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Prefeitura Municipal de Mangaratiba

Secretaria Municipal de Educação, Esportes e Lazer


Superintendência de Ensino
Diretoria de Ensino

Documento Norteador Curricular - Educação Infantil

Releitura Ano: 2022

Prefeito
Alan Campos da Costa

Vice-prefeito
Alcimar Carvalho

Secretária de Educação
Brena Maia

Secretária Adjunta Executiva


Thirley Reink de Vasconcelos

Superintendente de Ensino
Eliane Maia de Miranda Moreira

Diretoras de Ensino
Maria das Graças Martins
Elaine Gonçalves

Assessoras Pedagógicas da Educação Infantil


Andréia Silva de Miranda
Rafaela de Oliveira da Silva Cortes
APRESENTAÇÃO

É com imensa satisfação que a Secretaria Municipal de Educação, Esportes e Lazer (SMEEL) apresenta o
Documento Norteador Curricular de Educação Infantil para os anos de 2023 e 2024. Este documento é fruto de um
trabalho coletivo entre os professores da Rede, tendo como objetivo contribuir para o desenvolvimento integral, a
aprendizagem e o bem-estar das crianças nos CEIMs e Unidades escolares de Educação Infantil. Esse trabalho coletivo
resultou na releitura do Documento Norteador Curricular de Educação Infantil e na reconstrução do Referencial
Curricular Municipal, que apresenta toda fundamentação teórica e organização da Educação Infantil de Mangaratiba.
Nesta perspectiva, o novo Documento Norteador Curricular apresenta uma organização construída democrática e
dialogicamente com toda a Rede de Ensino, em forma de Colegiado, ouvindo seus interesses, suas inquietudes e
primordialmente suas necessidades. A composição deste documento considerou o trabalho antecedente realizado
pelos profissionais da Educação com resgate, revisão e aprimoramento de saberes e práticas. O documento contém
objetivos de desenvolvimento e aprendizagem mínimas citadas na BNCC com o seu código alfanumérico e outros
objetivos que compõe a parte diversificada de acordo com a realidade do município.
O professor da Educação Infantil deverá planejar suas aulas de modo a garantir essas experimentações, por meio
dos Campos de Experiências que estabelecem os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, tendo como eixos
estruturantes as interações e a brincadeira. Compreendê-los, asseguram situações nas quais as crianças possam
desempenhar um papel ativo e vivenciar desafios construindo significados sobre si, os outros e o mundo.
Partindo desses pressupostos, as instituições que atendem a crianças da educação infantil devem possibilitar
situações para que as crianças possam conhecer, descobrir e ressignificar novos sentimentos, valores, ideias, costumes
e papéis sociais.

CONVIVER com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o
conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.
BRINCAR cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos),
ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências
emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
PARTICIPAR ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo
educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes,
desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.
EXPLORAR movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos,
elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a
escrita, a ciência e a tecnologia.
EXPRESSAR, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas,
opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.
CONHECER-SE e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de
pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em
seu contexto familiar e comunitário.
(BNCC, 2017, p. 38)

A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. (Larrossa,2002, p.20). Entende-se que
experenciar a aprendizagem por meio dos sentidos, das situações concretas da vida cotidiana e nas suas diferentes
linguagens, possibilita a criança se apropriar de aprendizagens por meio da sua participação em situações significativas.
Dessa maneira, ao pensar sobre a experiência infantil, deve-se compreender a criança como um sujeito que pensa, cria
e recria o mundo a sua volta por meio de experiências únicas, que utilizam toda sua corporeidade.
Considerando que na educação infantil as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças estão pautados em
interações e brincadeiras, assegurando-lhes direitos, a BNCC organiza os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
por meio de cinco campos de experiências. Esses campos de experiências constituem-se como forma de organização
curricular da Educação Infantil, tendo como característica principal a intercomplementaridade, para fundamentar e
potencializar as experiências de distintas naturezas, pelas quais as crianças deverão passar, acontecer, tocar, ou seja,
situações de aprendizagem sobre a realidade e na realidade.

O eu, o outro e o nós (EO) Corpo, gestos e movimentos (CG) Traços, sons cores e formas (TS)

Escuta, fala, pensamento e imaginação (EF) Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações (ET)
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: O EU, O OUTRO E O NÓS
É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão
descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras
experiências sociais (na família, na instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre si e
sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando-se como seres individuais e sociais. Ao mesmo tempo que
participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de
reciprocidade e de interdependência com o meio.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.42)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI01EO01) Perceber que suas ações Os bebês interagem com crianças e adultos desde muito cedo. Estabelecer relação de
têm efeitos nas outras crianças e nos confiança é essencial para que se sintam seguros e tenham iniciativas para explorar e
adultos. entender o mundo ao seu redor. Por meio da confiança estabelecida e as diferentes
formas de expressão e comunicação como respondemos as ações que nos são
apresentadas, os bebês começam a perceber que podem obter respostas específicas de
suas ações e que elas impactam o outro. Nesse sentido, é importante que os bebês
tenham suas iniciativas valorizadas e que suas expressões e manifestações de desejos e
necessidades sejam acolhidas.

(EI01EO02) Perceber as possibilidades Os bebês aprendem por meio de seu corpo e sentidos. Através de seus movimentos,
e os limites de seu corpo nas experimentam e ganham destreza em suas habilidades corporais. Nesse contexto, é
brincadeiras e interações das quais importante garantir aos bebês uma variedade de situações em que façam uso de
participa. movimentos corporais diversos por meio de suas próprias iniciativas, conquistando
gradativamente novos movimentos. Cada uma dessas conquistas oportuniza aos bebês
novas maneiras de explorar e interagir com os objetos, crianças e demais pessoas ao
seu redor, aprendendo sobre eles.
(EI01EO03) Interagir com crianças da Bebês se constituem como sujeitos na relação com o outro. Ao realizar suas ações de
mesma faixa etária e adultos ao exploração de forma cada vez mais intencional, começam a compreender as
explorar espaços, materiais, objetos, características dos objetos e a construir conhecimentos sobre o mundo à sua volta.
brinquedos. Nesse contexto, é importante garantir aos bebês diversas situações de exploração, com
todo o seu corpo e sentidos, de diferentes objetos, materiais e brinquedos, engajando-
os em diferentes formas de explorar, investigar e de interagir com os demais.
(EI01EO04) Comunicar necessidades, Desde bem pequenos, os bebês são sujeitos sociais e buscam o contato e a interação
desejos e emoções, utilizando gestos, com adultos de confiança, e se interessam por outras crianças. Na busca do contato
balbucios, palavras. social, fazem uso de diferentes estratégias para realizar seus desejos e necessidades. As
primeiras formas de se comunicar são pelo corpo. Por meio de gestos e movimentos as
crianças demonstram sua satisfação ou seu desconforto. É na interação com os outros
que os bebês descobrem diferentes formas de se expressar e se comunicar.
Nesse contexto, é importante que suas iniciativas de comunicação e expressão sejam
valorizadas, por meio de uma escuta e observação atenta e com ações responsivas,
garantindo a confiança que precisam para seguir em suas comunicações.
(EI01EO05) Reconhecer seu corpo e Os bebês continuam suas descobertas percebendo-se como um ser individual, com suas
expressar suas sensações em próprias necessidades e desejos, através de interações com adultos em que confiam.
momentos de alimentação, higiene, Quando são apoiados e encorajados nesse processo de desenvolvimento, começam a
brincadeira e descanso. construir uma imagem de si. As situações de cuidado, envolvendo os momentos de
alimentação, higiene e descanso apóiam esses achados sobre eles e as formas como
suas necessidades e desejos são expressos. Nesse contexto, é importante que os bebês
possam construir relações de vínculos com profissionais da unidade de ensino e que
estes sejam responsivos, por meio de uma escuta e observação atenta, aos seus
interesses e necessidades, e às suas diferentes formas de expressar-se e comunicar-se
sempre com a segurança de estar acolhido.
(EI01EO06) Interagir com outras A vivência nos CEIM’s em situações cotidianas, enriquece o imaginário infantil,
crianças da mesma faixa etária e constituindo repertório da experiência das crianças que ressurge em suas brincadeiras.
adultos, adaptando-se ao convívio Nas interações com seus pares, crianças de outra faixa etária, adultos e ambientes, os
social. bebês, constroem aos poucos diálogos com o corpo que se transformam em situações
(DMEI01EO01) Integrar-se com as partilhadas, as quais vão constituir as primeiras brincadeiras. Dessa forma, é importante
demais crianças da instituição, que os bebês tenham diversas oportunidades de brincadeiras e situações, sempre em
funcionários e ambientes, a fim de um contexto de segurança, confiança e afetividade que garanta condições de interações
trocar experiências e vivências positivas em pares ou em grupos maiores.
cotidianas.
(DMEI01EO02) Reconhecer sua No primeiro ano de vida, o bebê começa a perceber que é uma pessoa separada da mãe
imagem no espelho e em fotografias. e de outras pessoas que fazem parte de seu contexto social, iniciando o processo de
construção da própria identidade.
Ao olhar-se no espelho e em fotografias, o bebê vivencia diferentes
sensações, percepções e emoções, reagindo de formas diferentes, se surpreende,
pesquisa, ri, observa, demonstra alegria ou estranheza. Nesse contexto, promover
situações em que possam ter contato com sua imagem é importante nessa fase de vida,
uma vez que todas essas vivências dão início à autodescoberta, uma exploração que
permite à criança se perceba como alguém diferente do outro, valorizando suas
características.

