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A IMPORTÂNCIA DE LER E CONTAR HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

Aluno (a): Mônica Tiglia Gomes.


Curso: Pós-Graduação em Educação Infantil
Instituição: Faculdade São Luís.
Polo: Ribeirão Preto/SP
Orientador: Prof. Me.______________________

Resumo

Este trabalho é fruto de uma pesquisa bibliográfica a respeito da


importância de ler e contar histórias na educação infantil, também realizará
um projeto de leitura: A história levada da escola para casa, como pesquisa
de campo com o objetivo de interagir a escola, pais e crianças, e assim
incentivar os pais ou responsáveis a ler e contar histórias para as crianças e
despertar nelas o prazer de ler e ouvir histórias.

Levantamos questionamentos a respeito da importância de se ler para


as crianças, se elas realmente aprendem através das histórias que são
contadas? O professor é capaz de desenvolver nos pequenos o prazer da
leitura sem um planejamento prévio, afinal não e só contar uma história.

Para a realização deste trabalho, utilizarei a pesquisa bibliográfica,


buscando apoio em outras pesquisas cientificas já efetuadas e bibliografias
existentes pertinentes ao assunto. Esse método auxilia em recolher
informações e conhecimentos prévios sobre o assunto discutido.

Palavras-Chave: Leitura, contação de História e Educação Infantil.


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Introdução

As creches foram criadas com o intuito de auxiliar mães que não


tinham onde deixar seus filhos para trabalhar que ainda não apresentavam
idade escolar, elas eram caracterizadas como instituições assistencialistas
preocupadas com o cuidar destas crianças, mas deixavam as suas
interações pedagógicas. Com uma mudança de pensamentos se mudou a
nomenclatura das creches para CEI (Centro de Educação Infantil) que tem o
objetivo de cuidar e educar, mas fica a pergunta qual a melhor forma de se
trabalhar com estas crianças, as histórias são a melhor forma de ensiná-las?
Como trabalhar através de rodas de histórias?

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação


Infantil “a criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz
parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com
uma determinada cultura, em um determinado momento histórico” (BRASIL,
1998, p. 21-22). Os centros de educação infantil não são mais creches onde
as crianças são deixadas todos os dias para receberem cuidados, é um local
onde as crianças são levadas a interagir socialmente e são apresentadas a
diferentes tipos de linguagens e culturas através das histórias e assim
começam sua aprendizagem.

As rodas de histórias e seus contos de fadas como também as


brincadeiras participam da infância, são de grande importância para ajudar
as crianças a lidarem, mesmo de forma inconsciente, com seus medos e
angustias por meio da fantasia de forma positiva. Segundo Marília de Araújo
Azevedo: “Ao escutar histórias, a criança tem a oportunidade de enriquecer
e alimentar sua imaginação, ampliar seu vocabulário, permitir sua auto
identificação e auto reconhecimento, aprender a refletir para aceitar
situações relativas às dimensões diversas da vida, além de desenvolver o
pensamento lógico que favorece a memória e o espírito crítico através da
manifestação de humor e de satisfação de sua curiosidade natural.”

A descoberta da oralidade é muito importante na educação infantil e


ela será bem explorada através de rodas de histórias que enriquecem a
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comunicação e a expressão, já que as crianças escutam, observam e


comentam a todo o momento, o que favorece as interações sociais. O hábito
de contar histórias desperta curiosidade nas crianças e desperta a sua
imaginação Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil
(RCNEI, 1998, p 24): É na interação social que as crianças são inseridas na
linguagem, partilhando significados e sendo significadas pelo outro.

A escolha do tema se deve a abrangência e as possibilidades que


contar histórias e contos de fadas que propiciam ao desenvolvimento em
todos os aspectos da criança e o objetivo desta proposta é refletir e
ressaltar a importância do trabalho para os professores com projetos de
leitura na educação infantil e o papel que a literatura exerce. Mostrar que as
histórias contribuem para que a criança entre em contato com diversos
modos de ver e sentir o mundo. Segundo Cademartori (2010), é através da
história que a dimensão simbólica da linguagem é experimentada em
conjunção com o imaginário e o real.
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1 A importância de ler Histórias infantis.

