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Introdução

O presente trabalho de pesquisa, da cadeira de Práticas pedagógicas Gerais, que visa abordar
e ilustrar sobre A Observação como Técnica de Recolha de Dados, de princípio é de
considerar que, A observação é sistematicamente organizada em fases, aspectos, lugares e
pessoas, relaciona-se com proposições e teorias sociais, perspectivas cientificas e explicações
profundas e é submetida ao controle de veracidade, objetividade, fiabilidade e precisão. O
método de recolha de dados por observação é um método em que o investigador observa os
participantes no seu ambiente natural ou contextos "artificiais" criados para o efeito, como os
laboratórios. É uma estratégia muito valorizada na investigação em educação, já que nem
sempre o que as pessoas dizem que fazem é aquilo que realmente executam. Este método (ou
conjunto de métodos) pode ser utilizado quer em investigação quantitativa, quer em
investigação qualitativa, dependendo do processo utilizado.

Objetivos Gerais
 Conhecer a observação como técnica de recolha de dados na na escola e na sala de
aulas.

Objetivos Específicos
 Especificar os tipos de recolha de dados;
 Descrever tipos de observação direta e indireta;
 Conhecer técnicas de recolha de dados;
 Idênticas Meios de observação;
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Observação como Técnica de Recolha de Dado na escola e na sala de aulas

Técnica
A palavra Técnica provê do grego téchnē, 'arte, técnica, oficio'; arte ou maneira de realizar
uma ação ou conjunto de ações.
Técnica é o procedimento ou o conjunto de procedimentos que têm, como objetivo, obter um
determinado resultado, seja no campo da ciência, da tecnologia, das artes ou em outra
actividade qualquer.
Técnica de colecta de dados, não consiste em apenas ver ou ouvir, mas em examinar factos
ou fenómenos que se desejam estudar, elemento básico de investigação científica, utilizado
na pesquisa de campo como abordagem qualitativa, Auxilia o pesquisador na identificação e
a obtenção de provas a respeito de objetivos sobre os quais os individuos não tem
consciência, mas que orientam seu comportamento, sujeita pesquisador a um contacto mais
directo com a realidade. O grau de participação do observador é muito relevante, bem como a
duração das observações, sendo imprescindível planejar o que e como observar. Enquanto
procedimento científico e para que a pesquisa seja confiável deve servir a um objectivo
formulado de pesquisa, sendo sistematicamente planejada e submetida a verificação e
controle de validade e precisão.
Lakatos(1985) define método como o conjunto de procedimentos sistemáticos e racionais que
permitem alcançar os objetivos da pesquisa, levando em consideração aspectos de segurança,
economia e validez.

Recolha de Dados
A noção de recolha diz respeito ao processo e ao resultado de recolher (reunir ou apanhar
algo). Um dado, por sua vez, é uma informação que permite gerar determinado
conhecimento. Isto significa que a recolha de dados é a atividade que consiste em compilar
informação dentro de um determinado contexto.
A recolha de dados é uma etapa essencial no processo de investigação ou na análise de uma
determinada situação. Existem várias estratégias e métodos para recolher dados, sendo que a
escolha do método mais adequado depende do tipo de informação desejada, do contexto e dos
recursos disponíveis. Alguns métodos comuns de recolha de dados são:
É importante planear e organizar a recolha de dados de forma cuidadosa, garantindo a
validade e fiabilidade dos resultados. Também é fundamental respeitar a privacidade e
confidencialidade dos participantes e obter o seu consentimento informado antes de recolher
qualquer tipo de informação.
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Segundo Gil (1996), a coleta de dados em um estudo de caso é baseada em diversas fontes de
evidências. Para efeito de elaboração dessa pesquisa foram utilizados os seguintes
procedimentos: entrevistas e a técnica de observação participante.

Noção de Observação
A palavra observar provém do latim observare, e quer dizer olhar ou examinar
com minúcia e atenção. A acção de observar implica considerar atentamente os factos para os
conhecer bem.