(DMEI01EO03) Construir Para a criança, fazer parte do mundo é descobrir, a seu tempo, sua maneira de ser,
gradualmente hábitos de higiene. desvendando os desafios que lhes são apresentados de forma confiante. Por meio da
intencionalidade, o professor poderá inserir os bebês neste universo complexo,
possibilitando situações que envolvam cuidados com o corpo, como estimular o bebê a
perceber que as mãos estão sujas e precisam ser lavadas, da mesma forma dialogar com
o bebê que a hora do banho é muito gostosa e ele ficará bem limpinho. Toda situação
que envolva higiene precisa estar interligada com a intencionalidade pedagógica e
vínculo afetivo. Nesse contexto, é possível propor diversas vivências, fazendo desses
momentos uma oportunidade de muita aprendizagem, carinho e diversão.
(DMEI01EO04) Ter contato com A alimentação é muito mais do que nutrição. Envolve o encontro entre seres, alimentos,
alimentos saudáveis, experimentando o compartilhamento de histórias, afetos e culturas. Nesse sentido, é importante
e fazendo descobertas. oportunizar momentos de contato com diferentes alimentos saudáveis, ampliando o
repertório dos bebês em relação a diversidade de cores, sabores, texturas e cheiros,
uma vez que, para bebês existem infindáveis primeiras vezes. Comer, descobrir a
própria mão, sorrir, sentir, mexer, todas essas ações, sensações, emoções e
sentimentos que as acompanham, constituem as experiências inaugurais das crianças e
as marcam pra vida toda.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS
Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças,
desde cedo, exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam- -se, brincam e
produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se, progressivamente, conscientes
dessa corporeidade. Por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se
comunicam e se expressam no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.42,43)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI01CG01) Movimentar as partes do Somos corpo. Mais que biológico, somos corpo social, afetivo, histórico, cultural.
corpo para exprimir corporalmente Conhecer bebês e crianças como corpos que sentem, se expressam e se movimentam
emoções, necessidades e desejos. implica compreender propostas que considerem essa inteireza na Educação Infantil. “A
primeira função do movimento na vida da criança é afetiva” (Filgueiras, 2017, p.11).
Por meio do movimento, a criança se expressa, socializa, brinca, imita, repete, constrói
(EI01CG02) Experimentar as
sua identidade e sua autonomia, ou seja, ela aprende e vive. Nesse contexto, é
possibilidades corporais nas importante que os bebês tenham experiências quanto ao uso do corpo, de forma que
brincadeiras e interações em possam agir para exprimir suas emoções, necessidades e desejos por meio da interação.
ambientes acolhedores e desafiantes.
(EI01CG03) Imitar gestos e Os bebês têm um interesse natural por outras crianças, adulto e animais. Promover
movimentos de outras crianças, situações que estimulem a sua exploração e descoberta com base neste interesse
adultos e animais. contribui para o seu desenvolvimento e aprendizagem, utilizando o corpo como
principal ferramenta de exploração e descoberta. Nesse contexto, é importante que os
bebês vivenciem situações de imitar gestos e movimentos de animais, adultos e outras
crianças por meio de jogos e brincadeiras. Tais brincadeiras podem acontecer em frente
ao espelho, incentivando o jogo de imitação. Mas sem cobranças. Esse momento deve
ser prazeroso e divertido.
(EI01CG04) Participar do cuidado do Em situações de cuidado com seu corpo e melhoria do seu bem-estar, os bebês, em
seu corpo e da promoção do seu bem- interação com os adultos que lhes cuidam, aprendem sobre si mesmos, suas ações e
estar. como se relacionam. As experiências vividas nesses momentos são fundamentais para
desenvolverem confiança em si e nos outros e apropriarem-se de práticas de cuidado e
bem-estar. A forma como vivem essas primeiras relações são muito importantes, na
medida em que influenciam a maneira como desenvolverão seus hábitos de cuidado e
relação com os outros. Nesse contexto, é importante que os bebês possam participar de
situações de cuidado de si e da promoção do seu bem-estar, envolvendo-se de forma
ativa e com progressiva autonomia.
(EI01CG05) Utilizar os movimentos de Ao manipular diferentes objetos e materiais em situações diversas, os bebês têm
preensão, encaixe e lançamento, oportunidades de aprimorar sua coordenação. Nesse contexto, é importante que os
ampliando suas possibilidades de bebês participem de situações nas quais possam utilizar movimentos específicos de
manuseio de diferentes materiais e preensão, encaixe e lançamento por meio de brinquedos e brincadeiras.
objetos.
(DMEI01CG01) Desenvolver a Durante os primeiros anos de vida, o corpo está em formação. Quanto mais ele for
coordenação visuomotora. utilizado, mais será desenvolvido. As experiências na infância e a manipulação de
pequenos objetos do ambiente significam as descobertas no universo dos bebês. O
desenvolvimento da coordenação motora seja ela ampla ou mais refinada irá acontecer
de forma natural e obviamente necessitará de estímulos para que se desenvolva dentro
do esperado. Não existe melhor maneira de se desenvolver, do que através da
(DMEI01CG02) Desenvolver a brincadeira. Para os bebês, desenvolver habilidades motoras não é apenas ser capaz de
coordenação motora global. realizar alguns movimentos. Inclui a ampliação de experiências e compreensão do
ambiente. Nesse contexto, é importante que possam participar de diferentes situações
que sejam estimulados quanto:
Coordenação visuomotora: envolve processos fundamentais como o controle das mãos,
(DMEI01CG03) Desenvolver a agarrar o objeto e manipulá-lo. Sendo necessária a relação entre o objeto, os olhos e as
coordenação motora fina. mãos.
Coordenação motora global: é responsável pelos esforços físicos e movimentos mais
amplos (que são as habilidades motoras fundamentais). Por isso, envolve grupos
musculares maiores, engatinhar, correr, pular, caminhar, dançar.
Coordenação motora fina: envolve movimentos mais sutis e delicados. Assim,
habilidades motoras como rasgar, amassar papéis, folhear páginas, usar talheres, pintar,
empilhar, são alguns exemplos.
(DMEI01CG04) Desenvolver a Somos seres sensoriais e adquirimos conhecimento através dos nossos sentidos e
percepção visual, auditiva, tátil, movimentos corporais.
gustativa e olfativa. Ver, ouvir e sentir parece sensações óbvias para nós hoje em dia, isso porque
estimulamos muito nossas habilidades durante a nossa educação infantil. A todo
momento as crianças estão expostas a experiências sensoriais, isso é fundamental,
principalmente nos primeiros anos de vida, nos quais há a chamada plasticidade neural,
capacidade do sistema nervoso de reorganizar e modificar as suas funções como reação
à diversidade do meio. Nesse contexto, é preciso cuidar e também guiar as descobertas
feitas pelos bebês por meio dos sentidos, é através deles que conhecem o mundo.
Promover explorações em diversos ambientes e o contato com diferentes
materialidades potencializam a sensorialidade infantil.
(DMEI01CG05) Reconhecer O corpo é explorado pela criança desde seus primeiros meses de vida. Ele é o
progressivamente as partes do corpo. verdadeiro órgão da aprendizagem e a estrutura que serve de suporte para
aprendizagem. Para os bebês, aprender sobre o próprio corpo é fundamental para a
consciência da corporeidade e para construir um jeito de estar no mundo. Nesse
sentido, é importante oportunizar brincadeiras em que os bebês reconheçam as
principais partes do seu corpo, através da ludicidade como recitar versos e canções da
cultura popular que apresente e nomeie as partes do corpo.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: TRAÇO, SONS, CORES E FORMAS
Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, locais e universais, no cotidiano da instituição escolar,
possibilita às crianças, por meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e linguagens, como as
artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras. Com base
nessas experiências, elas se expressam por várias linguagens, criando suas próprias produções artísticas ou culturais, exercitando
a autoria (coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modelagens,
manipulação de diversos materiais e de recursos tecnológicos.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.43)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI01TS01) Explorar sons produzidos Os bebês se encantam com os sons produzidos pelos seus próprios corpos: um espirro,
com o próprio corpo e com objetos do tosse e um soluço são motivos de espantos e gargalhadas. Apresentar diferentes
ambiente. possibilidades gestuais e expressivas que produzem sons é uma proposta divertida.
Nesse contexto, é importante que sejam disponibilizados ao alcance dos bebês, objetos,
materiais e brinquedos diversificados que lhe propiciem oportunidades para explorar as
diferentes formas de sons, fazendo uso de seu corpo e de todos os seus sentidos, com
instrumentos de efeito sonoro e demais objetos do ambiente natural que produzam
sons diversos.
(EI01TS02) Traçar marcas gráficas, em Os bebês experimentam o mundo através de suas explorações. Viver situações que
diferentes suportes, usando favoreçam a relação entre suas sensações corporais ao realizar marcas em diferentes
instrumentos riscantes e tintas. suportes contribui para a experimentação de representações de seus sentimentos,
emoções e experiências corporais. Nesse contexto, é importante que os bebês realizem
suas explorações em espaços seguros, tendo disponibilizado de forma acessível,
diferentes objetos e materiais que os convidem para diversas ações e investigações. É
importante que, em suas produções pessoais ou coletivas, sejam sempre acolhidos e
observados atentamente e que possam participar de situações de escolha, envolvendo
explorações dos suportes e riscantes.
(EI01TS03) Explorar diferentes fontes Bebês aprendem com todo o seu corpo e com seus sentidos. Disponibilizar diferentes
sonoras e materiais para acompanhar materiais e objetos que favoreçam a descoberta de diferentes sons engaja as
brincadeiras cantadas, canções, explorações dos bebês e colabora na aprendizagem sobre os resultados de suas ações
músicas e melodias. com o corpo e com os objetos na produção de sons. Nesse contexto, é importante que
os bebês, sejam convidados a criar sons com objetos e instrumentos ao escutar uma
música, buscando acompanhar o seu ritmo ou apreciar brincadeiras cantadas,
participando, imitando e criando gestos, explorando movimentos, fontes sonoras e
materiais.

