Referência Bibliográfica: ALMEIDA, Maria C. B de. Planejamento de Bibliotecas e serviços de informação. Brasília: Briquet de Lemos, 2005. Cap. 4, p. 53-92.
● Diagnóstico organizacional: Consiste numa intervenção na rotina da organização,
usando conceitos e métodos das ciências sociais para avaliar o estado da organização num determinado momento. ● Seus objetivos específicos são: identificar pontos fortes e fracos na estrutura e no funcionamento da organização; compreender a natureza e as causas dos problemas ou desafios apresentados; descobrir formas de solucionar esses problemas; e melhorar a eficiência e a eficácia organizacionais. ● O diagnóstico organizacional é a linha de base para o plano de ação da organização. À luz dos dados nele levantados são recomendadas mudanças na organização, que podem referir-se a: objetivos e estratégias (por exemplo, desenvolver um novo produto); habilidades, conhecimento e atitudes do pessoal (por exemplo, necessidade de certas habilidades para o trabalho em grupo); processos interpessoais e intergrupais (por exemplo, padrões de liderança); estruturas organizacionais. ● O desenvolvimento do diagnóstico exige uma série de atividades que podem ser agrupadas em três principais etapas: preparação, elaboração do projeto do diagnóstico e implementação do diagnóstico. ● A preparação tem por objetivo estabelecer um cenário organizacional que encoraje a avaliação e assegure que o pessoal conheça os componentes básicos do processo de avaliação. Não começa, portanto, com a coleta de dados, mas com a análise ou definição de objetivos e metas tanto da organização quanto da unidade de informação, com a identificação de aspectos ou das áreas a serem avaliadas e com o treinamento do pessoal. ● A elaboração do projeto de diagnóstico é um plano que contém os objetivos do diagnóstico, o problema ou as questões de pesquisa, as hipóteses de trabalho, a metodologia a ser utilizada para a coleta de dados, as medidas de desempenho ou os indicadores de avaliação a serem utilizados e o cronograma do processo. ● A última atividade no processo de elaboração do diagnóstico refere-se às formas de implementação da pesquisa. Envolve a elaboração do cronograma, a definição das atividades a serem executadas por cada um, a definição da coordenação da equipe, a aplicação do pré-teste e a definição dos recursos que serão necessários ao desenvolvimento do diagnóstico. ● A implementação do diagnóstico envolve basicamente duas grandes subetapas: a coleta de dados e a análise e interpretação desses dados. A coleta de dados é uma etapa eminentemente prática, que consiste na aplicação da metodologia prevista no projeto do diagnóstico. Depende de três ações integradas: ler, ver e ouvir (Gil, 1999). ● Diagnóstico exploratório é um tipo de mapeamento que perpassa todos os componentes de uma unidade de informação — estrutura, atividades, recursos, processos, produtos e usuários —, permitindo uma primeira aproximação do serviço. ● Diagnóstico específico também analisa o conjunto, mas aprofunda no foco selecionado, que pode ser um serviço (por exemplo, o serviço de referência), uma estratégia (por exemplo, a comunicação), um produto (por exemplo, o site), dentre outros possíveis focos. ● No caso do auto diagnóstico — diagnóstico conduzido pelos membros da organização sem a ajuda de um consultor externo — o pessoal tem que estar aberto à autoanálise e à crítica e ser capaz de coletar, analisar e interpretar os dados obtidos. ● A inclusão dos usuários da unidade de informação no processo é desejável e deve ser buscada, sempre que possível, pois é fundamental que a avaliação acolha a opinião do principal. Além disso, o usuário pode contribuir com dados externos e novos parâmetros que, em outras situações, dificilmente seriam obtidos dentro da organização. ● Deve-se lembrar que a participação dos usuários no processo de diagnóstico sem dúvida também trará dividendos políticos, à medida que contribui para a mudança de imagem da unidade de informação. ● É importante a competência técnica do avaliador; o diagnóstico é um tipo de pesquisa aplicada, que envolve técnicas, conhecimento, percepção aguçada, experiência e criatividade. ● As hipóteses, que tendem a ser mais específicas que as questões de pesquisa, especificam relações entre variáveis ou níveis de atividades e oferecem uma visão do que o avaliador suspeita encontrar. ● As questões de pesquisa são questões; as hipóteses são afirmações, mas ambas ajudam a estruturar o diagnóstico (É uma afirmação que não compreendi durante a leitura). ● Em muitos casos, a avaliação de um serviço ou produto de uma biblioteca ou qualquer outro serviço de informação é exploratória, isto é, constitui uma primeira tentativa de identificação de variáveis e fatores relacionados, não havendo conhecimento suficiente do problema que possibilite a formulação de hipóteses. ● No projeto do diagnóstico, definem-se, também, as fontes de dados e os instrumentos de coleta de dados a serem utilizados. A coleta de dados é atividade básica do diagnóstico e, por essa razão, é preciso definir cuidadosamente que dados devem ser coletados, por que e como coletá-los. ● Para a coleta de dados podem ser utilizados vários instrumentos que vão desde questionário ou entrevista, até observação, simples ou participante, e grupo focal. ● A observação é elemento fundamental no diagnóstico, sobretudo na fase de coleta de dados. ● Outras informações fundamentais para o diagnóstico podem ser extraídas de fontes diversas como relatórios, regimentos, regulamentos, planos de trabalhos, etc. Esses documentos podem fornecer dados relativos ao acervo, desde a aquisição até a circulação, aos recursos humanos, financeiros e materiais e aos serviços. ● Nenhum método de coleta de dados é adequado a todos os problemas, pois cada instrumento de coleta apresenta um tipo de limitação. Por essa razão, a combinação de diferentes formas de coleta de dados pode trazer melhores resultados, pois garantirá a credibilidade pela ‘triangulação’, isto é, pela possibilidade de confirmação de dados com o uso de outras técnicas ou em outras fontes. ● A pesquisa de campo, quando lida com um universo numeroso, deve ser feita por amostragem, ou seja, com uma pequena parte dos elementos que compõem esse universo ou população. ● Por estudo de uso, entende a coleta sistemática de dados sobre o sistema — suas atividades, operações, pessoal, uso e usuários, em um dado momento ou em um período de tempo. O estudo de usuário, de outra parte, preocupa-se em entender as necessidades informacionais, preferências, opiniões e avaliações de usuários e não- usuários a respeito de serviços oferecidos ou a serem oferecidos.
Pesquisa e Intervenção Nas Organizações Planejamento, Instrumentos (Escalas, Questionários, Documentos, Entrevistas, Observações), Procedimentos e Análise PDF