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DISCIPLINA

Metodologia da
Pesquisa Científica
Dra. Magali Quevedo Grave

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1. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

A pesquisa científica parte de um problema de pesquisa; ou seja, de uma pergunta.

Devido a isso, é considerada uma busca por respostas, tratando-se de uma atividade

básica das ciências que nunca se esgota e combina teorias, dados e metodologias.

Pode ser compreendida como um questionamento sistemático, crítico e criativo

(LOSADA, 2019).

A pesquisa pode ser classificada a partir de diferentes pontos de vista, como a sua

natureza, a abordagem do problema, os objetivos, os procedimentos técnicos e a coleta

de dados. Em relação à sua natureza, pode ser (LOSADA, 2019):

1) Básica: gera novos conhecimentos que auxiliam no avanço da tecnologia; no entanto,

não possuem aplicação prática;

2) Aplicada: gera conhecimentos que podem ser aplicados na prática para solucionar

problemas.

Em relação à abordagem do problema, a pesquisa pode ser:

1) Quantitativa: utiliza recursos e técnicas estatísticas para traduzir, em números, os

dados coletados; ou seja, quantifica as informações obtidas no estudo;

2) Qualitativa: é um tipo de pesquisa descritiva que tem, como objetivo, descrever o

que foi observado sem preocupar-se com a quantificação.

Em relação aos objetivos da pesquisa, ela pode ser:

1) Exploratória: utiliza levantamentos bibliográficos, entrevistas, análise de exemplos,

entre outros. O objetivo dessa pesquisa é tornar um problema explícito e levantar

hipóteses sobre ele;

2) Descritiva: tem o objetivo de descrever, de forma detalhada, o que busca-se analisar,

que pode ser uma população específica ou um fenômeno. É realizado um levantamento

bibliográfico com a utilização de técnicas de coleta de dados;

3) Explicativa: busca esclarecer algum problema. Nela, pode-se fazer métodos

experimentais ou observacionais para alcançar o objetivo.

O que vai determinar o enquadramento no tipo de pesquisa são os objetivos

estabelecidos no projeto. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa

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pode ser (HULLEY, 2008):

1) Bibliográfica: realizada através de materiais científicos já publicados, como livros,

artigos, periódicos, entre outros;

2) Documental: é realizada através de materiais que não passam por uma análise

científica ou analítica; ou seja, através de fontes primárias;

3) Experimental: o pesquisador manipula as variáveis que ele seleciona para a

pesquisa, bem como define as formas de controle e de observação que essas variáveis

produzem no objeto de estudo;

4) Levantamento: é realizada com o objetivo de gerar hipóteses sobre algo. Para isso,

as pessoas de interesse são interrogadas de forma direta;

5) Estudo de caso: é o estudo de um assunto específico de forma detalhada e

aprofundada, a fim de aprofundar o conhecimento sobre ele;

6) Pesquisa-ação: possibilita a intervenção do pesquisador dentro de um problema

social. Todos os participantes, tanto os pesquisadores quanto os voluntários, se envolvem

no problema de uma forma cooperativa ou participativa;

7) Participante: engajado na transformação política da sociedade na perspectiva

dos interesses dos seus grupos sociais subalternos, e onde os sujeitos investigados

participam conscientemente do processo de produção do conhecimento.

Em relação à coleta de dados, a pesquisa pode ser (LOSADA, 2019):

Transversal: ocorre em uma única etapa. É um estudo de levantamento de dados,

servindo para gerar hipóteses, e não para provar;

Longitudinal: é feita ao longo de um período, e é também chamada de “pesquisa de

coorte”. Nesse caso, são selecionadas pessoas com características comuns e é realizado

um acompanhamento, ao longo de um período, para observar o que acontece com elas.

Para fazer uma pesquisa, é necessário ter um planejamento; afinal, um estudo só pode

ser considerado científico se tiver coerência, consistência, originalidade e objetivação.

O planejamento deve ser constituído de um problema ou pergunta a ser resolvida, de

métodos que serão utilizados para chegar à conclusão final e pelo grau de confiabilidade

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da resposta obtida (LOSADA, 2019).

O planejamento dependerá de três fases principais: a decisória, em que será escolhido

o tema, a definição e a delimitação do problema de pesquisa; a construtiva, na qual é

construído o plano da pesquisa e é feita a execução da mesma; e a redacional, em que faz-

se a análise dos dados e informações obtidas na fase anterior, ou seja, é feito o relatório

final (HULLEY, 2008).

A pesquisa científica é, portanto, a realização de uma investigação planejada que

foi desenvolvida de acordo com normas da metodologia científica. Esta, por sua vez,

estabelece um conjunto de normas ordenadamente dispostas que devem ser seguidas

para a resolução do problema de pesquisa (LOSADA, 2019).

A pesquisa clínica envolve a investigação em seres humanos a fim de observar efeitos

clínicos, farmacológicos ou farmacodinâmicos de produtos a serem estudados, além de

identificar possíveis efeitos adversos e rotas metabólicas dos mesmos para averiguar

sua segurança e eficácia (HULLEY, 2008).

A pesquisa clínica possui alguns delineamentos (LOSADA, 2019):

Aberto: tanto o paciente quanto o investigador sabem o que está sendo administrado

ao paciente;

Simples – cego: o paciente não sabe o tratamento que está recebendo;

Duplo – cego: tanto o paciente quanto o investigador não sabem qual tratamento está

sendo administrado em cada paciente;

Simples: há apenas um tipo de tratamento que é administrado a todos os pacientes;

Placebo.

O ensaio clínico apresenta fases, como:

Fase pré-clínica: experimentações in vitro como potencial terapêutico;

Fase I: estudo muito inicial com voluntários para determinar a segurança e o perfil

farmacocinético (metabolismo e biodisponibilidade);

Fase II: estudo preliminar e terapêutico piloto para demonstrar efetividade potencial

da medicação;

Fase III: experimento propriamente dito – estudos internacionais, de larga escala, em

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múltiplos centros e com diferentes populações de pacientes para demonstrar eficácia e

segurança (população mínima de aproximadamente 800);

Fase IV: estudos realizados após a comercialização do produto como uma forma de

vigilância do mesmo, observando a ocorrência de novas reações adversas ou confirmando

o valor terapêutico do mesmo.

REFERÊNCIAS

HULLEY, Stephen B et al. Delineando a Pesquisa Clínica. 3ª edição. Porto Alegre:

Artmed, 2008.

LOSADA, Gisele. Metodologia Científica. Porto Alegre: Sagah Educação, 2019.

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