UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa

Especialização em Matemática

Métodos Estatísticos Aplicados

à Educação

Prof. Dr. Mauro Sérgio T. Araújo

2021
ÍNDICE
1 – Recomendações Gerais.........................................................................03

2 – Noções Básicas sobre os Procedimentos Metodológicos de

Estatística....................................................................................................04
• Aspectos Históricos e definição.
• Etapas do Método Estatístico.
• População, Amostra e Erro Amostral.

3 – Tabelas de Distribuição de Frequências...............................................12

4 – Gráficos Estatísticos.............................................................................20
• Gráficos Lineares ou de Tendência.
• Gráfico de Colunas, de Barras e de Setores.
• Histogramas, Polígono de Frequências e de Frequência Acumulada.

5 – Correlação Linear e Regressão Linear.................................................30

• Diagrama de Dispersão.
• Coeficiente de Correlação Linear.

6 –Regressão Linear...................................................................................36
• Equação Normal de Regressão.

7 – Medidas de Posição..............................................................................38
• Medidas de Tendência Central (Média, Mediana e Moda).
• Separatrizes (Quartil, Decil e Percentil).

8 – Escalas de Notas Baseadas em Medidas de

Posição........................................................................................................52

9 – Medidas de Variabilidade.....................................................................57
• Medidas Tipo Amplitude.
• Medidas Tipo Desvio (Desvio Médio, Desvio Padrão e Variância).

1
10 - Medidas de Variabilidade Relativa.....................................................63

11 – A Distribuição Normal ou Gaussiana.................................................67

• Cálculo das Probabilidades.
• Variável Reduzida ou Escore Padronizado (zi).

12 – Aspectos Relevantes na Elaboração de Avaliações...........................75

• Perfis Adequados e Inadequados de Avaliações.

13 – Escalas de Notas baseadas na Média e no Desvio Padrão.................80

14 – Testes de Hipóteses Aplicados aos Processos de Ensino e

Aprendizagem............................................................................................83
• Princípio do Teste de Hipóteses e Regra de Decisão.
• Etapas do Teste de Hipóteses.
• Testes Unilaterais ou Unicaudais.
• Testes Bilaterais ou Bicaudais.
• Tipos de Erro e Nível de Significância (α).
• Distribuição t de Student.

15 – Teste de Hipóteses para Comparação entre

Médias...............................................................................................93

• Médias obtidas a partir de Amostras Independentes

• Amostras Grandes e Pequenas

• Médias obtidas de uma Mesma Amostra

• Tábua de Tc

16 – Bibliografia.......................................................................................100

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Recomendações Gerais

É importante que o estudante tenha em mente que o simples acompanhamento das aulas não
é suficiente para uma aprendizagem adequada dos conceitos, sendo necessário um aprofundamento
posterior que deve ser baseado na leitura dos livros indicados ou outros livros que abordem os
temas abordados em aula. Esse estudo complementar às aulas é fundamental para o aprimoramento
do estudante e permitirá que o mesmo possa apresentar um desempenho satisfatório na disciplina.
No que se refere aos livros, cabe ressaltar que além das referências listadas ao final da
apostila também podem ser utilizados para estudo quaisquer outros livros que os estudantes
julgarem adequados para acompanhar os conteúdos que fazem parte da disciplina de Métodos
Estatísticos Aplicados à Educação, cabendo portanto, ao aluno selecionar o livro que apresente uma
linguagem que mais lhe agrade e facilite o seu entendimento.
A proposta de utilização desta apostila nas aulas não substitui em hipótese alguma o uso dos
livros, uma vez que entre os principais objetivos dessa apostila destacam-se:

a) Fornecer um material de apoio didático capaz de auxiliar o andamento das aulas, visando
torná-las mais dinâmicas, evitando-se o excessivo gasto de tempo escrevendo textos na lousa.
Desse modo, procura-se oferecer um curso de melhor qualidade, oferecendo-se condições mais
favoráveis para que ocorram interações mais intensas entre o professor e os alunos e mesmo entre
os próprios alunos. Além disso, todos podem (e devem!) ler o texto antes das aulas, de modo a
estarem melhor preparados para participar mais ativamente das mesmas, fazendo perguntas e
tirando suas dúvidas.

b) Ao dinamizar as aulas o uso dessa apostila pretende possibilitar que seja destinado um
maior tempo para o aprofundamento das discussões dos temas abordados e na atividade prática
destinada à resolução de exercícios, momentos importantes nos quais se dá uma parcela
significativa da efetiva aprendizagem conceitual.

c) Fornecer antecipadamente listas de exercícios anexadas à apostila, de modo que os

alunos possam se antecipar, resolvendo os exercícios na medida em que os temas correspondentes
sejam abordados nas aulas.

d) Finalmente, recomenda-se fortemente a formação de pequenos grupos de estudo (2 a 4

alunos), de modo que todos possam compartilhar suas experiências e aprendizagem com os demais
companheiros, acelerando assim o processo de aprendizagem dos integrantes do grupo.

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 1 - Noções Básicas sobre os Procedimentos
Metodológicos de Estatística

Aspectos Históricos

A Estatística teve origem nas relações sociais, relacionadas à necessidade de se efetuar

registros numéricos de eventos diversos.
A denominação de Estatística foi dada a essa Ciência por Godofredo Achenwall, que
forneceu seus objetivos e estabeleceu a sua relação com as demais Ciências.

O Método Estatístico

O Método Estatístico é baseado no registro das variações dos diversos fatores que
influenciam um determinado fenômeno estudado, tendo como objetivo verificar qual é a
contribuição de cada fator para o resultado final.

Definição

A Estatística é um conjunto de procedimentos utilizados para a coleta, organização,

descrição, análise e interpretação de dados relacionados com aspectos quantitativos dos fenômenos
coletivos estudados e que podem auxiliar na tomada de decisões.

Estatística Descritiva

É a parte da Estatística responsável pela coleta, organização e descrição dos dados.

Estatística Indutiva ou Inferencial

É a parte da Estatística responsável pela análise e interpretação dos dados, possibilitando a

obtenção de conclusões acerca dos mesmos, de modo a auxiliar no diagnóstico e na formulação de
soluções para os problemas estudados, geralmente a partir de amostras de uma população.

Etapas do Método Estatístico

O Método Estatístico pode ser dividido no seguinte conjunto de etapas:

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1) Coleta de dados

A coleta de dados pode ser feita através de dois métodos:

a) Coleta Direta
Neste caso o pesquisador coleta os dados diretamente na fonte originária das informações,
utilizando uma metodologia prévia que envolve a definição dos objetivos, a preparação da
estratégia de atuação e a formulação e aplicação dos questionários.
A coleta pode ser: contínua, como por exemplo a frequência dos alunos às aulas; periódica, no
caso de ocorrer em intervalos fixos de tempo, como os censos que são feitos de 10 em 10 anos e
as avaliações bimestrais dos alunos, e ocasional, quando feita somente nos momentos de
necessidade ou para atender demandas específicas.

b) Coleta Indireta
Nesta modalidade a coleta de dados é feita através de fontes que obtiveram anteriormente os
dados primários, como por exemplo por consulta aos dados fornecidos pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística).

2) Apuração dos Dados

Essa etapa é caracterizada pela contagem dos dados e pela sua tabulação, realizando-se um
ordenamento baseado em critérios de classificação.

3) Apresentação dos Dados

A apresentação dos dados pode ser feita através de Tabelas ou Gráficos visando facilitar a
análise do fenômeno estudado.

4) Análise e Interpretação dos Dados

Geralmente essa é a fase mais difícil do Método Estatístico, pois envolve o senso crítico e
requer habilidade no manuseio das informações obtidas, permitindo, assim, que as conclusões e
previsões seja condizente com a realidade dos fatos.

Atividade:
Procurar em jornais e revistas e trazer para a próxima aula dados estatísticos apresentados na
forma de Tabela ou Gráfico, citando a fonte e o contexto em que se encontram inseridos.
5
População e Amostra

A Estatística Indutiva tem por objetivo estudar fenômenos coletivos e as suas relações
visando obter conclusões sobre populações a partir de informações coletadas em amostras dessa
população. Nesse sentido podemos definir:

População ou Universo Estatístico

Corresponde a um conjunto de elementos (pessoas, objetos ou fatos) que apresentam um

atributo ou característica comum, servindo de base para a obtenção de informações relacionadas a
uma determinada área de interesse. Cada elemento da população é denominado unidade estatística.

Amostra

Há casos em que é impossível estudar todos os elementos de uma população, seja devido ao
custo, ao trabalho ou ao tempo que seriam necessários. Nessas situações devemos selecionar apenas
uma parcela da população, ou seja, um subconjunto denominado amostra, utilizando regras
estatísticas que garantam que essa amostra seja suficientemente representativa da população.
Assim, é preciso garantir que a amostra apresente as mesmas características básicas da população,
no que diz respeito ao número, tipos e características dos seus elementos.

Amostragem

São processos adequados para escolha de amostras que visam garantir o acaso na escolha,
isto é, cada elemento tem a mesma chance de ser escolhido, assegurando-se desse modo que a
amostra seja de fato representativa.

Amostragem Casual ou Aleatória Simples

Pode ser realizada numerando-se a população de 1 a n e efetuando-se um sorteio, através de

um dispositivo aleatório, de k números desse conjunto, os quais pertencerão então à amostra.
Para facilitar o processo podem ser utilizadas Tabelas de Números Aleatórios, fornecidas
por exemplo em alguns livros de Estatística, formadas de modo que os dez algarismos (0 a 9) são
distribuídos ao acaso nas linhas e colunas.

6
Amostragem Proporcional Estratificada

Esse processo é utilizado quando a população está dividida em estratos, sendo a quantidade
de elementos selecionados em cada estrato proporcional ao número de elementos dos mesmos em
relação ao total.

Exemplo:
Considere uma sala de aula com 80 alunos, sendo 52 meninos e 28 meninas, na qual
desejamos selecionar uma amostra de 20 % da população. Assim:

Sexo População 20 % Amostra

M 52 10,4 10
F 28 5,6 6
Total 80 16 16

Amostragem Sistemática

Esse tipo de amostragem é utilizado quando os elementos da população encontram-se

ordenados, sendo então a seleção dos elementos da amostra feita através da escolha de algum
critério. Exemplos de populações ordenadas são os casos de uma rua numerada, o RGM dos alunos
da Cruzeiro do Sul, linhas de produção etc.

Exemplo:

Consideremos que a população de alunos nos cursos de Engenharia da Cruzeiro do Sul seja
formada por 500 estudantes, dos quais queremos selecionar uma amostra de 20 indivíduos.
Sendo 500/20 = 25, podemos sortear um número entre 1 e 25 para ser o primeiro elemento
da amostra, sendo os demais selecionados considerando-se intervalos de 25 em 25. Assim, caso o
número sorteado para ser o primeiro elemento seja o 17, teríamos nessa amostra:

17º, 42º, 67º, 92º, 117º, 142º ...

7
Exercícios

1) A população de alunos de uma escola de nível médio foi dividida em 4 estratos, cujos tamanhos
são n1 = 30, n2 = 60, n3 = 96 e n4 = 38. Através de um processo de amostragem estratificada
proporcional foram selecionados 12 alunos do 3º estrato. Determine o número total de elementos da
amostra.
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2) A população de alunos da Cruzeiro do Sul é formada por 19.770 elementos. Sabendo-se que foi
escolhida uma amostra sistemática de 15 elementos e que o elemento de ordem 4.546º foi
selecionado, forneça todos os elementos da amostra.
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Erro Amostral

Podemos definir um parâmetro ou variável estatística como sendo uma característica

descritiva dos elementos da população. Desse modo, quando trabalhamos apenas com uma amostra
ao invés da população, a característica descritiva dos elementos que compõem essa amostra é
denominada estatística, sendo o valor do parâmetro obtido através do processo de amostragem
denominado estimativa.
Definimos então erro amostral como sendo a diferença entre o valor estimado através da
estatística e o valor verdadeiro do parâmetro que se deseja estimar.

Determinação do Tamanho de uma Amostra

Para determinarmos o tamanho de uma amostra é necessário que seja especificado

inicialmente o erro amostral tolerável, que corresponde ao limite admitido de erro que pode ser
cometido na determinação dos parâmetros desejados. Um exemplo típico desse processo é
observado nas pesquisas de intenção de voto em períodos que antecedem as eleições, quando então
os Institutos de pesquisa estabelecem uma margem de erro considerada tolerável da ordem de 2 % a
3% para cima ou para baixo.
Em uma primeira aproximação, o tamanho da amostra pode ser dimensionado utilizando-se
a expressão (Barbetta, 2001):

1
n0 
E 02

Nessa expressão n0 representa a primeira aproximação para o tamanho da amostra, enquanto

E0 é o erro amostral tolerável, ou seja, é o nível de confiança pré-estabelecido.
Entretanto, caso seja conhecido o tamanho exato da população (N), podemos corrigir o
cálculo anterior utilizando a seguinte equação:

N  n0
n
N  n0

Nessa expressão N é o número de elementos da população e n é o número corrigido de

elementos da amostra.

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Exercícios

1) Através de um levantamento feito por amostragem aleatória simples uma equipe de

pesquisadores procura determinar uma estimativa para o valor de um determinado parâmetro, de
modo que o erro amostral não ultrapasse 3 %.
a) Determine em uma primeira aproximação qual deve ser o tamanho da amostra.
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b) Considerando que a pesquisa está sendo feita com os 60 alunos do 2º B de Engenharia Mecânica
da Cruzeiro do Sul, quantos alunos devem ser consultados para garantir o nível de confiança de 3 %
desejado?
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c) Caso a mesma pesquisa seja feita com todos os 650 alunos das Engenharias, portanto, mantendo
o mesmo erro amostral de 3% e o nível de confiança, qual deve ser o tamanho da amostra?
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2) Uma pesquisa realizada pela CPA com todos os 19.770 alunos da Cruzeiro do Sul deve ser feita
de modo a garantir que o erro amostral não ultrapasse 5 % na determinação dos parâmetros
investigados. Calcule o tamanho necessário para a amostra.
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3) Na mesma situação anterior, porém considerando que o nível de confiança deve ser de 3 %,
portanto deve haver menor incerteza nos resultados, qual deveria ser o tamanho da amostra?
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4) Uma pesquisa eleitoral foi feita para se conhecer a intenção de voto entre os 8.619.170 eleitores
da cidade de São Paulo, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral de 2012. O órgão
responsável pela pesquisa informa que a margem de erro é de 2 % para mais ou para menos.
Determine quantas pessoas fizeram parte da amostra que foi entrevistada na pesquisa.
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 2 – Tabelas de Distribuição de Frequências

Introdução

Uma etapa importante da Estatística Descritiva está relacionada com a descrição

(apresentação) dos dados estatísticos através de Tabelas de Distribuição de Frequências. Nessas
tabelas os dados são dispostos em classes juntamente com as frequências correspondentes.

