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ARTIGO Terræ

O Parque Floresta Fóssil do Rio Poti como ferramenta


para o ensino de Paleontologia e Educação Ambiental

Renata Larissa Sales Quaresma1, Juan Carlos Cisneros2

1-Curso de Ciências Biológicas Universidade Federal do Piauí, Teresina - quaresmarls@outlook.com


2-Centro de Ciências da Natureza Universidade Federal do Piauí, Teresina juan.cisneros@ufpi.edu.br

Manuscrito: Abstract: Palaeontology allows us to reflect about extinction episodes both in the past
Recebido: 23/10/2014 and in the present. The city of Teresina hosts an important palaeontological site, the
Corrigido: 16/06/2015 Poti River Fossil Forest Park, located within the urban area. This site exposes the Pedra
Aceito: 30/07/2015 de Fogo Formation, which belongs to the Permian period of the Palaeozoic Era (ca.
278 Ma). In this study we have explored the knowledge of a group of middle school
Citation:Quaresma R.L.S., Cisneros J.C. students from Teresina regarding the Poti River Fossil Forest Park, and also aimed
2013. O Parque Floresta Fóssil do Rio Poti to know their impressions after a direct contact with this site. The results show the
como ferramenta para o ensino de pale-
necessity of more palaeontology content and awareness of the local heritage in the
ontologia e educação ambiental. Terræ,
10(1-2):47-55. <http://www.ige.unicamp. school. This park suffers from negligence from local authorities, which is reflected
br/terrae/>. in problems such as trash and absence of security. The park, however, has a great
potential to support the teaching of palaeontology and environmental education. Due
Keywords: Poti River Fossil Forest Park, en- to the uniqueness of its heritage, the use of the Poti River Fossil Forest Park in school
vironmental education, palaeontology, Piauí activities helps to rise the community identity.

Introdução que o saber ultrapasse o ambiente escolar e alcance


A educação ambiental consiste em um conjunto a comunidade gerando uma mudança de compor-
de ações na busca de uma nova sociedade, partindo da tamento. Quadros (2007) esclarece que a educação
constituição de valores, de forma a mudar as atitudes ambiental não é apenas uma prática estritamente des-
em relação ao meio (Alves e Colesanti 2006). Para tinada para a aquisição de conhecimentos científicos,
possibilitar a formação de cidadãos que tenham práti- mas, primeiramente, objetiva ampliar os horizontes
cas que respeitem o meio ambiente é necessário que da consciência ingênua e compartimentalizada para a
a escola introduza a educação ambiental no ensino realidade que encontramos à nossa volta. Dessa for-
como instrumento de orientação e formação cidadã. ma, os problemas ambientais devem ser conhecidos
Nesse contexto é de grande relevância a atuação da pela sociedade, assim como também o papel do cida-
escola no que diz respeito à problemática ambiental. dão deve ser esclarecido, para que possa saber atuar de
Conforme Lucatto e Talomoni (2007), é de grande forma que ajude a minimizar tais impactos. A busca
importância o papel da escola em sistematizar e socia- de uma nova postura frente as questões ambientais
lizar o conhecimento para que os cidadãos estejam é um desafio. Devido a isso, a construção de valores
informados, podendo atuar de forma consciente e ambientais deve ser iniciada desde o ensino infantil.
buscar soluções para as questões ambientais. Com a É importante que a escola incentive iniciativas que
formação de indivíduos críticos e convictos da impor- colaborem para que as gerações futuras sejam com-
tância da preservação e também do seu papel como promissadas com a sociedade e sua sustentabilidade.
cidadãos, será possível fomentar um posicionamento Considerando a educação ambiental como um indis-
que possa colaborar com o meio ambiente. pensável fator para a preservação de nossas riquezas
A educação ambiental na escola constrói conheci- naturais, é importante que tais sejam conhecidas e
mentos significativos e ações participativas, de forma valorizadas. A busca pelo conhecimento tornou-se

