qualitativos
tica
28/02/2023 Inocente Mutimucuio
8. Compreensão das características
de investigação quantitativa vs
qualitativa
 Investigação quantitativa:  Investigação qualitativa:
 Descreve e explora relações  Compreender a realidade
entre variáveis construída através dos
 Depende de mensurações, significados dos respondentes
estatística e controle  Compreender valores,
percepções, crenças, atitudes,
 Envolve o uso de acções
índices/coeficientes
numéricos para sumarizar  Valoriza as perspectivas dos
participantes
 Preocupada em estabelecer  Ocorre em ambientes naturais
descrições ou relações
objectivas  Rica em descrições verbais/
narrativas
 Grandes
populações/amostras  Atende a ‘múltiplas realidades’
dos respondentes para
 Tende a usar amostra compreender um fenómeno
representativas da população social
 Preocupada com  Usa pequenas
generalizações populações/amostras
 Consideram o que é único e o
contexto
9. Recolha de dados
 Dificuldades frequentes:
 Falsificação de dados, substituindo os
reais por aqueles que se encaixam
aos prejuízos do investigador
 Fabricação de dados
 Escolha de dados inapropriados
 Ignorância de dados apropriados

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


9. Alinhamento entre dados recolhidos e
análise aplicada
Dados Análise aplicada

Quantitativos Estatística
Quantitativos Matemática
Qualitativos Análise de conteúdo
Qualitativos ‘grounded theory’

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10. Métodos de amostragem

1. Métodos de amostragem aleatória

2. Métedos de amostragem não aleatória

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Amostragem

 Amostra: parte de um universo (população), com as


mesmas características deste.

 Podem ser: pessoas, empresas, entidades,


famílias, lojas, etc.
 Parte importante do planeamento da pesquisa, a
amostra precisa realmente estar apta a responder a
pesquisa, sob pena de não atender aos objectivos
propostos inicialmente.
 Vantagem: Impossibilidade de estudos envolvendo todo
o universo a ser pesquisado. Entretanto, em alguns
casos, quando a população é pequena, é possível
pesquisar todo o universo.
Tipos de amostra
 Amostra intencional ou de julgamento
 amostra não-probabilística selecionada na base do
julgamento do investigador sobre que unidades ou
entrevistados devem e não devem ser incluídos, ao
contrário da seleção aleatória.
 Amostra aleatória
 um desenho amostral que selecciona os elementos da
população ou da base amostral de uma forma
completamente aleatória, de modo que cada elemento
tenha uma probabilidade igual de ser seleccionado.

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


Tipos de amostra
 Amostra probabilística / confiabilidade
 amostra seleccionada de acordo com a teoria da
probabilidade, envolvendo tipicamente algum
mecanismo de seleção aleatória. Os tipos específicos
de amostras probabilísticas incluem a amostra
aleatória simples e a amostra sistemática.
 Amostra não probabilística / viabilidade
 Uma amostra seleccionada de uma forma diferente
daquelas sugeridas pela teoria da probabilidade. Os
exemplos incluem julgamento (proposital), quota, e por
indicação.
28/02/2023 Inocente Mutimucuio
Técnicas Amostrais

AMOSTRAS AMOSTRAS NÃO


PROBABILÍSTICAS: PROBABILÍSTICAS:
 Utilizam-se os conceitos de  Selecionadas por critérios
estatística subjetivos do pesquisador,
de acordo com sua
 Podem ser:
experiência e com
 Probabilísticas simples
objectivos do estudo.
 Probabilísticas
 Podem ser:
Sistemáticas
 Por conveniência
 Probabilísticas
 Por julgamento
estratificadas
 Por quota
 Probabilísticas por
Amostras Probabilísticas
PROBABILÍSTICA SIMPLES
 Escolha aleatória dos elementos que farão parte da amostra.
 Há uma igual probabilidade, diferente de zero, de cada elemento da
população ser escolhido por meio de sorteio.
 PONTO POSITIVO: é a técnica mais perfeita para se obter uma amostra
representativa do universo
 PONTO NEGATIVO: método impraticável quando a população é muito
grande.

