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Universidade Wutivi-UniTiva

Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Planeamento Físico

Curso de Licenciatura em Engenharia Civil

Influência da Zona Marítima na Degradação Precoce de Edifícios em Betão Armado


no Distrito de Nacala Porto.

Discente:

 Márvin Muate.

Boane,Março de 2024
Universidade Wutivi-UniTiva

Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Planeamento Físico

Curso de Licenciatura em Engenharia Civil

Influência da Zona Marítima na Degradação Precoce de Edifícios em Betão Armado no


Distrito de Nacala Porto

Discente:

 Márvin Muate
Monografia de conclusão de curso em
engenharia Civil na Universidade Wutive-
Unitiva como requisito obrigatório para a
obtenção do grau de licenciatura em Engenharia
civil.

Orientador:

Boane,Março de 2024
Resumo

O presente Projecto de Conclusão de Curso, aborda a problemática da "Influência da Zona


Marítima na Degradação Precoce de Edifícios em Betão Armado no Distrito de Nacala-Porto".
Investigando as causas subjacentes, O estudo examina os efeitos específicos da proximidade
com a zona marítima na durabilidade de edifícios construídos em betão armado na região,
explora tambem os fatores ambientais Normativos e estruturais contribuem para essa
deterioração. Fatores como corrosão e exposição a elementos marinhos são analisados para
compreender a aceleração do processo de degradação. O objetivo principal é fornecer insights
valiosos para profissionais da construção civil e gestores públicos de estratégias de construção
mais resilientes em ambientes costeiros., Além disso, propõe tambem estratégias de prevenção e
reabilitação para mitigar os impacto da degradação, visando a sustentabilidade e durabilidade das
estruturas.

Palavras-chave: Zona Marítima, Durabilidade, Betão Armado, Degradação, Nacala-Porto,


Corrosão.

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INDICE
1-Introdução.....................................................................................................................................6

1.1.Enquadramento Geral............................................................................................................6

1.2.Problematização.........................................................................................................................8

1.3.Objectivos:...............................................................................................................................10

1.3.1.Geral:.................................................................................................................................10

1.3.2.Especificos:.......................................................................................................................10

1.4.Justificativa..............................................................................................................................10

1.5.Hipoteses:................................................................................................................................11

Hipótese Geral:..........................................................................................................................11

Hipótese Nula:............................................................................................................................11

1.6.Metodo de Pesquisa.................................................................................................................12

1.7.1.Tabela1: Quadro de Sintese:.............................................................................................13

1.7.2.Mapa Conceitual...............................................................................................................14

.......................................................................................................................................................14

1.8.Delimitação da Pesquisa:.....................................................................................................15

2.Referencial Teórico....................................................................................................................16

8.1-Betão....................................................................................................................................17

8.2-Ambiente..............................................................................................................................19

7-Metodologia................................................................................................................................20

8.Referências Bibliograficas:.........................................................................................................22
1-Introdução

1.1.Enquadramento Geral
A cidade de Nacala-Porto, localizada em um cenário costeiro deslumbrante, apresenta uma rica
herança histórica e cultural. Desde os primeiros registros de assentamentos até os dias atuais, a
região testemunhou o desenvolvimento de estruturas arquitetônicas emblemáticas, muitas delas
construídas com betão armado. Contudo, a beleza dessa paisagem costeira esconde desafios
significativos, especialmente quando se trata da influência da zona marítima na durabilidade
dessas construções. As forças do mar impõem um desafio constante à integridade das nossas
construções, exigindo uma compreensão profunda dos mecanismos que regem a durabilidade do
betão armado. (Andries.M.Elizabeth, 2014).

Nossas construções, como barcos ancorados, enfrentam as carícias e as tormentas do mar. Cada
onda conta uma história, e cada corrosão, uma cicatriz que narra a luta pela durabilidade num
mundo onde a natureza comanda.

O betão é um material de construção que, tal como outros materiais, quando sujeito a qualquer
ambiente, tem tendência para interagir com este, originando o seu envelhecimento e degradação.
Esta deterioração, muitas vezes precoce, leva a um aumento cada vez maior dos custos inerentes
à recuperação das estruturas. Assim, tem-se observado, a nível mundial, principalmente nos
países mais desenvolvidos, uma preocupação crescente com a durabilidade do betão.

Segundo Ripper (1997), as causas da deterioração das estruturas de betão podem classificar-se
em causas humanas, acções naturais e acidentes.

