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Roteiro de
Estudos
Autor: Ma. Camila Girotto da Silva
Revisor: Dr. Teresa Schimidt
Introdução
As pesquisas científicas são primordiais para a área da saúde. A partir delas, é possível ter o
conhecimento de novas doenças e o desenvolvimento de novas técnicas para diagnóstico e
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Elaboração de um Protocolo de
Pesquisa Componentes
Necessários
Para o desenvolvimento de uma pesquisa, inicialmente, precisamos ter em mente que é
necessário desenvolver um protocolo de pesquisa, descrevendo o plano escrito do estudo a ser
executado. Visto que, de acordo com Lopes e Harrington (2015, p. 38), “Todo médico deve
oferecer o melhor cuidado a seus pacientes, baseando suas práticas nas evidências geradas
por pesquisas clínicas em combinação com o próprio julgamento clínico.”
Como sabemos, os protocolos de pesquisa são muito utilizados como instrumentos para a
solicitação de recursos financeiros, além de configurarem elementos obrigatórios para a
avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). O CEP é um comitê composto por uma
equipe interdisciplinar, criado para defender os interesses dos participantes da pesquisa em
sua integridade e dignidade, objetivando o desenvolvimento da pesquisa dentro dos padrões
éticos. O processo ocorre com uma avaliação do protocolo pelo comitê, iniciado somente
mediante autorização.
Para destinar um protocolo à revisão ética, o pesquisador responsável precisa submetê-lo à
apreciação do sistema CEP/Conep. Esse sistema é formado pela integração entre o CEP e a
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), sendo a Plataforma Brasil o sistema oficial
para o lançamento de pesquisas à análise e ao monitoramento do sistema. É importante frisar,
aqui, que o pesquisador precisa estar cadastrado para ter acesso e que os protocolos somente
serão analisados a partir dessa plataforma e com toda a documentação solicitada.
Assim, o projeto encaminhado ao CEP deve:
conter os componentes básicos de um protocolo de pesquisa;
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Elemento Objetivo
● Relevância (
background
). Por que essas questões são importantes?
● Delineamento.
● Sujeitos.
● Variáveis.
● Hipóteses.
Para melhor compreensão acerca desse tema, observe as principais características dos
elementos do protocolo de pesquisa, na sequência.
Questão de pesquisa: diz respeito àquilo que o investigador deseja resolver. Essas
questões partem de uma preocupação geral, que se reduz a um objetivo mais específico,
delimitando, dessa forma, o tema de estudo para a elaboração do protocolo.
Relevância: visa trazer maior contextualização à pesquisa, ou seja, mostra como o estudo
pode ser inserido em um contexto amplo, apresentando a justificativa desse estudo.
Algumas perguntas que compõem essa etapa seriam: quais são os conhecimentos sobre
o tema?; por que podemos considerar a questão de pesquisa importante?; quais são as
respostas que o estudo poderá fornecer? Assim, podem ser inseridos os conhecimentos
prévios sobre o tema, os de outros autores ou, até mesmo, os conhecimentos a respeito
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LIVRO
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Um bom exemplo desse processo pode ser o de um pesquisador que tenha interesse em
estudar a relação entre peso corporal e pressão arterial. Ele pode realizar as medições das
variáveis nos participantes em uma única visita e, assim, avaliar se os participantes com maior
peso corporal apresentam maior probabilidade de hipertensão (HULLEY, 2015).
Nos estudos transversais, geralmente, obtêm-se informações apenas sobre a prevalência, ou
seja, a proporção de pessoas que têm a doença ou a condição clínica em determinado
momento. A prevalência torna-se um instrumento útil para os médicos, pois eles necessitam
estimar a probabilidade de o paciente ter determinada doença. Assim, quanto maior é a
prevalência de uma doença em indivíduos que apresentam determinados sintomas, maior
deverá ser o planejamento com profissionais da área da saúde sobre o tratamento e, assim,
alocar recursos para cuidar dos indivíduos.
Um dos pontos fortes dos estudos transversais é o fato de que não é necessário esperar a
ocorrência do desfecho, sendo os estudos mais rápidos e de baixo custo. Além disso, esse pode
ser o primeiro passo para um ensaio clínico. No entanto, para estudos de doenças raras, os
estudos transversais podem ser pouco práticos, a não ser que, nesse caso, a amostra tenha
sido sorteada de uma população composta por pessoas doentes, e não da população geral.
Uma vez que os estudos transversais medem a prevalência, mas não a incidência, é necessário
ter cautela ao inferir sobre causalidade, prognóstico ou história natural da doença. Por
exemplo: em um estudo em que se observa que a obesidade está associada à maior sobrevida
em pacientes em diálise, um estudo transversal sobre os preditores de doença renal crônica
poderia fazer com que houvesse uma superestimação da associação entre a obesidade e a
doença renal crônica (HULLEY, 2015).
Portanto, o estudo transversal pode ser caracterizado pela impossibilidade de se ter certeza a
respeito da exposição, se ela antecede ou é se é uma consequência da doença ou uma
condição relacionada à saúde (LIMA-COSTA; BARRETO, 2003). Ainda segundo Lopes e
Harrington (2015, p. 41),
Por sua vez, os estudos de caso-controle e os estudos de coorte são muito utilizados como um
o primeiro passo na investigação da etiologia de doenças ou de condições relacionadas à
saúde, além disso, também podem ser utilizados para a avaliação de ações e serviços de saúde.
