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Introdução

O presente trabalho da cadeira de Trabalho de Culminação de Curso pretende falar sobre os


tipos de pesquisa. Os tipos de pesquisa podem ser de natureza exploratória, natureza
descritiva e explicativa. Numa outra análise o trabalho fala das metodologias científicas
usadas para a pesquisa científica onde muitos pensadores do passado manifestaram a
aspiração de definir um método universal aplicável a todos os ramos do conhecimento.
Considerando-se esse grande número de métodos, torna-se conveniente classificá-los. Vários
sistemas de classificação podem ser adotados: O que proporcionam as bases lógicas da
investigação científica e o que esclarecem acerca dos procedimentos técnicos que poderão ser
utilizados.

Objectivos

Geral:

 Analisar os tipos de metodologias cientificas existentes quanto as suas várias formas.

Específicos:

 Definir método científico;


 Diferenciar os métodos qualitativos dos métodos quantitativos;
 Explicar os diferentes tipos de métodos quanto a sua natureza.

Metodologias

Para a elaboração do presente trabalho, recorreu-se a revisão de várias obras literárias que
debruçam sobre o tema em causa e de seguida fez-se a síntese e por fim procedeu-se com a
elaboração do trabalho.
A metodologia científica

Segundo (BUNGE, 1974), método é um procedimento regular, explícito e passível de ser


repetido para conseguir algo material ou conceitual. Método científico é um conjunto de
procedimentos por meio dos quais são propostos os problemas científicos e, a seguir, são
colocadas à prova as hipóteses científicas.

De acordo com LAKATOS & MARCONI (2002:83) o método é o conjunto das atividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia permite alcançar o objetivo
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detetando erros e
auxiliando as decisões do cientista.

Para CERVO & BERVIAN (1978), nas ciências, entende-se por método o conjunto de
processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade.

Assim no entender do Gil (2009:26) defini método como caminho para se chegar a
determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos adotados para se atingir o conhecimento.

Abordando os autores podemos concluir que o método é um conjunto de etapas que quando
executadas de forma sistemática facilitam a obtenção de conhecimentos sobre fenômenos
físicos, químicos e biológicos, ou o desenvolvimento de novos produtos ou processos.

Tipos de Métodos

Segundo Gil (2009:26), muitos pensadores do passado manifestaram a aspiração de definir


um método universal aplicável a todos os ramos do conhecimento. Hoje, porém, os cientistas
e os filósofos da ciência preferem falar numa diversidade de métodos, que são determinados
pelo tipo de objecto a investigar e pela classe de proposições a descobrir. Assim, pode-se
afirmar que a Matemática não tem o mesmo método da Física, e que esta não tem o mesmo
método da Astronomia. E com relação às ciências sociais, pode-se mesmo dizer que dispõem
de grande variedade de métodos. Considerando-se esse grande número de métodos, torna-se
conveniente classificá-los. Vários sistemas de classificação podem ser adotados. Para os fins
pretendidos neste trabalho, os métodos são classificados em dois grandes grupos:

 O que proporcionam as bases lógicas da investigação científica;


 E o que esclarecem acerca dos procedimentos técnicos que poderão ser utilizados ou
ainda segundo Marconi e Lakatos métodos específicos das ciências sociais.
Métodos que proporcionam as bases lógicas da investigação

Estes métodos esclarecem acerca dos procedimentos lógicos que deverão ser seguidos no
processo de investigação científica dos factos da natureza e da sociedade. dedutivo, dialético e
fenomenológico. Cada um deles vincula-se a uma das correntes filosóficas que se propõem a
explicar como se processa o conhecimento da realidade. O método dedutivo relaciona-se ao
racionalismo, o indutivo ao empirismo, o hipotético-dedutivo ao neopositivismo, o dialético
ao materialismo dialético e o fenomenológico, naturalmente, à fenomenologia. A adoção de
um ou outro método depende de muitos fatores: da natureza do: objeto que se pretende
pesquisar, dos recursos materiais disponíveis, do nível de abrangência do estudo e sobretudo
da inspiração filosófica do pesquisador (GIL, 2009:26).