Observação na escola
A observação é uma técnica de colecta de dados muito valiosa na escola, podendo ser
utilizada para investigar diversos aspectos do ambiente escolar, incluindo o comportamento
dos alunos e professores, a relação entre eles, a organização do ambiente de aprendizagem, as
práticas pedagógicas, entre outros.
A observação pode ser realizada de forma sistemática e planejada, seguindo um protocolo de
observação previamente definido, ou de forma informal e espontânea, anotando impressões e
observações em um caderno ou ficha de anotações. Em qualquer caso, é importante garantir a
ética e a privacidade dos envolvidos no processo de observação.
Ao utilizar a observação como técnica de colecta de dados na escola, é importante definir
claramente o que se deseja observar e com que propósito, identificar o local e o momento
mais apropriado para a observação, registrar as informações de forma clara e objetiva, e
analisar os dados com base em uma fundamentação teórica.
A observação pode ser útil para identificar desafios e oportunidades na escola, avaliar
práticas pedagógicas, planejar intervenções, diagnosticar dificuldades de aprendizagem, entre
outras finalidades. Por isso, é uma técnica de colecta de dados que deve ser valorizada e
utilizada de forma sistemática e regular na escola.

Observação na sala de aula


A observação na sala de aula é uma técnica de coleta de dados importante para os professores
que buscam entender melhor o comportamento dos alunos, avaliar o progresso da
aprendizagem, identificar necessidades especiais, avaliar o ambiente de aprendizagem e
ajustar as práticas pedagógicas.
Existem diferentes formas de usar a observação na sala de aula. Uma delas é observar os
alunos em relação às tarefas, desempenho, disposição, comunicação e interação, permitindo
reunir informações sobre o engajamento e a participação deles nas atividades escolares e a
qualidade do seu aprendizado.
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Outra forma de usar a observação na sala de aula é avaliar o ambiente de ensino, que inclui
elementos como a organização do espaço, a atmosfera emocional e a dinâmica pedagógica.
Observar o ambiente de ensino pode ajudar os professores a identificar possíveis problemas e
oportunidades de melhoria.
A observação pode ser realizada de forma sistemática ou informal, registrando as impressões
e observações em uma ficha de observação ou em um diário de campo. Em geral, os dados
são registrados de forma objectiva, descrevendo o que foi observado sem emitir juízos de
valor.
Por fim, a análise e interpretação dos dados colectados através da observação na sala de aula
permite identificar pontos fortes e fracos, adaptar a prática pedagógica às necessidades dos
alunos, promover um ambiente mais acolhedor, entre outras ações que possam melhorar a
qualidade do ensino.
Destas definições, podem-se extrair duas ideias principais:
 A observação é um procedimento e uma técnica de recolha de dados, os dados
recolhidos devem ser analisados associado a estas ideias.
 O observador (seja ele quem for, supervisor ou praticante) deve ter a consciência de
que a observação escolar, sendo uma actividade de pesquisa, rege-se por princípios da
planificação, que compreendem, segundo Gil (1996:21), os seguintes elementos:
processo, eficiència, prazos e metas.
A observação pode ser considerada em duas dimensões:

Como processo mental e como técnica organizada.

Como processo mental


observar é um acto de apreender coisas e acontecimentos, comportamentos e atributos
pessoais e concretas inter-relações.
Neste sentido, ultrapassa o simples acto de ver e ouvir. E seguir o curso dos fenómenos,
seleccionando aquilo que é mais importante e significativo, a partir das intenções específicas
do pesquisador.
Como técnica organizada,
observar é um meio de medir por descrição, classificação e ordenação. Transcende a simples
constatação dos dados, porquanto envolve a complementação dos sentidos por meios
técnicos. Permite apreensão directa dos fenómenos. A observação como técnica requer:
Especificação: os fenómenos seleccionados devem ser passíveis de mensuraçāo,
classificação e ordenação;
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Objectividade: os fenómenos devem ser descritos tal como ocorrem;

Sistematização: a situação e os factores especiais devem ser controlados através de um


planeamento cuidadoso. Requer processos de obter, seleccionar e analisar os dados:

Validade: os resultados obtidos devem estar proporcionalmente adequados aos objectivos. A


validade depende, em grande parte, da definição e selecção de actividades que contenham os
elementos essenciais:

Treinamento: o observador deve estar preparado para a tarefa.

