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Centro Municipal de Educação Infantil “Arco Íris”

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1. PROJETO : Leia para mim? A magia de Ler e Contar Histórias para crianças
pequenas

2. TURMA: Berçário II

3. PROFESSORAS: Grasiele Isabel Ruppenthal


Marta de Brito Lopes

4. JUSTIFICATIVA:

O olhar de muitos adultos sobre os bebês e crianças bem, pequenas muitas vezes
traz a marca no discurso de suas incapacidades. Alguns acreditam que elas fazem uso de
livros somente para brincar, apreciar o colorido, as imagens, divertir-se no banho.
Contudo, invertendo o prisma, o cotidiano tem nos mostrado que as crianças desde tenra
idade sabem muitas coisas: são curiosas, inventivas, poéticas, brincantes, cantantes,
dançantes, imaginativas. Estas, apesar de ainda não serem dotados da habilidade da fala,
gostam da história, pedem, escolhem a história, ou seja, crianças bem pequenas
conseguem sentar e apreciar uma boa leitura, uma boa contação.
A leitura de histórias para os bebês e crianças bem pequenas é uma forma lúdica de
transmissão de conhecimentos e um poderoso estímulo à imaginação, à criatividade, o
gosto pela leitura e pela linguagem, criando empatia com os personagens.
Por despertar na criança o lado lúdico - característica muito importante para seu
desenvolvimento físico, cognitivo e socioemocional, se destaca como uma importante
aliada da educação infantil.
A presente proposta pedagógica tem por finalidade, dar vez e voz às crianças, e
considerá-los co-autores do projeto afinando a sensibilidade, para que no cotidiano
educativo haja escolha acertada de bons livros e encantadoras histórias, a partir de seus
interesses, necessidades e da problematização de suas linguagens, na construção
efetiva do encantamento pelo universo das histórias.
Mais que contar histórias, a proposta é fazer o Berçário mergulhar nelas, seja em
formato de leitura, conto e reconto, com o uso de adereços ilustrativos como fantoches,
objetos, fantasias, por meio de vídeos, áudios, etc.
Sobretudo o projeto “Leia para mim”, constitui uma prática voltada para o início da
vida, onde o ler, o acesso aos livros, o contato são práticas primordiais e permanentes
com as crianças de 1 ano, momentos importantes para adquirirem o gosto e o hábito de
ler.
Se desde cedo começarmos essa prática, melhor será o desenvolvimento desse
prazer aprendido socialmente. Desta forma, quanto mais cedo a criança tiver contato com
livros e perceber o prazer que a leitura produz, maior é a probabilidade de nele nascer de
maneira espontânea, o amor aos livros.
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Na primeira infância o que mais encanta as crianças são os sons, a fala, a
linguagem falada pelos adultos, por isso é comum passarem um bom tempo com o olhar
fixo para o rosto de um adulto que fala e expressa o que diz. Sabendo desse
encantamento, a leitura de histórias e uma boa contação devem ser atividades diárias na
vida das crianças. Essa prática torna-se essencial para o desenvolvimento das linguagens
e o gosto pelos livros, pelas histórias.
Há relatos de poetas e escritores que descobriram no decorrer de sua vida que seu
amor à literatura e, mesmo, muitas de suas poesias e de seus contos tiveram o seu
nascedouro já na sua primeira infância. Da mesma forma, outras pessoas descobriram a
origem de sua aversão a toda e qualquer forma de literatura também na infância. (Gomes,
Torres, s∕d).
Nos momentos de leitura e contação de boas histórias há um desenvolver de
afetividade pessoal, um diálogo estabelecido, uma provocação de construção desse
diálogo. Como registra Amaral e Miller (2008):

“É importante lembrar que a fala também é aprendida pelas crianças,


e elas aprendem quando falamos com elas. Não basta que os
adultos falem perto das crianças. Se os adultos não falarem com ela,
se não provocarem suas respostas, se ela não for sujeito de um
diálogo, ela não aprende a falar. Por isso, se a criança fala pouco,
precisamos conversar muito com ela e provocar sua expressão.”