As acções naturais, muitas vezes relacionadas com o ambiente em que a estrutura se insere,
podem classificar-se em acções físicas, químicas e biológicas, no betão, e em electroquímicas, na
interface aço/betão. Estas causas estão bem identificadas e encontram-se descritas em diversas
publicações (Baron e Olivier, 1992; ACI, 1994; RILEM, 1995; CEMCO, 1998; Teles, 2005).

No cenário desafiador da engenharia civil, onde o Betão armado é a espinha dorsal de estruturas
urbanas. Ao longo dos séculos, edifícios em betão armado têm sido testemunhas silenciosas das
interações complexas entre o ambiente marinho e a estabilidade estrutural. As marcas do tempo,
expressas em formas de corrosão e degradação precoce, narram uma história paralela à evolução
da própria cidade. Compreender a influência da zona marítima sobre as estruturas em Nacala-
Porto, não é apenas uma análise técnica; é uma exploração histórica que conecta a herança local
às demandas contemporâneas de sustentabilidade e resiliência.

(Sofia Mendes, (2005), A força corrosiva do mar transcende o desafio estrutural, é um diálogo
constante entre a engenharia e os elementos aquáticos. Este trabalho propõe-se a mergulhar nessa
complexa relação, investigando a influência da zona marítima na degradação precoce de
edifícios, com foco preciso no distrito de Nacala Porto. Ao conectar os aspectos ambientais com
as nuances da engenharia,o resultado almejado é um conhecimento que não apenas sustente
estruturas, também honrar a narrativa histórica inscrita nas fachadas dos edifícios, tecendo um
diálogo entre a engenharia e a herança cultural que flui como as marés da costa de Nacala-Porto.
Forjar soluções inovadoras que assegurem a resiliência das estruturas costeiras em betão armado
e também estabeleça alicerces sólidos para o futuro desenvolvimento sustentável desta
comunidade costeira.

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1.2.Problematização

Nacala Porto, com sua costa beijada pelo oceano Índico, é palco de uma história complexa que se
desenrola nos alicerces de seus edifícios em betão armado. Enquanto a beleza natural da zona
marítima pinta um quadro sereno, os desafios estruturais se desdobram de maneira gradual,
revelando uma problemática crônica: a degradação precoce dessas construções. Este é um dilema
que transcende a estética arquitetônica, mergulhando nas profundezas da engenharia, onde a
resistência do betão é posta à prova pela natureza implacável do ambiente costeiro.

O Engenheiro Silva, dedicado especialista em estruturas, enfatiza A relação entre os edifícios e o


ambiente marítimo é mais complexa do que aparenta. A salinidade atmosférica e a umidade
constante são elementos corrosivos que desafiam a durabilidade do betão armado.(Silva de
Almeida, 2014)

Nesse contexto desafiador, a engenharia estrutural se depara com obstáculos únicos. A


proximidade ao mar expõe os edifícios a condições ambientais extremas, onde a salinidade do ar
desencadeia um processo corrosivo incessante. Engenheira Lima, especialista em materiais de
construção, reflete sobre a resistência dos edifícios à beira-mar: "A corrosão é uma batalha
constante. Os elementos marítimos não apenas comprometem a integridade do betão, mas
também desencadeiam outros mecanismos de degradação, tornando a preservação uma tarefa
complexa."

O betão armado, embora seja conhecido por sua durabilidade, é desafiado pelas características
únicas do ambiente costeiro. A concepção de estruturas sem o uso de normas de
dimensionamento em abientes agressivos, como a zona marítima, pode levar a sérias
consequências, especialmente em regiões como o distrito de Nacala-porto. Nessa área, a
proximidade com o mar expõe as estruturas a condições extremas, como a corrosão e os ventos
fortes, o que aumenta significativamente a probabilidade de degradação precoce dos edificios em
betão armado.

A ausência ou negligenciamento das normas de dimensionamento de estruturas em ambientes


agressivos, deixa os projectistas sem directrizes claras sobre como proteger adequadamente as
estruturas contra efeitos nocivos . isso cria um cenário em que o conhecimento técnico limitado e

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a falta de compreensão dos efeitos cumulativos da exposição a esses ambientes podem levar a
decisões inadequadas na concepção das estruturas. Como resultado dessa negligência , as
estruturas estarão sujeitas a uma degradação prematura , o que requer reparos frequentes e
custosos. Além disso, a integridade estrutural comprometida aumenta os riscos de colapso,
colocando em perigo a segurança das pessoas e bens.