PROBABILÍSTICA SISTEMÁTICA
 Os elementos da amostra (n) serão selecionados aleatoriamente e será
estabelecido um intervalo entre esses elementos.
 O intervalo é obtido com a divisão do número do universo (população)
pelo número da amostra.
 k = N/n, sendo que: k=intervalo sistemático, N=população, e
n=amostra
 Utilização comum: amostra muito utilizada em pesquisas domiciliares,
para diminuir possíveis distorções provenientes da influência de
atitudes/hábitos/opiniões entre vizinhos.
Amostras Probabilísticas

PROBABILÍSTICA ESTRATIFICADA
 É aplicada quando há necessidade de subdividir a população
em extratos homogêneos.
 Ex: classe social, idade, sexo, etc.
 Após determinação dos extratos, os elementos da amostra são
selecionados pela técnica probabilística simples.
Amostras Probabilísticas

PROBABILÍSTICA POR CONGLOMERADO


 Exige a utilização de mapas detalhados de regiões, municípios
e cidades, pois, para a selecção da amostra, há subdivisão da
área a ser pesquisada por bairros, quarteirões e domicílios.
 Após o sorteio dos domicílios que comporão a amostra, a
pesquisa será realizada de forma sistemática, para que não
haja interferências nas informações.
 Exemplo: Pesquisa no bairro Malhangalene. Dividimos o bairro
por quarteirões, identificamos a população do quarteirão e
então estabelecemos o intervalo sistemático por meio da
fórmula da técnica probabilística sistemática.
Amostras Não Probabilísticas
NÃO PROBABILÍSTICA POR CONVENIÊNCIA
 Pessoas são selecionadas de acordo com a conveniência
do pesquisador. São pessoas que estão ao alcance do
pesquisador e dispostas a responder um questionário.
 Ponto positivo: é uma técnica simples e barata.
 Ponto negativo: os resultados não são conclusivos e a
amostragem não é confiável.
 Ex.: abordagem de estudantes da UEM, campus principal.
NÃO PROBABILÍSTICA POR JULGAMENTO
 Pessoas são selecionadas segundo um critério de
julgamento do pesquisador, tendo como base o que se
acredita que o elemento selecionado possa fornecer ao
estudo.
 Ex.: verificação de razões do uso ou não uso de uma marca.
Escolhe-se dois grupos a serem entrevistados: usuários e não
usuários.
Amostras Não Probabilísticas

NÃO PROBABILÍSTICA POR COTA


 A amostra identifica-se em alguns aspectos com o
universo. Esta identificação pode estar ligada ao
sexo, idade, classe social, etc, e a quantidade a ser
entrevistada é aleatória.
 Ex.: Pesquisa de opinião sobre um jornal. Cada pesquisador tem
que entrevistar uma quantidade de pessoas da classe A e B, com
idade entre 30 e 45 anos, de ambos os sexos.

 Ponto negativo: as amostras obtidas pelas técnicas não


probabilísticas não permitem a inferência sobre o
universo, pois, nesses casos, o erro amostral é
Métodos de selecção de amostras

Actividade prática

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


Dados
 Dados primários
 Os dados coletados pelo pesquisador para que um
projecto particular responda a necessidades de
informação específicas, ao contrário de dados que já
existem para o uso geral ou como resultado de
pesquisas feitas para outras finalidades

 Dados secundários
 Dados que foram adquiridos para uso geral ou para
alguma finalidade que não seja a informação específica
do projeto em execução.

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


Planeamento da coleta de dados

 Entrevistas telefónicas: timbre de voz, capacidade de


comunicação verbal, capacidade de estabelecer empatia pela
voz, capacidade gentil de utilização do telefone, sem prejuízo de
outras características julgadas necessárias.

CONTROLE
 Controlar e acompanhar todas as actividades planeadas e a
medição constante das metas atingidas em comparação com as
programadas é fundamental para garantir o cumprimento de
prazos e orçamentos.
Erros frequentes em pesquisas

 Erros Amostrais
 Erros Não Amostrais
 Definição errada do problema de pesquisa
 Definição parcial do problema de pesquisa
 Definição errada da população de pesquisa
 Não respostas e substituições mal planeadas
 Instrumentos de coleta de dados mal construídos
 Escalas incorrectas
 Defeitos dos entrevistadores e/ou dos entrevistados
 Inferências causais impróprias (relações causais incorrectas)
 Processamento
 Análises (desde dados incorrectos até análises estatísticas
inadequadas)
 Interpretação (interpretação conveniente ao pesquisador)
Erros na Coleta de Dados

 Erros na Amostragem
 Processo de Amostragem não probabilístico
 Erros fogem do controle do pesquisador
 Listagens das características da população
incorretas ou incompletas
 Localização errada da unidade a ser pesquisada
 Falha ou desobediência do entrevistador
 Erros de Não Resposta
 Recusas, Mudanças de Endereço, Ausências
Processamento dos
Dados