Etapa preliminar: Tabela Primitiva

Quando realizamos uma amostragem coletamos um conjunto de dados relacionados a uma

determinada variável estatística. Por exemplo, consideremos as estaturas de 40 alunos de uma certa
escola, conforme segue abaixo:

Estatura de 40 alunos da Escola Paraíso (cm)

164 160 162 159 150 170 166 156
169 165 155 160 171 154 164 161
172 151 159 153 167 161 160 156
158 157 163 168 162 158 166 155
152 158 155 160 164 157 159 168

Os dados brutos (ainda não trabalhados) assim dispostos formam o que denominamos
Tabela Primitiva, na qual os elementos não se encontram numericamente organizados. Desse modo,
temos dificuldade para analisar se as estaturas tendem a se concentrar em torno de um determinado
valor ou mesmo verificar quantos alunos possuem estatura abaixo ou acima de um certo valor. Para
contornar esses problemas devemos organizar os dados realizando uma ordenação crescente ou
decrescente dos mesmos, obtendo uma tabela de dados ordenados denominada rol, conforme
mostrado abaixo:

Estatura de 40 alunos da Escola Paraíso (cm)

150 151 152 153 154 155 155 155
156 156 157 157 158 158 158 159
159 159 160 160 160 160 161 161
162 162 163 164 164 164 165 166
166 167 168 168 169 170 171 172
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 Desse modo torna-se mais fácil analisar o conjunto de dados. Mencione cinco aspectos
relevantes que você é capaz de salientar observando a tabela anteriormente mostrada.

a) ______________________________________________________________________________

b) _____________________________________________________________________________

c) _____________________________________________________________________________

d) _____________________________________________________________________________

e) _____________________________________________________________________________

Distribuição de Frequência

Uma maneira ainda mais adequada de apresentar os dados acima consiste em se elaborar
uma tabela na qual a primeira coluna seja formada pelos intervalos ordenados de valores da variável
em estudo, ou seja, a estatística, enquanto na coluna ao lado dispomos o número de vezes que os
valores da variável apareceram nos respectivos intervalos, sendo esse número denominado
frequência (F).
Os intervalos de valores em que agrupamos a variável são denominados classes. Desse
modo, obtemos uma Distribuição de Frequências com intervalos de classe. Para os dados já
apresentados, complemente a distribuição abaixo:

Estatura de 40 alunos da Escola Paraíso (cm)

Estaturas (cm) Frequência (F)

150 154

154 158

158 162

162 166

166 170

170 174

Total 40

Quando os dados são organizados em classes em uma distribuição de frequência os mesmos

são denominados dados agrupados. A elaboração da tabela com os dados agrupados permite realçar
os aspectos mais importantes do conjunto de valores, embora alguns detalhes sejam perdidos na
elaboração da tabela. Caso alguma informação perdida tenha de ser revista então os dados originais
devem ser novamente analisados.
13
Principais elementos da Distribuição de Frequência

Para que o processo de elaboração da tabela anterior possa ser melhor compreendido e
podermos ampliar as informações que nela podemos colocar passaremos a descrever os principais
elementos que formam uma distribuição de frequência.

Classes
São os intervalos de variação da variável. As classes são simbolizadas por i, sendo i = 1, 2,
3, ... , k, onde k é o número total de classes.

Frequência da Classe
É o número ou quantidade de valores da variável que pertencem à classe.

Limites de Classe
São os valores extremos de cada classe, havendo portanto um limite inferior (li) e um limite
superior da classe (Li). Por exemplo, na terceira classe da tabela de estaturas temos:

l3 = _______ L3 = _______

Intervalos de Classe (h)

O intervalo ou amplitude de classe corresponde à diferença entre o limite superior e o limite
inferior da classe, sendo representado por hi. No mesmo exemplo anterior temos:

h3 = _______

É conveniente que todas as classes tenham intervalos idênticos para facilitar os cálculos
posteriores.
A representação dos intervalos deve seguir a Resolução 866/66 do IBGE, utilizando-se o
símbolo , que representa inclusão de li e exclusão de Li, ou seja, o intervalo formado é fechado à
esquerda e aberto à direita.

Amplitude Total (AT) ou “Range” da Distribuição

É a diferença entre o limite superior da última classe e o limite inferior da primeira classe.

AT = Lmáx - lmin
14
 No exemplo dado temos:
AT = _______

Amplitude Amostral (AA)

É a diferença entre o maior e o menor elemento da amostra. No exemplo temos:

AA = _______

Ponto Médio da Classe (xi)

É o valor que divide o intervalo de classe ao meio, sendo calculado pela média aritmética
entre o limite superior e o limite inferior da classe, ou seja:

l i  Li
xi 
2

Número de Classes (k)

Há vários critérios que indicam o número de classes a ser utilizado, porém, cabe sempre ao
pesquisador a sua escolha considerando o intervalo de classe e a facilidade para os cálculos
posteriores, procurando-se evitar classes com frequência nula ou frequência relativa muito elevada.

Regra de Sturges
Essa regra permite determinar o número de classes k em função da quantidade de valores da
variável (n) através da expressão:

K = 1 + 3,3 log n

Empregando essa regra obtemos a seguinte tabela indicativa:

No de Dados (n) No de Classes (k)

3 5 3

6 11 4

12 22 5

23 46 6

47 90 7

91 181 8

___ ___

15
Regra Alternativa
Uma regra alternativa para definir o número de classes é dada por:

k  n

Amplitude da Classe
Uma vez definido o número de classes da distribuição devemos determinar o intervalo ou
amplitude da classe, bastando para isso dividir a amplitude amostral pelo número de classes, ou
seja:
AA
h
k
Caso o resultado da divisão não seja um número inteiro devemos arredondá-lo sempre para
mais. Em nosso exemplo temos:

h = _______ = _______

Outros Tipos de Frequências

Além da frequência simples ou absoluta de classe (Fi) podemos definir outros tipos de
frequência, bastante úteis para a análise dos dados.

Frequência Relativa da Classe (fi)

É a razão entre a frequência absoluta da classe e o número total de elementos da amostra.

Fi
fi 
n
onde n  F i

Frequência Acumulada Crescente (Fac e fac)

É a soma das frequências de determinada classe com as frequências das classes anteriores.

Frequência Acumulada Decrescente (Fad e fad)

É a soma das frequências de determinada classe com as frequências das classes posteriores.

Agora, considerando todas as definições dadas podemos elaborar uma tabela completa de
distribuição de frequências para a estatura dos alunos.
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 Freq. Ponto Freq. Freq. Freq. Freq. Freq. Freq. Freq. Freq.
Estaturas Abs. Médio Ac. Ac. Rel. Rel. Rel.Ac. Rel.Perc. Rel. Rel.Perc.
(cm) (Fi) (xi) Cresc. Dec. (fi) Perc. Cresc. Ac. Ac. Ac. Dec.
(Fac) (Fad) fi x 100 (fac) Cresc. Dec. fad x 100
fac x 100 (fad)
150 154

154 158

158 162

162 166

166 170

170 174

Total

Considerando a tabela acima podemos realizar uma análise bastante detalhada, sendo
possível responder a diversas questões, tais como:

a) Quantos alunos têm estatura entre 154 cm, inclusive, e 166 cm, exclusive?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

b) Quantos alunos têm estatura inferior a 162 cm?

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

c) Quantos alunos têm estatura igual ou superior a 158 cm?

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

d) Elabore duas questões e encontre as respostas na tabela acima, utilizando os nomes adequados.
d1) ___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
d2) ___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

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1) Em uma pequena escola de Ensino Fundamental no interior do Maranhão trabalham 36
professores, cujos salários são dados abaixo:
R$1.830,00 R$1.320,00 R$2.100,00 R$1.950,00 R$1.830,00 R$2.100,00
R$2.200,00 R$1.480,00 R$1.950,00 R$2.200,00 R$1.720,00 R$1.830,00
R$1.830,00 R$2.730,00 R$1.670,00 R$1.550,00 R$1.830,00 R$2.100,00
R$1.550,00 R$1.830,00 R$1.320,00 R$2.380,00 R$1.480,00 R$1.770,00
R$1.770,00 R$1.480,00 R$2.100,00 R$1.720,00 R$2.440,00 R$1.670,00
R$2.580,00 R$1.950,00 R$1.550,00 R$1.830,00 R$1.670,00 R$2.440,00

Utilizando a regra de Sturges, elabore uma tabela de distribuição de frequências completa

(xi, Fi, Fac, Fad, fi (%), fac (%), fad (%)) que contenha intervalos de classe adequados.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Responda:
a) Quantos professores ganham salários inferiores a R$2.000,00?
________________________________________________________________________________
b) Que porcentagem dos professores ganha salário igual ou superior a R$1.750,00?
________________________________________________________________________________
c) Quantos professores ganham salários iguais ou superiores a R$1.500,00?
________________________________________________________________________________

18
Distribuição de Frequências sem Intervalos de Classe
Em muitas situações lidamos com variáveis discretas, que em geral assumem apenas valores
inteiros. Quando o intervalo de variação da variável discreta é pequeno podemos considerar cada
valor como um intervalo de classe (intervalo degenerado), de modo que a distribuição é feita sem
intervalos de classes. Como exemplo, consideremos os salários de 36 professores da pequena escola
de Ensino Fundamental, fornecidos anteriormente, os quais nos permitem elaborar a tabela abaixo:

Salários Fi Fac Fad fi (%) fac (%) fad (%)

R$1.320,00
R$1.480,00
R$1.550,00
R$1.670,00
R$1.720,00
R$1.770,00
R$1.830,00
R$1.950,00
R$2.100,00
R$2.200,00
R$2.380,00
R$2.440,00
R$2.580,00
R$2.730,00

Exercícios
1) Em uma turma de 28 alunos da 1ª Série do Ensino Fundamental as médias finais obtidas na
disciplina de Língua Portuguesa foram:
4 6 5 5 3 4 8 6 5 4 5 7 6 5
4 7 4 5 6 4 3 5 8 5 6 7 5 4
Elabore uma tabela de distribuição de frequências completa sem intervalos de classes.
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 3 – Gráficos Estatísticos

Além das Tabelas de Distribuição de Frequências, um outro recurso bastante utilizado para
representar os dados é a elaboração de Gráficos. Independente de sua forma, os gráficos devem ser
simples e claros o suficiente para permitir o pleno entendimento do fenômeno que se procura
evidenciar, contendo para isso um título, legenda, as grandezas explícitas nos eixos coordenados
etc.

Gráficos Lineares ou de Tendência

Nesse gráfico podemos relacionar a variável dependente (ordenada, vertical) com a variável
independente (abscissa, horizontal), sendo bastante útil para representar séries cronológicas. Os
pontos devem ser interligados formando uma linha contínua.

Taxa de promoção do ensino público fundamental no Estado de São Paulo entre 1986 e 1990.
Promoção (%)

73

72

71

70

69

1986 1987 1988 1989 1990 Ano

Observando o gráfico acima como você interpretaria a tendência geral apresentada?

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
20
Gráficos de Colunas ou de Barras

Esses gráficos são construídos utilizando-se retângulos verticais (colunas) ou horizontais

(barras), apresentando diferentes formas:

a) Colunas Justapostas
As colunas são colocadas lado a lado, juntas ou separadas, em subdivisões que representam as
categorias que se deseja mostrar.

Exemplo: Características do Sistema de ensino na Cidade de São Paulo

Com 2.725 estabelecimentos de ensino fundamental, 2.998 unidades pré-escolares, 1.199 escolas de
nível médio e 146 instituições de nível superior, a rede de ensino da cidade é a mais extensa do país.
Ao total, são 2.850.133 matrículas e 153.284 docentes registrados.

Educação em São Paulo em números

Estudantes da Unidades de
Escolas Ano de
Nível Matrículas rede pública Docentes ensino da rede
(total) referência
(%) pública (%)
Ensino Pré-
371 838 72,75 17 878 2 998 24,25 2007
Escolar
Ensino
1 591 536 82,11 71 569 2 725 55,27 2007
Fundamental
Ensino Médio 457 680 84,15 28 009 1 199 51,96 2007
Ensino
429 079 11,22 35 828 146 4,11 2005
Superior

Matrículas no Sistema de Ensino da Cidade de São Paulo (x1000)

1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0
Pré Escola Ens. Fund. Ens. Médio Ens. Superior

Fonte: Site da SEE.

21
b) Colunas C3ontrapostas ou opostas

As colunas são colocadas em oposição uma a outra.

Homem Idade Mulher

80
70
60
50
40
30
20
10
40 30 20 10 0 10 20 30 Habitantes (x 1000)
Distribuição etária dos habitantes da cidade de Brasópolis em 1994

c) Colunas Sobrepostas

As colunas são colocadas uma sobre a outra, visando salientar as diferenças existentes.

R$ x 106
10

8
Despesa

6
Receita

4
Lucro
2

0
Anos
11 12 13 14 Prejuizo
Situação patrimonial da Empresa Lucratex entre 2011 e 2014

22
d) Colunas Compostas ou Gráfico de Fitas
Trata-se de um diagrama de área que representa as partes em proporção ao todo.

Exemplo
Em 1991 o Ensino Supletivo apresentou as seguintes matrículas nos níveis Fundamental e
Médio na Região Metropolitana de São Paulo:

Ensino Fundamental 203.350 Ensino Médio 46.730

Rede Estadual 100.676 Rede Estadual 25.710

Rede Municipal 65.688 Rede Municipal 1.234
Rede Particular 36.986 Rede Particular 19.786

Colunas Compostas Ensino Fundamental Colunas Compostas Ensino Médio

Matrículas no Ensino Fundamental (x1.000)

200
Particular
160
Municipal
120

80
Estadual
40

23
Gráfico de Setores

Esse tipo de gráfico é elaborado através de setores (partes) em um círculo (todo). Os 360º do
círculo corresponde à totalidade do fato representado e cada setor apresenta uma área proporcional
às partes em que o fato se subdivide. Desse modo, o gráfico de setores constitui uma forma de
diagrama de área.
Consideremos como exemplo o mesmo conjunto de dados utilizado anteriormente para as
Matrículas no Ensino Supletivo, no ano de 1991 no nível Fundamental.