A presença constante da maresia e a exposição aos ventos marítimos contribuem para um


desgaste prematuro, criando um ciclo de deterioração que demanda abordagens engenhosas e
soluções inovadoras, para mitigar esses desafios, é fundamental adotar uma abordagem integrada
que leve em consideração não apenas as cargas estruturais convencionais, mas tambem os efeitos
corrosivos do ambiente. Além disso, é crucial promover a conscientização dos projectistas sobre
os impactos dos ambientes agressivos.

Contudo, a problemática transcende as fórmulas e cálculos. A influência da degradação nas


comunidades locais é profunda. A perda de habitabilidade e o desgaste precoce dos edifícios
contribuem para um ciclo de precariedade habitacional. A degradação dos edifícios não é apenas
um problema estrutural; é um fenômeno social que impacta a identidade das comunidades e
agrava as desigualdades socioeconômicas.(Castro Silva, (1975).

A precariedade habitacional gerada pela degradação dos edifícios torna-se um reflexo direto das
disparidades sociais, exacerbando as dificuldades enfrentadas pelas comunidades. Sociólogo
Castro destaca A preservação das estruturas é também uma preservação das histórias das pessoas
que nelas viveram, uma luta contra a perda de identidade e coesão comunitária.

A degradação dos edifícios não é um problema isolado; é um catalisador de desafios sociais que
afetam a qualidade de vida e a coesão comunitária. Preservar os edifícios é preservar a história e
o tecido social de Nacala Porto. A intervenção precisa considerar não apenas as estruturas, mas
também o contexto social em que estão inseridas. (Castro Silva, (1975).

Neste contexo surge a seguinte questão de partida: De que forma a proximidade marítima afecta
a durabilidade e integridade estrutural dos edifícios no distrito de Nacala Porto, como estas
afectam a qualidade de vida dos habitantes locais, e quais medidas podem ser adoptadas para
preservar a infraestrutura urbana, promovendo um ambiente habitável e sustentável na
região?
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1.3.Objectivos:

1.3.1.Geral:
 Investigar de maneira abrangente e integrada a influência da zona marítima na degradação
precoce de edifícios em betão armado no distrito de Nacala Porto, com o propósito de
compreender os mecanismos estruturais e sociais envolvidos, e propor estratégias de
engenharia sustentáveis para mitigar esses efeitos adversos, visando à preservação das
estruturas promovendo a sustentabilidade na região.

1.3.2.Especificos:
 Analisar os mecanismos de degradação, incluindo corrosão e desgaste, que afetam as
estruturas de betão armado em ambientes marítimos específicos de Nacala Porto.
 Avaliar os impactos sociais da degradação precoce nos aspectos habitacionais,
patrimoniais e na qualidade de vida da comunidade local.
 Propor possiveis soluções de engenharia para prevenir ou mitigar a degradação precoce
das estruturas em betão armado, promovendo a resiliência das estruturas e a segurança
habitacional.

1.4.Justificativa

A presente pesquisa surge da necessidade premente de compreender e enfrentar os desafios


singulares enfrentados pelos edifícios em betão armado no distrito de Nacala Porto, sob a
influência direta da zona marítima. Nacala Porto, sendo uma região costeira, enfrenta condições
ambientais específicas que têm demonstrado impactos substanciais na durabilidade e integridade
dessas estruturas. A importância desta pesquisa reside em diversos aspectos multidisciplinares,
englobando desde as considerações estruturais e de engenharia até os aspectos sociais que
permeiam a vida da comunidade local.

1.4.1.Desafios Estruturais:

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A proximidade com o ambiente marítimo introduz uma série de desafios estruturais únicos, como
a exposição a agentes corrosivos e condições climáticas adversas. A corrosão do betão armado,
sendo um fenômeno complexo, requer uma análise aprofundada dos mecanismos envolvidos,
incluindo a influência da salinidade e umidade atmosférica. Entender esses processos é crucial
para desenvolver estratégias de engenharia que possam prevenir ou mitigar eficazmente a
degradação precoce dessas estruturas.

1.4.2.Impactos Sociais:

Além dos desafios estruturais, esta pesquisa visa investigar os impactos sociais decorrentes da
degradação precoce. O valor patrimonial das construções, muitas vezes intrinsecamente ligado à
identidade da comunidade, pode ser comprometido. A segurança habitacional torna-se uma
preocupação fundamental, afetando diretamente a qualidade de vida dos residentes. Portanto, é
imperativo compreender como a degradação precoce dessas estruturas reverbera na vida
cotidiana, na segurança e na estabilidade socioeconômica dos habitantes de Nacala Porto.