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uma necessidade, dessa forma o professor tem um recobre os estados do Maranhão, Piauí e parte dos
papel importante nesse desenvolvimento, visando estados de Tocantins, Pará e Ceará (Santos e Carva-
a mudança de valores, atitudes e comportamentos lho 2004). Essa bacia compreende rochas do período
sociais. Siluriano ao Triássico (438-205 milhões de anos). O
A conservação dos elementos do patrimônio Período Permiano está representado pelas formações
natural é uma prática de grande valor cientifico, geológicas Pedra de Fogo e Motuca (Dias-Brito et al.
sendo necessário conhecer e entender todos os seus 2007). Nos estratos dos períodos Carbonífero (For-
significados, já que, uma vez modificados, removi- mação Poti) e Permiano está inserida a paleoflora,
dos ou destruídos, quase sempre sofrerão mudanças destacando-se o último, onde podem ser encontra-
irreversíveis. O patrimônio natural é composto por dos abundantes troncos, alguns em posição de vida
elementos bióticos, que integram a biodiversidade, (Santos e Carvalho 2004). Em Filadélfia, no estado
e elementos abióticos, que compõem a geodiversi- do Tocantins, existe a Floresta Petrificada do Tocan-
dade. A conservação dos elementos de destaque da tins Setentrional, onde são encontrados fragmentos
geodiversidade é denominada “geoconservação” ( de caules rolados em excepcional preservação, sendo
Pereira 2010). Para considerar a necessidade de con- a maior parte do grupo das pteridófitas (Dias-Brito
servação da geodiversidade há que se refletir sobre et al. 2007). No estado do Piauí pode-se destacar o
a sua relevância, sendo que seu valor é inestimável, município de Altos, localizado na microrregião de
por ser um recurso não renovável. O Brasil é muito Teresina, onde são encontradas concentrações de
rico, tratando-se de geodiversidade, contendo teste- troncos gimnospérmicos de grandes dimensões,
munhos de praticamente toda a história geológica alguns chegando a 1,80 m de diâmetro (Conceição
do planeta, em várias regiões brasileiras. O relevo se 2012).
destaca, proporcionando paisagens de grande beleza Uma ocorrência fossilífera bastante relevante é
cênica formadas por chapadas, serras, picos, morros a do Parque Floresta Fóssil do Rio Poti, em Teresina
e cachoeiras, cujos melhores exemplos são: Chapa- (Fig. 1). A presença de troncos fósseis em Teresina
da Diamantina (BA), Chapada dos Veadeiros (GO), foi, primeiramente, notada por Lisboa (1914). Os
Chapada dos Guimarães (MT), Serra da Capivara troncos inserem-se no pacote rochoso denominado
(PI), Sete Cidades (PI), Pão de Açúcar (RJ), Pedra Formação Pedra de Fogo (Santos e Carvalho 2004).
da Gávea (RJ), Cataratas do Iguaçu (PR), Picos vul- A principal característica do sítio é que alguns troncos
cânicos do Cabugi (RN) e de Nova Iguaçu (RJ), se apresentam em posição de vida (vertical), carac-
Serra da Mantiqueira (MG-RJ-SP), Aparados da terística que é confirmada por Caldas et al. (1989),
Serra (RS e SC), dentre muitos outros (Nascimento ou seja, não foram carregados para a área analisada,
et al. 2008). A generalização do conceito de geodi- nasceram e viveram no local exato de fossilização
versidade e a compreensão dos fósseis como um dos (Fig. 2). A Floresta Fóssil do Rio Poti é também o
seus elementos fundamentais interligaram a geologia único sítio paleontológico localizado dentro de uma
e a biologia, de forma que se tornou indispensável capital (Fig. 3), sendo comparável, pelo seu contexto
que para se conhecer e entender a biodiversidade urbano, ao sítio paleontológico de Rancho La Brea,
do presente, se desenvolva o estudo da geologia e se no centro de Los Angeles, EUA (Harres 1985). Os
compreenda a biodiversidade do passado
por meio do estudo dos fósseis, os quais se
tornaram motivadores da geoconservação.
A paleontologia investiga os seres vivos que
existiram em outros períodos geológicos,
proporcionando uma compreensão sobre
evolução e extinção dos seres vivos, graças
aos fósseis registrados nas rochas do nosso
planeta (Sobral e Zucon 2010).
A Bacia Sedimentar do Parnaíba, tam-
bém conhecida pelos nomes de Bacia do
Maranhão e Bacia do Meio Norte, que pos-
sui uma ampla extensão, localiza-se, princi-
palmente, na região Nordeste, abrangendo
uma área com cerca de 600.000km2 e que Figura 1. Mapa de localização da Floresta Fóssil de Teresina.