Rede Estadual 100.676

Rede Municipal 65.688 Estadual
Municipal
Rede Particular 36.986
Particular
Total 203.350

Utilizando regra de três determine quantos graus e porcentagem corresponde cada um dos
três setores apresentados no Gráfico acima.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Exercício
1) As matrículas iniciais efetuadas em diferentes níveis de escolaridade no Estado de São Paulo
no ano de 2011são fornecidas na tabela ao lado
Nível Matriculados
(Fonte: MEC/INEP). A partir desses dados Creche 761.843
elabore os seguintes gráficos: Pré-escola 991.085
a) Colunas justapostas Ens. Fundamental I 2.963.506
Ens. Fundamental II 2.924.216
b) Gráfico de Fita (Coluna composta)
Ensino Médio 1.872.887
c) Gráfico de Setores Total 9.513.537
Fonte: http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-no-brasil/numeros-do-brasil/dados-por-estado/sao-paulo/

24
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________

25
Representação Gráfica da Distribuição de Frequências

As distribuições de frequências podem ser representadas por meio de gráficos, possibilitando

uma interpretação mais fácil e clara dos dados.

Histograma

O Histograma é um gráfico elaborado com colunas adjacentes, portanto sem espaço entre as
mesmas, sendo colocado na abscissa os intervalos das classes, enquanto na ordenada dispomos as
frequências absolutas dessas classes (Fi).
Como exemplo, consideremos a distribuição das notas obtidas por 30 alunos em uma
avaliação da disciplina Física:

Notas Fi Fac

0 2 4 4

2 4 7 11

4 6 12 23

6 8 5 28

8 10 2 30

Os Histogramas correspondentes à frequência absoluta e à frequência acumulada crescente

das notas apresentadas acima são fornecidos abaixo:

Fi Fac
12 30

10 25

8 20

6 15

4 10

2 5

0 0
0 2 4 6 8 10 Notas 0 2 4 6 8 10 Notas

26
Polígono de Frequências
Nesse gráfico as classes são representadas por meio de seus pontos médios, os quais devem
ser interligados formando-se um polígono. Os pontos extremos da primeira e da última classe
também devem ser colocados para finalizar o contorno do gráfico.
Utilizando os dados da tabela que apresenta as notas obtidas na avaliação de Física,
apresentados anteriormente, temos:

Fi
12

10

0
0 2 4 6 8 10 Notas

Polígono de Frequência Acumulada (Ogiva)

A ogiva corresponde à representação gráfica da distribuição de frequência acumulada (Fac ou
fac(%)), sendo esses valores relacionados com a ordenada, devendo os pontos serem ligados
considerando seu posicionamento nos limites superiores das classes.
Novamente utilizando os dados da tabela de notas anterior, temos:
Fac
30

25

20

15

10

0
0 2 4 6 8 10 Notas
27
Exercícios
1) A tabela abaixo fornece as distribuições de frequências das notas obtidas por 45 alunos em
avaliações finais de Matemática e Português.
Matemática Português

Notas Fi Fac fi(%) Notas Fi Fac fi(%)

0 2 4 0 2 7

2 4 8 2 4 11

4 6 18 4 6 17

6 8 10 6 8 7

8 10 5 8 10 3

a) Complete a tabela com os valores que faltam.

b) Faça os Histogramas das notas (Fi) nas duas disciplinas e interprete-os, fazendo comparações.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
c) Faça os polígonos de frequência das notas (Fi) dos alunos nas duas disciplinas sobrepostos em
um mesmo gráfico e compare-os.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
28
d) Construa em um mesmo gráfico as ogivas das duas disciplinas e faça comparações.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Análise comparativa: _____________________________________________________________

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

29
 4 – Correlação Linear

Em muitas situações desejamos estudar as relações existentes entre duas ou mais variáveis, o
que pode ser feito por:

a) Diagramas de Dispersão.

b) Coeficiente de Correlação.

c) Análise de Regressão.

Diagrama de Dispersão
O Diagrama de Dispersão é um gráfico elaborado em um sistema de coordenadas
cartesiano, no qual dispomos um conjunto de pares ordenados (xi, yi), formando uma nuvem de
pontos que nos permite visualizar a correlação entre as duas variáveis (Correlação Linear Simples).
Desse modo, podemos selecionar a relação funcional mais adequada entre as variáveis, que pode ser
linear, exponencial, parabólica etc.
Como exemplos temos os diagramas fornecidos abaixo:

a) b) c) d)
y y y y

x x x x
Correlação Linear Positiva Correlação Linear Negativa Correlação Não Linear Ausência de Correlação

Assim, caso os pontos dispostos no diagrama de dispersão se distribuam de modo a

aparentar uma reta, podemos concluir que a correlação entre as variáveis é linear, como nos
exemplos a e b.
No caso c os pontos se distribuem aproximadamente com a forma de ________________,
enquanto no caso d os pontos não formam uma imagem bem definida, indicando assim que as
variáveis y e x não estão correlacionadas, ou seja, a variação de uma não influi na variação da outra.

30
Coeficiente de Correlação Linear

O Coeficiente de Correlação Linear é o parâmetro que nos permite calcular a intensidade da

relação linear existente entre duas variáveis ou, em outras palavras, quão próximas de uma reta se
encontram os pontos do diagrama de dispersão.
Esse parâmetro estatístico é calculado por meio do Coeficiente de Correlação de Pearson
(Karl Pearson, 1857-1936), dado por:

n  xi yi  ( xi ) ( yi )
rxy 
n  x 2
i 
 ( xi ) 2 n  yi2  ( yi ) 2 
O Coeficiente de Correlação linear rxy é um parâmetro que varia de – 1 até + 1, ou seja:

- 1  rxy  + 1

Fórmula Alternativa para rxy

Podemos utilizar uma fórmula alternativa para calcular o parâmetro rxy, ou seja:

rxy 
 dx dy i i

n Sx Sy

Nessa expressão temos: dxi  xi  x e dyi  yi  y

Sx 
 dx 2
i
Sy 
 dy 2
i
= Desvio Padrão de x e = Desvio Padrão de y
n n
Assim, de acordo com os valores do Coeficiente de Correlação temos:

-1,0 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1,0

Correlação Positiva Perfeita

Correlação Positiva Forte
Correlação Positiva Média
Correlação Positiva Fraca
Correlação Linear Inexistente
Correlação Negativa Fraca
Correlação Negativa Média
Correlação Negativa Forte
Correlação Negativa Perfeita
31
 Deve-se ressaltar que nos fenômenos naturais as correlações nunca são perfeitas, sendo essas
encontradas apenas no campo da Matemática.

Interpretação

Correlações positivas ocorrem quando x e y variam no mesmo sentido, ou seja, aumentando

x, y também aumenta ou diminuindo x, y também diminui.
Podemos citar como exemplo a correlação entre a estatura (x) e o peso (y) das pessoas.
Cite outros exemplos de variáveis que apresentam correlações positivas:

a) ___________________________________________________________________________

b) ___________________________________________________________________________

Por sua vez, correlações negativas ocorrem quando as variáveis x e y variam em sentidos
contrários, ou seja, aumentando x, y diminui ou diminuindo x, y aumenta.
Como exemplo, podemos citar a correlação entre a idade (x) e a expectativa de vida (y) dos
indivíduos.
Cite outros exemplos de variáveis que apresentam correlações negativas:

a) ___________________________________________________________________________

b) ___________________________________________________________________________

Exercícios
1) Através de uma amostra de 6 indivíduos adultos, com idade superior a 30 anos, em uma grande
cidade, efetuou-se uma pesquisa com as seguintes questões:

a) Durante quantos anos você freqüentou a escola?

b) Quantos livros você possui em sua biblioteca particular?

As respostas obtidas são fornecidas na tabela abaixo:

Sujeitos A B C D E F Total
Anos de Escolaridade (xi) 4 8 11 13 16 20 72
Livros na Biblioteca (yi) 10 22 58 61 88 92 331

32
a) Calcule, em média, quantos livros um indivíduo dessa amostra possui para cada ano de
escolaridade, a escolaridade média e o número médio de livros na biblioteca.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

b) Elabore o diagrama de dispersão e interprete-o.

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

c) Calcule o coeficiente de correlação linear.

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

33
d) Calcule o coeficiente rxy pela fórmula alternativa.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Atividade para ser realizada em casa.

Considere os resultados obtidos por dois dados honestos jogados 20 vezes. Os valores obtidos no
dado 1 (D1) representam os valores de Xi (abscissa) e os valores obtidos no dado 2 (D2)
representam os valores de Yi (ordenada). Obtenha então os dois dados e realize a experiência,
lançando os dois dados simultaneamente. Caso disponha de apenas um dado, considere o primeiro
lançamento como sendo do dado D1 e o segundo lançamento do dado D2.

a) Após lançar os dados, monte uma tabela completa com os resultados obtidos nos 20 lança-
mentos (Xi, Yi,) e os demais valores necessários para calcular o coeficiente de correlação linear.

b) Elabore um diagrama de dispersão e interprete este gráfico. Os valores obtidos no lançamento do

dado 1 (D1) representam os valores de Xi (abscissa, horizontal) enquanto os valores obtidos no dado
2 (D2) representam os valores de Yi (ordenada, vertical), formando assim os 20 pontos ou pares
ordenados (Xi, Yi) que devem ser utilizados na elaboração do diagrama de dispersão.

c) Apresente o cálculo detalhado do coeficiente de correlação linear e analise o resultado obtido.

d) O que você esperava inicialmente obter como resultado deste experimento foi confirmado pelo
diagrama de dispersão e pelo valor do coeficiente de correlação? Justifique a sua resposta.

34
 Regressão Linear

Quando a nuvem de pontos do Diagrama de Dispersão apresenta uma configuração

aproximadamente retilínea verificamos que a correlação é forte entre as variáveis. Nessa situação
acreditamos que é possível ajustar uma reta ao conjunto de pontos, de modo a obter uma lei
expressa por meio de uma relação matemática, denominada equação de regressão, cuja
representação gráfica recebe o nome de reta interpolatriz.
A reta que melhor se ajusta aos pontos é obtida através do Método dos Mínimos
Quadrados, segundo o qual temos:

y(x) = a x + b
Onde:

nx y  x y Sy
a  rxy .
n  x  ( x)2 2
Sx

b  y  ax

 dy  y  y  dx  x  x
2 2 2 2

Sy   Sx  
i i i i
e
n n n n
Desvio Padrão de y Desvio Padrão de x

A partir das expressões acima é fácil perceber que os conceitos de regressão e de correlação
são intrinsecamente relacionados.
A equação assim obtida é denominada Equação Normal de Regressão de y sobre x.
Analogamente, podemos determinar a Equação Normal de Regressão de x sobre y, dada abaixo:

x(y) = a’ y + b’
Onde:

Sx
a '  rxy e b'  x  a ' y
Sy

Portanto, efetuando os cálculos com precisão suficiente é possível verificar que:

rxy  a a'
35
Exercícios
1) Na pesquisa com 6 indivíduos adultos foram obtidos os dados reproduzidos abaixo relacionados
com os anos de escolaridade e com o número de livros em suas bibliotecas particulares.
Sujeitos A B C D E F Total
Anos de Escolaridade (xi) 4 8 11 13 16 20 72
Livros na Biblioteca (yi) 10 22 58 61 88 92 331

a) Determine a equação normal de regressão de y sobre x.

_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

b) Através da equação de regressão, que fornece um modelo matemático para o fenômeno estudado,
calcule quantos livros deveriam ter os indivíduos com 4 e 20 anos de escolaridade.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

c) Compare os resultados acima com os valores da tabela e interprete as diferenças.

_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

d) Elabore um diagrama de dispersão e sobre ele trace a reta interpolatriz, analisando o gráfico.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

36
 Medidas de Posição

Entre as Medidas de Posição, as Medidas de Tendência Central podem ser consideradas as

mais importantes, recebendo essa denominação em decorrência dos dados observados apresentarem
em geral a tendência de se agruparem em torno dos valores centrais da distribuição.
Entre essas medidas destacam-se:

► Média aritmética.

► Mediana.

► Moda.

Média Aritmética ( x )

A média aritmética é calculada através da razão entre a soma e todos os valores da variável e
a quantidade desses valores, ou seja:

x 
 x i

Onde n é o número de valores.

Assim, se ao invés de variável x fosse constante, seu valor corresponderia à própria média
aritmética.

Dados Agrupados

Quando os dados estão agrupados em classes, as frequências dessas classes devem ser
consideradas como fatores de ponderação (ou pesos estatísticos), sendo então a média uma Média
Aritmética Ponderada, calculada pela expressão:

x x F  x F
i i i i

F n
i

No caso das classes apresentarem intervalos o valor de xi deve ser considerado como sendo
o ponto médio da classe.
37
Exercícios
1) A tabela abaixo fornece as distribuições das estaturas dos 45 alunos de uma turma. Complete a
tabela e então calcule a estatura média desses alunos.

Estaturas (cm) Fi xi xi Fi
145 150 3

150 155 7

155 160 9

160 165 14

165 170 8

170 175 3

175 180 1

_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

2) As idades de 40 professores de uma escola particular de Ensino Médio são fornecidas na tabela
de distribuição de frequências abaixo. Calcule a idade média desse conjunto de professores.

Idades Fi xi xi Fi

20 25 5

25 30 6

30 35 15

35 40 9

40 45 5


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

38
Processo Breve para Cálculo da Média

Quando as amplitudes das classes são constantes (h = cte) e seus pontos médios formam
uma PA, podemos realizar uma mudança de variável visando lidar com números menores,
facilitando os cálculos de modo a tornar o processo menos trabalhoso. Essa nova variável deve ser
calculada pela expressão:

xi  x0
yi 
h

É oportuno considerar xo como o ponto médio da classe central ou a classe de maior

frequência absoluta.
Assim, para calcularmos a média usamos a fórmula:

 y F 
x  x0  h
i i

 F i

Exercícios
1) Considerando os dados da tabela do exercício 1, calcule a estatura média dos alunos utilizando o
processo breve.
____________________________________________
yi Fi yi Fi ____________________________________________

3 ____________________________________________
____________________________________________
7
____________________________________________
9
____________________________________________
14
____________________________________________
8 ____________________________________________
3 ____________________________________________

1 ____________________________________________
____________________________________________
 ____________________________________________

39
2) Considerando agora as idades dos 40 professores fornecidas anteriormente, calcule a idade média
do conjunto de professores da escola empregando o processo breve.
____________________________________________
yi Fi yi Fi
____________________________________________
5 ____________________________________________
6 ____________________________________________
15 ____________________________________________
____________________________________________
9
____________________________________________
5
____________________________________________
 ____________________________________________
____________________________________________

Mediana

A Mediana é o valor que se encontra no centro de uma série de números ordenados, de

modo que antes e depois dele há igual quantidade de dados.