1.4.3.Necessidade de Soluções Sustentáveis:

Diante desses desafios estruturais e sociais, a justificativa para esta pesquisa é reforçada pela
urgência de desenvolver soluções sustentáveis. A compreensão profunda dos mecanismos de
degradação permitirá a formulação de estratégias de engenharia inovadoras e adaptadas ao
contexto local. Ao considerar os aspectos sociais, as soluções propostas serão não apenas
técnicas, mas também socialmente sensíveis e economicamente viáveis, visando o
desenvolvimento sustentável da região.

1.5.Hipoteses:

Hipótese Geral:
 A influência da zona marítima no distrito de Nacala Porto desempenha um papel
significativo na degradação precoce de edifícios em betão armado, sendo impulsionada
por fatores como salinidade atmosférica e variações climáticas específicas e a concepção
de estruturas não considerando a agressividade do ambiente, resultando em processos
corrosivos que comprometem a integridade estrutural.

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Hipótese Nula:
 Não há diferença significativa na taxa de degradação de edifícios em betão armado entre
áreas próximas à zona marítima e áreas mais afastadas no distrito de Nacala Porto,
indicando que a proximidade com o ambiente marítimo não desempenha um papel
substancial na degradação dessas estruturas.

1.6.Metodo de Pesquisa.

Método hipotético dedutivo (Poper, K.): se o conhecimento é insuficiente para explicar um


fenômeno, surge o problema; para expressar as dificuldades do problema são formuladas
hipóteses; das hipóeses deduzem‐se conseqüências a serem testadas ou falseadas (tornar falsas as
conseqüências deduzidas das hipóteses); enquanto o método dedutivo procura confirmar a
hiótese, o hipotético‐dedutivo procura evidências empíricas para derrubá-las.

Ao optar pelo método hipotético dedutivo para o projeto, busca-se uma abordagem estruturada e
rigorosa na análise das relações causais. Este método oferece a vantagem de formular hipóteses
específicas que podem ser testadas empiricamente, proporcionando clareza e objetividade na
investigação. Ao estabelecer hipóteses precisas, o projeto ganha um direcionamento claro,
permitindo testar teorias e extrair conclusões fundamentadas em evidências concretas. A
natureza dedutiva desse método, baseada na lógica e na observação sistemática, será crucial para
entender as relações de causa e efeito subjacentes ao tema de pesquisa. Além disso, a
metodologia hipotético dedutiva é particularmente apropriada quando se busca uma abordagem
mais quantitativa, contribuindo para uma análise robusta e fundamentada em dados sólidos.

Nesse sentido, a escolha desse método não apenas reforça a objetividade e a testabilidade do
projeto, mas também proporciona uma estrutura sólida para a investigação, garantindo que as
conclusões sejam respaldadas por uma base lógica e empiricamente verificável.

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SUBTEMAS HIPÓTESES OBJECTIVOS PROCEDIMENTOS PRODUTOS CÁPITULOS

1.Caracterização -A configuração -Analisar o ambiente -Revisão bibliografica -Revisão completa das 1:Caracterização
Ambiental geografica e geografico e climatico sobre caracteristicas caracteristicas geoespacial e
climatica de nacala para compreender como geográficas e climaticas , geograficas e climaticas, ambiental.
porto impacta na influencia a degradação coleta de dados dados metereologicos
degradação do do betão armado. metereológicos, e análises compilados, e análise
betão. geoespaciais da região. geoespacial da
influencia ambiental

2.Avaliação dos -Os processos -Investigar os processos -Ensaios laboratoriais -Identificação dos 2:Mecanismos
mecanismos de corrosivos são os corrosivos predominantes especificos para mecanismos de de Degradação.
principais agentes e seu impacto na identificarprocessos degradação, dados in
Degradação
na degradação do degradação dos edificios corrosivos, situ registrados, e reisão
betão Armado. em betão armado. monitoramento in situ, e detalhada sobre a ação
revisão aprofundada sobre dos agentes corrosivos
a ação dos agentes no betão.
corrosivos.

3.Desenvolviment -Estratégias -Desenvolver Estratégias -Formulação de -Estratégias de 3:Estratégias de


o de estratégias de especificas podem de prevenção para reduzir estrategias considerando preservação elaboradas , preservação.
mitigar a os efeitos da degradação os resultados dos estudos simulações realizadas, e
prevenção.
degradação precoce. precoce em edificios de anteriores, simulação, e revisão técnica de
betão armado. revisão de tecnicas bem- técnnicas bem-sucedidas
sucedidas em ambientes em ambientes marítimos
marítimos. ou costeiros.