No sentido mais amplo, observarnão se trata apenas de ver, mas de examinar. Não se trata
somente de entender mas de auscultar. Trata-se também de ler documentos (livros, jornais,
impressos diversos) na nedida em que estes não somente nos informam dos resultados das
observações e pesquisas feitas por outros mas traduzem também a reacção dos seus autores.
Minon, apud Rudio (1999:39)
Seja qual for o conceito com que o observador estiver a operar, é fundamnental recordar que
a observação para ser considerada um instrumento metodológico requer uma planificação,
registo adequado e deve ser submetida a controle de precisão, (Moroz &
Granfaldoni, 2002:6).

Aspectos a ter em conta na observação


Qualidades pessoais do pesquisador
De acordo com Gil (1996:20), o sucesso de uma pesquisa depende de certas
qualidades intelectuais e sociais do pesquisador, dentre as quais se destacam:
 Conhecimento do assunto a ser pesquisado;
 Curiosidade:
 Criatividade;
 Integridade intelectual:
 Atitude autocorrectiva;
 Sensibilidade social;
 Imaginação disciplinada;
 Perseverança e paciência;
 Confiança na experiência.
Um observador deve reunir, essencialmente, as seguintes características: a capacidade de
tolerar ambiguidades; ser capaz de trabalhar sob sua própria responsabilidade; Deve inspirar
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confiança, deve ser pessoalmente comprometido autodisciplinado, sensível a si mesmo e aos


outros; deve ser maduro e consistente e deve ser capaz de guardar informações confidenciais.
Ludke & André (2003).
Além dessas qualidades pessoais e das decisões que deve tomar quanto à forma e à situação
de coleta de dados, o observador se defronta com uma difícil tarefa, que é a de selecionar e
reduzir a realidade sistematicamente. Essa tarefa exigirá certamente que ele possua um
arcaboiço teórico a partir do qual seja capaz de reduzir o fenómeno em seus aspectos mais
relevantes e que conheça as várias possibilidades metodológicas para abordara realidade a
fim de melhor compreendê-la e interpretá-las. Ludke & André (ibidem:17).

Recursos humanos, materiais e financeiros


A observação envolve recursos humanos. São eles os fornecedores da informação.
Os recursos humanos necessitam de "materiais" (equipamentos, bibliografia e acessórios).
Considerando que a observação requer deslocação, bibliografia, produção e/ou aquisição de
instrumentos, o observador deve munir-se de recursos financeiros para pesquisa. Estes três
recursos são indispensáveis para uma boa observação.

Observação directa
Observação direta é uma técnica de coleta de dados realizada por meio da observação direta
do objeto de estudo, sem interferência ou manipulação do observador. Isso significa que o
observador apenas registra o que acontece na realidade estudada sem alterá-la de alguma
forma. Por exemplo, um ecologista que está estudando a vida dos animais em uma floresta
pode realizar uma observação direta pelos dados de comportamento alimentar e interação dos
animais na floresta. Ele pode se esconder e observar os animais de longe, sem interagir com
eles, apenas anotando as informações relevantes para sua pesquisa.
A observação direta pode ser conduzida tanto de forma subjetiva, quanto objetiva, mas em
ambos os casos, o objetivo é registrar o comportamento e as características do objeto de
estudo de uma forma fiel e precisa. É uma técnica importante na pesquisa científica e na
análise de comportamento em diversas áreas, como na psicologia, ciências sociais, ecologia,
biologia, entre outras.

Formas e meios de observação


a) Na perspectiva da Situação ou na Atitude do Observador
 Observação participante e não participante:
● Distanciada e participada;
● Intencional (ou orientada) e espontânea.
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b) Quanto ao Processo de Observação


 Observação Sistemática e Ocasional;
● Armada (ou instrumental) e desarmada;
● Contínua e intermitente:
● Directa e indirecta.
c) Quanto aos aspectos e características do Campo de Observaçāo
 Observação molar e molecular;
● Verbal e gestual:
● Individual e grupal.