Dados Não Agrupados

n 1
a) Quando temos um número ímpar de elementos, o termo de ordem corresponde à Medina.
2
Exemplo: Dado o conjunto de dados:

2 17 11 9 26 6 21

Ordenando temos:

____________________________________________________________________

Assim:
n 1
= =
2

Logo, o _______________ termo é a Mediana Md = x4 = _______

40
b) Por outro lado, quando o número de elementos é par, a mediana é obtida calculando-se a média
n n
aritmética entre os dois termos de ordem e + 1.
2 2
Exemplo: Considere os dados abaixo:

3 25 12 3 18 30 23 15

Ordenando temos:

___________________________________________________________

Logo, as posições dos termos centrais são:

n n
= e +1=
2 2


Portanto, a Mediana será: Md = =
2

Dados Agrupados

No caso dos dados estarem agrupados em classes com intervalos, devemos primeiramente

determinar a classe que contém a mediana (classe mediana). Para isso, calculamos
F i
e
2
verificamos qual classe apresenta frequência acumulada imediatamente superior a esse valor, sendo
essa a classe mediana. Posteriormente, utilizamos a expressão abaixo para calcular a Mediana:

  Fi 
  Fac (ant)   h
 2 
 
M d  l Md 
FMd

Onde:
lMD = limite inferior da classe mediana.
FMD = frequência da classe mediana.
Fac(ant) = frequência acumulada da classe anterior à classe mediana.
h = amplitude da classe mediana.

41
Exercícios
1) Calcule a idade mediana dos 40 professores da escola particular dada anteriormente.

______________________________________________
Notas Fi Fac
______________________________________________
20 25 5
______________________________________________
25 30 6
______________________________________________
30 35 15 ______________________________________________
35 40 9 ______________________________________________
40 45 5 ______________________________________________
______________________________________________

______________________________________________

2) Em uma classe de 50 alunos o professor Wilson realiza uma avaliação de Matemática

considerada difícil, sendo as notas obtidas distribuídas de modo a formar a tabela abaixo.

Notas Fi Fac xi xi Fi
0 1,5 5

1,5 3,0 18

3,0 4,5 12

4,5 6,0 8

6,0 7,5 5

7,5 9,0 2


a) Calcule a nota média obtida pela turma de alunos.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

b) Calcule a nota mediana.

_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
42
Moda

A Moda corresponde ao valor mais freqüente encontrado na distribuição. Assim, para dados
não agrupados basta verificar qual valor apresenta a maior frequência absoluta.
Quando os dados estão agrupados em classes, a classe que apresenta a maior frequência é
denominada classe modal. Nesse caso, a moda pode ser obtida utilizando-se a fórmula de Czuber:

1
M o  l Mo  h
1   2
Onde:
lMO = limite inferior da classe modal.
Δ1 = diferença entre a frequência da classe modal e a frequência da classe anterior.
Δ2 = diferença entre a frequência da classe modal e a frequência da classe posterior.
h = amplitude da classe modal.

Para obter informações complementares sobre a Moda, incluindo outras maneiras de

calculá-la, leia o texto Moda Estatística: Uma Aprendizagem, da autora Ancilla Dall’Onder Zatt.

Exercícios
1) Calcule a moda para as idades dos 40 professores da escola particular descrita anteriormente.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

2) a) Calcule a moda das notas obtidas pelos 50 alunos avaliados pelo Prof. Wilson.
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

b) Compare as notas Média, Mediana e Moda obtidas pelos alunos.

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

43
Posição Relativa da Média, Mediana e Moda

Quando a distribuição é simétrica constata-se que as três medidas coincidem, ou seja:

Mo = Md = x

Graficamente temos:

x = Md = Mo

Entretanto, quando há assimetria na distribuição os valores dessas medidas passam a diferir.

Assimetria Positiva

Nesse caso, as maiores frequências

ocorrem do lado esquerdo da distribuição,
de modo que a curva apresenta seu lado
positivo mais “alongado”. Dizemos então que
a curva é enviesada a direita.

Mo < M d < x

Assimetria Negativa

Nesse caso, as maiores frequências

ocorrem do lado direito da distribuição,
de modo que a curva apresenta o lado
negativo mais “alongado”. Dizemos então
que a curva é enviesada a esquerda.

x < Md < Mo
44
Representações Gráficas da Moda

As distribuições de frequência podem apresentar mais de uma Moda, sendo o vale entre as
duas modas subseqüentes denominado antimoda.

Curva unimodal Curva não-modal Curva amodal

Curva antimodal Curva bimodal

Curva trimodal

45
 Separatrizes

As Separatrizes também pertencem à classe de Medidas de Posição, correspondendo a

medidas que ocupam determinadas posições em uma série de dados ordenados. Além da Mediana,
que divide a série em duas metades com igual número de elementos, também temos o quartil, o
decil e o percentil.

Quartil (Qi)

Os quartis dividem um conjunto de dados em quatro partes iguais, ou seja, em quatro

subconjuntos com igual número de elementos. Assim:

Q1 – primeiro quartil, deixa 25% dos elementos à esquerda.

Q2 – segundo quartil, coincide com a mediana e deixa 50% dos elementos à esquerda.

Q3 – terceiro quartil, deixa 75% dos elementos à esquerda.

Representando esses valores em um eixo temos:

0% 25 % 50 % 75 % 100 %

Q1 Q2 = Md Q3

O procedimento utilizado para calcular os quartis é bastante semelhante ao que foi utilizado
para o cálculo da Mediana, de modo que podemos generalizar a equação anterior:

i n 
  Fac (ant)   h
 
4
Qi  l Qi
FQi

Onde:
i = 1, 2 ou 3, respectivamente para Q1, Q2 e Q3.
lQi = limite inferior da classe que contém o quartil i.
Fac(ant) = frequência acumulada da classe anterior à classe do quartil i.
h = amplitude da classe mediana.
FQi = frequência da classe do quartil i.
46
Exercícios
1) Determine os quartis Q1, Q2 e Q3 para a distribuição das notas obtidas por um conjunto de alunos
no Ensino Médio apresentadas abaixo. Faça a representação em um segmento de reta.

_________________________________________
Notas Fi Fac
_________________________________________
0 1,5 3
_________________________________________
1,5 3,0 6
_________________________________________
3,0 4,5 10 _________________________________________
4,5 6,0 15 _________________________________________
6,0 7,5 11 _________________________________________
_________________________________________
7,5 9,0 7
_________________________________________
 _________________________________________

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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

47
Decil (Di)

Os decis dividem a série em 10 partes contendo igual número de elementos, conforme

ilustra a reta abaixo:

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9

Para o cálculo dos decis utilizamos a expressão abaixo:

i n 
  Fac (ant)   h
 
10
Di  l Di i = 1, 2, 3, ..., 9
FDi

Percentil

Os percentis dividem o conjunto de dados em 100 partes com igual número de elementos.
Para ilustrar são indicados alguns valores na reta abaixo:

1% 5% 20% 50% 80% 98%

P1 P5 P20 P50 P80 P98

O cálculo dos percentis é feito através da fórmula dada abaixo:

in 
  Fac (ant)   h
 
100
Pi  l Pi
FPi

Podemos perceber facilmente que:

Q1 = P25 Q2 = Md = P50 = D5 Q3 = P75

D2 = P20 D8 = P80 e tc
48
Exercícios
1) Uma prova de Física foi feita por 320 alunos de uma escola em uma etapa seletiva de uma
Olimpíada de Física. As notas foram então distribuídas permitindo obter a tabela abaixo.

Notas Fi Fac xi xi Fi

0 1,0 27

1,0 2,0 38

2,0 3,0 52

3,0 4,0 72

4,0 5,0 47

5,0 6,0 34

6,0 7,0 21

7,0 8,0 15

8,0 9,0 9

9,0 10,0 5

 320

a) Calcule a Média, a Mediana e a Moda dessa distribuição, compare e analise os resultados obtidos
e a simetria da distribuição.
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________________________________________________________________________________

49
b) Calcule os três quartis.
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

c) Calcule os decis D3 e D7.

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________________________________________________________________________________
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d) Sabendo-se que seriam selecionados para a etapa seguinte da Olimpíada de Física apenas os 5 %
melhores alunos, calcule a nota mínima que os alunos classificados obtiveram.
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________________________________________________________________________________

50
 Escalas de Notas baseadas em Medidas de Posição

A Mediana e as outras Separatrizes (quartil, decil e percentil) nos permitem estabelecer

critérios para classificar os alunos de acordo com a sua posição em uma distribuição de frequências.

Escala de Notas utilizando os Quartis

Quando necessitamos estabelecer um critério de classificação baseado em 4 notas-conceito,

a utilização dos quartis consiste em uma técnica adequada. Por meio desse processo é possível
elaborar um esquema que associa as notas com os conceitos, conforme ilustra o quadro abaixo:

Notas-Conceito Quartis (Qi) Intervalos de Notas

Ótimo Acima de Q3 N ≥ Q3
Bom de Q2 ao Q3 Q2 ≤ N < Q3
Fraco de Q1 ao Q2 Q1 ≤ N < Q2
Péssimo Abaixo de Q1 N < Q1

Exercício
1) Utilizando a tabela de distribuição de notas obtidas por uma turma de 100 alunos, elabore uma
escala de conceitos baseada nos quartis.

Notas Fi Fac
0 1,0 7

1,0 2,0 11

2,0 3,0 18

3,0 4,0 26

4,0 5,0 15

5,0 6,0 10

6,0 7,0 7

7,0 8,0 4

8,0 9,0 2

 100

51
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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2) Analise o nível da prova considerando a escala de conceitos obtida.

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3) Analise a facilidade de se discriminar os alunos com bom e mal rendimento a partir dessa tabela.
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52
Escalas de Notas baseadas nos Decis, Percentis ou outras Separatrizes

É fácil perceber que a escala de notas que utiliza os quartis tem pouco poder discriminatório,
pois acaba envolvendo em uma mesma categoria alunos com rendimento significativamente
distintos. Para contornar esse problema, devemos utilizar escalas com maior número de classes, o
que pode ser obtido elaborando escalas com 10 notas (decis) ou com outras formas de agrupar e
classificar os alunos e que seja mais adequada, satisfazendo nossas necessidades de classificação.

Exercícios
1) Considerando a distribuição de notas da turma de 100 alunos, elabore uma escala de notas-
conceito com as seguintes classes: Ótimo, Bom, Regular, Ruim e Péssimo.

Notas Fi Fac
0 1,0 7

1,0 2,0 11

2,0 3,0 18

3,0 4,0 26

4,0 5,0 15

5,0 6,0 10

6,0 7,0 7

7,0 8,0 4

8,0 9,0 2

 100

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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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53
________________________________________________________________________________
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54
Atividade para ser realizada em casa.

1) Novamente considerando a distribuição de notas da turma de 100 alunos, calcule as separatrizes

necessárias e elabore uma escala de 7 notas-conceito baseada nos septis, criando nomes para os 7
conceitos. Forneça a tabela de correspondência entre os conceitos e os intervalos de notas. Faça a
representação dessa escala em um segmento de reta. Analise o poder discriminatório desta escala.
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55
Atividade para ser realizada em casa.

1) Novamente considerando a distribuição de notas da turma de 100 alunos, calcule as separatrizes

necessárias e elabore uma escala de 7 notas-conceito baseada nos septis, criando nomes para os 7
conceitos. Forneça a tabela de correspondência entre os conceitos e os intervalos de notas. Faça a
representação dessa escala em um segmento de reta. Analise o poder discriminatório desta escala.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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55
 Medidas de Variabilidade

As Medidas de Variabilidade nos permitem medir as oscilações de uma variável, ou seja,

possibilita medir a concentração ou dispersão dos dados e, nesse sentido, fornecem informações
importantes acerca do grau de heterogeneidade entre os elementos de um conjunto.
Nas situações escolares, o grau de heterogeneidade permite caracterizar o comportamento
dos grupos de estudantes, subsidiando a ação dos professores, inclusive quanto à dinâmica de aula
mais adequada a ser utilizada como estratégia didática de ensino. Desse modo, podemos efetuar a
seguinte associação:

Turma Dinâmica

Homogênea Aulas expositivas surtem algum efeito, embora o uso de outras

estratégias na perspectiva de um pluralismo metodológico tenda a
melhorar a eficiência dos processos de ensino e de aprendizagem.

Heterogênea Recomenda-se a realização de atividades em pequenos grupos visando

propiciar momentos para que os melhores alunos possam auxiliar a
aprendizagem dos alunos que apresentam maiores dificuldades. Além
disso, o uso de estratégias e metodologias diversificadas pode atender
as diferentes características dos estudantes.

Tipos de Medidas de Variabilidade

Podemos classificar as medidas de variabilidade em duas categorias:

a) Medidas do tipo amplitude.

b) Medidas do tipo desvio.

Medidas Tipo Amplitude

Essas medidas fornecem informações sobre a distância ou amplitude entre dois pontos da
escala, sendo medidas pouco estáveis e de uso menos freqüente.
56
Amplitude Total

Essa medida corresponde à diferença entre o valor máximo e o valor mínimo presentes no
conjunto de dados. Trata-se de uma medida bastante grosseira uma vez que é baseada apenas nos
dois valores extremos, os quais são normalmente pouco freqüentes nos conjuntos de dados, não
sendo considerada a distribuição dos valores em seu conjunto, não envolvendo, portanto, todos os
dados que se encontram entre as extremidades.

A = Vmáx - Vmín

Amplitude Semi-Interquartílica (Q)

Essa medida de dispersão é definida como sendo a metade da distância entre os dois quartis
extremos, ou seja:

Q3  Q1
Q 
2

Onde:
Q = amplitude semi-interquartílica.
Q3 = terceiro quartil.
Q1 = primeiro quartil.

Normalmente, quando a Mediana é utilizada como medida de tendência central, utiliza-se a

amplitude semi-interquartílica como medida de variabilidade.
Embora Q seja uma medida menos grosseira e imprecisa do que a amplitude total, pois
utiliza dois valores menos extremos da distribuição, essa medida ainda apresenta a limitação de ser
calculada apenas a partir de dois valores, não sendo considerados os demais em seu cálculo.

Medidas Tipo Desvio

As medidas de variabilidade do tipo desvio não apresentam as limitações das medidas do

tipo amplitude uma vez que em seu cálculo são utilizados todos os valores da distribuição.

57
Desvio Médio ( d )

Inicialmente iremos definir o desvio ou discrepância (di) como sendo a distância entre
qualquer dado bruto e a média da distribuição, ou seja:

di = xi - x

Uma vez que a soma de todos os desvios é nula, é conveniente calcular o desvio médio d?
utilizando os valores absolutos das discrepâncias, ou seja:

d 
x i  x
n

Desse modo, d mede o afastamento médio dos dados em relação à média da distribuição.