As origens das histórias e os gêneros literários são diversos, assim


como os tempos de sua criação são variados, mas todos possuem a
mesma essência: a imaginação e o anseio de responder a alguns
dilemas da alma humana, como o medo, a alegria, a angústia, as
perdas, entre outros. (LEARDINI, 2006, P.26).

A Literatura Infantil, utilizada de modo adequado, é um instrumento


de suma importância na construção do conhecimento do educando, fazendo
com que ele desperte para o mundo da leitura não só como um ato de
aprendizagem significativa, mas também como uma atividade prazerosa.
Para Coelho (1999), a história não acaba quando chega ao fim, ela
permanece na mente da criança, que a incorpora como um alimento de sua
imaginação criadora.

Além do prazer de entrar em mundo imaginário, a literatura iniciada


na infância pode ser a chave para um bom aprendizado escolar.

O mundo dos livros não é apenas o “mundo” da comunicação e da


linguagem em seu sentido amplo, mas sim um instrumento capaz de
trabalhar com a emoção e a capacidade de interação humana.

O livro infantil leva o aluno a se apaixonar pela leitura, quando


apresenta suas figuras coloridas, e escuta a história. Coelho explica:

“devemos mostrar o livro para a classe virando lentamente as páginas


com a mão direita, enquanto a esquerda sustenta lentamente a parte
inferior do livro, aberto de frente para o público. Narrar com o livro não
é, propriamente, ler a história. O narrador a conhece, já a estudou e a
vai contando com suas próprias palavras, sem titubeios, vacilações
ou consultas ao texto, o que prejudicaria a integridade da narrativa”.
(COELHO, 1999, p.33)

A criança que entra em contato com o universo dos livros e suas


historias se permite o prazer da leitura antes de aprender a ler ou a escrever,
tem mais facilidade para aprender e para conviver na escola, evoluindo para
uma atitude de curiosidade leitora diante da vida.
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Trabalhar a leitura na educação infantil permite as crianças


relacionar diferentes modos de expressão, que formam a bagagem
comunicativa da criança.

2 A importância de contar histórias para as crianças

O ato de contar histórias está presente no cotidiano humano de


diferentes classes sociais e culturais distintas sendo passado através das
gerações com o objetivo de encantar a todos com a magia que representa,
como por exemplo, no folclore, com suas lendas e mitos. Para Leardini
(2006, p.26) o ato de contar historia é uma forma de “encantar crianças e
adultos com a magia que representa”.

Neste momento temos dentro das rotinas da educação infantil as


rodas de historias que propiciam exatamente este objetivo de encantar e
ensinar através do contar histórias seja elas de fábulas, contos de era uma
vez, anedotas, ou do livro, ressaltando a importância de um ambiente
agradável, que serve para aperfeiçoar o desenvolvimento e a aprendizagem
das crianças. Estes são momentos para a construção de uma identidade
social e cultural que está sendo apresentada a criança, elas enriquecem as
experiências infantis, desenvolvendo a linguagem, ampliando vocabulário,
formando o caráter, permitindo a comparação entre o bem e o mau, abre
espaço para questionamentos, dando a elas a chance de viver no mundo da
imaginação.

Há quem conte histórias para enfatizar mensagens, transmitir


conhecimentos, disciplinar, até fazer uma espécie de chantagem – se
ficarem quietos, conto uma história, se isso, ¨se aquilo... ¨- quando o
inverso que funciona. A história aquieta serena, prende a atenção,
informa, socializa, educa. (COELHO, 1999, p.12).

O professor ao contar histórias, tem um papel fundamental para


inserir a criança neste mundo, e para isso é necessário ter cuidado com o
ambiente, com as historias que escolhe. Ele precisa conhecer a história,
para envolver a turma em seu enredo, fazer sua voz clara e agradável, as
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crianças se mostram curiosas e atentas quando a voz se modifica conforme


os sentimentos e as situações dos personagens. O professor não conta
apenas uma história ele ensina através da emoção que passa para as
crianças, e quando melhor ele faz isso mais elas prestam atenção às rodas
de histórias. Coelho (1999), explica algumas técnicas utilizadas para a
contação de histórias, entre elas estão:

- Simples narrativa

É a forma tradicional de se contar histórias, se utiliza somente da


voz como recurso e da expressão corporal do narrador. Este método
trabalha diretamente no imaginário da criança e estimula a criatividade dos
ouvintes.