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volvimento cultural.
O IPHAN tem a responsabilidade de assegurar
a preservação dos bens culturais e ambientais de um
povo, e o tombamento através do Decreto-Lei nº
25, de 30 de novembro de 1937 (Brasil 1937), que
garante o comprometimento do governo federal com
a proteção. O DNPM (Departamento Nacional de
Produção Mineral) também tem o comprometi-
mento na fiscalização quanto ao registro de todas as
solicitações e comunicações, sendo que para extração
(coleta) de fósseis tem que ser solicitado a autoriza ç
ão do DNPM, mediante requerimento dirigido ao
diretor-geral do órgão, segundo o Decreto-lei nº 25
de 30 de novembro de 1937 e o Decreto-Lei nº 4146,
de março de 1942 (BRASIL 1942), referentes à coleta
de fósseis e à proteção de depósitos fossilíferos. Na
esfera estadual, a Lei nº 4.515 (09 de novembro de
1992) dispõe sobre a proteção do Patrimônio Cul-
tural do Estado do Piauí, aqui compreendidos os
bens de qualquer natureza, origem ou procedência,
tais como: históricos, arquitetônicos, ambientais,
Figura 2. Tronco em posição de vida localizado no Parque naturais, paisagísticos, arqueológicos, museológicos,
Floresta Fóssil do Rio do Poti.
etnográficos, arquivísticos, bibliográficos, documen-
fósseis encontrados são de plantas das classes pteri- tais ou quaisquer outros de interesse das demais artes
dófitas e gimnospermas, árvores de grande porte do ou ciências. Os bens tombados, inclusive os do seu
período Permiano. Os táxons vegetais presentes são entorno e os que ainda se sujeitam ao processo de
Psaronius sp. e uma espécie fóssil só conhecida nesse tombamento, serão inspecionados, permanentemen-
sítio, que recebeu o nome Teresinoxylon euzebioi em te, pelo Departamento do Patrimônio Histórico,
homenagem a Teresina (Caldas et al. 1989). Também Artístico e Natural e pela Fundação Cultural do Piauí
foi constatada a presença de estromatólitos, os quais FUNDAC (Scabello et al. 2009).
são estruturas sedimentares de origem orgânica, for- O Estado do Piauí é privilegiado em termos de
madas por atividades de microrganismos bentônicos atrativos naturais, históricos e culturais. Em Teresina
fotossintetizantes em ambientes aquáticos (Santos e encontra-se um grande número de parques ambien-
Carvalho 2004). tais, sendo aproximadamente 26 parques, incluindo
O Parque Municipal da Floresta Fóssil do Rio as reservas florestais. Os parques, em sua maioria,
Poti constitui um acervo paleontológico raro que estão localizados ao longo das margens dos rios na
guarda informações importantes que representam zona urbana da cidade (Sousa 2007). É importante
fontes de pesquisa para estudiosos, por fornecer
dados como a paisagem e o clima que foi modificado
ao longo do tempo no Piauí. É declarado um patri-
mônio da nação, merecendo uma atenção especial de
autoridades e visitantes conscientes da importância
da sua preservação. Assim, as escolas municipais e
estaduais possuem um papel essencial em despertar
o interesse quanto à significância desse patrimônio
e o papel da sociedade em preservá-lo. Soares (2003)
enfatiza que a diversidade deve ser reconhecida e con-
servada, e a melhor forma é por meio da educação.
Aliada à educação ambiental, a educação patrimonial
constrói a ativação da ação preservacionista, criando
ações sociais e educativas para que esse patrimônio se Figura 3. Tronco fóssil em posição horizontal. Ao fundo,
torne uma memória ativa, gerando também desen- prédios do centro de Teresina.
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que exista um estímulo à visitação desses parques como patrimônio da comunidade.
pelos estudantes das instituições de ensino municipal,
estadual, federal, e particular, de todos os níveis do
ensino, com a função de educar para proteger e con-
Metodologia e desenvolvimento da pesquisa
servar o patrimônio natural. É neste cenário que se O trabalho foi aplicado na Escola Santo Afonso
encontra o Parque Floresta Fóssil do Rio Poti, o qual Rodriguez, uma escola filantrópica conveniada com
é uma raridade no Brasil, e no mundo, por apresentar o município e o estado, situada em Teresina-PI , com