(DMEI01TS01) Vivenciar diferentes As músicas e danças são expressões que promovem o desenvolvimento da
gêneros musicais, canções e novos corporeidade e a ampliação do repertório cultural das crianças. É uma rica linguagem do
ritmos através da dança e da corpo, que deve integrar as práticas com os bebês, respeitando sua expressividade.
expressividade. Nesse contexto, é importante que sejam oportunizadas situações que os convidem à
experimentação e à sensibilidade, vivenciando novos ritmos e gêneros musicais, por
meio da dança e expressividade.
(DMEI01TS02) Conhecer, apreciar e A linguagem artística é uma forma diferente de se expressar por meio da arte e podem
respeitar diferentes linguagens ser representadas de diversas maneiras como a música, poesia, dança, teatro, cinema,
artísticas. pintura, literatura, história em quadrinhos, escultura, videogame, grafite, fotografia.
Sua principal função é agregar valor na vida e no trabalho tanto dos artistas como das
pessoas que admiram o trabalho. O que se pretende é que os bebês tenham a
oportunidade de conhecer , apreciar e aprender com a arte de seu tempo e não apenas
com a do passado. Tal qual como diz Kohan(2003,p.63), “a infância é intensidade, um
situar-se intensivo no mundo: um sair sempre do seu lugar e se situar em outros
lugares, desconhecidos, inusitados, inesperados. Perceber essas complexas , instigantes
e atuais linguagens artísticas requer que tenhamos um olhar ressignificado em relação
ao que consideramos arte e ampliação do repertório infantil.
(DMEI01TS03) Ampliar possibilidades Falar em múltiplas linguagens é falar em possibilitar o desenvolvimento integral do
expressivas do seu corpo através das bebê. Através das múltiplas linguagens, ele expressa, comunica, organiza, movimenta e
múltiplas linguagens. imagina. Os bebês a todo o momento estão fazendo uso da linguagem, “tudo” é
linguagem. É necessário e imprescindível que o direito da criança de se manifestar em
suas múltiplas linguagens seja garantido e potencializado nas práticas pedagógicas
desenvolvidas na educação infantil. Possibilidades expressivas devem ser ressignificadas
para além da folha de papel A4, porque a arte é só no papel? “A arte na educação
infantil lembra outros jeitos de estar no mundo, de perceber as coisas, de experimentá-
las e expressá-las; jeitos por meio dos quais, com pedras, galhos, folhas, por exemplo,
pode-se desenhar na areia ou, ao contrário, jeitos de ser e estar em pedras, galhos,
folhas podem ser enterrados na areia, para ver o que acontecerá no outro dia” (Osteto
e Bernardes, 2016). Diante disso, se faz necessário entender que as múltiplas linguagens
estão presentes no cotidiano escolar e que, sobretudo na vida do bebê, são tão
importantes quanto a linguagem escrita. Nesse sentido deve-se oportunizar às crianças
novas experiências e investigações com os materiais, sem delimitar em desenho,
pintura, escultura, mas trabalhando com a hibridização das linguagens, fazendo
“desenhuras” (desenho+pintura), “pintusenhos” ( pinturas + desenho), criando
instalações de aromas, sons, sensações, extrapolando qualquer referência que temos
sob a denominação de “artes visuais” indo além das linguagens tradicionais da
arte.”(CUNHA 2017.p. 13) . A expressividade na infância não se limita, não se controla!
Algumas possibilidades de expressão: Pinturas de hoje que podem ser utilizadas
amanhã em outros contextos; Colagem que vira suporte para desenho ou recorte; Arte
híbrida (hibridização de diferentes linguagens, mistura); Arte efêmera (aquela que se
vai, não é possível guardar e enviar para casa. Percebe-se a sua existência através de
registros realizados por fotografias); Arte Perene (que dura, é possível guardar); Arte
contemporânea (aquela que não responde, pergunta e está presente em diferentes
espaços da sociedade atual); Ressignificação das Releituras; Expressão em diferentes
planos: inclinado e na vertical; Instalações; Desenhos de observação; Desenhos para
além dos riscantes; Dramatização; Dança; Linguagem fotográfica; A linha como
linguagem em diferentes contextos; Expressões para além da bidimensionalidade;
Construção e construtividade com materiais naturais e artificiais.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO
Desde o nascimento, as crianças participam de situações comunicativas cotidianas com as pessoas com as quais interagem. As
primeiras formas de interação do bebê são os movimentos do seu corpo, o olhar, a postura corporal, o sorriso, o choro e outros
recursos vocais, que ganham sentido com a interpretação do outro. Progressivamente, as crianças vão ampliando e enriquecendo
seu vocabulário e demais recursos de expressão e de compreensão, apropriando-se da língua materna – que se torna, pouco a
pouco, seu veículo privilegiado de interação.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.44)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI01EF01) Reconhecer quando é Através da linguagem e da interação com os outros, o bebê vai se constituindo. Quando
chamado por seu nome e reconhecer alguém o nomeia durante a gravidez e dá sentido à sua existência, aos poucos ele vai
os nomes de pessoas com quem construindo sua própria história e cria um sentimento de pertencimento a um grupo.
convive. Um nome próprio tem um significado afetivo para a criança, colabora para firmar sua
identidade, ao mesmo tempo em que o diferencia dos outros. Nesse contexto, é
interessante que os bebês possam vivenciar situações em que participam de momentos
de canções, reconhecendo seu nome e os de seus colegas, reconheçam sua foto quando
chamado seu nome, reconheçam seus pertences quando eles estiverem acompanhados
de sua foto ou de uma foto com seu nome escrito nela.
(EI01EF02) Demonstrar interesse ao Vivenciar e participar de situações de leitura de poemas ou apresentações de música
ouvir a leitura de poemas e a convida as crianças a expandir suas possibilidades expressivas e ao mesmo tempo
apresentação de músicas. aprender a linguagem. Nesse contexto, é importante que os bebês tenham a
oportunidade de ouvir poemas e canções, participar de brincadeiras envolvendo
canções associadas a gestos e movimentos, além de serem estimulados a reproduzir
cantigas de roda, poesias e parlendas. É importante também que seja explorado o
ritmo, a sonoridade e as variações de entonação em situações de leitura de poemas ou
apresentação musical aos bebês.
(EI01EF03) Demonstrar interesse ao O CEIM é um espaço privilegiado para as experiências de bebês com a cultura oral e
ouvir histórias lidas ou contadas, escrita. Eles aprendem sobre linguagem, representação e pensamento simbólico
observando ilustrações e os quando mergulham em situações que despertam sua imaginação. Os contextos em que
movimentos de leitura do adulto- escutam histórias, lidas ou contadas, favorecem essas aprendizagens e, quando
leitor (modo de segurar o portador e acompanhados de um convite para interagir com os livros, tendo a oportunidade de
de virar as páginas). explorá-los e manuseá-los, também aprendem ações e comportamentos típicos do uso
desse portador. Ainda, ao observar as ilustrações, e serem apoiados em suas iniciativas
de exploração, os bebês aprendem a se comunicar e atribuir significado ao que vê.
(EI01EF04) Reconhecer elementos das Nesse contexto, é importante que participem de situações em que possam ouvir
ilustrações de histórias, apontando- repetidamente as mesmas histórias, adquirindo um repertório de histórias já
os, a pedido do adulto-leitor. conhecidas. E que também sejam oportunizadas situações individuais ou em pequenos
grupos nas quais explorem os livros e suas imagens, compartilhem com demais seus
interesses apontando ilustrações, nomeando o que lhes chamam a atenção
manifestando suas emoções a partir das histórias por meio de gestos, movimentos e
balbucios. Sempre com olhar e observação atenta do professor que valoriza e incentiva
as iniciativas.