- Com o livro

É uma das melhores formas de contar história e de fazer as crianças


se apaixonarem pela leitura. A apresentação do livro é indispensável para
algumas crianças que sente um enorme prazer em acompanhar as
ilustrações enquanto escuta a história.

“devemos mostrar o livro para a classe virando lentamente as páginas


com a mão direita, enquanto a esquerda sustenta lentamente a parte
inferior do livro, aberto de frente para o público. Narrar com o livro não
é, propriamente, ler a história. O narrador a conhece, já a estudou e a
vai contando com suas próprias palavras, sem titubeios, vacilações
ou consultas ao texto, o que prejudicaria a integridade da narrativa”.
(COELHO, 1999, p.33)

3 Projeto Leitura: A história da escola para a casa.

A escola é a grande promotora da leitura, principalmente nos anos


iniciais, pois facilita o acesso aos livros, sendo a escola uma referencia de
espaço para se contar histórias, entendida como atividade pedagógica
complementar, ajuda a divulgar valores comportamentais e informações
diversas, o que o aluno aprende na escola ele leva pra família e para o
mundo.
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Entretanto é com a parceria da família e no aconchego do lar, que a


criança sente uma sensação especial, um momento de prazer que a leitura
em família proporciona. Por este motivo desenvolvemos durante o ano de
2016 o projeto leitura, No CEI Aurélio Pacagnella, na cidade de Ribeirão
Preto, São Paulo.

O projeto leitura consiste no empréstimo dos livros de sala de aula


para as crianças, onde elas levam uma pasta colorida e enfeitada que
contenha um livro de história infantil (um aluno a cada sexta-feira) para
realizar sua leitura em casa junto a família, também é enviado um caderno
de anotações para registros, fotos e desenhos, que os pais podem fazer
juntamente com as crianças.

Os pais ou responsáveis, em sua maioria, relatam desenhando e


escrevendo como ocorreu passo a passo da leitura, dizendo que os
pequeninos adoram as histórias, que pedem para que eles façam vozes
diferentes, algumas vezes ensinando como a “tia faz”, todos que tiveram
contato com o projeto disseram gostar da iniciativa, e retribuíram cuidando
dos materiais enviados com muito carinho e zelo, participando com alegria e
entusiasmo de maneira prazerosa.

A bolsa de leitura contém data de entrega para e devolução, e as


segundas-feiras são realizadas rodas de conversas, onde a história e
contada para todos da sala, e conversamos sobre o fim de semana com o
livro, o que a criança mais gostou? Quem leu para ela? Se ela não gostou de
algo na historia?

O livro que a criança leva para casa é escolhido de acordo com os


temas trabalhados em sala de aula durante aquela semana, para que as
crianças tenham a leitura e a contação de histórias dentro de um contexto
significativo. Coelho cita:

¨Estudar uma história é, em primeiro lugar, divertir-se com ela, captar


a mensagem que nela está implícita e, em seguida, após algumas
leituras, identificar os elementos essenciais. ¨ (COELHO, 1999, p.21).
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A criança adora histórias, e partindo dessa realidade, observa-se


que é o momento oportuno para inseri-la no contato com os livros, e assim
proporcionamos aos pais um momento de aprendizagem com seus filhos
através de obras clássicas e modernas, para despertar na criança o hábito
da leitura.

Tudo isso se torna ainda mais prazeroso quando compartilhado em


família, no aconchego do colo do papai e da mamãe, do avô, da avó ou dos
irmãos, que possibilita a criança ouvir e realizar a leitura de imagens.

Em todos os momentos de nossas vidas fazemos planejamentos e


como no ato da leitura ou de contar uma história não poderia ser diferente,
pois o professor que tem um planejamento adequado de forma clara e
objetiva das suas atividades sempre desperta o interesse do aluno.