Método dedutivo

O método dedutivo é o método que parte do geral e, a seguir, desce ao particular. Parte de
princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de
maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica. E o método proposto
pelos racionalistas (Descartes, Spinoza, Leibniz), segundo os quais só a razão é capaz de levar
ao conhecimento verdadeiro, que decorre de princípios a priori evidentes e irrecusáveis. Nas
ciências sociais, o uso desse método é bem mais restrito, em virtude da dificuldade para se
obter argumentos gerais, cuja veracidade não possa ser colocada em dúvida (GIL, 2009:27).

Método indutivo

O método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte do particular e coloca a


generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares. De
acordo com o raciocínio indutivo, a generalização não deve ser buscada aprioristicamente,
mas constatada a partir da observação de casos concretos suficientemente confirmadores
dessa realidade. Constitui o método proposto pelos empiristas (Bacon, Hobbes, Locke,
Hume), para os quais o conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência, sem
levar em consideração princípios preestabelecidos (Idem).

Na perspectiva de MARCONI & LAKATOS (2002:87), a indução realiza-se em três etapas


(fases):

 Observação dos fenômenos: nessa etapa observamos os fatos ou fenômenos e os


analisamos, com a finalidade de descobrir as causas de sua manifestação;
 Descoberta da relação entre eles: na segunda etapa procuramos por intermédio da
comparação, aproximar os fatos ou fenômenos, com a finalidade de descobrir a
relação constante existente entre eles;
 Generalização da relação: nessa última etapa generalizamos a relação encontrada na
precedente, entre os fenômenos e fatos semelhantes, muitos dos quais ainda não
observamos (e muitos inclusive inobserváveis).

Método hipotético-dedutivo

O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper a partir de críticas à indução,
expressas em A lógica da investigação científica, obra publicada pela primeira vez em 1935.
A indução, no entender de Popper, não se justifica, pois o salto indutivo de "alguns" para
"todos" exigiria que a observação de factos isolados atingisse o infinito, o que nunca poderia
ocorrer, por maior que fosse a quantidade de factos observados.

Método dialético

A concepção hegeliana de dialética é de natureza idealista, ou seja, admite a hegemonia das


ideias sobre a matéria. Essa concepção foi criticada por Karl Marx e Friedrich Engels, que
"viraram a dialética de cabeça para baixo" e apresentaram-na em bases materialistas, ou seja,
admitindo a hegemonia da matéria em relação às ideias. O materialismo dialético pode, pois,
ser entendido com um método de interpretação da realidade, que se fundamenta em três
grandes princípios (GIL, 2009:31).

O materialismo dialético pode, pois, ser entendido com um método de interpretação da


realidade, que se fundamenta em três grandes princípios:

 A unidade dos opostos. Todos os objetos e fenômenos apresentam aspectos


contraditórios, que são organicamente unidos e constituem a indissolúvel unidade dos
opostos. Os opostos não se apresentam simplesmente lado a lado, mas num estado
constante de luta entre si. A luta dos opostos constitui a fonte do desenvolvimento da
realidade;
 Quantidade e qualidade. Quantidade e qualidade são características imanentes a todos
os objetos e fenômenos e estão inter-relacionados. No processo de desenvolvimento,
as mudanças quantitativas graduais geram mudanças qualitativas e essa transformação
opera-se por saltos;
 Negação da negação. A mudança nega o que é mudado e o resultado, por sua vez, é
negado, mas esta segunda negação conduz a um desenvolvimento e não a um retorno
ao que era antes (Idem)..

Métodos Específicos das ciências socias

Segundos LAKATOS & MARCONI (2002:106), os métodos de procedimento seriam etapas


mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral
dos fenômenos e menos abstratas, pelo uso mais abrangente, se erigiram em métodos.
Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitados a um domínio
particular. São os que veremos a seguir, na área restrita das ciências sociais, em que
geralmente são utilizados vários concomitantemente.