(EI01EF05) Imitar as variações de Os bebês aprendem sobre a linguagem em diferentes contextos de seu uso. A
entonação e gestos realizados pelos entonação, os gestos e os movimentos que acompanham a leitura da história pela
adultos, ao ler histórias e ao cantar. professora ajudam as crianças a atribuir sentido à história, desenvolver o gosto pela
escuta e a ampliar as suas formas expressão e interação com a narrativa, ampliando seu
modo de se comunicar e participar dessas situações. Nesse contexto, é importante
considerar que as narrações para os bebês sejam acompanhadas por diferentes
entonações e formas de expressão que dão vida aos personagens ou elementos da
história. Nestes momentos é preciso que seja oportunizado aos bebês observar gestos,
movimentos e entonação convidando-os a repeti-las.
(EI01EF06) Comunicar-se com outras Os bebês aprendem a se comunicar à medida que têm a oportunidade de vivenciar
pessoas usando movimentos, gestos, situações interacionais significativas, nas quais respondem a um pedido ou gesto de
balbucios, fala e outras formas de comunicação intencional, usando diferentes formas de expressão além da linguagem
expressão. verbal. Assim, eles aprendem a se comunicar em situações em que são solicitados a
usar a linguagem verbal, mas também outras linguagens, para expressar seus desejos,
ideias e necessidades. Nesse contexto, é importante que os bebês tenham a
oportunidade de brincar e interagir com seus pares, buscando se comunicar e participar
de situações de interação em que os professores atendam suas manifestações de
gestos, expressões e movimentos, dando sentido e valor à sua intencionalidade.
(EI01EF07) Conhecer e manipular Os bebês aprendem por meio das explorações, investigações e descobertas que fazem.
materiais impressos e audiovisuais em Quando têm a oportunidade de interagir e explorar uma variedade de mídias,
diferentes portadores (livro, revista, impressos, audiovisuais, em contextos significativos, começam a atribuir sentido e
gibi, jornal, cartaz, CD, tablet etc.). significado ao seu uso e propósito. Nesse contexto, é importante que os bebês possam
participar de situações individuais ou em pequenos grupos, em que se faça uso de
diferentes recursos, experimentando as possibilidades de manuseio dos materiais. É
interessante que em seus espaços de brincadeira, os bebês tenham a oportunidade de
encontrar esses diferentes recursos. Assim, podem fazer uso segundo suas escolhas e
suas atribuições de sentido e significado.
(EI01EF08) Participar de situações de Para os bebês, envolver-se em situações de escuta e explorar diferentes gêneros
escuta de textos em diferentes textuais é muito importante, pois eles aprendem sobre linguagem, textos e suas
gêneros textuais (poemas, fábulas, funções a partir das diferentes oportunidades que vivenciam. Nesse contexto, é
contos, receitas, quadrinhos, anúncios necessário que os bebês participem de situações em que possam entrar em contato
com diferentes textos de diversos tipos, sempre acompanhados de conversas e ações
etc.).
que favoreçam a atribuição de sentido e significado ao seu uso social.
(EI01EF09) Conhecer e manipular A possibilidade de os bebês deixarem marcas abre uma nova narrativa sobre a interação
diferentes instrumentos e suportes de das crianças com o mundo do desenho e da escrita. Apresentar diferentes suportes às
escrita. crianças e ajudá-las a escolher instrumento, cor e o local onde marcar é incentivá-las a
representar suas ideias e emoções por meio de gestos e movimentos.
Nesse contexto, é importante que os bebês sejam envolvidos em situações nas quais
possam encontrar, em seus espaços de brincadeira, instrumentos e suportes de escrita
variados.
(DMEI01EF01) Aprimorar habilidades O ato de ouvir ativo, atento e analítico está intrínsecamente relacionado com a
básicas necessárias à percepção aprendizagem, uma vez que garante ao indivíduo a eficiência na comunicação oral e
auditiva. escrita, mesmo em situações poucos favoráveis, ruidosas ou em grupo. As habilidades
auditivas, no entanto, não estão prontas e disponíveis ao nascimento. Ao contrário, vão
se desenvolvendo de forma progressiva e contínua, dependendo da integridade física e
dos estímulos auditivos aos quais os bebês são expostos. A audição é um sentido que se
destaca entre os outros, é o único que não descansa, não “dorme”, está sempre ativo.
Vai além de captar apenas os sons pelas orelhas, depois que recebe o som é o cérebro
quem vai processar essas informações, e a esse processo chamamos de Processamento
Auditivo (Central). Processamento Auditivo se refere ao conjunto de habilidades
auditivas que o sistema nervoso realiza com o objetivo de “decifrar” os sons detectados
pelo ouvido, ou seja, é a capacidade de receber os sons, decodificá-los e devolvê-los a
nível de compreensão. Existe uma hierarquia para as habilidades auditivas nos
processos de escuta e de comunicação (detectar, discriminar, reconhecer e localizar
sons diversos). Nesse contexto, o bebê precisa viver experiências por meio de jogos de
escuta, que possibilitem perceber que os sons existem.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES
As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de fenômenos naturais e
socioculturais. Desde muito pequenas, elas procuram se situar em diversos espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia e
noite; hoje, ontem e amanhã etc.). Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico (seu próprio corpo, os fenômenos
atmosféricos, os animais, as plantas, as transformações da natureza, os diferentes tipos de materiais e as possibilidades de sua
manipulação etc.) e o mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que conhece; como vivem e em
que trabalham essas pessoas; quais suas tradições e seus costumes; a diversidade entre elas etc.). Além disso, nessas
experiências e em muitas outras, as crianças também se deparam, frequentemente, com conhecimentos matemáticos
(contagem, ordenação, relações entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos, avaliação de
distâncias, reconhecimento de formas geométricas, conhecimento e reconhecimento de numerais cardinais e ordinais etc.) que
igualmente aguçam a curiosidade.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.44, 45)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI01ET01) Explorar e descobrir as Os bebês, no anseio de interagir e aprender sobre objetos e materiais, utilizam como
propriedades de objetos e materiais ferramentas tudo que está ao seu alcance: olhos, nariz, mãos, boca, ouvidos e pés. A
(odor, cor, sabor, temperatura). qualidade das vivências de exploração que eles têm, oferece uma base de experiência
para interpretar o mundo. Nesse contexto, é importante que os bebês participem de
situações em que possam agir sobre os materiais, se divertindo, explorando, indagando,
experimentando diferentes possibilidades de uso e interação.
(EI01ET02) Explorar relações de causa Desde muito pequenos, os bebês são motivadas por explorar. Eles têm suas primeiras
e efeito (transbordar, tingir, misturar, experiências de contato com o ambiente físico e natural, então todo esse mundo é uma
mover e remover etc.) na interação grande novidade para eles com muito a descobrir. A exploração é caracterizada por sua
com o mundo físico. experiência sensorial, então eles usam todos os seus sentidos e seu corpo para
descobrir a si mesmos e os efeitos de suas ações em objetos e pessoas. Nesse contexto,
é importante que os bebês possam experimentar as possibilidades na interação com o
mundo físico. É importante dar tempo e valorizar as explorações dos bebês, pois é uma
forma de engajar suas descobertas iniciais, como, por exemplo, explorar objetos,
empilhar, segurar, brincar, tirar e colocar na caixa encher e esvaziar recipientes com
água, areia, folhas, percebendo relações simples de causa e efeito, e se interessando no
por que e como as coisas acontecem em momentos de brincadeiras individuais ou em
grupo.
(EI01ET03) Explorar o ambiente pela As experiências iniciais de interação dos bebês com o ambiente, são importantes para
ação e observação, manipulando, que construam suas aprendizagens.
experimentando e fazendo Portanto, é importante que os bebês possam participar de situações nas quais possam
descobertas. explorar o ambiente como: brincar na areia, brincar com água, deitar, se arrastar ou
engatinhar na grama, passear pelo parque, entre outras. Além disso, é preciso que o
professor esteja atento a todas as manifestações e expressões, dos bebês, buscando
enriquecer suas ações, observações, explorações e investigações.
(EI01ET04) Manipular, experimentar, Para bebês aprender sobre os elementos e relações espaciais se dá na relação direta
arrumar e explorar o espaço por meio com fatos significativos no seu dia a dia, nas quais usam todo o seu corpo e seus
de experiências de deslocamentos de sentidos para explorar o espaço. Dessa forma, organizar o espaço intencionalmente de
si e dos objetos. forma a proporcionar vivências ricas e diversas para as explorações dos bebês é uma
importante ação do professor, uma vez que apoiará as descobertas dos bebês. É
importante que eles sejam convidados a brincar pelo espaço, encontrando diferentes
desafios, fazendo uso de diferentes movimentos.
(EI01ET05) Manipular materiais Ao realizar explorações com seu corpo e sentidos, os bebês descobrem as texturas, os
diversos e variados para comparar as sabores, os diferentes sons, e as diversas características. Nesse contexto, é importante
diferenças e semelhanças entre eles. que os bebês possam participar de situações nas quais explore e experimente
diferentes materiais tendo a oportunidade de realizar comparações simples entre eles,
divertindo-se ao identificar características e reconhecer algumas semelhanças e
diferenças.
(EI01ET06) Vivenciar diferentes Através da interação e brincadeiras com ritmos, velocidades e fluxos, os bebês
ritmos, velocidades e fluxos nas desenvolvem a noção de ritmo individual e coletivo, bem como descobrem e exploram
interações e brincadeiras (em danças, movimentos e possibilidades expressivas. Nesse contexto, é importante que os bebês
balanços, escorregadores etc.). possam participar de situações nas quais brinquem por meio do contato corporal, como
por exemplo, na brincadeira “serra-serra, serrador”.
(DMEI01ET01) Explorar diferentes O brincar inaugura descobertas, pesquisas, investigações e questionamentos sobre o
materiais de largo alcance, a fim de mundo. É a principal atividade da infância e está presente em todos os momentos do
desenvolver a imaginação e dia. Existem inúmeros formas de brincar, com a natureza , com o corpo, com a arte,
criatividade. música, cultura, imitação, faz de conta, manipulação... a criança brinca com qualquer
coisa em qualquer lugar. Porém, é justamente na infância que se pode experienciar
formas de brincar mais desafiadoras e elaboradas. Nesse sentido , ao disponibilizar
materiais de largo alcance (brinquedos não convencionais) possibilitamos a criança criar
e recriar diferentes contextos para as brincadeiras. Sucatas , elementos da natureza,
objetos de uso diário como bacias, potes, peneiras, tubos, caixas, tecidos e utensílios de
cozinha são objetos versáteis que provocam a imaginação e convocam as crianças a
pensar sobre suas carcterísticas e sobre suas possibilidades representativas. O material
de largo alcance explorado e contextualizado pelos bebês hoje, não terá o mesmo
significado amanhã. Essa infinitude de possibilidades enriquece as brincadeiras e a
aprendizagem deles.
(DMEI01ET02) Valorizar o seu As crianças, desde muito pequenas, são curiosas e buscam compreender as questões
primeiro grupo social (família), relativas ao mundo sociocultural que fazem parte.
desenvolvendo a noção A família é o primeiro espaço de convivência e referência do bebê, é o primeiro contato
pertencimento. que ele tem com o mundo, independentemente de sua configuração. Neste espaço
aprendem coisas básicas, desde se alimentar até coisas mais específicas como valores
éticos, caráter e experiências afetivas. Nesse sentido, é importante valorizar essas
pessoas que nos querem bem e reconhecer o espaço dos bebês nesse contexto.
Vivenciar experiências que promovam o entendimento sobre seu nascimento, a
importância da família, sua historicidade, cultura, o papel de cada membro dentro do
ambiente familiar.
(DMEI01ET03) Conhecer e participar A cultura é a identidade de um grupo e o que faz com que ele seja único no mundo.
das diferentes tradições culturais, Podemos dizer que convivemos diariamente com essa diversidade cultural e suas
lendas e costumes do seu grupo de múltiplas representações, como: costumes, tradições, folclores, brincadeiras, música,
convívio e outros. culinária, construções patrimoniais, museus, festas entre outros. Entender que existem
diferentes formas de pensar, sentir, viver e agir é importante para conhecer a própria
história e assumir uma postura respeitosa diante do outro. Isso precisa ser estimulado
desde a infância, para que a criança cresça empática e sem preconceito, o que contribui
para construção da sua própria identidade. Além de melhorar a maneira como os bebês
se relacionam com o outro, a familiaridade com as diferenças faz com que ele olhe para
si mesmo com mais respeito, uma vez que consegue compreender melhor o seu modo
de ser e o das pessoas ao seu redor.