troncos em posição de vida, e por encontrar-se em 30 alunos do 3º ano do ensino médio. O desenvol-
um contexto urbano. Assim, a educação voltada para vimento se deu nas seguintes etapas: a confecção de
a proteção desse patrimônio natural deve ser cons- folheto informativo, questionário prévio, palestra,
truída no dia a dia envolvendo população, facilitando visita ao Parque Floresta Fóssil do Poti e questionário
o acesso à informação e elaborando práticas pedagó- final. O trabalho iniciou com uma etapa investigativa,
gicas destinadas à conscientização da sociedade sobre com o propósito de conhecer melhor a realidade e
este importante patrimônio natural. conhecimento de cada aluno, método também usado
Para Martins (2008), a educação tem como uma por Machado et al. (2013). Para levantamento desse
de suas vertentes a construção da consciência de conhecimento prévio em relação aos fósseis em geral
preservação patrimonial, de forma que seja inserida e quanto à Floresta Fóssil do Rio Poti, foi aplicado
no ensino por intermédio de projetos de pesquisa, o seguinte questionário com perguntas objetivas
ensino e extensão. A escola tem grande responsabi- específicas:
lidade no ensino, tratando de estimular a proteção da
memória da identidade da sociedade atual. Com o 1. Você sabe o que são fósseis?
privilégio de Teresina abrigar esse acervo paleontoló- 2. Você já tem conhecimento da presença do Parque
gico, o aluno pode ter contato direto com os fósseis, Floresta Fóssil do Rio Poti em Teresina?
facilitando a absorção e um melhor entendimento
3. Você já visitou o Parque Floresta Fóssil do Rio
de conteúdos abordados referentes à paleontologia,
Poti?
assim como a valorização e o interesse pela preserva-
ção dos seus fósseis. Entre os muitos motivos de se 4. Você sabe por que o Parque Floresta Fóssil do
trabalhar com paleontologia, está o fato de que os seus Rio Poti é importante?
temas despertam o interesse dos alunos em diversos
aspectos, permitindo o conhecimento da evolução Em seguida foram apresentadas, sob forma de
dos seres vivos, bem como da história geológica da palestra aos alunos, mais informações sobre paleon-
Terra (Bezerra 2010). É explícita a necessidade de tologia e suas diversas áreas de estudo, os processos de
recursos didáticos que auxiliem na divulgação da fossilização, a Floresta Fóssil do Rio Poti, sua impor-
paleontologia e estimulem o interesse dos alunos tância e problemas ambientais. Considerando as de
para esta ciência. Cabe aos profissionais da educação ciências na abordagem de assuntos de paleontologia
a procura por ferramentas de ensino inovadoras que nos livros didáticos, a palestra trabalhou os conteú-
incentivem os alunos, neste sentido, esclarecendo a dos de forma abrangente, explorando esta ciência de
evolução biológica, estimulando seu interesse pela forma mais contextualizada. As palestras permitem o
biologia e pela paleontologia e tornando mais dinâmi- aprofundamento de conceitos e informações acerca
co o aprendizado destas ciências (Chaves et al. 2010). da importância do “Turismo Paleontológico” e a
Os objetivos desta pesquisa são: preservação ambiental (Lopes et al. 2006).
(1) Avaliar o conhecimento prévio dos alunos Como ferramenta de apoio no processo educati-
quanto à paleontologia e ao Parque Municipal da vo, foi elaborado um folheto com esclarecimentos e
Floresta Fóssil do Rio Poti; incentivo quanto à preservação da Floresta Fóssil do
(2) Por meio do ensino de paleontologia, desper- Rio Poti. Para a sua confecção foi utilizado o software
tar a reflexão quanto aos episódios de extinção que Corel Draw X5, versão 2003. O mesmo foi dividido
ocorreram e extinções causadas hoje pela ação do ser em um formato de folder de três dobras, formatado
humano no meio ambiente; para folha A4, orientação horizontal (Figs. 4 e 5).
(3) Despertar a comunidade quanto à importân- Posteriormente, os alunos foram levados à mar-
cia da preservação do referido parque municipal, e o gem leste do Parque Floresta Fóssil do Rio Poti,
seu valor como riqueza histórica, cultural e ambien- onde puderam identificar os problemas ambientais
tal, visando a sua proteção e o seu reconhecimento e também tiveram contato com os troncos fósseis.