Métodos qualitativos

Segundo SANTO (2015:27), os métodos qualitativos em ciências sociais são compostos


essencialmente pelas técnicas da observação participante e da entrevista ou seja, os métodos
qualitativos na área das ciências sociais são direcionados para procedimentos centrados na
investigação em profundidade, conduzida de acordo com procedimentos regulares, repetidos e
levados a cabo, sobretudo em períodos mais centrados no médio e longo prazos.

Observação participante

A técnica de observação participante compreende a integração do investigador no grupo de


observação durante um período variável que pode ir de alguns meses a alguns anos. Neste
âmbito a posição do investigador face ao grupo, do ponto de vista da sua relacao com este
introduz condicionantes na investigação. Em termos gerais a observação participante implica
que o investigador, além de observar o grupo também participe nas suas actividades que
conviva e consiga integrar-se na comunidade ou grupo de análise. A técnica implica ainda que
o investigador procure e consiga estabelecer relações ou laços com os indivíduos da
comunidade, fazendo-o da forma mais natural possível, procurando também que tal não afecte
o curso normal de vivência desta comunidade (SANTO, 2015:31).

Entrevistas
Na entrevista a colocação de perguntas, abertas ao inquirido deve corresponder a objetivos
específicos de investigação, normalmente, já amadurecidos pelo investigador com trabalho
prévio de investigação teórico, pelo menos e prática se possível no sentido da familiarização
com o objecto de estudo. Na técnica da entrevista e no caso mais corrente de colocação de
perguntas abertas, os entrevistados têm liberdade de responder as perguntas colocadas tao
longamente quanto considerem necessário. Desta forma a técnica de entrevista permite que os
indivíduos possam falar livremente e oferecer a sua interpretação dos acontecimentos
(SANTO, 2015:32-33).

Métodos quantitativos: análises de conteúdo

A analise de conteúdo é uma técnica que visa a sistematização de informação, de acordo com
a aplicação de processos de codificação, categorização e inferência permitido um alcance
analítico de natureza quantitativa consoante os objetivos e técnicas de análises. A técnica da
análise dos conteúdos desencadeou curiosidade científica pela área do jornalismo e respeito
da comunidade científica pela mesma, comprovados pelo interesse renovado da investigação
sobre a área num período curto pelos contributos que se lhe dedicaram (SANTO, 2015:68).

Método histórico

O método histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do


passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje, pois as instituições alcançaram
sua forma atual através de alterações de suas partes componentes, ao longo do tempo,
influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época. Seu estudo, para urna melhor
compreensão do papel que actualmente desempenham na sociedade, deve remontar aos
períodos de sua formação e de suas modificações (LAKATOS & MARCONI 2002:106).

Método Comparativo

O método comparativo é usado tanto para comparações de grupos no presente, no passado, ou


entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes
estágios de desenvolvimento. É empregado em estudos de largo alcance (desenvolvimento da
sociedade capitalista) e de setores concretos (comparação de tipos específicos de eleições),
assim corno para estudos qualitativos (diferentes formas de governo) e quantitativos (taxa de
escolarização de países desenvolvidos e subdesenvolvidos) (LAKATOS & MARCONI
2002:107).
Método Monográfico

Partindo do princípio de que qualquer caso que se estude em profundidade pode ser
considerado representativo de muitos outros ou até de todos os casos semelhantes, o método
monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições,
instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações. A
investigação deve examinar o tema escolhido, observando todos os fatores que o
influenciaram e analisando-o em todos os seus aspectos (LAKATOS & MARCONI
2002:108).

Em seu início, o método consistia no exame de aspectos particulares, como, por exemplo, o
orçamento familiar, as características de profissões ou de indústrias domiciliares, o custo de
vida etc. Entretanto, o estudo monográfico pode, também, em vez de se concentrar em um
aspecto, abranger o conjunto das atividades de um grupo social particular, como no exemplo
das cooperativas e do grupo indígena. A vantagem do método consiste em respeitar a
"totalidade solidária" dos grupos, ao estudar, em primeiro lugar, a vida do grupo na sua
unidade concreta, evitando, portanto, a prematura dissociação de seus elementos. São
exemplos desse tipo de estudo as monografias regionais, as rurais, as de aldeia e, até, as
urbanas (Idem).