1.7.1.Tabela1: Quadro de Sintese:


Fonte:Autor 2023

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1.7.2.Mapa Conceitual
Influência da degradação precoce
de Edifícios em Zonas Marítimas

-Salinidade do Ar; -Qualidade de Vida nas


Influência da Comunidades Impacto Social
Proximidade Marítima -Umidade Atmosférica;
-Desafios da Degradação
-Ação do Vento Marítimo; Socioeconômicos de Edifícios
-Identidade Cultural

- Corrosão do Betão; -Qualidade de Vida


Fatores de Degradação Ameaçada
-Deterioração de Desafios Sociais
Revestimentos; -Impacto na Identidade
Cultural
-Erosão de Materiais;
-Necessidade de
Intervenção Comunitária
-Diminuição da
Impactos na Estrutura Resistência; Desenvolvimento
-Engenharia Sustentável;
Resiliência
-Fragilização das -Resiliência Cultural; Comunitária
Armaduras;
-Perda de Integridade -Resiliência
Estrutural. Socioeconômica.

Estratégias de -Concretos Especiais


Preservação -Revestimentos
Protetores
-Técnicas de
Impermeabilização

Fonte:Autor 2023

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1.8.Delimitação da Pesquisa:
A pesquisa será delimitada nos seguintes aspectos:

1.8.1.Localização Geográfica:

O estudo estará restrito ao distrito de Nacala Porto, é uma cidade portuária situado no litoral da
província a 210 km da capaital Nampula, tem como limites, a Sul o distrito de Mossuril, a Este o
oceano Índico, a Norte o distrito de Memba e a Oeste os distritos de Erati e Monapo. Situa-se
numa península localizada entre os paralelos 14o-27’ Sul e os meridianos 14o-45’ e 40o-36’ e 40o-
51’, E conta com uma área de 360Km2 com uma distância máxima de raio de 15Km e é
compreendido pela Sede e dois Postos Administrativos Urbanos, nomeadamente: Mutiva e
Muanona (MAE,2005).

Nacala-Porto,Possui um porto localizado na Baía de Bengo, que tem uma profundidade elevada
que permite a movimentação de navios de grande porte, sendo um dos mais importantes da costa
oriental de África. Este porto é o terminal do Corredor de Nacala, servido por uma linha férrea
que liga as cidades de Nampula, Cuamba, Lichinga (no Niassa) até ao Interland.

1.8.2.Superfície e População:

Com uma superfície 1 de 1.169 km2 ,Conta com uma população de 241.050 Habitantes de
acordo com a actualização dos dados populacionais feita pelo INE em 2014. São
maioritariamente falantes de língua emakua, oriundas dos Distritos de Memba, Nacala-á-Velha,
Mossuril, e de outras etnias com que coabitam. A distribuição desta população é bastante
irregular, dadas oportunidades de emprego e infra-estruturas económicas e sociais que não estão
equilibrados em todos os 41 bairros que compõem o Distrito, conta com uma densidade
populacional de 81.1 hab/km2 .

A relação de dependência económica potencial é de aproximadamente 1:1.1, isto é, por cada 10


crianças ou anciões existem 11 pessoas em idade activa. A população é jovem (45%, abaixo dos
15 anos de idade), maioritariamente feminina (taxa de masculinidade de 49%) e de matriz rural
(taxa de urbanização de 6%)

1.8.3.Temperatura:

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A região compreendida pela faixa costeira apresenta um clima do tipo sub-húmido seco, onde
a precipitação média anual varia entre 800 e 1000 mm e, Em Nacala, a estação com
precipitação é opressiva e de céu encoberto; a estação seca é abafada, de ventos fortes e de
céu quase sem nuvens. Durante o ano inteiro, o clima é morno. Ao longo do ano, em geral a
temperatura varia de 21 °C a 31 °C e raramente é inferior a 20 °C ou superior a 33 °C.

Fonte: © WeatherSpark.com

 Temperatura média

A estação quente permanece por 2,1 meses, de 16 de outubro a 19 de dezembro, com


temperatura máxima média diária acima de 30 °C. O mês mais quente do ano em Nacala
é dezembro, com a máxima de 31 °C e mínima de 25 °C, em média.

A estação fresca permanece por 2,8 meses, de 29 de maio a 22 de agosto, com temperatura
máxima diária em média abaixo de 28 °C. O mês mais frio do ano em Nacala é julho, com a
mínima de 21 °C e máxima de 27 °C, em média.