 O processamento dos dados compreende os


passos necessários para transformar os dados
brutos coletados em dados trabalhados que
permitirão a realização das análises e
interpretações
 O processamento dos dados compreende as
seguintes fases:

 Verificação / edição
 Codificação
 Digitação
 Tabulação
Verificação/Ediçã
o
 A função básica da edição/verificação é a de impor um
padrão mínimo de qualidade aos dados brutos, de
forma que sua precisão seja a máxima e as
ambiguidades mínimas. A verificação/edição envolve a
inspeção e, se for o caso, a correção de cada
instrumento de coleta de dados preenchido.
 Estágios:
 Campo:
 Correção de problemas antes que a equipe de
pesquisadores seja desfeita.
 Escritório Central
 Trabalho mais complexo. Exige pessoas com
conhecimentos profundos dos objetivos e e
procedimentos da pesquisa.
Verificação/Edição

 O objetivo da edição/verificação é
certificar-se de que o instrumento está:
 Completo: todas as questões foram
respondidas.
 Legível: claramente registrado e
compreensível
 Consistente: existência de respostas
coerentes.
 Preciso: verificação de precisão dos dados.

 Verificação campo: correções pelos


entrevistadores ou retorno a campo.
Codificação

 A codificação é o procedimento técnico pelo qual


os dados são categorizados. Através da
codificação, os dados brutos são transformados
em em símbolos, necessariamente numéricos
quando o processamento eletrônico for utilizado,
que podem ser contados e tabulados.

 OBS.: “Todos estes procedimentos são demorados e exigem


um trabalho muito desgastante da equipe de pesquisa.
Portanto, vale efetuar um esforço muito grande para que
tornar a maioria das questões do instrumento fechadas, e
reservar as abertas apenas para colher informações
adicionais que possam contribuir para a interpretação dos
resultados, ou àquelas impossíveis de serem transformadas
Digitação e
Tabulação
 Transcrição dos dados para o arquivo eletrônico
 Com os novos métodos de coleta de dados, a
tendência é a eliminação desta função.

Tabulação
 Contagem do nº de casos que ocorreram em cada
categoria, em cada questão.
 Simples: uma variável
 Cruzada: duas ou mais variáveis
 Quanto maior o volume de dados e quanto mais
complexas forem as análises a serem efetuadas,
maior a necessidade de utilização do
processamento eletrônico.
Análise Dados

 Trata-se de um texto, com base nas respostas obtidas


no projeto e voltado aos objetivos da pesquisa. O
planejamento correto da pesquisa e utilização da
metodologia adequada levará à análise que responda
aos objetivos primários e secundários propostos no
projeto
 A análise geral é um resumo dos principais dados
descritos nas tabelas de tabulação e deve ser um texto
que responda às principais dúvidas do cliente,
relatadas na definição do problema de pesquisa.
 Texto simples e descomplicado. Detalhes devem ser
analisados pelo cliente nos anexos.
Actividade prática
 Alinhamento entre métodos de investigação e dados
a recolher.
1. Escreva o título da sua pesquisa
2. Formule o problema da sua pesquisa.
3. Escreva os objectivos que deverão ser alcancados
pela sua pesquisa.
4. Escreva as hipóteses a serem testadas ou perguntas
de pesquisa que deverao ser respondidas pela sua
pesquisa.
5. Faça a caracterização da sua pesquisa
6. Escreva os metódos que irá usar na sua pesquisa
7. Descreva o tipo de amostra e como irá seleccioná-la.
8. Descreva os dados que irá recolher na sua pesquisa

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


11. Processamento e análise de
dados qualitativos

Actividade prática

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


12. Processamento e análise de
dados quantitativos

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


13. Escrita académica
 Aspectos gerais relacionados com a
linguagem, coerência, repeticoes,
 Citações e diversas formas de
citações
 Abreviaturas nas citações
 Referências bibliográficas: uso
coerente de um estilo
 Referências de diversos tipos de
literatura
28/02/2023 Inocente Mutimucuio
Introdução
1. Fazendo referências, reconhecemos as fontes que
usamos nas redacções, dissertações, teses e artigos
científicos
2. As citações dentro do texto são usadas em todo o
texto para reconhecer a informação usada
3. As referências completas são fornecidas no fim da
redacção, dissertação, tese ou artigo científico
4. Estudantes são chamados à atenção sobre a
honestidade intelectual, fraude e plágio
5. O estilo APA (American Psychologiccal Association),
nesta apresentação, cobre apenas exemplos comuns
de citações usadas por estudantes e pesquisadores.
6. Mais informação poderá ser obtida no site
http://www.apastyle.org