Desvio Padrão e Variância

Uma vez que o desvio médio faz uso do módulo em seu cálculo, não podemos realizar
manipulações algébricas envolvendo essa grandeza. Assim, torna-se inadequada a sua utilização
prática, podendo esse problema ser contornado fazendo uso de outra medida de variabilidade mais
adequada, calculada a partir dos quadrados das discrepâncias, sendo essa nova grandeza
denominada Variância e definida por:

 2

d i
2

Variância ou Média Quadrática

n

O inconveniente da Variância é que sua unidade é o quadrado da unidade da variável x de

onde ela se origina. Portanto, para que possamos trabalhar com uma medida de variabilidade que
apresente a mesma unidade de x devemos extrair a raiz quadrada da Variância, sendo então essa
medida resultante denominada Desvio Padrão:

   2

d i
2

58
 Há ainda um método alternativo mais fácil e que permite obter o desvio padrão sem que
sejam calculadas as discrepâncias. Esse procedimento é baseado na utilização da expressão:

 x 2
i
 x2
n

Interpretação

Quanto maior for a Variância, maior será o valor correspondente do Desvio Padrão e,
conseqüentemente, maior é a heterogeneidade entre os elementos do conjunto a partir do qual
foram calculadas as medidas de variabilidade.
O Desvio Padrão pode ser interpretado como uma medida da média das discrepâncias dos
dados originais em relação à média X . O significado amplo do Desvio Padrão deverá ser mais
facilmente compreendido quando for realizado o estudo da Distribuição Normal.

Cálculo da Variância e do Desvio Padrão para Dados Agrupados

Quando os dados estão agrupados em uma tabela de distribuição de freqüências, xi

corresponde aos valores dos pontos médios das classes, de modo que o Desvio Médio pode ser
calculado pela expressão:

d 
x i  x Fi

d i Fi
n n

Na expressão acima Fi é a freqüência absoluta da classe.

Analogamente, o Desvio Padrão também deve ser calculado considerando-se as freqüências
das classes e seus pontos médios, ou seja:

  d i
2
Fi
 x 2
i Fi
 x2
n n

59
Exercícios
1) As notas obtidas por uma turma de 60 alunos em uma avaliação de Biologia são fornecidas na
tabela abaixo.

Notas Fi xi xi Fi x i2 Fi di = xi - x |di| Fi d i2 d i2 Fi

0 2 5

2 4 11

4 6 16

6 8 21

8 10 7

a) Calcule a nota média obtida pela turma de alunos.

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b) Calcule o Desvio Médio ( d ) do conjunto das notas.

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c) Calcule o Desvio Padrão (σ) utilizando as duas expressões.

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________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
60
2) Os mesmos 60 alunos dessa turma foram também avaliados em Matemática, sendo as notas
obtidas dadas na tabela abaixo.

Notas Fi xi xi Fi x i2 Fi di = xi - x |di| Fi d i2 d i2 Fi

0 2 2

2 4 6

4 6 40

6 8 10

8 10 2

a) Calcule a nota média obtida pela turma de alunos.

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

b) Calcule o Desvio Padrão (σ) do conjunto das notas.

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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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c) Análise o rendimento e a dispersão das notas obtidas pelos alunos da turma nas duas disciplinas
em que foram realizadas avaliações, efetuando as devidas comparações.
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
61
 Medidas de Variabilidade Relativa

Quando precisamos comparar a dispersão ou variabilidade de conjuntos de valores que

possuem unidades de medida diferentes, ou então comparar conjuntos essencialmente diferentes,
devemos utilizar uma medida de variabilidade que seja relativa ao valor médio. Essa medida é
denominada coeficiente de variação (CV), definida por:


CV   100
x

O coeficiente de variação expressa em termos percentual a fração que o Desvio Padrão

corresponde da média. Assim, quanto maior for o CV maior será a dispersão dos dados e,
conseqüentemente, maior será a heterogeneidade do conjunto de valores. Podemos considerar para
efeitos práticos que valores de coeficiente de variação da ordem de 40 ou 50 % indicam que há um
elevado grau de dispersão, de modo que a média é pouco representativa do conjunto de dados.

CV < 20 % Pequeno grau de dispersão

20 % ≤ CV ≤ 40 % Médio grau de dispersão
CV > 40 % Elevado grau de dispersão

Exercícios
1) Medidas de estatura foram realizadas com 50 alunos de uma turma de 3º ano do Ensino Médio
em uma escola, sendo obtidos valores que apresentaram como média E = 164,4 cm, com Desvio
Padrão σE = 18,6 cm. Para esse mesmo conjunto de alunos foram feitas medidas de peso (na
verdade medidas de massa, pois P = mg), observando-se que esses dados forneceram como média
P = 58,5 kg e Desvio Padrão σP = 3,6 kg. Analise os valores obtidos no levantamento efetuado e
então responda se esses alunos apresentam maior variabilidade na estatura ou em seu peso?
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62
2) Uma turma de 40 alunos foi avaliada em Matemática, Português, Geografia e Física, sendo
verificados os seguintes resultados:

Desvio Coeficiente de
Disciplina Média ( x )
Padrão (σ) Variação (CV)

Matemática 4,2 1,9

Português 7,2 3,2

Geografia 4,3 1,3

Física 7,5 2,2

a) Calcule o coeficientes de variação, completando a tabela acima.

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________________________________________________________________________________

b) Interprete os resultados obtidos, fornecendo uma análise o mais detalhada possível.

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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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Variável Reduzida ou Escore Padronizado (z)

A variável reduzida zi fornece, em unidades de desvio padrão, o sentido e a intensidade com

que um determinado dado se encontra afastado em relação a média da distribuição da qual faz parte,
sendo definido por:

xi  x
zi 

63
 Desse modo, valores positivos de zi indicam que o dado (xi) está acima da média, enquanto
que valores negativos indicam que o dado está abaixo da média.
Portanto, é possível utilizar a variável reduzida zi como um parâmetro que fornece a posição
relativa de um determinado valor em relação à distribuição, indicando a sua posição nessa
distribuição, sendo útil para a realização de comparações entre diferentes distribuições.
Esquematicamente, podemos efetuar a seguinte representação:

xi < x x xi > x
Zi

zi < 0 0 zi > 0

Exercícios
1) Um estudante obteve nota 6,0 em Matemática e 7,5 em Física. Sabendo-se que a média da classe
foi x = 5,0 em Matemática, com desvio padrão igual a 0,7, e em Física a média da classe foi
x = 8,0, com desvio padrão igual a 2,0, determine:
a) O coeficiente de variação de cada disciplina, interpretando os valores obtidos.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

b) Os escores padronizados do estudante nas duas disciplinas, interpretando-os.

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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

64
 2) Na atual turma do curso de Especialização foi efetuado um levantamento dos valores de peso
(massa!) em kg e estatura em cm dos alunos, sendo os valores apresentados na tabela abaixo.

Grandeza Aluno 1 Aluno 2 Aluno 3 Aluno 4 Aluno 5 Aluno 6 Aluno 7 Aluno 8 Aluno 9

Peso (kg)

Estatura

Grandeza Aluno 10 Aluno 11 Aluno 12 Aluno 13 Aluno 14 Aluno 15 Aluno 16 Aluno 17 Aluno 18

Peso (kg)

Estatura

a) A partir desses valores determine os valores médios e o desvio padrão do peso e da estatura da
turma, calculando então os coeficientes de variação e interpretando os valores obtidos.

Grandeza Média Desvio CV Seu peso e

Padrão estatura zi
Peso
Estatura

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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

b) Determine a sua posição relativa no peso e estatura e verifique em qual grandeza você está mais
à frente em relação à turma, calculando os escores padronizados. Interprete os resultados obtidos.
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

65
 Distribuição Normal ou Gaussiana

A função Densidade de Probabilidade Normal (Distribuição Normal) é uma função de

variável contínua que foi deduzida independentemente por De Moivre, Laplace e Gauss, sendo
expressa por:

( x  x )2

1 2 2
f ( x)  e
 2

Onde:
x = média da variável x.
σ = desvio padrão.
e = 2,71828...

Essa função é simétrica em relação à média ( x = Md = Mo) e apresenta a forma de um

“sino”, sendo conhecida como função de Gauss ou Gaussiana, tendo aplicações nas mais diversas
áreas de conhecimento, como Física, Engenharia, Sociologia, Educação etc. A forma da
Distribuição Normal é apresentada abaixo:

f(x)

σ σ

x x

Percebe-se da figura acima que x centra a curva, enquanto σ fornece uma medida da largura
da curva estando, portanto, relacionada com o espalhamento ou dispersão dos dados em torno da
média.

66
Propriedades da Curva Normal

1) A função Normal é simétrica em torno de x = x .

f( x – x) = f( x + x)

2) A função apresenta um ponto de máximo em x = x .

3) A função é duplamente assintótica, não atingindo o eixo x em nenhuma das extremidades.

4) A função apresenta dois pontos de inflexão:

x= x –σ e x= x +σ

5) A área sob a curva é igual a 1 e x varia no intervalo de - ∞ < x < + ∞. O fato da área total ser
igual a 1 significa que a função é normalizada.

Cálculo das Probabilidades

A probabilidade da variável x apresentar um valor no intervalo x1 ≤ x ≤ x2 é dada por:

x2 x2 ( x  x )2

1
 
2 2
P( x1  x  x 2 )  f ( x) dx  e dx
x1  2 x1

Não se assuste com a expressão acima, pois não será necessário utilizá-la com freqüência.
Visando facilitar os cálculos e a confecção de Tabelas de probabilidades, é conveniente efetuarmos
a mudança da variável x para a variável normal padronizada ou reduzida z, já definida
anteriormente, ou seja:

xi  x
zi 

Desse modo, a curva normal para a variável z estará deslocada de x unidades para a
esquerda, encontrando-se centrada em zero e apresentando desvio padrão igual a 1. Portanto, a

67
distribuição normal da variável x, com média x e variância σ2, denotada por N( x , σ2), pode ser
transformada na função normal padronizada Z = N(0,1), ou seja, uma distribuição normal com
média x = 0 e variância σ2 = 1.

Gráfico de f(x) e φ(z)

Por meio das figuras abaixo podemos comparar os gráficos de f(x) e φ(z).

f(x)

x
x – 3σ x-2σ x–σ x x+σ x+2σ x+3σ

φ(z)

z2
1 
 ( z)  e 2

2

z
–3 –2 –1 0 +1 +2 +3

Cálculo da Área sob a Curva Normal

A área sob a curva Normal compreendida entre x1 e x2 fornece a probabilidade da variável x

assumir valores no intervalo x1 e x2, ou seja:

x2 x2 ( x  x )2

1
 
2 2
P( x1  x  x 2 )  f ( x) dx  e dx
x1  2 x1

68
 Manipulando a nova variável z temos:

x=σz+ x
dx = σ dz

Desse modo:

z2 z2 z2
1 
P( z1  z  z 2 )    ( z ) dz  e
2
dz  P( x1  x  x2 )
z1 2 z1

Podemos então utilizar Tabelas que fornecem os valores das áreas sob a curva normal
padronizada, obtidas por meio de integração numérica, facilitando assim a resolução de inúmeros
problemas práticos.

Faixa Central com z positivo

Para um determinado valor zi a tabela fornece a

probabilidade de z estar no intervalo entre 0 e zi.
Para valores negativos de z devemos utilizar a
propriedade de simetria da função. A

A = P(0 ≤ z ≤ zi)
0 zi

Probabilidade Acumulada ou Função de Repartição

Nesse caso, a tabela fornece a probabilidade

de z ser menor ou igual a zi.

A = P(z ≤ zi)

0 zi
69
Probabilidade para Valores Caudais

Nessa situação, para um determinado valor

zi a tabela fornece a probabilidade de |z| ser maior
ou igual a |zi|.
A A
A = P(z ≤ -zi) + P(z ≥ zi)
- zi + zi

Exercícios
1) Utilizando as tabelas determine as probabilidades abaixo, elaborando inicialmente um desenho
para representar a área correspondente sob a curva normal.
a) P(0 ≤ z ≤ 1,43)
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

b P(-1,43 ≤ z ≤ 0)
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

c) P(-1,18 ≤ z ≤ 2,36)
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

d) P(1,25 ≤ z ≤ 2,09)
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
70
e) P(-1,83 ≤ z ≤ -0,65)
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

f) P(z ≥ 1,37)
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

g) P(z ≤ -1,46)
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

h) P(z ≤ 1,67)
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

2) Em uma turma de alunos do EF de uma escola particular as notas finais de Matemática dos
alunos apresenta uma distribuição normal com média x = 6,5 e desvio padrão σ = 1,8. Sabendo-se
que os alunos com nota inferior a 5,0 são reprovados diretamente, calcule o percentual de alunos
que estão nesta situação nesta turma, ou seja:
a) P(x ≤ 5,0)
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
b) Nesta mesma escola os alunos desta turma precisam obter média final igual ou superior a 7,0
para serem aprovados sem necessidade de realizar os exames finais. Calcule o percentual de alunos
que foram aprovados direto nesta turma, ou seja:
71
P(x ≥ 7,0)
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

c) Analise a heterogeneidade dos alunos desta turma.

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

3) a) Analisando a avaliação feita por um professor em uma turma de alunos do ensino fundamental
verificou-se que as notas obedeciam a uma Distribuição Normal, sendo que 18,14 % dos alunos
tiraram notas acima de 7,0 e 12,30 % abaixo de 4,0. Determine a nota média e o desvio padrão da
distribuição de notas da turma de alunos.
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

b) Analise o rendimento dos alunos na avaliação realizada e a heterogeneidade da turma.

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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
72
Atividade para ser realizada em casa.