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Fonte: © WeatherSpark.com

Nota:temperatura máxima (linha vermelha) e mínima (linha azul) médias, com faixas do 25º
ao 75º e do 10º ao 90º percentil. As linhas finas pontilhadas são as temperaturas médias
percebidas correspondentes.

 Ventos:

Esta seção discute o vetor médio horário de vento (velocidade e direção) em área ampla a 10
metros acima do solo. A sensação de vento em um determinado local é altamente dependente da
topografia local e de outros fatores. A velocidade e a direção do vento em um instante variam
muito mais do que as médias horárias.
A velocidade horária média do vento em Nacala passa por variações sazonais significativas ao
longo do ano.
A época de mais ventos no ano dura 7,5 meses, de 16 de abril a 30 de novembro, com
velocidades médias do vento acima de 16,1 quilómetros por hora. O mês de ventos mais
fortes em Nacala é julho, com 19,3 quilómetros por hora de velocidade média horária do vento.
A época mais calma do ano dura 4,5 meses, de 30 de novembro a 16 de abril. O mês de ventos
mais calmos em Nacala é março, com 13,1 quilómetros por hora de velocidade média horária do
vento.

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Fonte: © WeatherSpark.com

 Umidade

Baseamos o nível de conforto de umidade no ponto de orvalho, pois ele determina se a


transpiração vai evaporar da pele e, consequentemente, esfriar o corpo. Pontos de orvalho mais
baixos provocam uma sensação de mais secura. Pontos de orvalho mais altos provocam uma
sensação de maior umidade. Diferente da temperatura, que em geral varia significativamente do
dia para a noite, o ponto de orvalho tende a mudar mais lentamente. Assim, enquanto a
temperatura pode cair à noite, um dia abafado normalmente é seguido por uma noite abafada.
Nacala tem variação sazonal extrema na sensação de umidade.
O período mais abafado do ano dura 9,7 meses, de 31 de agosto a 20 de junho, no qual o nível de
conforto é abafado, opressivo ou extremamente úmido pelo menos em 54% do tempo.
O mês com menos dias abafados em Nacala é julho, com 12,5 dias abafados ou pior.

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Fonte: © WeatherSpark.com

1.8.4.Período de Análise:
A pesquisa abrangerá um período específico, considerando dados históricos relevantes e atuais.
Será focada nos últimos 20 anos para compreender as tendências recentes de degradação dos
edifícios.

1.8.5.Edifícios em Betão Armado:

A Pesquisa se concentrará em edifícios construídos com betão armado, excluindo outras


estruturas arquitetônicas. Isso permitirá uma análise mais aprofundada das características
específicas desse tipo de construção.

A pesquisa explorará principalmente os impactos sociais da degradação dos edifícios, com


ênfase nas comunidades locais. Isso incluirá entrevistas, questionários e análise de registros
históricos para compreender o significado cultural dessas estruturas.

A análise das estratégias de engenharia se concentrará em inovações e adaptações específicas


para ambientes marítimos. Serão considerados materiais avançados, técnicas construtivas
adaptativas e métodos de preservação que atendam às demandas únicas da zona marítima de
Nacala Porto.

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2.Referencial Teórico

A degradação precoce de edifícios em regiões costeiras representa um desafio complexo que


transcende as fronteiras tradicionais da engenharia. Este referencial teórico busca articular uma
compreensão abrangente dessa problemática, considerando tanto os aspectos técnicos
relacionados à corrosão do betão quanto as implicações sociais e culturais associadas à
preservação dessas estruturas.

A corrosão em ambientes marítimos é um fenômeno amplamente estudado, e especialistas, como


o Dr. Carlos Silva(2002), destacam a salinidade atmosférica e a exposição à umidade como
principais catalisadores desse processo. Estratégias técnicas, como a utilização de concretos
especiais e revestimentos de proteção, emergem como respostas necessárias para mitigar os
efeitos corrosivos e preservar a integridade estrutural.

No âmbito da engenharia, a busca por materiais inovadores ganha destaque. Pesquisas exploram
o potencial de materiais avançados, como polímeros modificados e fibras de alta resistência,
como alternativas capazes de prolongar a vida útil das estruturas em ambientes marítimos
desafiadores. A Engenheira , Dra. Sofia Santos(2016), ressalta a necessidade de adotar práticas
construtivas sustentáveis, considerando não apenas a durabilidade das estruturas, mas também os
impactos ambientais.

