Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo:
A problemática ambiental vem causando imensos transtornos para a natureza e
principalmente para a vida humana, através da crescente crise climática ambiental. Os países
estão aumentando a sua escala de preocupação, pois a devastação vem crescendo desde a
escala local até a global. Além do mais, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou
2021 até 2030 a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, ou
popularmente denominada “Década dos Oceanos”. Durante séculos, os oceanos ocupam
papel central na vida humana. A degradação começa, sobretudo, em pequenas atitudes
cotidianas do nossas: no plástico descartável que consumimos, no lixo que não reciclamos. O
oceano será a bola da vez, e não apenas por um ano, mas por uma década a fim de tornar de
vez um tema comum a todos, independentemente de se morar no litoral. A educação é o
processo de transformação a partir do qual os indivíduos são capazes de atuar observando e
cumprindo seus deveres de não degradar e não desperdiçar os recursos ambientais hídricos ao
seu redor, como o oceano Portanto, as Metas do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável
(ODS) 4, 13 e 14 serão balizadas e atreladas ao tema gerador oceano possibilitando na região
a disseminação da temática e a mitigação climática e o desenvolvimento local, social,
produtivo área costeira que vive desse ecossistema.
1. Introdução
Hoje estamos completamente integrados aos estudos e debate sobre as alterações
climáticas globais, de conservação da biodiversidade e preservação da própria vida no
planeta. Se fôssemos fiéis à nossa natureza, o planeta deveria se chamar oceano e não Terra.
Afinal, 71% da sua superfície é recoberta por água, 97% dela encontrada nos mares, na sua
versão salgada, pois apenas 3% de toda água do planeta é doce e está presente nos rios, lagos,
aquíferos ou em geleiras (NASTARI, 2021).
São muitas ações cotidianas que sem percebermos estamos afetando diretamente os
mares e oceanos, como mostram vários estudos, entretanto chegou a década para a ciência
poder virar o jogo. Já que, diariamente são eliminados gases pelo escapamento dos nossos
carros, naquilo que comemos e consumimos se torna uma lista interminável, que muito se
torna em microplásticos que contaminam cadeias de peixes nas costas dos oceanos, como
constatado na costa paraense (MARTINELLI FILHO, MONTEIRO, 2021).
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CRISE CLIMÁTICA:
UMA ABORDAGEM EMERGENTE PARA A TRANSIÇÃO
ECOSSOCIAL
Seria uma espécie de cooperação global para a sociedade em geral sobre o tema, já
que pela primeira vez o oceano ganhou importância e a sua preservação e o contrário
prejudica a todos. Temos uma década para mitigar o que a anos foi de danos.
A política educacional brasileira, nos últimos anos, tem sido palco de diversas
discussões que buscam superar as lacunas identificadas nas formas tradicionais de ensino e
que não atendem a heterogeneidade dos alunos e nem as demandas da educação no atual
contexto. Apesar do amplo discurso de mudança, para Martins (2010) ainda é alarmante o
1
O projeto estudou as cadeias de valor da pesca artesanal de camarão e caranguejo na costa
amazônica do Brasil no contexto social, econômico e produtivo.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CRISE CLIMÁTICA:
UMA ABORDAGEM EMERGENTE PARA A TRANSIÇÃO
ECOSSOCIAL
estado da educação no Brasil, uma vez que erros e acertos tem feito com que o país
permaneça estacionado numa situação preocupante com relação aos níveis de aprendizado
escolar. Assim umas das formas de mitigar e disseminar a ODS 14 seria através da educação.
Além disso, a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei N° 9795/99) prevê, em seu
artigo segundo que a educação ambiental é um componente essencial e permanente da
educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal. Portanto, podendo ser
elaborada e executada no ambiente escolar e externo a ele, ou seja, na comunidade.