O projeto está fazendo tanto sucesso neste ano letivo de 2017, que
ao ser conversado com o grupo de professoras foi decido que no inicio do
ano letivo de 2018, será colocado no projeto politico pedagógico do CEI para
ser trabalhado em todas as salas.

Atualmente existem projetos mais amplos com diferentes meios de


divulgação que são aplicados em todo o país, temos como exemplo as
bibliotecas itinerantes, bibliotecas montadas por ONG’s, dando incentivo aos
jovens leitores com o objetivo de combater as deficiências na leitura. Basta
que haja vontade de realizar investimentos na melhoria qualitativa da leitura
de nosso país.
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4 Contexto histórico

A Literatura Infantil tem seu inicio através de Charles Perraut, clássico


dos contos de fadas, no século XVII. Naturalmente, o consagrado
escritor francês não poderia prever, em sua época que tais histórias,
por sua natureza e estrutura, viessem constituir um novo estilo dentro
da Literatura, e elegê-lo o criador da Literatura da criança.
(CARVALHO, 1982, p. 77).

Contar histórias é a atividade mais antiga do ser humano, seja para


contar fatos recentes ou passados. A partir do século XlX, com a valorização
social da criança, essas narrativas passaram a ser contadas para as
crianças com o intuito formativo, passando a sentir necessidade de transmitir
ideias e acontecimentos, buscou-se na ficção uma maneira de transmitir a
herança cultural, acumulada pela humanidade ao longo do tempo havendo
um forte elo entre a literatura e a oralidade.

A principio surgiu com fins moralizadores da sociedade, pois a


criança era vista como um “projeto de adulto”, ou seja, ela deveria ser
educada conforme os objetivos traçados pelos adultos, sem se preocupar
com as capacidades e anseios próprios da infância. Meninos seguiam o
exemplo do pai e meninas exemplo da mãe, sem nenhuma mudança.

Compreende-se que os livros destinados às crianças fossem uma


necessidade decorrente da conjuntura econômica-social. A visão burguesa,
de raízes rurais, persistiu no Brasil com a tradução dos contos de fadas
europeus, até que Monteiro lobato introduzir o folclore brasileiro em suas
obras e criar a literatura infantil brasileira, com cenário e temas nacionais,
manipulando a palavra artisticamente, isto é, de modo a gerar inúmeros
significados.

Os contos de fadas facilitaram o uso do lúdico junto ao cognitivo,


contribuindo, intensamente, para a criação de um gênero especifico voltado
para o publico infantil. Portanto voltado, dessa forma, para o
desenvolvimento da psique infantil.

O que é confirmado pela professora Marília que cita Piaget (2002)


em seu artigo, e explica que “à medida que a criança se desenvolve ocorre
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maior atuação dela na realidade e isso é favorecido pela ampliação de sua


capacidade de representação e de interação”. O autor acredita que o
desenvolvimento ocorre através da interação contínua com o meio físico e
social que possibilita uma constante adaptação da realidade externa a
realidade interna, o que leva em consideração o desenvolvimento afetivo.

A leitura vem a ser uma das mais importantes tarefas dentro da


escola, principalmente da fase da educação infantil que leva a criança a
desenvolver seu conhecimento, mesmo de forma inconsciente, sua
imaginação, fantasia, inicia o letramento (noções de escrita), obtém noções
de matemática, expressão dramática, amplia o vocabulário, a memoria, as
emoções, o afetivo entre outros, desenvolvendo o aluno por completo.
Fazendo que o aluno coloque em pratica suas experiências escolares e
vivencias familiar em forma de brincadeiras, assimilando internalizando e
reproduzindo atitudes corretas e não corretas (normas sociais) do seu dia-a-
dia, respondendo a dilemas como o medo, alegria, perdas, angustias e
outros de forma lúdica para compreender o mundo que a cerca. Formando
um leitor em cidadão consciente, crítico capaz de pensar, agir e construir
sua aprendizagem ao longo da vida e com mais qualidade e valorizando
suas capacidades.