(DMEI01ET04) Interagir com a As crianças começam a desenvolver atitudes de cuidado em relação à natureza, quando
paisagem natural local, o cotidiano lhes permite brincar em áreas externas, com água, areia e terra,
desenvolvendo atitudes de respeito e percebendo o vento, o sol e a chuva. O ambiente natural representa mais do que
cuidado. apenas luz solar e ar fresco, são territórios de encantamento. Brincar nesses lugares
fascina o olhar, instiga a curiosidade e provoca envolvimento de corpo inteiro. Nesse
sentido, a natureza é espaço de exploração estética, provocação dos sentidos e
conhecimento ilimitado. Proporcionar oportunidades para essa interação promove
atitudes de respeito, cuidado e permanente interesse por aprender, aprimorando
habilidades que permitam ampliar suas noções e sua compreensão sobre a diversidade
de ambientes e as relações dinâmicas com o seu entorno.
(DMEI01ET05) Explorar diferentes Os bebês se relacionam com o ambiente e o percebem esteticamente investigando e
ambientes. reconhecendo. Ao oferecer condições instigantes em que possam vivenciar a
observação, apreciação e a expressão, o seu corpo se apropria inteiramente do espaço
e sua experiência vai sendo ampliada. É nesse sentido que enfatizamos a importância de
se oportunizar a exploração de diversos ambientes que permitam interagir e expressar
seus interesses, buscando o que desejam explorar, investigar e conhecer, expandindo
sua apropriação de mundo.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: O EU, O OUTRO E O NÓS
É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão
descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras
experiências sociais (na família, na instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre si e
sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando-se como seres individuais e sociais. Ao mesmo tempo que
participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de
reciprocidade e de interdependência com o meio.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.42)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI02EO01) Demonstrar atitudes de Ao brincar, as crianças aprendem sobre si mesmas e sobre o outro. Por meio de
cuidado e solidariedade na interação interações positivas, têm a oportunidade de aprender e valorizar a convivência em
com crianças e adultos. grupo. A construção de vínculos com outras crianças e adultos do seu convívio permite
que demonstrem atitudes de cuidado e solidariedade. Nesse contexto, é importante
que as crianças bem pequenas vivenciem situações que envolvam ações
compartilhadas, nas quais tenham a oportunidade de realizar partilhas de objetos e
brinquedos, bem como o compartilhamento de ideias e emoções em diferentes
contextos de interação, em seus espaços de brincadeiras. As experiências vividas nesses
momentos são fundamentais para as crianças desenvolverem confiança em si e nos
outros e apropriarem-se de práticas de cuidado consigo e com outro.
(EI02EO02) Demonstrar imagem A criança vivencia várias situações de interação, onde têm a oportunidade de decidir o
positiva de si e confiança em sua que explorar e como resolver pequenos problemas. Assim, eles se reconhecem como
capacidade para enfrentar alguém capaz de fazer as coisas por si mesmos e se sintam orgulhosos de suas
dificuldades e desafios. conquistas, o que também é importante para o desenvolvimento de sua autonomia e
independência. Nesse sentido, é importante proporcionar às crianças pequenas uma
variedade de situações exploratórias, interativas e lúdicas nas quais elas tenham a
oportunidade de iniciar suas próprias ações, tomar decisões, e resolver problemas em
um ambiente seguro e estimulante, desenvolvendo assim o seu senso de
autoconfiança.
(EI02EO03) Compartilhar os objetos e Ao realizar várias situações de exploração de diferentes objetos e brinquedos, as
os espaços com crianças da mesma crianças começam a formar uma imagem mental desses materiais, vivendo , assim suas
faixa etária e adultos. primeiras experiências de representação criativa. Ao interagir com outras crianças e
com as pessoas em geral, elas têm a oportunidade de variar e enriquecer suas
experiências, como compartilhar objetos, espaços e aprender por imitação. Neste
contexto, é importante garantir às crianças situações de descoberta, com materiais
variados e momentos de interação com outras crianças e professores.
(EI02EO04) Comunicar-se com os Crianças bem pequenas ouvem e entendem a linguagem antes mesmo de saberem se
colegas e os adultos, buscando expressar em palavras. Desde pequenas têm a oportunidade de viver interações sociais
compreendê-los e fazendo-se em que são reconhecidos e valorizados em suas iniciativas de expressão e
compreender. comunicação, aprimoram suas estratégias para serem compreendidos e
compreenderem os interesses e necessidades dos outros. Nesse contexto, é importante
que possam vivenciar situações de interação que as engajem em buscar formas cada
vez mais eficazes de se comunicar, seja por meio de suas expressões com o corpo, de
suas produções artísticas ou musicais, seja por meio de suas representações ao brincar,
ou mesmo por meio da linguagem verbal ou escrita, compreendendo seus colegas e os
professores(as), e se fazendo compreender.
(EI02EO05) Perceber que as pessoas Por meio de experiências positivas de interação com outras crianças e adultos,
têm características físicas diferentes, permeadas de laços profundos, estáveis e respeitosos, as crianças bem pequenas têm a
respeitando essas diferenças. oportunidade de conhecer suas características físicas e a perceber semelhanças e
diferenças em relação a seus pares ou pessoas próximas. É importante que possam
viver situações de explorações de seu próprio corpo e de relações e trocas com seus
colegas e professores(as) em um ambiente rico de interações e descobertas pelas
crianças sobre si mesmas, suas características físicas, seus gostos e preferências e de
seus colegas, em um clima de respeito e confiança, favorecendo que as crianças
pequenas valorizem e respeitem suas particularidades e diferenças em relação aos
outros. Nesse sentido, é desejável também que elas possam apoiar seus pares em
situações desafiadoras, sem discriminá-las por suas características.
(EI02EO06) Respeitar regras básicas Ao adentrarem no espaço escolar as crianças têm a oportunidade de descobrir e
de convívio social nas interações e conhecer as regras básicas de interação social, pois podem vivenciar diferentes
brincadeiras. situações de interação em ambientes lúdicos e atividades conjuntas. Nesse contexto,
estimular o interesse das crianças em estar com seus pares, oferecendo oportunidades
de brincadeiras coletivas, atividades simples em pequenos grupos, trios ou mesmo
duplas, e situações em que tenham que compartilhar objetos ou brinquedos, favorece o
desenvolvimento do convívio social positivo entre as crianças. É importante também,
que possam participar de situações em que decidam com os colegas sobre diferentes
tomadas de decisão.
(EI02EO07) Resolver conflitos nas Crianças bem pequenas, quando envolvidas em situações de interação com outras
interações e brincadeiras, com a crianças, envolvem-se em conflitos que muitas vezes geram sentimento de frustração.
orientação de um adulto. Nessa etapa, estão mais centradas em si mesmas, adquirindo a conquista do
autocontrole. A regulação emocional é importante para que as crianças possam
vivenciar situações específicas de conflito social. Nessas experiências, elas devem ser
acompanhadas na resolução desses conflitos, de forma positiva, pelo professor que as
ajudam a aprender, a resolvê-los gradativamente. Nesse contexto, é importante cuidar
das situações cotidianas de conflitos relacionais vivenciadas pelas crianças, aprovando e
respeitando a situação e, ao mesmo tempo, ajudando-as a reconhecer, expressar e falar
sobre seus sentimentos, apoiando-as a criar estratégias para resolver conflitos.
(DMEI02EO01) Aprender a lidar com o A possibilidade de fazer parte da vida coletiva nos espaços de desenvolvimento infantil
novo cotidiano educacional, tem um papel importantíssimo na aprendizagem das crianças bem pequenas. É no
estabelecendo relações na construção convívio com os diferentes parceiros, tempos, espaços, que vínculos afetivos vão sendo
de vínculos afetivos. construídos. No fazer junto, no convívio, nas ações e iniciativas que realizam, elas vão
constituindo seus próprios percursos formativos, ou seja, estreitando ainda mais as
relações. Diante disso, é necessário pensar em experiências de convívio e formas de
mostrar para a criança que a instituição escolar é um lugar afetivo, que respeita a
individualidade de cada um.
(DMEI02EO02) Integrar-se com os seus A boa interação entre crianças de diferentes faixas etárias, funcionários e ambientes é
pares, com as demais crianças da fundamental na construção de aprendizagens significativas. Por meio do convívio, eles
instituição, funcionários e ambientes, a trocam experiências, aprendem a se relacionar com o outro e constroem valores como
fim de trocar experiências e vivências cooperação, solidariedade e respeito. Para que aconteça, é preciso incorporar ao
cotidiano situações de interação entre todos. Ao planejar momentos em que elas
cotidianas
possam compartilhar saberes, não basta pensar apenas na convivência no espaço de
referência (sala de aula), deve-se pensar para além. Que outros espaços oportunizar?
Quais propostas vivenciar? Se utilizar brinquedos, ter o cuidado de procurar aqueles
que não sejam muito específicos para uma faixa etária, mas que possam atender a
todos ao mesmo tempo. Em uma brincadeira de faz-de-conta, por exemplo, os mais
novos têm o hábito de imitar as atitudes dos maiores alargando sua experiência, ou o
inverso, a criança maior percebe que a mais nova é diferente dela e que, por isso, tem
algumas limitações que precisam ser respeitadas. A interação entre as faixas etárias não
é simples, requer planejamento, mas tem um potencial enorme no desenvolvimento
das crianças bem pequenas.
(DMEI02EO03) Reconhecer sua Crianças adoram brincar na frente do espelho. É comum que passem e voltem, só para
imagem no espelho e em fotografias, se olhar, é uma maneira de conhecer-se e enxergar-se como membro do grupo. Diante
valorizando suas características. dele descobrem o mundo à sua volta, aprendem a reconhecer as pessoas com quem
convivem e tomam consciência a respeito de si mesmas. Experiências com espelhos e
fotografias como brincar de caras e bocas fazendo caretas, imitando os colegas e
explorando as mais variadas expressões contribuem para entender os limites do
próprio corpo e suas características. A autodescoberta é essencial para as crianças se
perceberem como sujeitos e desenvolverem sua identidade e autonomia.