Tipos de observação
a) Observação vulgar
É a fonte de obtenção de conhecimentos diários para o homem, sobre si próprio e sobre o
mundo que o rodeia (pessoas, coisas, factos). Rudio (1999:41), afirma que pela observação
vulgar o homem conhece e aprende sobre o que é itril e necessário para a sua vida, desde
coisas muito simples como, por eemplo, qual o ônibus que o leva ao trabalho, qual o ponto
em que deve tomar o ônibus e deve saltar, qual o estado de hmor do "chefe. pela fsionomia
que apresenta, etc.
A observação vulgar pode ser feita:
(I) directamente: através das palavras, dos gestos e acções das pessoas.
(II) Indirectamente: inferindo sobre os pensamentos e os sentimentos, desde que estes se
manifestem em forma de palavras, gestos e acções; também se pode observar, indirectamente,
as atitude se as predisposições em relação à determinadas tarefas, pessoas, acontecimentos,
etc..
Observação cientifica
Segundo Rudio (1999:41), ela complementa, enriquece e aprofunda a observação vulgar, de
forma a Ihe dar maior validade, fidedignidade e eficácia. A observação científica pode ser de
dois tipos: assistemática e sistemática.
Observação asistemática
De acordo com Rudio (1999:41), a observação assistemática, também conhecida por
ocasional, simples, não estruturada é aquela que "se realiza sem planejamento e sem controle
anteriormente elaborados, como decorrência de fenómenos que surgem de imprevisto".
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Observação sistemática
A observação sistemática, designada também, por planificada, estruturada ou controlada é a
que se realiza em condições controladas para se responder a propósitos, que foram
anteriormente definidos. Requer planificação e necessita de operações específicas para o seu
desenvolvimento.
A observação sistemática, pelas características da intensidade, planeamento e ordenação,
atinge padrões científicos e objectivos. Para a sua concretização, o observador deve possuir
as seguintes capacidades:
Percepção: é a capacidade de apreender os fenómenos. O acto de percepção
apresenta aspectos objectivose subjectivos. Os subjectivos são dinamizados pela experiência
anterior, pelas emoções e sentimentos, pelas motivações, sistema de acção e pensamento. O
observador deve ter a capacidade de controlar tanto os aspectos objectivos, como os
subjectivos;
Atenção: é a atenção que dirige, assegura e mantém a percepção. Permite que o observador
se oriente de acordo como foco conceptual;
Memorização: esta capacidade envolve fixação, reprodução, reconhecimento e evocação de
algo conhecido. O observador desenvolvê-la-á até certo grau. porquanto há fenómenos que
emergem em determinada situação de observação e que ela não pode registar no momento;
Análise: é a capacidade de segmentar o todo observado em partes significativas,
organizando-as de forma a que as relações entre as partes existentes sejam adequadamente
visualizadas;
Generalização: é a capacidade de chegara afirmações categóricas, inferidas a partir da
análise e interpretação dos dados;
Comunicação: é a capacidade de equacionar os dados, organizando o relato deforma a que
possa ser compreendidoe utilizado por outras pessoas.
A observação sistemática sustenta-se a partir dos seguintes elementos:
● Por que observar (motivações)?
● para que observar (objectivos)?
● como observar (instrumentos)?
● o que observar (o campo de observação)?
● quem observa (sujeito)?
Em relação à pergunta por que observar, o pressuposto é de que ninguém observa sem
motivos. Pretende-se, como resposta, que se diga aquilo que leva o sujeito a olhare examinar
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com precisão. Por exemplo, se um sujeito intenta em assistir a uma aula deverádizer o que o
move a fazê-lo. Com base nessa pergunta, o observador explicita os motivos da observação.
Aquestāo para que observar remete o observador a pensar na definição dos cbjectivos. Esta
pergunta equivale a qual é a finalidade da observação ou o que se pretende alcançar com a
obsernação? O objectivo de uma observação, na escola, pode ser, por exemplo, conhecer
fisicamente a escola e suas infra-estruturas; conhecer a organização e funcionamento do
sector pedagógico e administrativo da escola; conhecera composição dos gupos de disciplina
em particular o de Português; acompanhar a aplicação das normas que regem o
funcionamento da escola como instituição de ensino.
De acordo com o autor citado, o investigador precisa de saber observar e problematizar, ou
seja, interrogar a realidade e construir hipóteses explicativas e depois intervir e avaliar.
No que diz respeito à pergunta como observar, a resposta remete-nos à
abordagem sobre a selecção de instrumentos de observação. Esses instrumentos podem ser:
inquéritos, diários, entrevistas, questionários.
Sobre a questão o que observar, a resposta tem a ver com a delimitação do campo de
observação. Se pensarmos, por exemplo, numa escola, o campo de observação é a escola.
Esse campo, pode ser restringido em função dos objectivos previamente definidos. Assim,
poderá o observador seleccionar a sala de aula, o sector pedagógico, o sector administrativo,
etc.
A pergunta quem observa, tem como resposta o sujeito. Nas Práticas Pedagógicas, o sujeito
pode ser. por exemplo, o supervisor, o praticante, o tutor. O sujeito da observação pode
desempenhar o papel de um planificador e, simultaneamente, de um executor da observação,
o que é aconselhável, ou, ainda, assumir o papel de um mero executor de um programa de
observação, que é o caso dos praticantes (estudantes em formação) na Universidade Rovuma.