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quanto a Floresta Fóssil do Rio Poti, foi aplicado o
seguinte questionário final:

1. Você acha que o Parque Floresta Fóssil do Rio


Poti é importante para nossa cidade?
2. Você acha importante a preservação do Parque
Floresta Fóssil Rio Poti?
3. Qual a sua sugestão para a melhoria do Parque
Floresta Fóssil do Rio Poti?
4. Quais são os principais pontos negativos da Flo-
resta Fóssil do Rio Poti em sua opinião?
Figura 4. Folheto “Educar para preservar”, parte externa.
Os alunos foram conduzidos nas trilhas até chegar à 5. Quais os principais pontos positivos da Floresta
Fóssil do Rio Poti em sua opinião?
margem leste do Rio Poti, onde puderam reconhecer
alguns dos troncos fósseis ali presentes (Fig. 6), logo
após eles seguiram para o jardim feito pela prefeitu- Resultados e Discussão
ra, onde puderam tocar os fósseis. Prévio à visita, os
alunos foram orientados a não coletarem os fósseis, Pôde-se observar na visita ao Parque Flores-
dessa forma, nenhum foi removido do lugar onde ta Fóssil do Rio Poti que os alunos se mostraram
estava ou coletado. interessados em procurar fósseis e reconheceram
Os folhetos foram distribuídos aos alunos no alguns dos troncos presentes. Houve dificuldade
sítio paleontológico, foi feita uma roda de leitura, em se aproximar aos fósseis devido à vegetação alta
onde puderam expor suas dúvidas, como forma de presente e ausência de trilhas. Os alunos puderam
contribuir para o melhor aprendizado, favorecendo observar também alguns fósseis que estavam parcial-
um ensino mais dinâmico. O folheto intitulado mente cobertos pela água no leito do rio. No jardim,
“Educar para preservar” apresentou o conhecimen- o grupo ficou entusiasmado pela experiência de poder
to básico, os problemas enfrentados e a importância tocar os troncos, de grande porte e mais acessíveis
de preservação. No folheto também foram inseridas que os do leito do rio, e puderam também observar
fotos do Parque e palavras cruzadas para uma maior as semelhanças dos troncos fósseis com os troncos
familiarização com os termos da área do conheci- atuais, tais como a textura física e a presença de anéis
mento tratada. A ilustração material permite infor- nas gimnospermas.
mações adaptadas para uma linguagem acessível para Na análise das respostas dos alunos ao questio-
alunos do ensino básico (Chaves 2010). Para finalizar, nário pré-avaliativo, constata-se que todos compre-
foi aplicado um questionário, avaliando a compre- endem o que são fósseis, por já terem tido aulas que
ensão dos alunos quanto a importância do parque, a esclareceram um conceito básico. Este é considerado
sua preservação e sugestões de melhoria. um resultado positivo, pois a paleontologia é uma
Em seguida, evidenciada a percepção dos alunos ciência que tem papel importante na educação básica