Nesta primeira fase que a criança tem uma curiosidade natural, onde
ela tem o contato com diversos modos de ver e sentir o mundo e demonstra
através da leitura que ela se identifica com o personagem com algo que
viveu ou está vivendo, assim, ela põem em prática essas vivências com os
mais diversos temas a serem abordados, adquirindo uma aprendizagem de
resolução de possíveis problemas cotidianos.

Para essa construção progressiva da inteligência é que se faz


necessário reconhecer o papel da Função Simbólica que favorece suas
relações dos procedimentos didáticos com suas necessidades internas. O
professor por sua vez querendo cumprir muitas tarefas pré-determinadas
pela instituição, acabam deixando a leitura para “mais tarde”, e muitas vezes
não dando tempo de executá-las, que acaba sendo um dos grandes erros do
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educador, pois o que deveria ser a primeira e mais importante tarefa do dia
possibilitando trabalhar qualquer tema com a leitura.

[...] estimula, nas crianças, interesses adormecidos que esperam que


essa espécie de varinha magica os desperte para aspectos do mundo
que as rodeia; age sobre as forças do intelecto como a imaginação ou
o senso estético, que precisam do impulso de correntes exteriores
para adquirir pleno desenvolvimento na evolução psíquica da criança.
(JESUALDO, 1978, p.29)

A leitura infantil, portanto, tem a criança como principal


representante, pois a representa sempre em busca de uma explicação que,
mesmo quando mais lógica, é ainda magica. Por isso, o gosto pelo mundo
sobrenatural com fadas, ogros, bruxas serve para dar asas à imaginação: “A
criança serve-se do real, justamente, para penetrar em sua fantasia”
(Jesualdo, 1978, p.25).

Essa literatura surge simultaneamente para instruir, divertir e educar,


trazendo a criança ao mundo em que ela se identifica e sente-se livre para
formar suas capacidades intelectuais e sociais, visto que, elas ainda estão
num processo de formação de experiências reais.

Em geral, a infância é a fase que mais caracteriza a criatividade pura


e imaginação, sendo assim, é importante pais professores estarem atentos
aos meios de comunicação que sejam mais adequados, época em que o
acesso à internet, a televisão, ao radio e ao cinema são tão frequentes e
expressam os valores de uma sociedade capitalista e utilitarista, faz-se
necessário retomar uma literatura herdada de povos seculares e que
atravessou os anos. Sendo que a literatura nada mais é do que uma fonte
saudável de alimentação a imaginação infantil.

As histórias infantis favorecem a formação moral, social e literária


dos leitores mirins, estabelecendo uma intima relação entre o “segundo
mundo”, o da fantasia, no qual todas as crianças vivem em seus momentos
de introspecção e a realidade, preparando esses pequenos leitores para
operar a transposição do literário ao real.
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A tarefa de instigar na criança o habito da leitura é um trabalho que


exige competência, capacitar a escolar e qualidade da leitura por todos
envolvidas, não é tarefa fácil.

[...] o desinteresse dos adultos envolvidos e comprometidos, como


professores, bibliotecários, pais, por ignorância do problema, o
contexto socioeconômico e todas suas implicações, toda essa
complexibilidade de fatores e contingencias constitui barreiras difíceis
de transpor e até intransponíveis. (Carvalho, 1982 p. 196).

Visto isso, o professor deve procurar tornar a leitura interessante,


aos olhos da criança, que transforme num habito, numa necessidade, numa
curiosidade permanente.

O professor que tem habilidades, facilidades, um bom tom de voz,


um bom livro, adequado por faixa etária torna-se mais prazeroso com uma
melhor atenção e entusiasmo para os alunos em ouvi-las e para o professor
em conta-las, principalmente se houver um lugar adequado, como um
cantinho da leitura, embaixo de uma arvore... Sendo um incentivo para que o
aluno analise e confrontem os acontecimentos.