Abramovish (1994, p16) destaca como “é importante para a formação de qualquer


criança ouvir muitas, muitas histórias. Escutá-las é início da aprendizagem para ser um
leitor, e ser um leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e
compreensão do mundo...”
Abramovich (1994, p. 17) ressalta ainda que: “É ouvindo histórias que as
crianças sentem emoções importantes como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem estar, o
medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver
profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve, assim, sentem e
enxergam com os olhos do imaginário.”
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) salienta a
importância de diversas situações de leitura para o domínio da linguagem, assim tornando
o momento das histórias como procedimento pedagógico para a percepção da função
social que a leitura, o livro e as histórias têm na facilitação da compreensão do meio oral e
escrito.
O livro é um instrumento de recreação e entretenimento para as crianças, além de
fonte inesgotável de formação e conhecimento através dos momentos de contar histórias.
“É importante lembrar que a fala também é aprendida pelas crianças, e elas
aprendem quando falamos com elas. Não basta que os adultos falem perto das crianças.
Se os adultos não falarem com ela, se não provocarem suas respostas, se ela não for
sujeito de um diálogo, ela não aprende a falar. Por isso, se a criança fala pouco,
precisamos conversar muito com ela e provocar sua expressão.”
A fantasia e a magia de uma história encanta e desperta a imaginação da criança e,
com isso, cria condições favoráveis para o desenvolvimento de uma mente criativa e
inventiva. Como afirma Abramovich (2003): sempre devemos ler histórias para as
crianças, assim instigar o imaginário. Com as histórias, existe também o incentivo para
desenhar, para musicar, para teatralizar, para brincar. Afinal, tudo pode nascer da leitura
de uma história, de uma boa contação. Valorizando cada gesto, cada expressão de cada
criança diante da história, sonoridade das rimas e personagens, proporcionamos aos
pequenos, momentos de desconcentração, de surpresas, de alegria, de atenção. Como
nos fala CARUSO citado por Gomes e Torres (s∕d):
“A literatura é importante para o desenvolvimento da criatividade e do
emocional infantil”. Quando as crianças ouvem histórias, passam a
visualizar de forma mais clara os sentimentos que tem em relação ao
mundo. As histórias trabalham problemas existenciais típicos da
infância como medos, sentimentos de inveja, de carinho, curiosidade,
dor, perda, além de ensinar infinitos assuntos. ”

Busatto (2011), também destaca a importância da leitura e da contação de


histórias:

“A palavra falada: a palavra que acalenta, que espanta os monstros,


prepara o sono, nos faz rir e faz chorar; O verbo expresso através da
voz dos contadores de histórias, do professor, do poeta: Mas que
história é essa que sai da boca do contador, capaz de parar o tempo e
nos levar para outro tempo? Que texto é esse, que eleva o contador a
uma função tão bonita..?”

6. OBJETIVOS
6.1 OBJETIVO GERAL:
Estimular nas crianças pequenas, o encantamento pelos livros, a partir das histórias
contadas ou lidas pelo educador ou cuidador, por meio do qual, os alunos desenvolverão
a imaginação, criatividade, expressão, emoções, interpretação de imagens e textos,
oralidade, escrita e principalmente o gosto pela leitura.

6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Despertar o gosto pela literatura;
• Criar o hábito de escutar histórias:
• Mediar à interação entre o livro e a criança;
• Enriquecer o imaginário infantil;
• Favorecer momentos de prazer em família;
• Proporcionar o contato com textos de qualidade literária;
• Valorizar o livro como fonte de entretenimento e conhecimento;
• Formar o futuro leitor;
• Proporcionar situações de leitura e contos compartilhados em diferentes espaços como:
sala, quarto, varanda, debaixo de uma arvore, no parque;
• Aproximá-los no universo escrito e dos portadores de sonhos, fantasias e escrita: os
livros;
• Familiarizá-los com as histórias;
• Criar intimidade com os livros desde bebês;
• Dirigir-se aos livros por meio de falas e gestos (gritos, sorrisos, vocalizações, entre
outros) e expressões faciais;
• Imitar sons com base na fala do educador e cuidadores;
• Estabelecer situações comunicativas significativas com adultos e outras crianças do
grupo famíliar;
.• Reconhecer o livro como portador de história, manifestando prazer ao explorá-lo e ao
ser convidado pelo professor o cuidador para escutar o que será lido;
• Ouvir o leitor ∕contador com progressiva atenção.

7. SABERES E CONHECIMENTOS:
- Sonorização, rimas e aliterações;
- O próprio corpo;
- Jogos expressivos de linguagem corporal;
- Linguagem oral;
- A língua portuguesa falada, em suas diversas funções e usos sociais;
- Diversidade musical de várias culturas, locais, regionais e globais;
- Comunicação verbal e não verbal;
- Família e escola;
- Próprio corpo e suas possibilidades motoras, sensoriais e expressivas;
- Recursos tecnológicos e midiáticos;
- Sensações, emoções e sentimentos;
- Repertório de textos orais que constituem o patrimônio cultural literário;
- Características físicas, propriedades e utilidades dos objetos;
- Suportes, materiais e instrumentos para desenhar, pintar, folhear;
- Habilidades manuais;
- Propriedade dos objetos;
- Características gráficas: personagens e cenários;
- Percepção dos elementos no espaço;
- Textura, massa e tamanho dos objetos;
- Comparação da posição dos elementos no espaço;
- Posição do corpo no espaço;
- Patrimônio material e imaterial
- Patrimônio cultural e literário;
- Linguagem musical, corporal e dramática;
- sons do corpo, dos objetos e da natureza;
- palavras e expressões da língua;
- Gêneros textuais;
- Escuta, observação e respeito à fala do outro e textos literários;
- sensibilidade estética em relação aos textos literários;
- gêneros discursivos orais, suas diferentes estruturas e tramas;
- fatos da histórias narrada;
- expressividade pela linguagem oral e gestual;
- criação e reconto de histórias;
- relação entre imagem e narrativa;
- repertório de textos orais que constituem o patrimônio cultural e literário;
- materiais e tecnologias variadas para a produção da escrita e seus diferentes usos.