(DMEI02EO04) Construir Os momentos de cuidado com o corpo são fundamentais como espaço de brincadeira e
gradualmente hábitos de higiene. relação individualizada entre professor e criança. Momentos como a troca de fraldas,
desfralde e acompanhamento ao banheiro são exemplos dessa relação direta. Todas as
práticas voltadas ao cuidado do seu próprio corpo são educativas. Ao experienciarem
cada hábito de higiene de forma lúdica, as crianças também darão maior atenção a
essas atividades e, aos poucos, vão incorporá-las ao seu dia a dia. Dessa forma, eles
passarão a vê-las com mais naturalidade em vez de enxergá-las como uma obrigação e
um momento desagradável. Sabemos que a partir dos dois anos o desfralde é um
dos primeiros passos rumo à autonomia da criança, e também é considerado pelos
estudiosos da Primeira Infância como um momento de descobertas, quando a criança
toma consciência de suas capacidades de controle e de seu corpo. Nesta fase a criança
começa a mostrar que chegou a hora de abandonar as fraldas. Cada criança tem o seu
momento de maturação orgânica que permite o controle das fezes e da urina. É a
preparação orgânica, ou seja, a maturação que define a possibilidade objetiva da
formação a ser realizado por pais e educadores cujo percurso é individualizado e
diferenciado. Neste sentido, é necessária atenção e observação aos sinais que a criança
apresenta: se o intervalo entre uma urina e outra está maior; se ao trocar as fraldas
estão sempre secas; se fica irritada por fraldas molhadas; se está indo sempre para um
canto e estremece após ficar um tempo parada; se leva a mão aos genitais com
frequência; se costumam usar palavras relacionadas a fezes e urina; se avisa que urinou
ou vai urinar; se começam a notar a presença das fraldas em seu corpo e se incomodar,
dentre outros. Esses pontos relatam a possibilidade de estimular o processo de retirada
de fraldas, que precisa ser respeitosa, envolvida por vínculo e relação de confiança. No
início ela precisa ser atendida rapidamente quando pede para ir ao banheiro. Para que
a criança supere essa importante etapa do desenvolvimento é necessário fornecer-lhe
um suporte adequado, primeiro em termos de horários, que vão se distanciando
gradativamente e em direção aos locais apropriados. O controle noturno pode demorar
um pouco mais do que o controle diurno para se estabelecer, e as fraldas noturnas
devem ser mantidas até que isso ocorra.
(DMEI02EO05) Ter contato com Aprender a comer com prazer é um ato cotidiano que se constrói com grande valor
alimentos saudáveis, experimentando para exploração e a manipulação dos alimentos, assim como para realizar algumas
e fazendo descobertas. preparações simples. O alimento como experiência está relacionado a aprendizagem
sensorial, ou seja, nenhuma criança consome sem que a experiência de comer seja
mediada por alguma sensação ou emoção. É muito mais do que nutrição, envolve o
encontro entre seres, alimentos, o compartilhamento de histórias, afetos e culturas.
Sentir e experimentar também alimentos próprios de sua região é extremamente
significativo, não só por trazer valor, mas também recuperar e transmitir tradições e
hábitos alimentares a novas gerações.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: CORPO, GESTOS E MOVIMENTO
Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças,
desde cedo, exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam- -se, brincam e
produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se, progressivamente, conscientes
dessa corporeidade. Por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se
comunicam e se expressam no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.42,43)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI02CG01) Apropriar-se de gestos e As crianças se interessam pelos adultos e outras crianças com quem convivem e
movimentos de sua cultura no aprendem, em diferentes situações de interação, observando e imitando seus gestos e
cuidado de si e nos jogos e movimentos. É preciso fornecer situações e tempo para que as crianças observem umas
brincadeiras. às outras, explorem gestos e movimentos juntas, ampliam seus conhecimentos à
medida que realizam pesquisas a si mesmas e nas relações com o outro e o mundo ao
seu redor. Nesse contexto, é importante que as crianças bem pequenas vivenciem
situações em que possam acolher as formas de expressão umas das outras,
investigações e descobertas sobre as diferentes linguagens, sobre os objetos, os
materiais, o repertório cultural de sua comunidade e de outras culturas.
(EI02CG02) Deslocar seu corpo no Ao interagir em diferentes espaços a criança experiencia diferentes formas de
espaço, orientando-se por noções deslocamento, utilizando seu corpo como referência. Através de brincadeiras e
como em frente, atrás, no alto, pequenos desafios buscam diferentes formas de ocupar o espaço e se deslocar com
embaixo, dentro, fora etc., ao se autonomia. Nesse sentido, podem participar de uma diversidade de situações como
percorrer trajetos e brincadeiras no espaço, utilizando, além da posição de seu próprio
envolver em brincadeiras e atividades
corpo, referências como “em cima de...”, “embaixo de...”, “perto de...”, “atrás de...”,
de diferentes naturezas. “mais perto de...”, “entre” para descrever suas ações ou, ainda, conhecer os diferentes
espaços da instituição, explorando diferentes caminhos para chegar neles e fazendo
uso de noções como perto/longe, em cima, embaixo, à frente e atrás etc.
(EI02CG03) Explorar formas de Desde pequenas as crianças têm uma automotivação para suas explorações e
deslocamento no espaço (pular, saltar, descobertas envolvendo o uso do seu corpo. Na medida que crescem, suas
dançar), combinando movimentos e experiências podem continuar a engajá-las e apoiá-las em suas descobertas,
seguindo orientações. desafiando-as de maneiras que mantenham seu interesse, realizem ações cada vez mais
complexas e ampliem o conhecimento de seu corpo no espaço. É importante que as
crianças bem pequenas possam vivenciar situações individuais e em pequenos grupos e
participar de experiências que as estimulam a movimentar o corpo no espaço de
diferentes formas.
(EI02CG04) Demonstrar progressiva Aprender a cuidar do corpo é uma conquista importante para crianças bem pequenas.
independência no cuidado do seu O processo dessa aprendizagem ocorre, sobretudo, em situações de interação com os
corpo. professores, que lhes garantem um vínculo profundo e estável e, por meio de uma
escuta atenta e de suas observações, são responsivos às necessidades e interesses das
crianças, partilhando com elas situações acolhedoras nas quais têm a oportunidade de
aprender diferentes formas de cuidar de si mesmas. Com base nessas relações e em
um ambiente seguro e confiável, a variedade de situações de cuidado em que as
crianças são estimuladas a assumir pequenas responsabilidades em relação ao cuidado
com o corpo, as ajuda a desenvolver independência progressiva em situações como a
alimentação, usar o banheiro, colocar e tirar a roupa e encontrar soluções para
resolver suas necessidades pessoais. Nesse contexto, é importante que as crianças bem
pequenas vivenciem experiências reais em seu cotidiano nas quais possam: refletir
sobre os cuidados com o próprio corpo, reconhecendo, por exemplo, a necessidade de
limpar o nariz ou pedir ajuda se necessário.
(EI02CG05) Desenvolver Durante os primeiros anos de vida, o corpo está em formação. Quanto mais ele for
progressivamente as habilidades utilizado, mais será desenvolvido. As experiências na infância e a manipulação de
manuais, adquirindo controle para pequenos objetos do ambiente significam as descobertas no universo das crianças bem
desenhar, pintar, rasgar, folhear, entre pequenas. O desenvolvimento da coordenação motora seja ela ampla ou mais refinada
irá acontecer de forma natural e obviamente necessitará de estímulos para que se
outros.
desenvolva dentro do esperado. Não existe melhor maneira de se desenvolver, do que
através da brincadeira. A coordenação motora se apresenta de duas formas: a mais
refinada quando as crianças aprendem a usar os músculos das mãos, pulsos e dedos.
Mas quando não são devidamente estimuladas, podem ter dificuldades em pegar o
(DMEI02CG01) Desenvolver a lápis ou giz de cera para desenhar, mover objetos com a ponta dos dedos, usar
tesouras, amarrar sapatos, dentre outras. A ampla determinada pelos movimentos
coordenação motora global.
musculares dos membros maiores onde definem os movimentos mais habilidosos como
correr, saltar, subir escadas e chutar. Muito utilizado em atividades esportivas, e que
algumas crianças apresentam mais dificuldade nesses movimentos. Em síntese ,
entendemos que ter uma musculatura firme, principalmente nas mãos, que realizam
movimentos mais delicados e precisos , quanto movimentos corporais amplos , permitem
que muitas tarefas do dia a dia sejam feitas com uma maior facilidade e cuidado, além de
serem utilizados a vida toda.