Conteúdos da observação
De acordo com Bogdane Biklen (1982, apud Ludke e André, 2003), o coteúdo da observação
deve compreender uma parte descritiva e outra mais reflexiva. A parte descritiva deve ser um
registo detalhado do que ocorre no campo e incidir sobre:
(I) "descrição dos sujeitos". Sua aparência física, seu modo de vestir, de falar e de agir;
(II) "reconstrução de diálogos". As palavras, os gestos, os depoimentos, as observações feitas
entre os sujeitos ou entre estes e o pesquisador devem ser registados. É preciso usar as
palavras dos observados. As citações são bastante importantes para analisar, interpretar e
apresentar os dados;
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(III) "descrição de locais". O ambiente onde é feita a observação deve ser descrito. O uso de
desenhos ilustrando a disposição dos móveis, o espaço físico, a apresentaçāão visual do
quadro de giz, dos cartazes, dos materiais de classe podem também ser elementos importantes
a ser registados:
(VI)"descrição de eventos especiais". As anotações devem incluir o que Ocorreu, quem
estava envolvido e como se deu esse envolvimento:
(V)"descrição das actividades ". Devem ser descritas as actividades gerais e os
comportamentos das pessoas observadas, sem deixar de registar a sequência em que ambos
ocorrem;
(VI) "os comportamentos do observador". Sendo o principal instrumento da pesquisa, é
importante que o observador inclua nas suas anotações as suas atitudes, acções e conversas
com os participantes durante o estudo:
Reflexões analíticas. Referem-se ao que está sendo "aprendido" no estudo, isto é, temas que
estão emergindo, associações e relações entre partes, novas ideias surgidas;
Reflexões metodológicas. Nestas estão envolvidos os procedimentos e estratégias
metodológicas utilizados, as decisões sobre o delineamento (design) do estudo, os problemas
encontrados na obtenção dos dados e a forma de resolvē-los;
Dilemas éticos e conflitos. Aqui entram as questões surgidas no relacionamento com os
informantes, quando podem surgir conflitos entre a responsabilidade profissional do
pesquisador e o compromisso com os sujeitos;
Mudanças na perspectiva do observador. É importante que sejam anotadas as expectativas,
opiniões, preconceitos e conjecturas do observador e sua evolução durante o estudo;
Esclarecimentos necessários. As anotações devem também conter pontos a serem
esclarecidos, aspectos que parecem confusos, relações a serem explicitadas, elementos que
necessitam de maior exploração.
Estas anotações (descritivas e reflexivas) devem ser encaradas como sugestões
para uma observação consciente e visam facilitar a organização de dados de estudo e não
como uma receita.

A observação indirecta
A observação indireta é uma técnica de colecta de dados que consiste em obter informações
sobre um fenômeno por meio de registros, onde são usadas as intrevistas, análises e relatos de
terceiros, sem a presença direta do observador. No contexto do processo de ensino e
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aprendizagem, ela pode ser útil para identificar padrões de comportamento dos alunos e
avaliar a efetividade das estratégias pedagógicas.

Entrevista
A entrevista é um dos instrumentos básicos para recolha de dados. Moser e Kalton (1971),
apud Bell (1997:1 18), afirmam que a entrevista é "uma conversa entre um entrevistador e um
entrevistado que tem o objectivo de extrair determinada informação do entrevistado".

Tipos de entrevista
Os diferentes tipos de entrevista situam-se naquilo que chamam de "um continuum de
formalidade", em que num extremo se encontra a entrevista completamente formalizada -
estruturada (em que o entrevistador se comporta como uma máquina) e no outro, situa-se a
entrevista completamente informal - livre, cuja forma é determinada por cada entrevistado.
Grebenike Moser (1962), apud Bell (1997:120),
De acordo com Ludke & André (2003:34), a grande vantagem da entrevista sobre
outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da informação
desejada,praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos.
Para Bell (1997:118), a grande vantagem da entrevista é sua adaptabilidade.