Figura 5. Folheto “Educar para preservar”, parte interna. Figura 6. Alunos procurando fósseis.
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por garantir sustentação teórica sobre a evolução do à educação patrimonial, sendo necessárias atitudes
planeta e dos seres vivos, facilitando a compreensão imediatas por parte daqueles que têm essa respon-
de conceitos ligados a mudanças ambientais e eventos sabilidade de salvaguardá-la para futuras gerações.
de extinção. Tinham conhecimento da presença da Diante dos problemas apresentados, pode-
Floresta Fóssil do Rio Poti em Teresina unicamente -se ainda pressupor as causas do desconhecimento
48%, sendo que apenas 10% já a tinham visitado. Por da existência do Parque Floresta Fóssil do Rio Poti
outro lado, 41% expressam saber porquê da impor- pelos alunos. Uma hipótese é a ausência do governo
tância do Parque Floresta Fóssil do Rio Poti (Tab. 1). municipal em investir na estrutura física e divulgar o
Parque Floresta Fóssil do Rio Poti. Em 08 de Janeiro
Tabela 1. Questionário prévio. de 1993, foi criado pelo Decreto Municipal nº 2195,
Tinham conhecimento do Parque o Parque Municipal da Floresta Fóssil do Rio Poti
52%
Floresta Fóssil do Rio Poti (Teresina 1993), que está localizado às margens do
Já visitaram o Parque Floresta Fóssil do rio Poti, em Teresina, com 13 hectares. A Floresta
10% Fóssil é um bem tombado pelo Instituto do Patri-
Rio Poti
Relatam saber a importância do mônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
41% pelo Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937
Parque Floresta Fóssil do Rio Poti
(Brasil 1937). Além de ser um lugar com potencial
No questionário final, o qual avaliou se os alu- paisagístico e para estudos, por suas características
nos consideram o Parque Floresta Fóssil do Rio Poti singulares de valores culturais e científicos, também
importante para cidade de Teresina-PI, 96% relataram tem fácil acesso e proximidade com outros atrativos
que tem um grande valor científico e estimulante turísticos como um centro de compras (shopping),
na educação escolar, sendo que todos consideram hotéis, e uma área de lazer (Potycabana) em suas
importante que o parque seja preservado. Foram adjacências, o que o torna mais conveniente para
mencionados pelos alunos os pontos positivos do visitações. A carência de investimento desvaloriza o
parque, entre eles: (1) a presença de troncos fósseis parque, o que justifica o desinteresse e desconheci-
em posição de vida (51%) e (2) o fato do parque mento da população. A inexistência de infraestrutura
enriquecer a cidade (26%). Entre os pontos negati- adequada básica ao atendimento dos usuários (centro
vos do parque se destacaram: (1) lixo (43 %) e (2) de recepção, serviço de monitoria, sanitários, lixeiras,
falta de segurança (39%). Também foram propostas bancos para assento) não torna o lugar atrativo para
sugestões de melhoria pelos alunos, sendo as prin- visitantes. A divulgação do Parque poderia ser feita
cipais: (1) limpeza (31%) e (2) segurança no local de várias formas, por intermédio de folders, placas
(25%) (Tab. 2). informativas nas ruas da cidade, que evidenciam sua
Pode-se observar, claramente, o descaso com importância.
o parque, o qual se apresenta mal conservado e Outro aspecto importante e que é essencial para a
totalmente desprotegido, com as amostras de fós- inserção do conhecimento do Parque Floresta Fóssil
seis vulneráveis à ação dos processos naturais e do do Rio Poti nas escolas é o livro didático, que é um
vandalismo. Não existe nenhum tipo de segurança instrumento prestigiado nas políticas públicas para a
ou fiscalização, fato este que permite o uso inade- educação básica. Os conteúdos dos livros deveriam
quado da área. O Parque Floresta Fóssil do Rio Poti adequar-se tanto à situação específica da escola e ao
