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1. Introdução
Hoje estamos completamente integrados aos estudos e debate sobre as
alterações climáticas globais, de conservação da biodiversidade e preservação da
própria vida no planeta. Se fôssemos fiéis à nossa natureza, o planeta deveria se
chamar oceano e não Terra. Afinal, 71% da sua superfície é recoberta por água, 97%
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Lic. e Bach. em Geografia, professor de Geo. da rede municipal de ensino no Pará, esp. em história
agrária na Amazônia e dis. do Mestrado em Ciências Ambientais da UFPA.
dela encontrada nos mares, na sua versão salgada, pois apenas 3% de toda água do
planeta é doce e está presente nos rios, lagos, aquíferos ou em geleiras (NASTARI,
2021).
São muitas ações cotidianas que sem percebermos estamos afetando
diretamente os mares e oceanos, como mostram vários estudos, entretanto chegou à
década para a ciência poder virar o jogo. Já que, diariamente são eliminados gases
pelo escapamento dos nossos carros, naquilo que comemos e consumimos se torna
uma lista interminável, que muito se torna em microplásticos que contaminam
cadeias de peixes nas costas dos oceanos, como constatado na costa paraense
(MARTINELLI FILHO, MONTEIRO, 2021).
O Projeto de Pesca Sustentável da Costa Amazônica (PeSCA)2 demostra que a
situação dos recursos pesqueiros no Brasil através de dados, ainda que, no âmbito da
décima Conferência das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP 10) ele
tenha se comprometido a conservar, até 2020 10% das suas áreas marinhas e
costeiras, entre 2010 e 2014 nenhuma Área de Monitoramento Permanente (AMP)
da costa oceânica foi criada.
Portanto, as Metas e submetas do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável
(ODS) 14, ficam comprometidas e desequilibradas ecológica, biológica e
climaticamente de forma local e global. Este Objetivo foi intitulado conservação e
uso Sustentável dos Oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o
desenvolvimento sustentável, da organização das Nações Unidas para Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO, 2017).
Entretanto, as metas não foram feitas para serem disseminadas e executadas
de forma separadas, assim neste trabalho atrelaremos o objetivo 4, intitulada
educação de qualidade, já que irei executar a temática na sala de aula e em
consequência o Objetivo 13: Ação contra a mudança global climática, já que os
oceanos e mares, assim as áreas litorâneas e costeiras sofrem com o degelo e o
aquecimento global.
A Área Costeira Amazônica prolonga-se por mais de 1,5 mil km de extensão
passando pelos Estados do Amapá, do Pará e do Maranhão. E é formada por
sedimentos recentes com o predomínio de restingas, lagunas e mangues. A Costa
Amazônica é marcada pela foz do Rio Amazonas, com canais, pequenos lagos,
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O projeto estudou as cadeias de valor da pesca artesanal de camarão e caranguejo na costa
amazônica do Brasil no contexto social, econômico e produtivo.
manguezais e ilhas, entre elas a Ilha de Marajó (SOUZA-FILHO, 2005). Trata-se de
uma região de rica biodiversidade costeira e marinha, que abriga a maior extensão
contínua de manguezais do planeta e espécies de fauna e flora ameaçadas de
extinção, com grandes bacias sedimentares (PRATES; GONÇALVES; ROSA, 2012).
A política educacional brasileira, nos últimos anos, tem sido palco de diversas
discussões que buscam superar as lacunas identificadas nas formas tradicionais de
ensino e que não atendem a heterogeneidade dos alunos e nem as demandas da
educação no atual contexto. Apesar do amplo discurso de mudança, para Martins
(2010) ainda é alarmante o estado da educação no Brasil, uma vez que erros e acertos
têm feito com que o país permaneça numa situação preocupante com relação aos
níveis de aprendizado escolar.
Além disso, a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei N° 9795/99) prevê, em
seu artigo segundo que a educação ambiental é um componente essencial e
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em
todos os níveis do processo educativo, em caráter formal e não formal. Portanto,
podendo ser elaborada e executada no ambiente escolar e externo a ele, ou seja, na
comunidade.
A teoria sobre o tema gerador teve origem nas práticas em sala de aula do
professor Paulo Freire. Segundo Costa e Pinheiro (2013) Freire concebeu esta teoria
metodológica para alfabetizar jovens e adultos em idade atrasadas, ou seja, distorção
idade ano, cujo a temática tinha como ponto de partida o conhecimento da realidade
social.
Segundo Turra (2021) a Cultura Oceânica foi criada nos Estados Unidos, o
movimento se expandiu pela Europa, Irlanda e veio para o Brasil e outros países,
sendo facilitado pela Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura. Procurando compreender o sistema que se deseja preservar e
entender, os porquês dessa preservação e seu uso sustentável, a cultura oceânica
conta com sete princípios essenciais.
Turra (2021) lembra que a base nacional curricular comum (BNCC) não traz
uma ênfase ao oceano para que se tenha claramente os temas oceânicos sendo
utilizados no currículo. É necessário gerar material que ampare os educadores, para
que eles possam utilizar exemplos para trabalhar temas dos mais variados. Ele ainda
lembra, um dos trabalhos que buscam disseminar esse cuidado é feito a partir da
cultura oceânica.
Para TURRA; et al (2021) um oceano limpo, previsível, seguro, transparente e
inspirador e envolvente precisa de uma ciência interdisciplinar e de pessoas
verdadeiramente engajadas.
De acordo com Dumpe Junior (2016) o documento “Transformando Nosso
Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, nos mostra as
seguintes diretrizes:
2. Objetivos
5. Considerações finais
Referências
Earle, S A (2017). A Terra é azul: Por que o destino dos oceanos e o nosso é um só?
São Paulo. SESI-SP Editora. 320p.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 54. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
253 p.