Questionários
O questionário é um conjunto de questões pré-elaboradas, sistemática e sequencialmente
dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa, com o objectivo de suscitar dos
informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre assunto que os informantes saibam
opinar ou informar. Chizzotti (2000:55)
Conforme o mesmo autor, o inquiridor deve saber claramente que informações quer recolher,
o informante deve compreender as perguntas que Ihe são feitas e o questionáio deve conter
uma estrutura lógica; deve ser preciso; a linguagem deve ser simples e acessível ao
informante, devendo ser evitadas perguntas ambíguas que suscitem duplo sentido.
De acordo com Faria (1989), apud Labes (1998: 15), o questionário é o veículo de pesquisa
que utiliza impressos preparados para receber respostas a todas as perguntas necessárias a um
levantamento, as quais foram previamente elaboradas e dispostas na melhor sequência, na
forma mais agradável para facilitar o preenchimento e devolução.
Labes (1998:17) afirma que a elaboraçāo de um questionário obedece a normas rígidas e a
sua utilização acontece quando:
● For necessário ter o registo das infornações;
● Existirem dados padronizados para posterior mensuração;
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● Houver dispersão geográfica do público-alvo;


● A amostra ou a população for numerosa;
● Se desconhecem os factores quantitativos do problema, e Houver grande número de
variáveis intervenientes.
Labes (1998) considera que existem quatro itens principais a atender na elaboração de um
questionário, designadamente:
a) cabeçalho e orientações aos respondentes;
b) redacção das perguntas;
c) montagem do questionário;
d) tratamento estético do questionário.
De acordo com Labes (1998:40) o cabeçalho deve:
a) conter um apelo simpático ao piblico respondente;
b) expor afinalidade, o objectivo e a importância da pesquisa;
c) citar o nome da instituição ou responsável pela pesquisa;
d) estabelecer data limite e a forma de devolução:
e) conter o meio, a foma e data prevista para resultados.
As perguntas dos questionários podem ser abertas, fechadas e semi-abertas.

Exemplo de perguntas
Abertas:são as que permitem ao observado responder livremente, usando linguagem própria
e emitir opiniðes.
1.Qual é a sua opinião sobre os métodos usados?
R_____________________________
Fechada: são aquelas em que o observado escolhe sua resposta entre duas opções ou mais.
Este tipo de pergunta, embora restrinja a liberdade das respostas, facilita o trabalho do
pesquisador e também a tabulação.
1.Como é a sua casa?
Palhota____
Alvenaria_____
Pau-a-pique_____
Madeira e zinco_____
Semi-aberta: permitem respostas mais detalhadas do que perguntas fechadas, mas ainda
fornecem algumas opções para os entrevistados escolherem. Elas são úteis para colceta de
dados qualitativos.
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1. Como é a sua casa?


Palhota____
Alvenaria____
Pau-a-pique_____
Madeira e zinco____
Outro tipo_________
Ao montar o questionário, é necessário ter atenção ao número de perguntas, à ordem de
apresentação das perguntase à codificação das respostase opções de respostas. É importante
também atender ao tratamento estético do questionário, i é., "o tipo de papel empregado, o
formato e as dobraduras do papel; a qualidade dos originais e o formato-estilo das letras".
Segundo Labes (1998:19), a planificação do questionário é um processo intelectual, formado
por um complexo de actos que exigem reflexão e envolve o metas, o plano de acções, o
levantamento da situação, a definição de objectivos/ metas, o plano de ações, o cronograma e
o orçamento. Como se pode depreender, estas são, na verdade, as etapas de qualquer
planificação científica.

Etapas da planificação do questionário:


 Pesquisa
 Definições da Amostra e População para Pesquisa
 Definição da Amostra para Teste (s)
 Elaboração do Questionário
 Redacção e Arte Final
 Reprodução para Teste (s)
 Reprodução Final
 Material Acessório (envelope, cola, etc.)
 Testagem(ns) ou Pré-Teste
 Distribuição
 Coleta
 Distribuição e Aplicação
 Selos / Tarifas /Encartes, etc.
 Coleta (retomo)
 Tabulação dos Dado
 Digitação /Contagem
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 Cálculo / Gráficos / Computação, etc.