(DMEI02CG02) Desenvolver a Nossa vida é repleta de movimentos coordenados, e a coordenação visuomotora está
coordenação visuomotora. presente essencialmente em diversos momentos. Tarefas diárias como escrever, se
vestir, brincar, jogar bola, se alimentar e muitas outras dependem essencialmente
desta coordenação, impactando diretamente a autonomia e a consciência corporal da
criança. Trata-se da integração entre as informações visuais e os movimentos globais e
específicos do corpo. Por exemplo, ela permite a ação de recortar. Por meio dela, os
olhos dizem ao cérebro como as mãos devem se mover para acompanhar o contorno
da figura ou até mesmo prestar muita atenção nos movimentos que faz com as mãos
para direcionar um cubo de encaixe de forma a encaixá-lo no lugar certo. Em outras
palavras, a adequada movimentação dos membros (mãos e pés) em resposta aos
estímulos e informações captadas pela visão. Essa integração é bem complexa e
envolve vários sistemas relacionados ao neuropsicodesenvolvimento da criança.
(DMEI02CG03) Desenvolver a Ver, ouvir e sentir a chuva gelada batendo em sua mão ao mesmo tempo em que sente
percepção visual, auditiva, tátil, o cheiro que ela deixa enquanto molha a rua . Se você sentiu alguma dessas sensações
gustativa e olfativa. e parece óbvio hoje em dia, é porque estimulamos muito nossas habilidades durante a
nossa educação infantil. Como já dizia Aristóteles: “Não há nada no intelecto que não
tenha passado pelos sentidos”. A todo momento as crianças estão expostas a
experiências sensoriais, seja por meio de cheiros, seja por sons, sabores etc. A
sinestesia em crianças é fundamental, principalmente nos primeiros anos de vida, nos
quais há a chamada plasticidade neural, capacidade do sistema nervoso de reorganizar
e modificar as suas funções como reação à diversidade do meio. Nesse contexto, é
preciso cuidar e também guiar as descobertas feitas pela criança por meio dos sentidos,
é através deles que conhecem o mundo tal e qual como é. Promover explorações em
diversos ambientes e o contato com diferentes materialidades potencializam a
sensorialidade infantil.
(DMEI02CG04) Identificar e nomear as O corpo é explorado pela criança desde seus primeiros meses de vida. Ele é o
principais partes do seu corpo. verdadeiro órgão da aprendizagem e a estrutura que serve de suporte para
aprendizagem. É o responsável pela captação das informações e pelo registro delas,
pois todo aprendizado passa por ele. É muito importante encorajar as crianças a
vivenciar e entender sua corporeidade através da ludicidade, para que possam
construir um jeito de estar no mundo.
(DMEI02CG05) Construir e Ao nascer a criança ainda não possui uma imagem corporal definida, não consegue
desenvolver a sua imagem corporal. diferenciar o que pertence ao seu corpo, ao corpo de sua mãe ou ao ambiente.
Reconhece o mundo através da suas sensações físicas como dor, fome e desconforto.
Nessa fase, para que a criança desenvolva sua autoimagem e consiga separar o seu eu
do ambiente é necessária adequada estimulação. Durante seu crescimento suas
capacidades motoras vão se tornando mais complexas e a sua imagem corporal se
modificando. Com a inserção da criança bem pequena nos espaços de
desenvolvimento infantil seu ambiente social se expande e os contatos sociais com os
outros passa também a ter influência na sua imagem corporal. Não é uma tarefa
simples construir a imagem corporal na infância, requer estímulos adequados, uma vez
que a imagem corporal é a figura do corpo humano formada na mente e envolve todas
as formas que uma pessoa experimenta e conceitua seu próprio corpo.
(DMEI02CG06) Desenvolver noção de O mais marcante nas crianças é sua energia, pois seus corpos vibram em tudo que
posição de seu corpo no espaço fazem, estão sempre de “corpo inteiro”. Conforme expandem sua consciência corporal
(dentro/fora, acima/abaixo). ampliam sua visão do espaço. Na infância, a organização espacial, representa a
capacidade de nos orientarmos e explorarmos o espaço, tendo a nós mesmos como
referencial (o próprio corpo). As noções de espaço e distância devem ser desenvolvidas
a partir de experimentações. Por meio do movimento no espaço, será possível
entender a distância e posição em que se encontra. No espaço, não existem direções
(DMEI02CG07) Desenvolver noção de
objetivas e predefinidas tais como “direita”, “esquerda”, “em cima”, “embaixo”, “atrás”
distância de seu corpo no espaço
e “em frente”; essas direções definem-se de acordo com a ação do corpo nesse meio
(longe/perto, longo/curto). (GONÇALVES, 2014). É fundamental dar oportunidades a criança para que investigue o
espaço e obtenha domínio sobre ele de modo que aprenda a se localizar. A medida que
desenvolve a noção espacial, a criança vai criando a ideia da própria dimensão corporal.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: TRAÇOS, SONS CORES E FORMAS
Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, locais e universais, no cotidiano da instituição escolar,
possibilita às crianças, por meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e linguagens, como as
artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras. Com base
nessas experiências, elas se expressam por várias linguagens, criando suas próprias produções artísticas ou culturais, exercitando
a autoria (coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modelagens,
manipulação de diversos materiais e de recursos tecnológicos.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.43)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI02TS01) Criar sons com materiais, Desde a infância, as crianças ouvem e reagem à música com movimentos e outras
objetos e instrumentos musicais, para manifestações. As crianças bem pequenas estão interessadas em aprender sobre
acompanhar diversos ritmos de canções, recitá-las ou compor pequenas linhas de canções famosas. Ao ouvir música,
música. ela se envolve e tenta acompanhar com o corpo o ritmo musical. Nesse contexto, é
muito importante que as crianças participem de experiências que as convidem a criar
sons, por exemplo, bater os pés ritmicamente, com a ajuda de outras crianças e
professores, e usando objetos diferentes. Também é importante que eles possam
explorar diferentes fontes sonoras e reconhecer sua ausência ou presença em
diferentes situações ou se expressar usando diferentes instrumentos musicais, ritmos,
velocidades, intensidades.
(EI02TS02) Utilizar materiais variados As crianças bem pequenas gostam de fazer pessoas e coisas utilizando diferentes
com possibilidades de manipulação materiais, como argila, massa de modelar, areia etc. Suas pesquisas relacionando o
(argila, massa de modelar), reconhecimento das propriedades dos materiais com as representações que têm dos
explorando cores, texturas, objetos, pessoas ou animais as engajam em produções intencionais, como, por
exemplo, um pedaço de massinha onde dividem em pequenos pedaços representando
superfícies, planos, formas e volumes
comidinhas. Além disso, contribuem para a compreensão sobre as coisas que querem
ao criar objetos tridimensionais. representar e também para o aprimoramento das habilidades necessárias ao manuseio
dos diferentes materiais e instrumentos. Nesse sentido, é importante que as crianças
participem de situações nas quais tenham a oportunidade de utilizar diferentes
materiais para criar objetos tridimensionais, que podem ser feitos com diferentes
materiais disponíveis na escola e/ou fáceis de serem encontrados, criando, assim,
formas diversas. É importante também, que possam criar objetos bidimensionais e
tridimensionais a partir de materiais como argila, barro, massa de modelar, papel e
tinta ou explorar as características de objetos e materiais — odores, sabores,
sonoridades, texturas, formas, pesos, tamanhos e posições no espaço.
(EI02TS03) Utilizar diferentes fontes As crianças pequenas estão abertas a ouvir música, fazer música e mover-se com ela. As
sonoras disponíveis no ambiente em diferentes fontes sonoras presentes no ambiente escolar ou ao seu redor são fontes de
brincadeiras cantadas, canções, investigações para suas explorações e descobertas sobre o mundo. É importante que
músicas e melodias. tenha uma variedade de materiais para que as crianças possam instituir novos sons e
descobrir novas possibilidades, que sejam convidadas a identificar e imitar sons
conhecidos, como os sons da natureza (cantos de pássaros, “vozes” de animais, barulho
do vento, da chuva etc.), sons da cultura (vozes humanas, sons de instrumentos
musicais, de máquinas, produzidos por objetos e outras fontes sonoras) ou o silêncio, e
que tenham vivências de ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos, fontes
sonoras e produções musicais;
(DMEI02TS01) Conhecer, apreciar e A linguagem artística é uma forma diferente de se expressar por meio da arte e podem
respeitar diferentes linguagens ser representadas de diversas maneiras como a música, poesia, dança, teatro, cinema,
artísticas. pintura, literatura, história em quadrinhos, escultura, videogame, grafite, fotografia.
Sua principal função é agregar valor na vida e no trabalho tanto dos artistas como das
pessoas que admiram o trabalho. O que se pretende é que as crianças tenham a
oportunidade de conhecer , apreciar e aprender com a arte de seu tempo e não apenas
com a do passado. Tal qual como diz Kohan(2003,p.63), “a infância é intensidade, um
situar-se intensivo no mundo: um sair sempre do seu lugar e se situar em outros
lugares, desconhecidos, inusitados, inesperados. Perceber essas complexas ,
instigantes e atuais linguagens artísticas requer que tenhamos um olhar ressignificado
em relação ao que consideramos arte e ampliação do repertório infantil.
(DMEI02TS02) Ampliar possibilidades Falar em múltiplas linguagens é falar em possibilitar o desenvolvimento integral da
expressivas do seu corpo através das criança. Através das múltiplas linguagens, a criança expressa, comunica, organiza,
múltiplas linguagens. movimenta e imagina. As crianças a todo o momento estão fazendo uso da linguagem,
“tudo” é linguagem. É necessário e imprescindível que o direito da criança de se
manifestar em suas múltiplas linguagens seja garantido e potencializado nas práticas
pedagógicas desenvolvidas na educação infantil. Possibilidades expressivas devem ser
ressignificadas para além da folha de papel A4, porque a arte é só no papel? “A arte na
educação infantil lembra outros jeitos de estar no mundo, de perceber as coisas, de
experimentá-las e expressá-las; jeitos por meio dos quais, com pedras, galhos, folhas,
por exemplo, pode-se desenhar na areia ou, ao contrário, jeitos de ser e estar em
pedras, galhos, folhas podem ser enterrados na areia, para ver o que acontecerá no
outro dia” (Osteto e Bernardes, 2016). Diante disso, se faz necessário entender que as
múltiplas linguagens estão presentes no cotidiano escolar e que, sobretudo na vida da
criança, são tão importantes quanto a linguagem escrita. Nesse sentido deve-se
oportunizar às crianças novas experiências e investigações com os materiais, sem
delimitar em desenho, pintura, escultura, mas trabalhando com a hibridização das
linguagens, fazendo “desenhuras” (desenho+pintura), “pintusenhos” ( pinturas +
desenho), criando instalações de aromas, sons, sensações, extrapolando qualquer
referência que temos sob a denominação de “artes visuais” indo além das linguagens
tradicionais da arte.”(CUNHA 2017.p. 13) . A expressividade na infância não se limita,
não se controla! Algumas possibilidades de expressão: Pinturas de hoje que podem ser
utilizadas amanhã em outros contextos; Colagem que vira suporte para desenho ou
recorte; Arte híbrida (hibridização de diferentes linguagens, mistura); Arte efêmera
(aquela que se vai, não é possível guardar e enviar para casa. Percebe-se a sua
existência através de registros realizados por fotografias); Arte Perene (que dura, é
possível guardar); Arte contemporânea (aquela que não responde, pergunta e está
presente em diferentes espaços da sociedade atual); Ressignificação das Releituras;
Expressão em diferentes planos: inclinado e na vertical; Instalações; Desenhos de
observação; Desenhos para além dos riscantes; Dramatização; Dança; Linguagem
fotográfica; A linha como linguagem em diferentes contextos; Expressões para além da
bidimensionalidade; Construção e construtividade com materiais naturais e artificiais.
(DMEI02TS03) Conhecer, explorar e A infância é marcada por descobertas e por uma relação corporal e sensível com o
identificar as cores, suas tonalidades universo que se apresenta. É por meio das experiências e dos sentidos que a criança
através da natureza e dos objetos do passa a conhecer aspectos da realidade. Quando a criança começa a ter sua autonomia
cotidiano. e explorar cada parte do ambiente em que vive, ela vai descobrindo os elementos que
fazem parte de seu cotidiano e assim vai adquirindo conhecimento quanto às cores e
sua diversidade de tonalidades. Na natureza, as cores estão distribuídas
harmoniosamente e impregnadas de simbologia e significados. Assim como as crianças
as cores possuem beleza própria e devem ser contempladas. Estão presentes no
cotidiano e são percebidas de diferentes formas pela criança como, um simples
percurso até o pátio da escola onde o olhar singular de cada criança revela as diferentes