8. DURAÇÃO: Outubro e novembro de 2021

9. RECURSOS:
RECURSOS TECNOLÓGICOS: internet, celular, TV, teclado, computador,
impressora.
RECURSOS DIDÁTICOS: painéis, murais, objetos tridimensionais, acessórios para
contação de histórias; violão, pincéis, cola, tintas, revistas, cartolinas, fantasias, livros,
histórias digitalizadas, tecidos, papéis, lápis de cor, giz de cera.

10. METODOLOGIA:
O referido trabalho será realizado na turma de berçário II, com crianças de 1 a 2
anos, com a participação das famílias, através de diversos contextos educativos.
O projeto tem como eixos norteadores as interações e brincadeiras que
favorecem a imersão das crianças nas diferentes linguagens, experiências de
narrativas, de apreciação e interação com diferentes suportes e gêneros da
linguagem oral e escrita, bem como o progressivo domínio de vários gêneros e formas
de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical.
Desta forma, serão propostas diversas histórias que instiguem a criança a criar
sons, reproduzir rimas, imitar sons e gestos observados nos recursos textuais e
audiovisuais, ouvir poemas, parlendas, contos, músicas, fábulas, por meio de diversos
portadores, observar ilustrações, identificar objetos, pessoas, fotografias, gravuras,
palavras e outros elementos presentes nos textos, reconhecer personagens das
histórias, cenários, oralizar o nome de alguns personagens das histórias contadas,
oralizar histórias contadas, a seu modo, manipular jornais, revistas, livros, cartazes,
produzir marcas gráficas com diferentes suportes de escrita: giz de cera, lápis, pincel
e outros em papel, papelão, plástico, etc.
As histórias serão selecionadas criteriosamente de acordo com o nível de
linguagem, necessidades e interesse dos alunos a partir das devolutivas dadas pelos
responsáveis.

11. AVALIAÇÃO:
O objetivo da avaliação é analisar subjetivamente as mudanças obtidas ao longo do
processo de construção, desenvolvimento progressivo no manuseio dos diferentes
portadores textuais e seus usos. Em virtude do distanciamento entre professoras e
alunos, se faz necessário a participação consciente dos responsáveis de forma que
permitam à criança o contato diário com os textos, e assim, ampliar suas potencialidades
cognitivas e afetivas.
Desta forma a avaliação ocorrerá a partir da observação sobre o desenvolvimento
da criança, a partir de fotos e vídeos enviados pelos pais via Whatsapp, sendo que o
instrumento mais efetivo durante o sistema de aulas remotas é o aparelho celular.
A avaliação é realizada a partir da análise reflexiva das ações desenvolvidas no
decorrer do projeto pelos envolvidos, ou seja, a partir do interesse e motivação dos
alunos, é possível estruturar uma prática prazerosa e lúdica.
Além disso, alguns instrumentos avaliativos se tornam fundamentais para que
se reflita quanto ao desenvolvimento da criança, tais como parecer semestral, analise
descritiva sobre a experiência e os resultados obtidos, registros fotográficos e filmagens.

12. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

MILLER, Stela e AMARAL, Suely Amaral. O desenvolvimento da linguagem oral e


escrita em crianças de 0 a 5 anos. Curitiba: Pró-Infantil editora, 2008.

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo:


Scipione, 1993.

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil – Gostosuras e Bobices. 4.ed.São Paulo:


Scipione, 1994.

BUSATTO, Cléo. O fio da História Por uma Educação pela Paz. Curitiba, Pr: Artes
& textos, 2011.

Projeto: “A Magia de Ler e Contar Histórias para Bebês”. Adriana Teixeira Gomes
Rosangela Luzia Torres. CEI Ver. Rubens Granja Prefeitura Municipal de São Paulo.
http://www3.fe.usp.br/secoes/inst/novo/agenda_eventos/inscricoes/PDF_SWF/12132.pdf
acesso em 27 de setembro de 2021.
DIMITROVICHT ,Ludmila (Coord. Educação Infantil) REFERENCIAL
CURRICULAR DO PARANÁ: PRINCÍPIOS, DIREITOS E ORIENTAÇÕES. UNDIME/
PARANÁ – 2018

ORGANIZADOR CURRICULAR– CRIANÇAS BEM PEQUENAS (1 ANO) . Cmei


Arco Iris. Peabiru, 2021

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