 Análise e interpretação dos Dados
 Divulgação dos Resultados / Publicação (Relatório de Pesquisa)
Estas etapas podem sofrer alterações em função das características da pesquisa e
do estilo do pesquisador. O importante é que ao planificar o questionário, o pesquisador
deverá ter em consideração:
 A definição dos recursos necessários;
 A delimitação da Populaçãoe Amostra, e (ii) a definição de um cronograma de
trabalho.

Dados Secundários
Os dados secundários são dados originalmente utilizados para outras finalidades que não a
investigação em causa. Estes podem ser documentos (pessoais, oficiais), dados fisicos, dados
de pesquisa em arquivo. Estes dados são importantes, principalmente quando se tratam de
dados mais macrossociais, demográficos, socioeconómicos e históricos. A utilização destes
dados servem, muitas vezes, para economizar tempo na investigação. .

Meios de observação
Günther (2006) apresenta documentos, diários, videos, gravações como meios de registro da
observação, pois a observação inclui registros de comportamento e estados subjetivos,
registrando manifestações humanas observáveis. Em particular, ressalta-se a observação
participante e gravação de video, pois são duas estratégias de observação na pesquisa
qualitativa que podem fornecer diferentes tipos de dados. Por isto, a observação participante e
gravação de video são geralmente utilizadas separadamente um do outra e a escolha entre as
duas é baseada na finalidade do estudo.

Cuidados necessários do pesquisador


 ele deve estar dotado de conhecimentos previos acerca da cultura do grupo que
pretende observar

Principios para Formulação de Perguntas


Na formulação de perguntas deve:
● Usar uma linguagem natural e familiar para a população-alvo
● Escrever itens claros, precisos e relativamente curtos.
a) Se e os participantes não entender os itens, os dados não serão válidos:
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b) Itens curtos são mais facilmente compreendidos e menos stressantes do que itens
longos.
● Não usar perguntas orientadoras.
a) Ouestões orientadoras levam o participante para onde o investigador quer.
b) Deve-se sempre usar uma formulação neutra.
● Evitar perguntas de "cano" duplo.
As questồes de "cano duplo combinam duas ou mais questoes numa só (por exemplo:
"Gostas de jogar videojogos quando estás em casa e nos intervalos na escola?"- se
responder
que muito, será muito na escola, muito em casa ou muito em casa e na escola? Se a
pergunta
incluir a palavra e"é provável que seja uma questão de cano duplo.
● Evitar duplas negativas.
(Por exemplo, "Eu discordo que os professores não devem ser obrigadas a
supervisionar os
seus alunos na biblioteca");
● Determinar sea questäo deve ser aberta ou fechada;
a) Perguntas abertas fornecer dados qualitativos provenientes das palavras dos
próprios inquiridos.
b)Perguntas fechadas fornecem dados quantitativos com base nas categorias pré-
determinadas pelo investigador.
c) As perguntas abertas são mais comuns em pesquisas exploratórias e perguntas
fechadas são usuais em investigação confirmatória;
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Conclusão

Com o trabalho apresentado, Com as pesquisas feitas Concluimos que, Os métodos de


recolha de dados, são estratégias que possibilitam aos pesquisadores obter dados empiricos
que lhe possibilitam responder às suas questões investigativas. Os dados daqui resultantes
devem ser analisados, interpretados de forma a poderem ser transformados em resultados e
conclusões. Durante o trabalho sobre o tema da Observação como Técnica de Recolha de
dados, foi possivel a curiosidade no estudo do estudo de alguns dos métodos utilizados quer
na investigação positivista e quantitativa, quer na investigação interpretativa e qualitativa,
tendo esse deparo com mais incidência na utilização do questionário no questionário
enquanto técnica quantitativa e na utilização da entrevista como técnica usada na investigação
qualitativa, é de concluir também, O estudo e a construção colaborativa de conhecimento que
fizemos durante o tempo em que nos focalizamos neste tema da Observação como métodos
de recolha de dados, foi essencial para unm melhor conhecimento das estratégias utilizadas
na investigação na área da educação.
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Fragilidade da Formação do Professor", Artigo retirado do site Psicopedagogia

CRESWELL, John W.. 2007, Projecto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativoe misto.
Tradução Luciana de Oliveira da Rocha.. 2. ed. Porto Alegre: Artmed.

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