Segundo Moraes (1999), o litoral brasileiro possui 7.367 km de linha costeira, sem
levarmos em conta as reentrâncias convergentes (baias, rios, lagos) que ampliam
enormemente essa porção para algo em torno de 8.500 km. Por essa e outras razões, o país
abriga uma variedade de ecossistemas integrados a sistemas ambientais e sociais de alta
importância para a complexidade do estudo do oceano e sua mitigação.
A teoria sobre o tema gerador teve origem nas práticas em sala de aula do professor
Paulo Freire. Segundo Costa e Pinheiro (2013) Freire concebeu esta teoria metodológica para
alfabetizar jovens e adultos em idade atrasadas, ou seja, distorção idade ano, cujo a temática
tinha como ponto de partida o conhecimento da realidade social dos mesmos, ou seja, trazer
para dentro do contexto escolar a complexidade de realidades e fatores que os discentes
vivenciavam no cotidiano, como por exemplo, as atividades agrícolas exercidas.
Delizoicov (1991) propõe a aplicação do tema gerador através dos três momentos
pedagógicos:
inicial coletar informações dos conhecimentos prévios dos alunos, para que a partir daí se
identifique situações significativas e se possa problematizar o tema gerador.
Para (Pazoto; et al, 2021) a imensidão azul (oceano), no entanto, fez pagar um alto
preço, porque se associou comum a vasta população de resiliência que se achou infinita, que
se achou capaz de resistir a tudo. Como se a capacidade de recursos fossem ilimitados. Assim
essa visão de infinidade seja ainda muito comum, hoje é crescente a noção de que, apesar de
sua resiliência, o oceano já dá sinais de que não é capaz de suportar todas as agressões
resultantes de atividades humanas.
Segundo Turra (2021) a Cultura Oceânica foi criada nos Estados Unidos, o
movimento se expandiu pela Europa, Irlanda e veio para o Brasil e outros países, sendo
facilitado pela Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura. Procurando compreender o sistema que se deseja preservar e entender, os porquês
dessa preservação e seu uso sustentável, a cultura oceânica conta com sete princípios
essenciais. Cada princípio se torna importante, pois possui relação com a vida no planeta e
sua relação com o ser humano em suas atividades cotidianas, as quais são mutáveis, sendo
assim, agindo diretamente nos ecossistemas oceânicos.
Turra (2021) lembra que a base nacional curricular comum (BNCC) não traz uma
ênfase ao oceano para que se tenha claramente os temas oceânicos sendo utilizados no
currículo. É necessário gerar material que ampare os educadores, para que eles possam
utilizar exemplos para trabalhar temas dos mais variados. Ele ainda lembra, um dos trabalhos
que buscam disseminar esse cuidado é feito a partir da cultura oceânica. Originada nos
Estados Unidos, também conhecida como alfabetização oceânica, literacia oceânica e
mentalidade marítima.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CRISE CLIMÁTICA:
UMA ABORDAGEM EMERGENTE PARA A TRANSIÇÃO
ECOSSOCIAL
2. Objetivos
2.1 Objetivo geral
Implantar a cultura oceânica e o efeito climático, por meio do tema gerador aqui
proposto, oceano. Para atingir o objetivo, serão criados materiais didáticos sobre a
importância da conservação dos oceanos, atrelando ao clima e a didática pedagógica, com
caráter regional da costa oceânica do nordeste paraense.
Construindo esse movimento global de cultura oceânica, instalando as metas da
década do oceano (2021-2030), aproveitando a disseminação do kit pedagógico da cultura
oceânica da UNESCO e utilizando como base para a elaboração de material regional
específico, para a criação de livreto especifico sobre o estuário costeiro do nordeste paraense.
3. Metodologia
Para (Earle, 2017) a despeito da falta de atenção ou interesse que o oceano desperta
no nosso cotidiano, ele é fundamental para as nossas vidas. É só pensar no que aconteceria se
ele desaparecesse. Primeiro de tudo, podemos imaginar uma grande mudança da paisagem
que predomina na Terra, que se tornaria bem semelhante à de Marte, ou seja, um mundo
marrom, com montanhas, longas planícies e depressões profundas. Sem o oceano
perderíamos grande parte da biodiversidade do planeta.