95
Citações
1. dentro
Se você usa o nome do
do autor no seu texto,texto
escreva o ano da
publicação da obra entre parênteses, depois do nome do autor.
Ex: Khossa (2006) conduziu uma pesquisa sobre o efeito de …
2. Se você se refere à obra dentro do texto, escreva, entre parênteses, o
apelido do autor e o ano da publicação no fim da referência.
Ex: A pesquisa provou conclusivamente a correlação entre as variáveis …. (Khossa, 2006).
3. Se você cita menos de 40 palavras das ideias de um autor, escreva a
citação entre chavetas duplas dentro do texto. O ano da
publicação e a página da citação devem ser escritos entre
parênteses
Ex: Mulungo (2007) referiu-se a esta correlação como “estatisticamente anormal …” (p.118)
Ou
Foi encontrado que a correlação era “estatisticamente anormal” (Mulungo, 2007, p. 118).
4. Se você cita mais de 40 palavras, deve indentar, diminuir o tamanho
da letra. O ano da publicação e a página da citação devem ser
escritos entre parênteses
Ex: Mulungo (2007) afirmou que:
Se qualquer pesquisa qualitativa deve ser realizada no futuro ….
… não ocorram anomalias, devido à falta de rigor metodológico, particularmente
através do uso de dados corrompidos (p. 67)
5. Se você cita mais de uma fonte numa frase, use ponto e vírgula entre
as referências.
Ex: … e um conjunto de estudos mostram resultados idênticos (Khossa, 2006; Mussane, 2011)

96
Obras diferentes pelo mesmo
autor
1. Se tiver múltiplas obras pelo mesmo autor, cada obra é
referenciada alfabeticamente, independentemente dos nomes de
outros autores e anos

Citação no Goldberg e Navesse (1961) e Goldberg e Wate (1998)


texto afirmaram que …

Lista de Goldberg, J. M., & Navesse, W. D. (1961). ….


referências Goldberg, J. M., & Wate, R. H. (1998). …

2. Para obras diferentes do mesmo autor no mesmo ano, usam-se as


letras do alfabeto, depois do ano, para diferenciá-las
Citação no Jones (2008) afirmou que …
texto Jones (1999a) sugere que …
Jones (1999b) afirmou que …
Lista de Jones, C. (2008). Developing hypotheses. Penrith, Australia.
referências University of
Western Sydney
Jones, C (1999a). Assessing hypotheses. Penrith, Australia.
97
University of
Livros e capítulos de livros (1)
1. Autor sozinho
Citação no Wate (2001, p.75) afirmou que …ou
texto Foi sugerido que … (Wate, 2001, p.75).

Lista de Wate, N. V. (2001). Brave new brain:


referências Conquering mental
illness in the era of the genome. Oxford,
England:
Oxford University Press
2. Para dois autores

Citação no Khossa e Wate (2005, p.230) afirmaram que …


texto
Lista de Khossa, N. C. & Wate, J.(2005). Patofisiologia 98
referências (3a ed.).
Livros e capítulos de livros (2)
3. Três até cinco autores
Citação no Primeira citação:
texto Wate, Mulungo e Navesse (2001, p.25)
demonstraram que …ou
Foi demonstrado que … (Wate, Mulungo e
Navesse, (2001, p.25).

Citações subsequentes:
Wate et al. (2001 p.50) demonstraram que

Lista de
referências Wate, N. V., Mulungo, C & Navesse, T. (2001).
Brave new
brain: Conquering mental illness in the
era of the
99
genome. Oxford England: Oxford
Livros e capítulos de livros (2)
3. Seis ou mais autores
Citação no
texto Wate et al. (2001, p. 204) demonstraram que
…ou
Foi demonstrado que … (Wate et al., 2001, p.
204).

Lista de Exemplo para 8 ou mais autores:


referências Wate, N. V., Mulungo, C … Navesse, T.
(2001). Brave new
brain: Conquering mental illness in the
era of the
genome. Oxford England: Oxford
University Press
100
Livro editado
Citação no Wate (2001, p. 25) indicou que …ou
texto Foi indicado que … (Wate, 2001, p. 25).