Método Estatístico

Os processos estatísticos permitem obter, de conjuntos complexos, representações simples e


constatar se essas verificações simplificadas têm relações entre si. Assim, o método estatístico
significa redução de fenômenos sociológicos, políticos, econômicos etc. a termos
quantitativos e a manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos fenômenos
entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado. O papel do
método estatístico é, antes de tudo, fornecer uma descrição quantitativa da sociedade,
considerada como um todo organizado (Idem).

Método observacional

O método observacional é um dos mais utilizados nas ciências sociais e apresenta alguns
aspectos curiosos. Por outro lado, pode ser considerado como o mais primitivo, e
consequentemente o mais impreciso. Mas, por outro lado, pode ser tido como um dos mais
modernos, visto ser o que possibilita o mais elevado grau de precisão nas ciências sociais.
Tanto é que em Psicologia os procedimentos de observação são frequentemente estudados
como próximos aos procedimentos experimentais. Nestes casos, o método observacional
difere do experimental em apenas um aspecto: nos experimentos o cientista toma providências
para que alguma coisa ocorra, a fim de observar o que se segue, ao passo que no estudo por
observação apenas observa algo que acontece ou já aconteceu. Há investigações em ciências
sociais que se valem exclusivamente do método observacional (GIL, 2009:34).

Tipos de pesquisa

Cada pesquisa social, naturalmente, tem um objetivo específico. Contudo, é possível agrupar
as mais diversas pesquisas em certo número de grupamentos amplos. Classificam as pesquisas
em três grupos: estudos exploratórios, estudos descritivos e estudos que verificam hipóteses
causais. Esta última é a classificação mais adotada na atualidade e também o será aqui, com
uma pequena alteração de nomenclatura: as pesquisas do último grupo serão denominadas
explicativas (GIL, 2009:43).

Pesquisas exploratórias

As pesquisas exploratórias têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar


conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses
pesquisáveis para estudos posteriores. De todos os tipos de pesquisa, estas são as que
apresentam menor rigidez no planeamento. Habitualmente envolvem levantamento
bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso. Procedimentos de
amostragem e técnicas quantitativas de coleta de dados não são costumeiramente aplicados
nestas pesquisas. Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar
visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é
realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre
ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis (idem).

Pesquisas descritivas

As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. São
inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características
mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. Dentre as
pesquisas descritivas salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as características de
um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, nível de renda,
estado de saúde física e mental etc. Outras pesquisas deste tipo são as que se propõem estudar
o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições (GIL,
2009:44).

Pesquisas explicativas

São aquelas pesquisas que têm como preocupação central identificar os fatores que
determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Este é o tipo de pesquisa
que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas.
Por isso mesmo é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta
consideravelmente (Idem).
Conclusão

Conclui que a preocupação em descobrir e explicar a natureza vem desde os mais remotos
tempos da humanidade, que colocava o homem à mercê das forças da natureza e da morte,
enquanto o conhecimento mítico atribuía um caráter sobrenatural. Já o conhecimento religioso
explicava os fenômenos da natureza e o caráter transcendental da morte como se fossem
revelações da divindade. O conhecimento filosófico para captar a essência imutável do real,
partiu para a investigação racional da forma e das leis da natureza.
Referências Bibliográficas

BUNGE, M. Epistemologia: curso de atualização. São Paulo: T. A. Queiroz/EDUSP, 1980.

CERVO, A.L. e BERVIAN, P.A. Metodologia Científica: para uso dos estudantes

Universitários. 3ª Edição. São Paulo: McGraw Hill do Brasil, 1983.

Gil, A. C.. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo, Atlas, 2009.

LAKATOS, E. M. e MARCONI, M. A. Metodologia Científica. 2ª Edição. S. Paulo: Ed.

Atlas, 1998.

MARCONI, M. De A. & LAKATOS, E. M.. Fundamentos de Metodologia Científica. 6ª Ed.,


São Paulo. Atlas. 2002.
SANTO, Paula. Introdução a metodologia da Ciências Socias: Génese, Fundamentos e
Problemas. 2ª Edição. Lisboa. 2015.

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