1) Considerando as notas obtidas por uma turma de alunos onde você leciona ou que foram
fornecidas por um colega de classe:
a) Elabore um histograma de freqüência onde a abscissa é dividida em 5 classes de intervalo h = 2
pontos, ou seja, 0 a 2, 2 a 4, 4 a 6, 6 a 8 e 8 a 10.
b) Calcule o valor médio e o desvio padrão dessas notas.
c) Ajuste uma curva normal (Curva de Gauss) sobre o histograma, calculando f(x) para os cinco
pontos médios correspondentes a cada uma das classes e trace a curva por estes 5 pontos.
d) Analise as semelhanças e diferenças entre o histograma e a curva normal e interprete.
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________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
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73
Aspectos Relevantes na Elaboração e na Análise de Avaliações

O processo de avaliação de rendimento escolar normalmente é bastante complexo e está

sujeito à influência de diversos fatores, apresentando sempre um caráter parcialmente subjetivo, de
modo que os resultados podem sofrer distorções que tendem a comprometer, em algumas situações,
a sua validade enquanto instrumento de mensuração da aprendizagem.
Assim, tendo em vista a necessidade de se realizar avaliações nos ambientes escolares e ao
mesmo tempo preservando a preocupação no sentido de que o processo avaliativo seja
minimamente distorcido, acredita-se ser importante analisar alguns aspectos relevantes no momento
de se elaborar as provas, destacando-se:

a) Inicialmente deve-se analisar todos os conteúdos que precisam ser avaliados, elaborando-se
uma quantidade de questões que seja proporcional à importância dada a cada item abordado.

b) Os conteúdos considerados mais relevantes devem aparecer na avaliação com um peso

maior, bem como os tópicos que envolvam maior dificuldade, buscando-se desse modo
proporcionar alguma equitatividade na distribuição das questões.

c) O número de questões e de subitens deve ser adequado ao tempo total disponível para
realização da avaliação, evitando-se, principalmente, avaliações muito extensas e que não
conseguem ser finalizadas no tempo útil.

d) A dificuldade de cada questão deve ser definida tendo em vista que uma prova
razoavelmente bem elaborada deve contemplar perguntas mais fáceis, algumas de média
dificuldade e outras de maior nível de dificuldade. Desse modo, é evidente que avaliações
contendo apenas questões fáceis ou apenas questões de grande dificuldade são inadequadas
para os propósitos avaliativos que se busca ao utilizá-las.

e) Os enunciados das questões devem ser objetivos e suficientemente claros, evitando-se

ambigüidades ou o uso de termos que possam ocasionar dificuldades maiores de
interpretação. No jargão popular, as provas não devem conter “pegadinhas”, uma vez que
apenas atrapalham os alunos.

f) Na medida do possível, os conteúdos abordados nas questões devem apresentar algum tipo
de relação com situações práticas enfrentadas no cotidiano dos estudantes. Desse modo,
contribui-se para que o conhecimento seja contextualizado, atendendo-se ao que preconizam
as orientações curriculares presentes na atual LDB de 1996 e nos PCN.
74
 g) Por meio da avaliação deve-se abordar os aspectos considerados mais significativos e
relevantes para o desenvolvimento dos estudantes, fazendo com que os mesmos envolvam
na resolução a análise crítica e o raciocínio, sendo de pouca valia para esse desejado
desenvolvimento a colocação de perguntas que requerem simplesmente a memorização ou a
aplicação de fórmulas.

Acredita-se que tomando certos cuidados na elaboração das avaliações seja possível torná-
las instrumentos minimamente eficientes para o difícil processo de mensuração da aprendizagem,
permitindo discriminar os estudantes quanto ao seu estágio de desenvolvimento cognitivo e que
deve ser explicitado nas habilidades requeridas nas provas propostas.
Outro aspecto importante a ser destacado é que o processo avaliativo não deve ser restrito a
apenas um único instrumento de avaliação, devendo-se buscar diferentes instrumentos que possam
captar outras habilidades e competências nos estudantes, como a capacidade de realização de
atividades coletivas, a capacidade de efetuar sínteses e a escrita de textos etc.

Perfil Adequado das Avaliações

Pode-se considerar que uma avaliação bem planejada deve ser capaz de discriminar os
diferentes níveis de aprendizagem apresentados pelos estudantes. Nesse sentido, espera-se que os
resultados obtidos por meio de uma avaliação adequada componham um conjunto de notas cuja
distribuição seja aproximadamente normal, apresentando os seguintes aspectos:

a) Ocorra uma concentração de aproximadamente dois terços (2/3) das notas em torno do
intervalo formado pela média mais ou menos um desvio padrão. Essa parcela de alunos
corresponde àqueles que apresentam um rendimento escolar que pode ser considerado
mediano, razoável ou satisfatório.

b) Aproximadamente 1/6 dos alunos podem apresentar notas baixas, denunciando que a
aprendizagem foi insuficiente.

c) Também cerca de 1/6 dos alunos devem apresentar notas elevadas, correspondendo aos
melhores estudantes da turma e que normalmente se destacam, apresentando um excelenet
nível de aprendizagem.

Considerando um gráfico montado a partir de uma distribuição normal, a distribuição das

notas em uma avaliação bem elaborada seria semelhante ao apresentado na figura abaixo.

75
 2/3
1/6 1/6
Notas

Perfis de Avaliações Inadequadas

Quando uma avaliação não é bem planejada e elaborada é comum que os resultados
apresentem uma distribuição inadequada de notas, distanciando-se bastante de uma curva normal,
como será analisado adiante em duas situações típicas.

Avaliação Muito Fácil

Quando realizamos uma avaliação considerada muito fácil é possível perceber uma
distribuição de notas semelhante à ilustrada abaixo:

Notas baixas Notas altas Notas

Percebe-se na distribuição de notas que muitos alunos obtiveram notas elevadas enquanto
poucos ficaram com notas baixas, desviando-se das proporções consideradas adequadas 1/6, 2/3 e
1/6 discutidas anteriormente.

76
 Alguns elementos que podem ter interferido no processo avaliativo, ocasionando a distorção
observada acima, ou seja, um enviesamento a esquerda, são:

a) Presença de muitas questões fáceis e que poderiam ser acertadas pela maioria dos alunos.

b) Ausência de questões mais elaboradas, apresentando maior nível de dificuldade para sua
resolução.

Naturalmente em uma situação onde a grande maioria dos alunos seja composta por
indivíduos destacadamente diferenciados, no sentido de serem ótimos alunos, é possível obter o
resultado enviesado acima mesmo em uma avaliação bem elaborada. Infelizmente essa situação
pode ser considerada rara e não é observada com muita facilidade.

Avaliação Muito Difícil

Uma situação oposta à apresentada anteriormente ocorre quando realizamos uma avaliação
considerada muito difícil pela grande maioria dos alunos. Essa situação também demonstra a
inadequação da avaliação elaborada, apresentando uma distribuição de notas conforme ilustra a
figura abaixo:

Notas baixas Notas altas Notas

É fácil perceber agora da distribuição das notas que muitos alunos obtiveram notas baixas
enquanto poucos obtiveram notas elevadas, sendo também uma situação que se afasta das
proporções consideradas adequadas 1/6, 2/3 e 1/6.
O expressivo enviesamento a direita pode ter sido ocasionado pelos seguintes fatores:

77
 a) Presença de enunciados mal formulados e que geraram ambigüidades ou grandes
dificuldades de interpretação por parte dos estudantes, inclusive dos melhores alunos da
turma.
b) Excesso de questões muito difíceis.

c) Ausência de questões de mais fácil resolução.

Analogamente, é possível ocorrer uma situação como a descrita aqui mesmo em uma
avaliação bem elaborada quando por infelicidade a grande maioria dos alunos seja formada por
estudantes que apresentam enormes dificuldades de aprendizagem, sendo necessário adotar nessas
situações mecanismos complementares que possam contribuir para que ocorra uma aprendizagem
mais ampla, como a adoção de estratégias diferenciadas de ensino, o uso de metodologias
alternativas que envolvam atividades práticas, o desenvolvimento de atividades coletivas e
colaborativas entre os estudantes, o uso de aulas de reforço, entre outros.

Questões
1) Na sua opinião, que fatores devem ser considerados na elaboração de uma avaliação?

a) ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
b) ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
c) ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

2) Que distribuição de resultados (notas) em uma avaliação você considera adequada? Justifique.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

78
 Escalas de Notas Baseadas na Distribuição
(Média e Desvio Padrão)

Existem diversas maneiras de definirmos uma escala de notas, as quais podem ser absolutas
ou relativas. No caso de escalas relativas podemos levar em consideração a média e o desvio padrão
da distribuição de notas, definindo-se a escala em função de sua adequação e dos objetivos
pretendidos em cada situação analisada.

Intervalos Percentuais

Uma primeira possibilidade consiste em se relacionar um conceito a um determinado

segmento de alunos que foram ordenados previamente de acordo com seu rendimento na avaliação,
estabelecendo-se para isso um intervalo percentual para cada conceito. Buscando tornar mais clara
essa idéia é fornecido o exemplo abaixo:

Conceito Intervalo Percentual

A 12 % (melhores)

B 18 % (seguintes)

C 40 % (seguintes)

D 18 % (seguintes)

E 12 % (piores)

Desse modo, os 12 % melhores alunos ficam com o conceito A, os 18 % seguintes ficam

com o conceito B e assim por diante, sendo atribuído para os 12 % piores alunos o conceito E.

As tabelas de Distribuição Normal padronizada devem ser utilizadas para se determinar o

valor de z correspondente aos percentuais (ou área) relacionadas a cada conceito empregado.

79
Exercícios
1) Em um provão realizado pelo MEC para os cursos de Matemática constatou-se que as notas
obtidas pelas Universidades apresentaram média x = 6,5, com desvio padrão σ = 2,3. Para
classificar os cursos avaliados o MEC estabeleceu que o conceito A deve ser aplicado para os 12 %
melhores colocados, B para os 18 % seguintes, C para os 40 % seguintes, D para os 18 % seguintes
e, finalmente, conceito E para os 12 % piores.
a) Calcule a nota mínima para que um curso obtenha o conceito A.
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

b) Calcule a nota máxima que define o conceito E.

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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

c) Calcule as notas mínima e máxima que definem o intervalo para obtenção do conceito C.
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

d) Elabore um quadro que fornece a relação entre os conceitos e os intervalos de notas necessários.
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80
Intervalos Definidos pelo Desvio Padrão

Uma outra maneira de se definir uma escala de notas é baseada na utilização do Desvio
Padrão, ou de frações desse, para estabelecer os intervalos para os quais serão atribuídos os
conceitos ou notas. Por exemplo, podemos atribuir o conceito A para os alunos (ou cursos etc) que
obtiverem notas que forem pelo menos 1 desvio padrão acima da média, conforme ilustra a figura
abaixo:

A
x x +σ

Exercícios
1) A metodologia utilizada pelo MEC durante alguns anos para classificar os cursos no provão
estabelecia a seguinte relação entre notas e conceitos:

Conceito Intervalo de Notas

A N≥ x +1σ

1
B x   ≤ N < x  1
2

1
 ≤N< x 
C 1
x 
2 2

1
D x   ≤N< x 
2

E N < x  1

81
 Baseando-se nesse critério, determine o valor das notas correspondentes aos conceitos
utilizados pelo MEC para classificar os cursos de Português, elaborando uma tabela de
correspondência nota conceito, sabendo-se que esses cursos apresentaram média x = 4,3 e desvio
padrão σ = 1,8.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

2) Uma avaliação de Matemática feita pelo Prof. Wilson com 60 alunos apresentou média x = 6,2 e
desvio padrão σ = 2,3. O professor Wilson decidiu utilizar uma escala de notas conceito
distribuindo a turma em 3 grupos iguais de 20 alunos, classificando seus rendimentos como
Insatisfatório (I), Satisfatório (S) e Plenamente Satisfatório (OS). Calcule os intervalos das notas
que definem a escala utilizada pelo Prof. Wilson.
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________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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82
 Medidas de Assimetria e Curtose da Distribuição Gaussiana

Constata-se em diversas situações práticas que a Curva Normal se ajusta razoavelmente bem
à distribuição de dados relacionados aos vários fenômenos educacionais, como dados
antropométricos, rendimento escolar etc.

Entretanto, para nos assegurarmos da adequação da curva normal como sendo representativa
dos dados é conveniente calcularmos parâmetros que meçam quanto os dados se afastam da
normalidade, ou seja, se afastam de uma distribuição normal, sendo esses parâmetros denominados
assimetria e curtose.

Medida de Assimetria

Dizemos que uma distribuição é simétrica quando os elementos eqüidistantes do centro

apresentam a mesma freqüência. Por outro lado, fornecemos a denominação de assimétrica quando
as freqüências dos elementos eqüidistantes do centro são diferentes. A simetria torna as duas
metades da distribuição iguais e, desse modo, temos:

x = Md = Mo

A distribuição apresenta assimetria negativa ou à esquerda quando o lado mais longo do

polígono de freqüências está abaixo do centro.
Por outro lado, a distribuição apresenta assimetria positiva ou à direita quando o lado mais
longo do polígono de freqüências está acima do centro.
Essas situações são ilustradas nas figuras abaixo.

Assimetria à esquerda (negativa) Simetria Assimetria à direita (positiva)

x < Md < Mo x = Md = Mo Mo < Md < x
83
Coeficientes de Assimetria de Pearson

Para distribuições unimodais moderadamente assimétricas, Pearson constatou que a

distância entre a média e a moda é cerca de três vezes a distância entre a média e a mediana. Essa
característica possibilitou definir os seguintes coeficientes de assimetria de Pearson:

Coeficiente de Assimetria em Relação à Moda

x  Mo
 Mo 


Coeficiente de Assimetria em Relação à Mediana

3( x  M d )
 Md 


O sentido da assimetria é dado pelo sinal do coeficiente α, ou seja:

α < 0 – assimetria negativa ou à esquerda.

α = 0 – simetria.
α > 0 – assimetria positiva ou à direita.

Podemos considerar que as distribuições são fracamente assimétricas quando:

- 0,2 < α < 0,2

Medida de Curtose

A Curtose é um parâmetro que mede a diferença de achatamento entre a curva estudada e a

curva normal, podendo também ser considerada como uma medida da concentração dos dados em
torno do centro da distribuição.
Para a curva normalmente achatada damos o nome de mesocúrtica, à curva mais achatada
que ela denominamos platicúrtica, enquanto a curva menos achatada (mais afilada) recebe o nome
de leptocúrtica. As três curvas são mostradas abaixo:

84
 Platicúrtica Mesocúrtica Leptocúrtica

Observa-se que no caso da curva leptocúrtica a variabilidade é pequena, correspondendo,

portanto a uma situação que apresenta menor grau de heterogeneidade.
Por outro lado, a curva platicúrtica está associada a uma situação de maior variabilidade
e, portanto, de maior grau de heterogeneidade.