Os estudos de coorte também são utilizados na investigação da história natural das doenças
(LIMA-COSTA; BARRETO, 2003).
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Os estudos de caso-controle podem ser utilizados para responder às questões que envolvem
doenças raras. No desenho experimental, há uma comparação entre pessoas que têm a
doença (casos) e um grupo livre da doença (controle). Nesses estudos, a proporção de casos e
controle é determinada de acordo com o número de indivíduos que o pesquisador deseja
amostrar, e não pelas proporções na população. Veja o que apresenta o autor:
Nos estudos experimentais (ou estudos não observacionais), há uma intervenção deliberada,
em que o planejamento é realizado pelo pesquisador, no sentido de provocar um efeito
enquanto controla outras condições. O objetivo desses estudos é determinar o resultado da
intervenção, geralmente realizada por meio de uma comparação com um grupo que não sofreu
nenhum tipo de intervenção e por outro que sofreu uma intervenção.
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LIVRO
LIVRO
Medicina
Autores:
Lange
Editora:
Grupo A
Ano:
2011
Comentário:
o livro é dividido por tópicos, em ordem alfabética,
contendo diagnósticos e tratamentos para 519 distintas doenças
e seus sintomas, com apresentação de tabelas e de gráficos que
ilustram e esclarecem a temática. Inclui, ainda, apêndice,
apresentando recursos
on-line
.
Disponível na Minha Biblioteca.
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Princípios Éticos no
Desenvolvimento de Pesquisas
Para o desenvolvimento de pesquisas, além de verificar todos os aspectos relacionados ao
protocolo adequado, também é necessário se atentar aos princípios éticos. As pesquisas que
envolvem os seres humanos geram preocupações éticas, já que os voluntários aceitam
participar da pesquisa, conhecendo os possíveis riscos, em benefício do conhecimento
científico. Segundo Lopes e Harrington (2015, p. 53),
De acordo com esse comportamento, podemos reconhecer que, em primeiro lugar, as pessoas
têm o direito de tomar suas próprias decisões ao participar ou não da pesquisa. Assim, o
princípio do respeito à pessoa, ou princípio de autonomia, exige que os pesquisadores tenham
o consentimento informado dos participantes da pesquisa, permitindo, também, que essas
pessoas possam abandonar o estudo a qualquer momento, além da proteção daqueles que
apresentam capacidade decisória reduzida (HULLEY, 2015).
Em segundo lugar, o princípio da beneficência e não maleficência exige que o conhecimento
científico adquirido por meio da pesquisa supere a inconveniência e o risco aos quais os
participantes estão submetidos, promovendo uma minimização desse risco, prezando o bem-
estar do participante. É importante frisar que, aqui, entendemos por riscos não somente os
danos físicos mas também os riscos psicossociais, decorrentes da quebra de confidencialidade
e da discriminação. Portanto, assegurar ao participante a confidencialidade de suas
informações é fundamental.
Já o princípio de justiça requer a igualdade na distribuição dos bens e benefícios às pessoas,
distribuindo-os, portanto, de forma justa. Durante uma pesquisa, esse princípio pode ser
aplicado ao afirmar, por exemplo, que um determinado tratamento ou medicamento não deve
ser oferecido a somente um grupo, deixando de fornecê-lo a outro; ou seja, as pessoas não
podem ser tratadas de forma diferente, sem que o benefício seja recebido por todos os
participantes. Assim, independente de acesso a seguro de saúde, renda ou escolaridade, o
acesso aos benefícios deve estar disponível a todos (HULLEY, 2015).
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Conclusão
Como vimos em nosso estudo, o processo para o desenvolvimento de pesquisas científicas na
área da saúde requer o conhecimento do pesquisador sobre peças importantes como a
elaboração de um protocolo de pesquisa, que servirá como guia para o desenvolvimento desta.
Esse protocolo estará pautado em um problema de pesquisa, que faz parte, sobretudo, da
curiosidade do pesquisador em obter êxito em sua pesquisa. Além disso, ele também poderá
auxiliar na condução do conhecimento diante de uma nova doença e, assim, prosseguir para
outras pesquisas diagnósticas e terapêuticas.
A MBE está centrada na utilização de provas científicas existentes e disponíveis na atualidade,
que apresentem boa validade interna e externa, para que seus resultados possam ser
aplicados na prática clínica. A partir dos resultados obtidos e de uma análise criteriosa de
resultados, os conhecimentos podem ser utilizados para melhor tomada de decisão dos
profissionais da área da saúde.
Referências Bibliográficas
BRASIL.
Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012
. Dispõe sobre diretrizes e normas
regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília, DF: Conselho Nacional de
Saúde, 2012. Disponível em:
http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf
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Acesso em: 19 abr. 2021.
DYNIEWICZ, A. M.
Metodologia da pesquisa em saúde para iniciantes
. 3. ed. São Caetano do
Sul: Difusão, 2014.
EL DIB, R. P. Como praticar a medicina baseada em evidências.
Jornal Vascular Brasileiro
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Porto Alegre, v. 6, n. 1, p. 1-4, 2007. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/jvb/v6n1/v6n1a01.pdf
. Acesso em: 19 abr. 2021.
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https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/126244/ISBN9788579835339.pdf
. Acesso
em: 19 abr. 2021.
ESTEITIE, R.
Fundamentos de pesquisa clínica
. São Paulo: Grupo A, 2015.
HULLEY, S. B.
et al
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Delineando a pesquisa clínica
. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
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