Lista de
referência Wate, N. V.(Ed.). (2001). Brave new
s brain:
Conquering mental illness in the
era of the
genome. Oxford England: Oxford
University 101
Capítulo, artigo num livro
editado
Citação no Wate (2001, p. 45) discutiu o episódio
texto televisivo …ou
O episódio televisivo … (Wate, 2001).

Lista de
referências Wate, N. V.(Ed.). (2001). Television, urban
myths and
ethical scenarios. In C. Craven (Ed.),
Australian
cinema in the 2000s (pp. 175 – 188).
London,
England. Frank Cass
102
E-livro
Citação no texto Sitoe (2004) sugeriu que … ou
Metabolismo funcional é .... (Sitoe, 2004, p. 75)
Lista de Sitoe, B. (2004). Functional Metabolism: regulation
referências and adaptation. Retrieved from
http://netLibrary.com/urlapi.asp?action=summary/

103
Artigos em revistas, jornais e comunicações em conferências
Artigo em revista (versão imprensa)
Citação no texto Ponte, Anderson e Karim (2011) descreveram que ...ou
A Internet pode ser usada para pesquisar a literatura (Ponte, Anderson e Karim,
2011)

Lista de referências Ponte, S., Anderson, C., & Karim, M. (2011). Environmental sun protection and
supportive policies. Health Promotion Journal of Australia, 22, 97-101

Artigo em revista (versão electrónica)


Citação no texto Anderson e Karim (2012) encontraram que ... ou
A resistência pessoal foi dependente de ... (Anderson e Karim, 2012)
Lista de referências Revista com DOI (Digital Object Identifier):
Anderson, C., & Karim, M. (2012). Resistência pessoal como estratégia de
sobrevivência em locais de trabalho adversos. Journal of Advanced
Nursing, 60(1), 1-9. doi: 10.1111/j.1365-2648.2012.04412.x

Revista sem DOI:


Anderson, C., & Karim, M. (2012). Resistência pessoal como estratégia de
sobrevivência em locais de trabalho adversos. Journal of Advanced
Nursing. 60(1), 1-9. Retrieved from http://naspressonline.org
104
Artigos em actas (proceedings) de conferências
e simposia
Citação no Anderson (2013) afirmou que ...ou
texto Foi encontrado que ... (Anderson, 2013)

Lista de Anderson, C. (2013, Janeiro).Students’ attitudes towards


referências mathematics in Mozambique. In M.B. Ogunniyi (ed),
Proceedings of the 21st Annual Meeting of the
Southern African Association for Research in
Mathematics, Science and Technology Education, 14-
17 January, (Vol. 2, 166-177), University of the
Western Cape, South Africa

105
Brochuras
Citação no Os autocarros obedecem ao horário .... (Universidade Eduardo
texto Mondlane, 2011) ...ou
A brochura da Universidade Eduardo Mondlane (2011) indica que ...

Lista de Universidade Eduardo Mondlane. (2011).Guião de acesso


referências ao transporte. Campus Universitário. [Brochura].
Maputo, Moçambique: Autor.

Dissertacões e Teses
Citação no Bene (2007, p. 90) demonstrou que … ou
texto … que isso pode conferir mais poder aos funcionários (Bene, 2007,
p. 90)
Lista de Bene, M. (2007). Estudo da relacao entre a lideranca e o
referências empoderamento
dos funcionarios para uma gestao de sucesso. Tese
de PhD nao 106
publicada, Universidade de Western Cape, resgatada
12. Programação da pesquisa

1. Planeamento
 Indica:
 Acções concretas no tempo
 Duração da pesquisa
 Permite:
 Controlar a execução

2. Definição de recursos
 Recursos necessários

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


12. Planeamento da pesquisa
 Identificar e hierarquizar tarefas
 Leituras
 Recolha de dados
 Deslocações/Visitas
 Observação, entrevistas, aplicação do questionário…

 Tratamento de dados
 Codificação e análise de dados

 Divulgação de resultados
 Dissertação
 Redacção do relatório/dissertação
 Seminário
 Livro

 Elaborar um cronograma
 Fases de execução da pesquisa no tempo previsto

28/02/2023 Inocente Mutimucuio


12. Definição de recursos
 Ser realístico
 Corresponder ao planeamento
 Ter itens incontestáveis à execução da
pesquisa
 Contribuições locais e itens não usuais devem ser
explicados e justificados

Principais rubricas:
 Materiais e equipamentos
 Deslocações e per-diem
 Salários e benefícios
 Divulgação e Publicação
28/02/2023 Inocente Mutimucuio
FIM

MUITO OBRIGADO

110

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