encontra-se ameaçado de diversas formas, tais como desenvolvimento do aluno quanto aos diferentes
incêndios, esgoto, pichação e outros tipos de depre- saberes a que recorrem (Verceze e Silvino 2008).
dação. Cabe ressaltar a desafortunada criação, por Nesse contexto, seria relevante que o livro didático
parte da prefeitura, de jardins nas entradas, do lado da abordasse em seus conteúdos a riqueza cultural,
avenida Raul Lopes e do lado do bairro Ilhotas, a qual histórica e ambiental regional. Assim, o aluno teria
foi uma atitude desnecessária e carente de critérios a oportunidade de conhecer juntamente com os
técnicos, pois, além de perder informações estratigrá- conteúdos gerais o que a sua região tem de valor,
ficas e tafonômicas, tirou os fósseis do seu contexto como o conjunto de elementos naturais que podem
e da posição de vida na qual se encontravam. Partes ser utilizados na aplicação do saber. Outra alternativa
do parque são utilizadas como campo de futebol o aos livros didáticos seria a produção de um material
que contribui também para a degradação. A Floresta de apoio, em que as riquezas culturais, históricas e
Fóssil do Rio Poti continua desprotegida e fragilizada, ambientais regionais fossem abordadas, essa ferra-
pela ausência das políticas públicas e ações dedicadas menta ajudaria e acrescentaria aos conteúdos mais
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Tabela 2. Questionário final. tância, como é o Parque Floresta Fóssil do Rio Poti.
Consideram o Parque Floresta Fóssil do A escola também tem papel importante em levar
96%
Rio Poti importante para Teresina ao conhecimento do aluno as características de sua
Pontos positivos do Parque Floresta Fóssil do comunidade, desenvolvendo assim a construção de
Rio Poti identidade regional. O estudo sobre o patrimônio
Existem troncos em posição de vida 51% da região incentiva a preservação. De modo geral,
Enriquece a cidade 26% a pouca valorização do patrimônio natural se dá
Tem boa localização 9% também pelo desconhecimento que a maior parte
Oferece campo de estudos da população possui do tema, que não é tratado na
8% escola. O patrimônio natural é um recurso educa-
paleontológicos
É interessante 3% cional importante que permite ultrapassar o limite da
Lugar agradável 1% disciplina, levando ao conhecimento mais profundo
Nova espécie presente 1% e também formando sujeitos ativos e conscientes,
É um tesouro histórico 1% atentos ao seu entorno. É importante que as escolas
pesquisem as deficiências de conhecimento e valores
Pontos negativos do Parque Floresta Fóssil do
de sua comunidade, procurando minimizar as tais
Rio Poti
por meio do ensino. Os dados revelam a carência de
Lixo 43%
uma proposta educativa que integre a escola com o
Falta de segurança 39%
Parque Floresta Fóssil do Rio Poti, utilizável no ensi-
Falta de guias 6%
no de Paleontologia, e capaz de despertar o interesse
Falta de informações sobre o parque 5% do aluno quanto à importância dos fósseis.
Utilização inadequada do parque 3%
Difícil acesso aos fósseis 2%
Falta de publicidade 2% Conclusões
Sugestões de melhorias para o Parque Floresta Os resultados deste estudo mostram que os
Fóssil do Rio Poti conteúdos de Paleontologia devem ser trabalhados
Limpeza 31% na escola, mesmo com as diversas dificuldades. A
Segurança 25% Floresta Fóssil do Rio Poti é um sítio de imensu-
Controlar a entrada e saída de pessoas 11% rável valor paleontológico, ambiental e científico.
Guias 8% Mesmo com diversos pontos negativos considerados
Investir na estrutura física 6% pelos alunos, tais como o lixo e a falta de segurança,
Preservação 5% o parque constitui valiosa ferramenta para o ensino
Apoio do governo 5% de Paleontologia e Educação Ambiental. Esta pesqui-
sa, feita com alunos do 3º ano do Ensino Médio da
Divulgação 3%
Escola Santo Afonso Rodriguez, revela que o Parque