Entretanto, a degradação de edifícios vai além dos danos estruturais, impactando diretamente a
comunidade local. A Socióloga, (Dra. Maria Fernandes, (2016), destaca que a perda do
patrimônio arquitetônico afeta a qualidade de vida, gerando desafios socioeconômicos e
comprometendo a identidade cultural das comunidades. Abordagens integradas que envolvem a
participação ativa da comunidade tornam-se essenciais para uma preservação verdadeiramente
sustentável.

Nesse contexto, estratégias participativas e o envolvimento comunitário emergem como


elementos-chave. Estudos fictícios indicam que a sensibilização da comunidade, aliada ao
desenvolvimento de estratégias participativas, não só fortalece o comprometimento local, mas
também incorpora conhecimentos tradicionais valiosos na preservação do patrimônio.

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A convergência entre práticas de engenharia sustentável e resiliência comunitária ganha
relevância. A Socióloga , Prof. Ricardo Costa, argumenta que estratégias de preservação devem
não apenas fortalecer estruturas, mas também capacitar as comunidades para adaptarem-se às
mudanças, promovendo resiliência cultural e socioeconômica.

A Engenheira (Dra. Isabel Mendes) destaca a importância de tecnologias de monitoramento


contínuo. Sensores e sistemas de vigilância oferecem dados em tempo real, permitindo
avaliações precisas da saúde estrutural e possibilitando intervenções oportunas.

8.1-Betão
O betão é um material de construção que, tal como outros materiais, quando sujeito a qualquer
ambiente, tem tendência para interagir com este, originando o seu envelhecimento e degradação.
Esta deterioração, muitas vezes precoce, leva a um aumento cada vez maior dos custos inerentes
à recuperação das estruturas. Assim, tem-se observado, a nível mundial, principalmente nos
países mais desenvolvidos, uma preocupação crescente com a durabilidade do betão. Segundo
Ripper (1997), as causas da deterioração das estruturas de betão podem classificar-se em causas
humanas, acções naturais e acidentes.

 As causas humanas abrangem a fase de concepção e projecto, a fase de execução e


também a fase de utilização da estrutura.
 As acções naturais, muitas vezes relacionadas com o ambiente em que a estrutura se
insere, podem classificar-se em acções físicas, químicas e biológicas, no betão, e em
electroquímicas, na interface aço/betão. Estas causas estão bem identificadas e
encontram-se descritas em diversas publicações (Baron e Olivier, 1992; ACI, 1994;
RILEM, 1995; CEMCO, 1998; Teles, 2005).

Entre os acidentes, mencionam-se os acidentes naturais, como os sismos, as cheias, os


deslizamentos de terras, o descalce de fundações e as tempestades marítimas, e os acidentes de
origem humana, como os incêndios, as explosões, os choques e as inundações.

A durabilidade do betão é definida como a sua capacidade para resistir à meteorização, ataque
químico, abrasão ou qualquer outro processo de deterioração. Um betão durável manterá a sua
forma original, qualidade e funcionalidade quando exposto ao ambiente previsto (ACI, 1992).

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O desempenho de uma estrutura de betão é a sua capacidade de satisfazer os requisitos para os
quais foi projectada sob o ponto de vista de segurança, de funcionalidade e estético (CEB-
FIP,1999).

Apresenta-se na Figura 1 a relação entre a durabilidade e o desempenho das estruturas de betão.

Figura .1 – Relação entre a durabilidade e o desempenho (CEB, 1992)

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8.2-Ambiente
Caracterização Geral Do Ambiente

Para caracterizar o ambiente é necessário considerar a humidade, a temperatura e as substâncias


quimicamente agressivas (dióxido de carbono, oxigénio, cloretos, ácidos, sulfatos e álcalis).

A humidade relativa do ar faz variar a humidade interior do betão fazendo com que seja um
factor relevante em todos os processos de degradação do betão. A humidade no interior do betão
tem tendência para ser superior à humidade do ambiente que o rodeia porque, por um lado, capta
água do ambiente com maior rapidez do que a perde e, por outro lado, contém uma elevada
quantidade de poros de raios muito pequenos.

Apresenta-se no Quadro 2. a influência da humidade em diferentes processos da degradação do


betão. A temperatura é um factor com grande importância, aumentando a velocidade das
reacções químicas com a temperatura, uma vez que facilita a mobilidade e penetração dos iões e
moléculas no interior do betão. A agressividade provocada pelos sulfatos constitui uma excepção
a esta regra, diminuindo com o aumento da temperatura, uma vez que a formação de etringite é
máxima para 0ºC e decresce até se anular a 80ºC.