Pelo simples fato de apresentar o “Era uma vez...” ambos trocam


saberes, sempre enriquecendo culturalmente, principalmente nesta fase
onde o contar a historia desencadeia memorias afetivas. Historias com
contos de fadas, com bruxas, animais que falam, princesas, príncipes,
lendas folclóricas organizam seus pensamentos trabalhando interna e
externamente, regras e limites da sociedade, de maneira lúdica.

Prestar atenção nesta questão da leitura é fundamental para o


desenvolvimento do interesse do aluno e obtendo o gosto pela leitura e
preocupando-se em descobrir modos de incentivar a leitura, assim
construindo cada vez mais uma menor diferença social no Brasil.

Ao permitir que as crianças manipulem os livros e os explorem


interagindo uma com as outras, enriquecendo ainda mais o ato da leitura,
mesmo sem saber ler, o aluno da educação infantil está em contato com
diferentes conteúdos como: cores, formas, letras, entre outros.
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A criança pode desenvolver suas capacidades pessoais de emoção,


admiração, compreensão do ser humano e do mundo, além do entendimento
dos problemas alheios e dos seus próprios. E enriquecer suas experiências
escolares de acordo com O Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil (1998) que salienta a importância de diversas situações de leitura
para o domínio da linguagem, assim tornando o momento das histórias como
procedimento pedagógico para a percepção da função social que a leitura, o
livro e as histórias têm na facilitação da compreensão do meio oral e escrito.
O livro é um instrumento de recreação e entretenimento para as crianças,
além de fonte inesgotável de formação e conhecimento através dos
momentos de contar histórias.

Assim sendo a literatura infantil tem diferentes objetivos de


transmitir valores como amor, respeito ao próximo, para entender situações
cotidianas, contribuindo para o desenvolvimento da vida adulta e a formação
de sua personalidade, respeitando suas diferenças/experiências individuais,
deixando que ela crie esperanças e soluções felizes para sua existência.
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Conclusão

Ao fim deste projeto podemos perceber a importância de ler para as


crianças, que através do ato de lermos para elas, criamos laços fortes que
nos permite ensinar através de exemplos fictícios, e propiciar a todos os
envolvidos momentos significativos, prazeroso e cheios de carinho.

Afinal o objetivo da literatura infantil não é apenas contarmos uma


história para as crianças, é fazer com que as elas, unam o entretenimento e
a instrução do prazer da literatura, educando com sensibilidade, reunindo a
beleza das palavras e das imagens.

O professor tem para isso que cumprir o seu papel, e buscar significar
a leitura e a contação de histórias dentro de um contexto que seja
interessante e significativo para a criança, desenvolvendo projetos,
planejamentos prévios, criando um ambiente agradável e lúdico, e necessário
até mesmo o cuidado com a voz e as entonações que usa para passar aos
pequenos, afinal não e só contar uma história.

Nosso objetivo final é criar nos pequenos hábitos de leitura de forma


enriquecedora e de lazer, permitir a eles um acumulo de experiências e
sensações agradáveis, para tornar-se um individuo critico, criativo, mais
consciente e produtivo.
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Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação


Fundamental. Departamento de Política da Educação Fundamental.
Coordenação Geral da Educação Infantil. Referencial Curricular Nacional
para a Educação Infantil, vol. 1 e 3. Brasília: MEC/SEF/DPE/COEDI, 1998.

http://www.webartigos.com/artigos/qual-a-importancia-das-historias-na-
educacao-infantil/96987/ .Revisado por Editor do Webartigos.com. Publicado
em 03 de October de 2012 por Marília de Araújo Azevedo.

CARVALHO, Barbara Vasconcelos. Literatura Infantil: Visão histórica e


critica. 2º Ed. São Paulo, Ática, 1982.

COELHO, Bethy. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática,
1999.

LEARDINI, Eleusa Maria Ferreira. O contar Histórias finalidades e


contribuições para a criança. In: O contar histórias na educação infantil: em
estudo acerca dos valores atribuídos por professores sobre a importância
dessa prática para o desenvolvimento da função simbólica. Campinas:
UNICAMP, 2006.

SOSA, Jesualdo, (1978). A literatura infantil. Tradução de James Amado –


São Paulo: Cultrix: Ed. da Universidade de São Paulo

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