Coeficiente de Curtose

O grau de curtose das curvas pode ser calculado por meio dos coeficientes de curtose
definidos abaixo:

Q3  Q1 Q3  Q1
Quartidecil  QD  
2 ( D9  D1 ) 2 ( P90  P10 )

D9  D1
Decicentil  DP 
2 ( P99  P1 )

Q3  Q1
Quarticentil  QP 
( P99  P1 )

Classificação das Curvas

As curvas podem ser classificadas em função de seu achatamento conforme a tabela que
segue:

85
 Coeficiente Tipo de Curva

de Curtose Platicúrtica Mesocúrtica Leptocúrtica

Quartidecil γQD > 0,263 γQD = 0,263 γQD < 0,263
Decicentil γDP > 0,275 γDP = 0,275 γDP < 0,275
Quarticentil γQP > 0,290 γQP = 0,290 γQP < 0,290

Exercícios
1) Conforme visto anteriormente (pág. 60 e 61), uma turma de 60 alunos foi submetida a avaliações
de Biologia e de Matemática, sendo obtidas as distribuições de notas fornecidas abaixo.

Biologia Matemática

Notas Fi Fac xi xi Fi Notas Fi Fac xi xi Fi

0 2 5 0 2 2
2 4 11 2 4 6
4 6 16 4 6 40
6 8 21 6 8 10
8 10 7 8 10 2

 

a) Elabore separadamente o histograma das notas obtidas pelos alunos em Biologia e em

Matemática.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

86
b) Determine os dois coeficientes de assimetria das duas distribuições de notas e interprete os
resultados obtidos.
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________

87
c) Calcule os valores do Coeficiente de Variação (CV) nas duas disciplinas e interprete os
resultados obtidos.
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

d) Determine os coeficientes de curtose quartidecil, decicentil e quarticentil das duas

distribuições de notas e interprete os resultados obtidos.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

88
2) Uma avaliação de Direito Penal realizada com 120 alunos do curso de Direito apresentou notas
que foram colocadas na tabela de distribuição de freqüências abaixo:

Notas Fi Fac xi xi Fi x i2 x i2 Fi

0 1,5 21

1,5 3,0 35

3,0 4,5 23

4,5 6,0 18

6,0 7,5 14

7,5 9,0 9

a) Elabore o histograma das notas obtidas pelos alunos na disciplina de Direito Penal e analise.
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b) Determine os dois coeficientes de assimetria da distribuição de notas e interprete os resultados
obtidos.
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c) Calcule o valor do Coeficiente de Variação (CV) das notas na disciplina de Direito Penal e
interprete o resultado obtido.
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d) Determine os coeficientes de curtose quartidecil, decicentil e quarticentil da distribuição de
notas e interprete os resultados obtidos.
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91
 Teste de Hipóteses

Hipótese

Considera-se Hipótese como sendo uma teoria, uma conjectura ou explicação provisória
admitida inicialmente como verdadeira e que, de acordo com critérios estatísticos apropriados,
poderá ser rejeitada ou não-rejeitada em termos de probabilidade.

Teste de Hipóteses

O Teste de Hipóteses ou Teste Estatístico é um recurso lógico-probabilístico que consiste

em uma regra de decisão que permite avaliar a validade das hipóteses relacionadas a parâmetros ou
distribuições populacionais. Nesse sentido, as hipóteses podem ser aceitas como provavelmente
verdadeiras ou rejeitadas como provavelmente falsas, sendo inerente ao processo a possibilidade de
erro, uma vez que estamos lidando com probabilidades, sendo esse erro inversamente proporcional
à significância do teste.
Visando então poder tomar uma decisão adequadamente, o pesquisador deve elaborar um
experimento que permita testar sua hipótese, efetuando medidas de estatísticas amostrais e
comparando os resultados com os valores propostos ou presumidos. Desse modo, constata-se que a
observação faz parte do procedimento experimental, devendo o pesquisador observar, analisar e,
por fim, concluir, tomando sua decisão.

Etapas do Teste de Hipóteses

O pesquisador inicia o Teste de Hipóteses formulando duas proposições (ou hipóteses)

mutuamente excludentes, ou seja, a veracidade de uma implica na falsidade da outra:

a) Hipótese Nula (H0)

Em Estatística, a hipótese que deverá ser testada é denominada Hipótese Nula ou Hipótese
Probanda, sendo designada por H0. Por convenção, a hipótese nula afirma a igualdade
presumida entre o parâmetro real (P) e o valor alegado (VA).

H0: P = VA
83
 b) Hipótese Alternativa ou Experimental (Ha)

Quando a hipótese nula é rejeitada, a proposição tida como verdadeira é denominada Hipótese
Alternativa (ou Hipótese Experimental), sendo simbolizada por Ha. Essa hipótese estabelece a
desigualdade entre o parâmetro real (P) e o valor alegado (VA).

Princípio do Teste de Hipóteses

Entre as possíveis formas de se expressar o princípio básico que define o teste de hipóteses,
temos:

a) Quanto maior for o desvio (diferença) entre o valor suposto e o valor amostral obtido, menor
será a chance da hipótese ser verdadeira.

b) Acredita-se que pequenas diferenças entre os valores devam ser casuais e devidas a
variabilidade amostral, enquanto que as grandes diferenças sejam decorrentes de diferenças
significativas nos parâmetros avaliados.

Regra de Decisão

Das duas expressões acima decorre a seguinte regra de decisão:

“Quando a diferença entre o valor suposto e o valor obtido pelas amostras é

pequena, devemos aceitar a hipótese e se a diferença for grande devemos rejeitá-
la”.

Portanto, o teste de hipóteses possibilita, em termos probabilísticos, identificar a

possibilidade das diferenças entre os valores medidos e os propostos ou presumidos serem reais ou
decorrentes simplesmente da dispersão amostral.

Testes Unilaterais ou Unicaudais

Esses testes permitem avaliar as chances dos valores esperados para os parâmetros serem
inferiores ou superiores a determinado limite.

84
Teste Unilateral à Esquerda

Esse teste é caracterizado pela relação do tipo < (menor que) e mede a probabilidade da
variável ser inferior a certo limite.
As hipóteses nula e alternativa, denominada unilateral ou unicaudal esquerda, são expressas
na forma:

H0: P = VA

Ha: P < VA

Nessa situação o erro fica concentrado do lado esquerdo, sendo esse teste útil para avaliar
situações com parâmetros mínimos.

Teste Unilateral à Direita

Esse teste é definido pela relação do tipo > (maior que) e estabelece a probabilidade da
variável ser superior a determinado limite.
As hipóteses nula e unilateral ou unicaudal direita são expressas na forma:

H0: P = VA

Ha: P > VA

Nesse caso o erro fica concentrado do lado direito, sendo o teste adequado para avaliar
situações com parâmetros máximos.

Testes Bilaterais ou Bicaudais

Esses testes são caracterizados por relação do tipo ≠ e quantificam a probabilidade das
variáveis pertencerem a intervalos de valores determinados.
A escolha por esse tipo de teste deve acontecer quando não sabemos a prevalência entre os
valores, sendo suas hipóteses nula e bilateral ou bicaudal dadas por:

H0: P = VA

Ha: P ≠ VA
85
 Esse teste deve ser aplicado somente quando não temos informações sobre o sentido da
diferença entre os valores, uma vez que é um teste mais fraco que o unilateral, pois não indica se o
parâmetro P é maior ou menor que o valor presumido.

Tipos de Erro

Uma vez que o Teste de Hipóteses está apoiado em probabilidades, torna-se inerente ao
processo de decisão a possibilidade do pesquisador cometer algum erro ao rejeitar ou não rejeitar
uma hipótese.
As situações nas quais o pesquisador acerta ou não em sua decisão são ilustradas no quadro
abaixo:

A hipótese pode ser Verdadeira Falsa

O pesquisador (V) (F)
Rejeita a hipótese Comete erro (I) Comete acerto

Não rejeita a hipótese Comete acerto Comete erro (II)

Portanto, o pesquisador pode cometer um erro ao rejeitar uma hipótese verdadeira.

Nesse caso dizemos que houve um erro de 1ª espécie ou erro tipo I.
Por outro lado, ao deixar de rejeitar uma hipótese falsa o pesquisador comete um erro de 2ª
espécie ou erro tipo II.

Nível de Significância

Obviamente o pesquisador não deseja cometer nenhum tipo de erro, entretanto podemos
considerar tolerável um erro se ele for pequeno, ou seja, se houver pequena probabilidade de que
venha a ocorrer.
De fato, caso a hipótese seja verdadeira, desejamos que a probabilidade de decidirmos
rejeitá-la, cometendo assim um erro tipo I, seja pequena. Essa probabilidade é denominada nível de
significância (α).
Na prática, o pesquisador deve estabelecer um critério de decisão de modo a repartir o
espaço experimental R em duas partes, denominadas respectivamente, região crítica (RC) e região
não crítica (RNC).
86
 Assim, quando o valor x do parâmetro obtido no experimento pertencer à região crítica a
hipótese nula H0 deverá ser rejeitada. Por outro lado, se o valor de x pertencer à região não
crítica, a hipótese nula H0 não deverá ser rejeitada.

Resumindo temos:

Se x  RC H0 rejeitada

Se x  RNC
H0 não rejeitada
ou x  RC

O nível de significância (α) estabelece o critério que permite repartir o espaço experimental
R de modo que:

RC + RNC = R

Em geral, o nível de significância α apresenta valores pequenos, sendo comum

encontrarmos tabelas para α = 1 % e α = 5 %.

Graficamente a região crítica RC e a região não crítica RNC são representadas na figura
abaixo:

Unilateral à esquerda Bilateral Unilateral à direita

RNC
RC RNC RC Aceitação RC RNC RC
α Aceitação α/2 α/2 Aceitação α

Desse modo, podemos interpretar que o nível se significância α representa a probabilidade

da região crítica RC rejeitar a hipótese Ho se ela for verdadeira e, por isso, devemos fixar um α
pequeno.

87
 Distribuição t de Student

A Distribuição t de Student foi desenvolvida pelo pesquisador Willian Sealy Gosset no

início do século XX, sendo adequada para pequenas amostras (n < 30).
Essa estatística é expressa pela fórmula:

x  
t 
S ( x)
n

Onde n é o número de elementos:

S ( x) 
 (x i  x) 2
= desvio padrão de x.
n 1

x = média aritmética de uma amostra pequena.

μ = média aritmética (presumida) da população de onde foi extraída a pequena amostra.

A Distribuição t de Student é contínua, simétrica, apresenta média zero e desvio padrão

variável em função de n, sendo ainda platicúrtica em relação à curva normal, ou seja, t é mais
achatada no centro e mais espalhada nas caudas.
Devemos utilizar a estatística t apenas para variáveis que tenham distribuição normal na
população de onde é extraída a amostra.
Cabe ainda ressaltar que na medida em que n cresce, t tende a z, sendo a aproximação
muito boa para n ≥ 30.

Teste de Hipótese utilizando a Distribuição t

Para realizarmos um Teste de Hipótese utilizando a Distribuição t de Student devemos:

a) Calcular a estatística t, sendo t0 = t observado no conjunto de dados.

b) Comparar o valor de t0 com tc (t crítico) fornecido em tabelas.

88
 Para localizar o valor tc na tabela devemos observar inicialmente o valor de α e considerar
também o número de graus de liberdade (gl) envolvido no problema, obtendo tc no cruzamento de
α com gl, onde:

gl = n – 1 = tamanho da amostra – 1.

Finalmente, a decisão deve ser tomada analisando as seguintes situações:

Se t0 > tc rejeitar H0

Se t0 < tc não rejeitar H0

Exercícios
1) Em uma Universidade, ao longo de vários anos foi observado que a média final em Cálculo
Diferencial e Integral (CDI) nas turmas de 1º ano dos cursos de engenharia é da ordem de 4,5. No
atual ano as médias finais obtidas pelas 8 turmas de 1º ano na disciplina de CDI são dadas abaixo:

Turma A B C D E F G H

Média final 5,6 4,6 4,2 5,5 4,7 4,5 5,4 4,3

Utilizando um teste de hipótese, analise se o rendimento das turmas de 1º ano dos cursos de
Engenharia nesse ano está ou não dentro das expectativas, considerando α = 5 %.
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2) No curso de Especialização em Matemática da Cruzeiro do Sul foi constatado ao longo dos anos
que a média final obtida pelos alunos na disciplina Tópicos de Estatística Aplicados à Educação é
6,2. Na turma deste ano os 16 alunos aparentam estar muito mais envolvidos com o curso e com
melhor desempenho, não faltando às aulas como acontecia com freqüência nas turmas anteriores e
realizando todas as atividades propostas, obtendo as médias finais mostradas na tabela abaixo:

Aluno MF Aluno MF Aluno MF Aluno MF

1 6,3 5 7,5 9 6,0 13 8,5

2 8,0 6 7,2 10 6,7 14 9,2

3 7,3 7 4,0 11 7,3 15 7,0

4 5,0 8 7,5 12 6,1 16 8,6

Utilize um Teste de Hipótese e avalie se o rendimento da atual turma pode ser mesmo
considerado superior ao dos anos anteriores. Efetue os cálculos e interprete o resultado obtido.
a) Considerando α = 5 %.
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91
 b) O professor decide então premiar toda a classe distribuindo ingressos para
o Hopi Hari, com direito à acompanhante e incluindo o pagamento do lanche.
Entretanto, para se certificar que a turma realmente merece essa premiação ele
resolve repetir o teste de hipótese, considerando agora α = 1 %. Realize este
novo teste de hipóteses e analise o resultado obtido.
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 Teste de Hipóteses para Comparação entre Médias de
Amostras Independentes

No processo de comparação de médias podemos utilizar recursos estatísticos baseados em

distribuições de probabilidades como a Distribuição t de Student e a Distribuição F de Snedecor,
entre outras.

Pré-requisitos

No processo de comparação de médias provenientes de diferentes amostras devemos

satisfazer as seguintes condições:

1) As variáveis em estudo devem ser no mínimo de 3º nível, ou seja, elas devem pertencer ao
nível intervalar. Esse nível é caracterizado pela existência de uma unidade de medida,
arbitrária e fixa, além da existência de um zero relativo adotado por convenção.

2) As populações de onde foram extraídas as amostras n1 e n2 devem apresentar distribuição

normal e as respectivas variâncias devem ser iguais.

3) As amostras devem ser casuais e independentes.

Grandes Amostras

Quando as duas médias ( x1 e x 2 ) são provenientes de dados oriundos de amostras grandes,

ou seja, n1 ≥ 30 e n2 ≥ 30, a estatística utilizada no processo de comparação de médias é dada pela
expressão:

x1  x2
t
S 2 ( x1 ) S 2 ( x2 )

n1 n2

gl = n1 + n2 - 2

93
Pequenas Amostras

Por outro lado, quando as médias ( x1 e x 2 ) são obtidas a partir de amostras pequenas, ou
seja, n1 < 30 e n2 < 30, devemos utilizar a estatística dada pela expressão:

x1  x2
t
  d x21   d x22   n1  n2 
  
 n n 2   n .n 
 1 2  1 2 

gl = n1 + n2 - 2

Procedimento

Para comparar as médias, o procedimento envolve as seguintes etapas:

1) Elaborar a hipótese nula (H0) e alternativa (Ha).