Informação disponível no Parque
3% Floresta Fóssil do Rio Poti era desconhecido pela
(história)
maioria dos alunos, não sendo ainda abordado na sala
Revitalização 2%
de aula como instrumento de ensino dos conteúdos
Investir em acessibilidade 1%
relacionados.
gerais tratados nos livros didáticos escolares. As esco- Pela raridade do sítio no Brasil e, especialmente,
las de Teresina poderiam elaborar um material didá- em Teresina, o Parque Floresta Fóssil do Rio Poti
tico interativo, tal como kits compostos de réplicas deve ser acolhido e explorado em sala de aula, de for-
de fósseis e cartilha (Bergqvist e Prestes 2014), que ma que o conhecimento da importância do patrimô-
abordassem os fósseis encontrados no município, e nio possa incentivar a sua preservação. É importante
que constituíssem uma ferramenta lúdica para reali- que a escola desperte o aluno quanto aos valores de
zar aulas práticas e auxiliar na fixação de conceitos de sua comunidade, para que o conhecimento ultra-
paleontologia. As deficiências no ensino e nos mate- passe o ambiente escolar, gerando uma mudança de
riais disponíveis causam distanciamento em relação à comportamento. O fortalecimento do vínculo entre
Paleontologia, o que faz com que a sociedade ignore comunidade local e o patrimônio ajuda a alcançar o
seus ícones e conceitos mais elementares (Melo et reconhecimento e valorização da Floresta Fóssil do
al. 2005). Isto é crítico em Teresina, uma cidade que Rio Poti, um dos pontos turísticos em potencial que
abriga um acervo paleontológico de grande impor- deveriam constituir a identidade de toda a população
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teresinense. É importante que o parque seja preser- 81p. (monogr.).
vado e haja investimento para sua manutenção por Departamento de Patrimônio Natural e Cultural. 1998.
parte das autoridades. Proposta de tombamento Floresta Fóssil Do Rio Poti. Fun-
dação Estadual da Cultura e Desporto do Piauí, Te-
resina. URL: http://crcfundacpiaui.files.wordpress.
Agradecimentos com/2012/08/departamento-de-patrimc3b4nio-na-
tural-e-cultural.pdf.. Acesso 17.jul.2014.
Nossos sinceros agradecimentos à escola Santo
Dias-Brito D., Rohn R., Castro J.C. de., Dias R.R.,
Afonso Rodriguez pelo acolhimento e à Profa. Laví- Rössler R. 2007. Floresta Petrificada do Tocantins
nia pela receptividade e apoio, a Vanessa Fernanda da Setentrional. Comissão Brasileira de Sítios Geoló-
Silva Sousa pela ajuda durante o desenvolvimento das gicos e Paleobiológicos, Brasília. URL: http://sigep.
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Resumo: A paleontologia possibilita refletir sobre os episódios de extinção tanto do passado como do presente. A cidade de Teresina
possui um importante sítio paleontológico, o Parque Floresta Fóssil do Rio Poti, dentro da sua área urbana. Neste sítio aflora a
Formação Pedra de Fogo, a qual pertence ao período Permiano da Era Paleozoica (ca. 278 milhões de anos). Nesta pesquisa avaliou-
-se o conhecimento prévio dos alunos de Ensino Médio de uma escola desta cidade quanto ao parque, ao tempo que buscou-se
conhecer as impressões dos alunos durante e após o contato direto com este sítio. Os resultados mostram a necessidade de que
os conteúdos de paleontologia e de patrimônio regional sejam mais trabalhados na escola. Este parque sofre com a negligência do
poder público, refletindo em problemas como lixo e falta de segurança. O parque, contudo, tem um grande potencial para apoiar o
ensino de educação ambiental e de paleontologia. Pela singularidade do seu acervo, a utilização do Parque Floresta Fóssil do Rio
Poti no ensino incentiva a valorização da identidade da comunidade.
Palavras-chave: Parque Floresta Fóssil do Rio Poti, educação ambiental, paleontologia, Piauí.

TERRÆ 10,2013 ISSN 1679-2297 55

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