Para Gouve et al. (2015), essas discussões surgem da preocupação ambiental atrelado
a fatores de escassez, degradação e desperdício, além de englobar, aspectos de cunho cultural,
social, político e econômico. Nesse sentido é necessário desenvolver uma consciência
ambiental sobre o oceano, com valores, hábitos e atitudes, que reflitam no compromisso de
sua proteção responsável.
Quanto à sua natureza, classifica-se a pesquisa como aplicada. Em virtude de, a partir
deste estudo, busca-se reflexões acerca das questões ambientais do oceano do ponto vista do
aluno e do professor, bem como, criar recursos (livreto) que auxiliem na melhoria da prática
docente possibilitando uma aprendizagem significativa para os educandos. Segundo Silveira
e Córdova (2009) a pesquisa aplicada “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática
dirigido à solução de problemas específicos”
O estudo de caso seria o método utilizado para a busca dos procedimentos quanto as
respostas da pesquisa, já que para Fonseca (2002) ele é definido com um único indivíduo, um
grupo, ou uma instituição, por exemplo a escola. Nesta tipologia de pesquisa busca-se
compreender como é o mundo do ponto de vista dos participantes (FONSECA, 2002, p.33).
Para André (2005) o estudo de caso possui potencial de contribuir com a análise de
problemas no campo educacional, porque permite ao investigado descobrir, expandir ou
confirmar o que já sabia.
Para Goldember (2012), as abordagens qualitativas de pesquisa se fundamentam numa
perspectiva que valoriza o papel ativo do sujeito no processo de produção de conhecimento e
que concebe a realidade como uma construção social.
A pesquisa qualitativa é necessária pois iremos verificar a dimensão ambiental dos
alunos relativo ao oceano e sua preservação. Para tanto, todo processo de investigação
começa com uma fase exploratória onde o pesquisador deve reunir o maior número de
informações possíveis com o fim de delimitar com maior precisão seu objeto de pesquisa, as
fontes de coleta de dados, as formas de análise dos resultados, enfim, o percurso
metodológico como um todo.
Segundo Souza e Kerbauy (2017) a pesquisa qualitativa se pauta em interpretações
das realidades sociais, como seus hábitos, atitudes e opiniões. Assumindo-se as
particularidades de cada método de pesquisa, para as autoras, ambos se complementam e são
necessárias para compressão mais completa da realidade investigada.
5. Considerações finais
A educação é o processo de transformação a partir do qual os indivíduos são capazes
de atuar observando e cumprindo seus deveres de não degradar e não desperdiçar os recursos
ambientais hídricos ao seu redor, como o oceano.
O oceano é somente um, mas o estado de desenvolvimento dos países é muito
diferente e as agressões diferem de um país para o outro, para isso temos que ter políticas
públicas educacionais mais efetivas para disseminar as ODS 4, 13 e 14 de forma mais ampla
para mitigar as ações inadequadas aos mares e oceanos e ao clima, indo de encontro as sub
metas das campanha.
Referências
ANDRÉ, M. E. D. A. Estudo de caso em pesquisa e avaliação educacional. Brasília:
Editora Liber Livros, 2008.
Cultura oceânica precisa entrar na escola, revista Educação, São Paulo, edicão 281, 23 de
novembro de 2021.
DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. 3 ed. São Paulo/SP: Gaia, 1994.
Earle, S A (2017). A Terra é azul: Por que o destino dos oceanos e o nosso é um só? São
Paulo. SESI-SP Editora. 320p.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 54. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013. 253 p.
REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2010. 93 p.
TURRA, A. . O oceano entre a cruz e a espada. Scientific American Brasil, São Paulo, , v.
212, p. 25 - 25, 01 out. 2020.
Agradecimentos