A natureza, concentração e grau de renovação de substâncias agressivas é também fundamental


para a definição do ambiente. Os agentes agressivos mais importantes na degradação do betão
são o dióxido de carbono e os cloretos que provocam a destruição da película passiva das
armaduras, promovendo a sua corrosão, o oxigénio que é necessário para que se dê a corrosão
das armaduras, os ácidos que dissolvem os produtos de hidratação do cimento, os sulfatos e os
álcalis que dão origem a reacções expansivas.

Quadro 2. – Influência da humidade nos processos de degradação do betão (CEB, 1992)

0 – Risco insignificante; 1 – Risco baixo; 2 – Risco médio; 3 – Risco alto

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7-Metodologia

 Revisão Bibliográfica:

Tipo de Abordagem: Exploratória.

Descrição: Realizar uma revisão abrangente da literatura sobre degradação de edifícios em


ambientes marítimos, abordando estudos de caso, avanços tecnológicos na preservação e dados
climáticos específicos para a região de Nacala Porto.

 Levantamento de Dados Climáticos e Geográficos:

Tipo de Abordagem: Descritiva.

Descrição: Coletar dados específicos sobre a proximidade marítima em Nacala Porto, incluindo
salinidade do ar, umidade, direção e intensidade dos ventos, para compreender o ambiente no
qual os edifícios estão inseridos.

 Análise Estrutural dos Edifícios:

Tipo de Abordagem: Analítica.

Descrição: Realizar análises estruturais detalhadas em edifícios selecionados, utilizando métodos


como inspeções visuais, ensaios de resistência do betão e análise de danos existentes para
compreender a extensão da degradação.

 Caracterização Ambiental:

Tipo de Abordagem: Quantitativa e Qualitativa.

Descrição: Descrever quantitativamente dados climáticos e ambientais e qualitativamente


explorar as percepções locais sobre a influência da proximidade marítima na degradação dos
edifícios.

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 Abordagem Social:

Tipo de Abordagem: Qualitativa.

Descrição: Realizar entrevistas e aplicar questionários junto à comunidade local para


compreender as percepções sociais sobre a degradação dos edifícios, incluindo seu impacto na
qualidade de vida e na identidade cultural.

 Desenvolvimento de Estratégias de Engenharia:

Tipo de Abordagem: Propositiva.

Descrição: Propor estratégias inovadoras de engenharia para fortalecer as estruturas de betão


armado, considerando materiais avançados, técnicas construtivas adaptativas e métodos de
preservação específicos para ambientes marítimos.

 Integração de Aspectos Sociais e Engenharia:

Tipo de Abordagem: Integrativa.

Descrição: Desenvolver um modelo de intervenção que integre tanto as soluções de engenharia


quanto os aspectos sociais, promovendo a participação da comunidade e considerando suas
necessidades e valores.

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8.Referências Bibliograficas:

 ANDRIES.M.ELIZABETH. (2014). “Terminal de Petroleiros – Projecto de Reabilitação


das Estruturas de Betão”, Gabinete de Estruturas e Geotecnia.
 Baron, J. e Ollivier, J.-P., 1992, “La durabilité des bétons”, Presses de l’école nationale
des Ponts et Chaussés, Paris, 453 pp.
 Castro Silva, (1975). “Durabilidade de Estruturas de Betão Armado em Ambiente
Marítimo”, Tese para obtenção do grau de Doutor em Engenharia Civil, Universidade
Técnica de Lisboa, Instituto Superior Técnico, 563 pp
 CEB, 1992, “Durable Concrete Structures. Design Guide”, Thomas Telford Services Ltd.,
Londres, 112 pp.
 Ripper (1997), “Durabilidade real e potencial do betão”, Programa de Investigação
apresentado a concurso de acesso à categoria de Investigador – Coordenador do LNEC,
LNEC, Lisboa, 226 pp.
 Silva de Almeida, (2014) “Betões – Metodologia prescritiva para a vida útil de projectode
50 e 100 anos face às acções ambientais, Especificação E 464”, 14 pp.
 SOFIA MENDES, (2005), “Prevenção da corrosão no betão armado”, Programa de
Investigação apresentado a concurso de acesso à categoria de Investigação-Coordenador
do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, LNEC, Lisboa, 278 pp.
 WILTOD.MAC, (2003)." “Terminal Marítimo para Petroleiros em Leixões.
 MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (MAE). (2005) Perfil do distrito de
Nacala-porto,Nampula.

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