2) Calcular o valor da estatística t0.

3) Comparar o valor de t0 com o valor de t crítico (tc) fornecido em tabelas.

A decisão deve ser tomada analisando as seguintes situações:

a) Caso t0 pertença à região não crítica, ou seja, t0 < tc, então H0 não deve ser rejeitada ao nível
de significância α..

b) Do contrário, caso t0 pertença à região crítica, ou seja, t0 > tc, então H0 deve ser rejeitada ao
nível de significância α..

Esquematicamente temos:

Se t0 > tc rejeitar H0

Se t0 < tc não rejeitar H0

94
Exercícios
1) Um professor leciona para duas turmas de alunos do 2º ano do Ensino Médio, utilizando o
método tradicional no 2º A e um método alternativo no 2º B, o qual consiste no emprego de
atividades experimentais realizadas em pequenos grupos, além de aulas baseadas no uso de recursos
áudio visuais. No final do ano o professor resolve comparar o rendimento das duas turmas para
analisar se o método alternativo possibilitou obter resultados diferentes.
Utilizando um teste de hipótese ao nível de significância de 5 %, compare os rendimentos médios
das duas turmas de alunos, cujas notas finais são dadas abaixo.

x = médias finais dos alunos da turma A

4,5 8,0 4,0 10,0 5,5 6,5 5,0 6,0 5,0 4,5
6,5 7,0 6,0 8,0 1,5 10,0 8,0 2,0 8,0 5,5
7,5 6,0 4,5 8,5 4,5 5,0 5,5 5,5 7,5 3,5 5,5

y = médias finais dos alunos da turma B

5,0 8,5 4,0 6,0 3,0 8,5 7,5 6,5 5,5 9,0 3,0
4,0 9,5 4,0 4,5 8,5 5,0 3,5 7,5 5,5 4,5 5,5
6,0 9,5 4,0 2,5 9,0 3,5 6,0 7,5 3,0 7,5 5,0
10,0 10,0 6,5 9,5 8,0 6,0 8,0 6,0

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 Teste de Hipóteses para Comparação entre Médias Obtidas
de uma Mesma Amostra

Os Testes de Hipóteses também podem ser utilizados para análises que envolvem
comparações entre médias obtidas a partir de uma mesma amostra, ou seja, para amostras pareadas,
conhecida como planejamento antes-depois. Como exemplo, temos a situação das conclusões que se
deseja estabelecer acerca do avanço do rendimento dos estudantes de uma mesma turma de alunos,
quando são submetidos a diferentes métodos e estratégias de ensino.

No processo de comparação de médias provenientes de uma mesma amostra, a aplicação do

teste t requer que os mesmos indivíduos sejam avaliados ou examinados em diferentes instantes de
tempo, ou seja, cada participante é comparado consigo mesmo em dois momentos distintos.

Segundo Morcillo (2004), duas amostras são consideradas pareadas quando os elementos
que compõem o grupo estudado são comuns a ambas. Para esse autor, tal estudo se mostra
adequado para grupos onde a variável independente é manipulada, de modo que de cada elemento
são realizadas duas medições ou avaliações, uma antes e outra após a manipulação da variável
independente. Nas palavras de Morcillo (2004, p. 11) “O objetivo fundamental no teste t para
amostras pareadas é avaliar o comportamento das diferenças observadas em cada elemento”.

Exercícios
1) Um professor leciona para uma turma de 26 alunos do Ensino Médio e decide investigar os
efeitos da utilização de estratégias de ensino baseadas no enfoque CTS para verificar a construção
de novos conhecimentos e o desenvolvimento de valores e atitudes. Para isto, o professor avalia os
26 alunos antes e após a aplicação de sua proposta pedagógica sendo, então, aplicado um teste t de
Student para amostras pareadas. Tendo como objetivo avaliar se as médias obtidas pelos alunos da
turma investigada aumentaram em decorrência das atividades propostas, define-se as hipóteses do
teste como:
H0: x final  xinicial

H1: x final  xinicial

Os valores xiniciale x final correspondem, respectivamente, as médias obtidas pelos alunos da

turma antes e após a realização das atividades propostas. Para efetuar a decisão acerca da aceitação
ou rejeição das hipóteses, calcula-se inicialmente a estatística do teste t0, ou seja (SPIEGEL, 1985):
97
 xinicial  x final
t 
SD

Nesta expressão S D é o erro padrão da diferença entre as médias, calculado por:

SD
SD 
N 1

Para o cálculo de S D faz-se uso do número de elementos N e do desvio padrão das

diferenças S D , parâmetro este obtido empregando-se a expressão:

SD 
D 2

 ( xinicial  x final) 2
N

Onde D  xinicial  x final é a diferença entre os valores das notas médias obtidas por cada

um dos alunos antes e após o desenvolvimento da proposta pedagógica. Desse modo, comparando
os valores observados nas médias dos alunos, foi construída a Tabela 1 a seguir:

Tabela 1 – Valores das notas médias de cada aluno e correspondentes valores de D e D2.

Aluno 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

xinicial 4,5 7,0 4,3 5,8 6,5 4,3 7,3 3,5 5,3 3,3 5,0 3,5 5,8

x final 6,8 7,0 7,5 5,5 7,0 5,3 6,8 7,3 6,0 5,3 6,0 6,3 5,8

D -2,3 0 -3,2 0,3 -0,5 -1,0 0,5 -3,8 -0,7 -2,0 -1,0 -2,8 0

D2 5,29 0 10,2 0,09 0,25 1,0 0,25 14,4 0,49 4,0 1,0 7,84 0

Aluno 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

xinicial 6,5 5,0 5,5 5,5 4,0 5,3 5,3 5,8 5,8 6,3 4,3 6,0 4,0

x final 5,5 5,8 6,3 6,3 7,8 6,8 5,3 7,3 5,3 3,0 5,0 7,5 6,0

D 1,0 -0,8 -0,8 -0,8 -3,8 -1,5 0 -1,5 0,5 3,3 -0,7 -1,5 -2,0

D2 1,0 0,64 0,64 0,64 14,4 2,25 0 2,25 0,25 10,9 0,49 2,25 4,00

98
 Utilizando os valores das notas médias obtidas pelos alunos antes e após as atividades
planejadas, são obtidos os seguintes valores para as grandezas necessárias ao Teste de Hipótese:

xinicial  5,2077 x final  6,1731 S D  1,524 SD  0,3048

Substituindo estes valores na expressão de t obtém-se:

xinicial  x final 5,2077  6,1731

t     3,057
SD 0,3048

Assim, considerando os graus de liberdade do sistema gl = N – 1 = 25 e que o teste está

sendo realizado com nível de significância α = 5 %, o valor tabelado para t crítico é t C = - 1,708 .
Portanto, pode-se constatar que o valor de t obtido (-3,057) é mais extremo na direção negativa do
que o valor crítico (tC = -1,708), indicando que a hipótese nula deve ser rejeitada, conforme ilustra a
figura abaixo. Deste modo, constata-se que as atividades realizadas com os alunos proporcionaram
uma melhora estatisticamente significativa na aprendizagem dos conceitos abordados e nos valores
e atitudes estimulados.

tc 0

Figura 1- Região de rejeição da hipótese nula para um teste unilateral à esquerda,

considerando um valor fixo de α.

Fonte: http://www.portalaction.com.br/538-511-erros-cometidos-nos-testes-de-hip%C3%B3teses

Exercício 2
A bela e dedicada professora Patrícia ministra aulas no primeiro semestre para
uma turma de 20 alunos da 9ª série do Ensino Fundamental, empregando apenas
recursos tradicionais, como aulas expositivas, giz e lousa. Entretanto, ao ler o
livro Educação Científica, Controvérsias Construtivistas e Pluralismo
Metodológico, de Carlos Eduardo Laburú e Marcelo de Carvalho, Editora Eduel,
2005, sente-se interessada em avaliar se o uso de atividades diversificadas,
seguindo a proposta descrita no livro, poderia fazer seus alunos construírem novos conhecimentos
99
científicos. Assim, ela trabalha intensamente no 2º semestre com os mesmos 20 alunos e ao final
avalia sua aprendizagem, o que a permite comparar os rendimentos dos mesmos alunos nos dois
momentos diferentes. As notas dos 20 alunos, no 1º e no 2º semestres são apresentadas na tabela
abaixo.
Tabela 1 – Valores das notas médias de cada aluno e correspondentes valores de D e D2.

Aluno 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

xinicial 5,7 8,1 5,6 7,0 7,6 5,6 8,5 4,6 6,6 4,5

x final 7,8 8,0 8,4 6,5 7,9 6,3 7,6 8,3 6,8 6,5

D2

Aluno 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

xinicial 7,6 6,0 6,7 6,6 5,0 6,5 6,3 6,8 6,9 6,5

x final 6,4 6,9 7,4 7,3 8,8 7,7 6,3 8,0 6,3 4,1

D2

Realize um Teste de Hipóteses considerando um nível de significância α = 5 %, avaliando

por meio das médias obtidas pelos alunos da turma investigada se a nova maneira de lecionar da
professora Patrícia proporcionou um aumento no rendimento dos seus alunos.
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100
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101
 2) A bela professora Patrícia leciona Educação Física em uma escola pública e
resolve investigar uma turma de 12 alunos do 3º ano de Ensino Médio.
Inicialmente, no 1º semestre ela efetua uma abordagem tradicional e básica dos
fundamentos do basquete, que são apresentados oralmente, sem proporcionar
aos alunos um treinamento prático. No 2º semestre a professora insere em suas
aulas um rigoroso esquema de treinamentos, com atividades sistemáticas e de
longa duração envolvendo técnicas de arremesso e posicionamento, acompanhadas de filmes que
abordam detalhadamente os conteúdos estudados. Ao final do 1º e do 2º semestres a professora
coleta dados sobre o percentual de arremessos certos obtidos pelos alunos para verificar se houve
um aprimoramento técnico dos estudantes, decorrente do novo método empregado, obtendo os
resultados apresentados a seguir.

1º semestre = Percentual de acertos de arremessos de bola ao sexto (Método Tradicional).

25 28 32 19 21 17 22 20 26 18 20 21

2º semestre = Percentual de acertos de arremessos de bola ao sexto (Treinamento e filmes).

30 36 32 22 26 21 23 24 32 24 20 26

a) Realize um Teste de Hipóteses unicaudal para amostras pareadas, construindo explicitamente as

duas hipóteses. Utilize um nível de significância α = 5 %, analise e interprete os resultados obtidos.
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102
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b) A professora Patrícia resolve então premiar a turma de alunos caso tenha se tornado ao final do
2º semestre mais eficiente em seus arremessos que no final do 1º semestre e para isto refaz seu teste
de Hipóteses, utilizando agora um nível de significância α = 1 %. Refaça o teste e analise os
resultados obtidos, explicando o porque deste novo teste ter fornecido o mesmo resultado anterior
ou este ter sido modificado.
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103
 Tábua de tC

α para Ha Unicaudal α para Ha Bicaudal

GLIB GLIB
5% 1% 5% 1%
3 2,353 4,541 3,182 5,841 3
4 2,132 3,747 2,776 4,604 4
5 2,015 3,365 2,571 4,032 5
6 1,943 3,143 2,447 3,707 6
7 1,895 2,998 2,365 3,499 7
8 1,860 2,896 2,306 3,355 8
9 1,833 2,821 2,262 3,250 9
10 1,812 2,764 2,228 3,169 10
15 1,753 2,602 2,131 2,947 15
20 1,725 2,528 2,086 2,845 20
22 1,717 2,508 2,074 2,819 22
24 1,711 2,492 2,064 2,797 24
26 1,706 2,479 2,056 2,779 26
28 1,701 2,467 2,048 2,763 28
30 1,697 2,457 2,042 2,750 30
40 1,684 2,423 2,021 2,704 40
60 1,671 2,390 2,000 2,660 60
120 1,658 2,358 1,980 2,617 120
∞ 1,645 2,326 1,960 2,576 ∞

tC (crítico)

Fonte: Bussab e Severo. Tábuas de Estatística. São Paulo, Harbra, 1985 (adaptação)

104
Fonte:http://aulasdematematica.com.br/abrearquivo.php?dir=documentos&doc=aulasdematematica.
com.br-tabela_normal_4.pdf&docdescr=Tabela+Distribuicao+Normal
105
 Bibliografia

1) Estatística Aplicada à Educação (31:37 O52E)

Therezinha de Freitas Rodrigues Oliveira, LTC, Rio de Janeiro, 1974.
2) Estatística Experimental (519.22 V718E)
Sônia Vieira, Editora Atlas, 2ª edição, São Paulo, 1999.
3) Introdução Ilustrada à Estatística (31 C879I)
Sérgio Francisco Costa, Editora Harbra, 3ª edição, São Paulo, 1998.
4) Estatística Fácil (31 C94E)
Antônio Arnot Crespo, Editora Saraiva, São Paulo, 2000.
5) Estatística Aplicada (519.2 M599E)
Giuseppe Milone, Flávio Angelini, Editora Atlas, São Paulo, 1995.
6) Estatística Aplicada (519.2 F744E)
Jairo Simon da Fonseca, Gilberto Andrade Martins, Geraldo Luciano Toledo, Atlas, S. Paulo, 1995.
7) Estatística Básica (519.2 T582E)
Geraldo Luciano Toledo, Ivo Izidoro Ovalle, Editora Atlas, 2ª edição, São Paulo, 1995.
8) Princípios de Estatística (519.22 M38P)
Gilberto de Andrade Martins , Denis Donaire, Editora Atlas, São Paulo, 1995.
9) Estatística Básica – Teoria Aplicada à Educação (31:37 B79E)
Jack I. Bradley, James N. McClelland, Editora Renes, Rio de Janeiro, 1972.
10) Estatística Aplicada à Administração e Economia (519.22 A561E)
David R. Anderson, Dennis J. Sweeney, Thomas A. Williams, Editora Pioneira, São Paulo, 2002.
11) Estatística Aplicada a Ciências Humanas (519.2 L645E)
Jack Levin, Editora Harbra, 2ª edição, São Paulo, 1987.
12) Estatística
Murray R. Spiegel, Editora Makron Books, São Paulo, 1994.
13) Estatística para Ciências Humanas
Jack Levin, James Alan Fox, Pearson Editora, 9ª edição, São Paulo, 2004.
14) Teste t Student
MORCILLO, A. M. Campinas: Universidade Estadual de Campinas - Faculdade de Ciências
Médicas, 2004.

106