cores e tonalidades das folhas de árvores caídas no chão. É preciso expandir e ampliar o
conhecimento das crianças sobre a diversidade de tons existentes no ambiente através
de experiências e explorações estéticas, onde o olhar de cada criança será construído e
respeitado, ou seja, “o céu não é só azul, ele é da forma como cada criança vê”!
(DMEI02TS04) Ampliar o repertório As diferentes formas de arte podem contribuir muito para o desenvolvimento infantil, e
musical. a música é certamente uma delas. A linguagem musical é muito completa, expressiva,
sensível e acaba tendo um papel especial no estímulo de áreas específicas do cérebro,
como as que beneficiam a cognição e o desenvolvimento das crianças durante o seu
crescimento. Quando os pequenos têm contato com diferentes músicas, podem
desenvolver algumas características com certa facilidade, como a fala, noções de ritmo,
experimentação, reconhecimentos de escuta, coordenação motora e o
desenvolvimento do senso estético. O ponto de partida na ampliação do repertório
musical infantil é apresentar experiências musicais que contemplem o interesse das
crianças, pois reforça a visão da criança protagonista em todos os contextos que ela faz
parte. Em seu cotidiano, as crianças vivenciam uma variedade de canções envolvendo a
natureza, brinquedos, animais, entre outras. É muito importante o professor escolher
um repertório lúdico, diversificado como o contato com músicas eruditas, folclóricas,
de outras culturas, que motive a criança a desejar interagir, repetir, para que assim ela
construa o conhecimento..
(DMEI02TS05) Expressar e produzir A convivência com diferentes sons e ruídos traz descobertas e desperta fascínio acerca
sons com o corpo. do novo. A primeira fonte de exploração sonora é o som do próprio corpo e do
ambiente que nos cerca. Geralmente as crianças bem pequenas não percebem o
potencial sonoro de seus corpos, não se atentam a sons, que estão tão incorporados
que chega ser difícil identificá-los. Nessa perspectiva, é preciso proporcionar momentos
que possibilite a criança fazer descobertas com seu corpo produzindo sons, que estes
timbres corporais são instrumentos que podemos utilizar apara acompanhar canções,
seja batendo palmas, os pés, batendo na perna etc. Ao promover experiências tão ricas
acerca da conscientização dos sons corporais, ajudamos a criança desenvolver
competências relevantes para o processo de aprendizagem, como escuta, atenção e
distinção.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO
Desde o nascimento, as crianças participam de situações comunicativas cotidianas com as pessoas com as quais interagem. As
primeiras formas de interação do bebê são os movimentos do seu corpo, o olhar, a postura corporal, o sorriso, o choro e outros
recursos vocais, que ganham sentido com a interpretação do outro. Progressivamente, as crianças vão ampliando e enriquecendo
seu vocabulário e demais recursos de expressão e de compreensão, apropriando-se da língua materna – que se torna, pouco a
pouco, seu veículo privilegiado de interação.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.44)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI02EF01) Dialogar com crianças e As crianças observam como os adultos e as outras crianças agem. Arrisca uma fala aqui
adultos, expressando seus desejos, e outra ali, inicialmente imitando o que os adultos dizem. Com o passar do tempo, as
necessidades, sentimentos e opiniões. crianças se desenvolvem, seu pensamento conquista cada vez mais o conhecimento dos
signos e significados, surgindo a vontade de se comunicar melhor. Utilizar a fala como
meio de comunicação se aprende na interação com as pessoas mais próximas, como a
família e também na escola, com outras crianças, professores e adultos que por lá
circulam. Não basta falar para dominar a linguagem, é preciso respeitar os turnos de
fala , a vez de cada integrante falar e escutar. Porém, mais importante que saber as
regras de uma conversa, é preciso saber utilizar esse recurso para expressar
sentimentos, vontades, opiniões, interesses, narrar acontecimentos e etc. São
pequenos atos que colocam a criança em uma ação comunicativa que potencializa seu
lugar no mundo. Nesse contexto, é importante propiciar oportunidades que auxiliam a
criança a desenvolver a linguagem no sentido de compreendê-la e utilizá-la
adequadamente nas diversas situações comunicativas do cotidiano.
(EI02EF02) Identificar e criar As crianças adoram brincar com a linguagem, suas possibilidades de exploração, seus
diferentes sons e reconhecer rimas e sons, efeitos e intensidades. Elas mergulham em situações em que gostam de cantar,
aliterações em cantigas de roda e brincar de roda e dançar com um repertório de músicas já conhecidas, onde as rimas e
textos poéticos. aliterações estão presentes. Nesse contexto, é importante que as crianças pequenas
tenham a oportunidade de ouvir e brincar com textos poéticos como canções, poemas,
rimas e contos, chamando a atenção para determinados aspectos, como a presença de
sons iniciais ou finais semelhantes em palavras que compõe uma música por exemplo,
além de participar de diferentes jogos de linguagem que ampliam a compreensão sobre
aspectos da língua.
(EI02EF03) Demonstrar interesse e As crianças aprendem a gostar de ouvir e repetir histórias e outras mensagens à medida
atenção ao ouvir a leitura de histórias que se envolvem em situações significativas envolvendo seus pares e adultos. Escolher
e outros textos, diferenciando escrita histórias que despertem o interesse e a curiosidade das crianças já é uma ótima
de ilustrações, e acompanhando, com maneira de motivar os pequenos leitores. Uma boa história, lida ou contada é uma
experiência única e divertida. Eles estão sempre ansiosos para compartilhar o que vibra
orientação do adulto- -leitor, a direção
da história no interior de cada um. Quanto mais próximos as crianças estiverem de
da leitura (de cima para baixo, da experiências como ouvir, ler diferentes tipos de textos e revisitar, mais elas aprendem a
esquerda para a direita). linguagem escrita e em particular a linguagem utilizada em cada tipo de texto, sua
função, repertório e formato. É importante observar se a criança reconhece as figuras e
letras e consegue distingui-las durante a experiência. Observar também, se a criança
está prestando atenção aos movimentos do professor na direção da leitura do texto.
(EI02EF04) Formular e responder Quando envolvidas em momentos de ouvir um repertório de histórias já conhecidas, as
perguntas sobre fatos da história crianças demonstram muito interesse e tentam reconhecer regularidades nos
narrada, identificando cenários, diferentes textos, falando e refletindo sobre sua estrutura.
personagens e principais Incentivar as conversas das crianças sobre pontos da história, os encoraja a
compreender melhor as diferentes narrativas e enredos nos quais se identifica. É
acontecimentos.
importante proporcionar situações em que possam formular e fazer perguntas a partir
de diferentes tramas, como: “Quem?", "o que?", "quando?", "como?" e "por quê?
Essas perguntas os aproximam de aspectos-chave da organização textual. Situações
como essa implicam que as crianças possam falar sobre os personagens e cenários da
história, identificando, por exemplo, algumas de suas características.
(EI02EF05) Relatar experiências e As crianças possuem múltiplas formas de se comunicar e na medida que se
fatos acontecidos, histórias ouvidas, desenvolvem utilizam a linguagem verbal em diferentes momento do cotidiano.
filmes ou peças teatrais assistidos etc. Normalmente gostam de compartilhar suas experiências pessoais , descobertas e
ideias com pessoas importantes e mais próximas . Nesse contexto, é preciso convidar a
criança a falar livremente com pessoas que fazem parte do seu contexto escolar, sendo
incentivadas a conversar umas com as outras, contando seus planos, suas experiências
pessoais, descrevendo objetos, acontecimentos e relações, brincando e construindo
narrativas comuns, negociando papéis, cenários e lidando com possíveis conflitos.
Assim, podem atribuir significado à sua comunicação e construir uma base sólida para a
aprendizagem da linguagem.
(EI02EF06) Criar e contar histórias As crianças pequenas gostam de brincar com a linguagem, criar histórias e recontar .
oralmente, com base em imagens ou Neste movimento sentem-se confiantes em sua capacidade comunicativa, ao mesmo
temas sugeridos. tempo em que se divertem e aprendem sobre o uso da linguagem e sua eficácia como
meio de comunicação. Nesse sentido, é importante promover experiências que
envolvam o uso da linguagem, sendo incentivadas a criar narrativas a partir de
diferentes contextos , sejam individuais ou em pequenos grupos.
(EI02EF07) Manusear diferentes Crianças aprendem sobre os textos quando tem a oportunidade de vivenciá-los em seu
portadores textuais, demonstrando dia a dia. Envolver-se em situações de escuta e explorar diferentes portadores e
reconhecer seus usos sociais. gêneros textuais é muito importante, pois elas aprendem sobre linguagem, textos e
suas funções no cotidiano. Quando exploram uma variedade de mídias, impressos,
(EI02EF08) Manipular textos e audiovisuais, em contextos significativos, começam a atribuir sentido e significado ao
participar de situações de escuta para seu uso e propósito. Nesse contexto, é necessário que as crianças participem de
ampliar seu contato com diferentes situações em que possam entrar em contato com diferentes textos de diversos tipos,
gêneros textuais (parlendas, histórias sempre acompanhados de conversas e ações que favoreçam a atribuição de sentido e
de aventura, tirinhas, cartazes de sala, significado ao seu uso social.
cardápios, notícias etc.).
(EI02EF09) Manusear diferentes Ao serem expostas à escrita e sua representação gráfica as crianças despertam o
instrumentos e suportes de escrita interesse em registrar letras e desenhos. Através desses diferentes contatos ampliam a
para desenhar, traçar letras e outros sua forma de comunicação gráfica, expressando ideias, sentimentos, emoções etc. É
sinais gráficos. preciso oportunizar as crianças bem pequenas o manuseio de vários instrumentos e
suportes de escrita, seja individualmente, de forma coletiva ou em pequenos grupos.
Através dessas ações percebemos a multiplicidade da comunicação escrita, por meio,
por exemplo, de desenhos, o uso de símbolos gráficos que representam letras ou de
uma escrita inventada por elas.
(DMEI02EF01) Adquirir um maior A possibilidade das crianças bem pequenas deixarem marcas abre uma nova narrativa
controle de expressão gráfica, por sobre a interação com o mundo do desenho e da escrita. Embora muitos autores
meio da escrita espontânea. afirmem que os primeiros registros das crianças ocorrem pelo prazer do movimento,
desenhar e rabiscar permitem tornar concreto uma representação gráfica realizada
pela criança. Apresentar diferentes suportes às crianças e ajudá-las a escolher
instrumento, cor e o local onde marcar é incentivá-las a representar uma ideia por meio
de um gesto, além de desenvolver o controle corporal ao registrar. Parece uma ação
simples, mas para criança exige uma complexidade enorme, pois precisa controlar os
movimentos da mão, além de dosar a preensão e o peso no instrumento riscante.
(DMEI02EF02) Ampliar o vocabulário Antes da criança aprender a ler, ela precisa ter uma boa compreensão das palavras e
em situações cotidianas, apropriando- seus significados. Ainda bem que existem maneiras simples de desenvolver o
se de novas palavras. vocabulário infantil, muitas delas através de ações cotidianas como a interação com
outras crianças e adultos. Desde uma leitura em voz alta, uma simples conversa e até
uma música cantada é possível aprender o significado das palavras, suas semelhanças,
diferenças e a desenvolver as habilidades da linguagem. Quanto mais o ambiente
escolar ajudar a desenvolver o vocabulário, melhor será sua comunicação.
(DMEI02EF03) Aprimorar habilidades O ato de ouvir ativo, atento e analítico está intrínsecamente relacionado com a
básicas necessárias à percepção aprendizagem, uma vez que garante ao indivíduo a eficiência na comunicação oral e
auditiva. escrita, mesmo em situações poucos favoráveis, ruidosas ou em grupo. As habilidades
auditivas, no entanto, não estão prontas e disponíveis ao nascimento. Ao contrário, vão
se desenvolvendo de forma progressiva e contínua, dependendo da integridade física e
dos estímulos auditivos aos quais a criança bem pequena é exposta. A audição é um
sentido que se destaca entre os outros, é o único que não descansa, não “dorme”, está
sempre ativo. Vai além de captar apenas os sons pelas orelhas, depois que recebe o
som é o cérebro quem vai processar essas informações, e a esse processo chamamos
de Processamento Auditivo (Central). Processamento Auditivo se refere ao conjunto de
habilidades auditivas que o sistema nervoso realiza com o objetivo de “decifrar” os
sons detectados pelo ouvido, ou seja, é a capacidade de receber os sons, decodificá-los
e devolvê-los a nível de compreensão. Para tanto, é preciso oportunizar experiências
por meio de jogos de escuta em que as crianças desenvolvam a capacidade de detectar,
discriminar, reconhecer, compreender e localizar sons diversos, bem como perceber a
intensidade, frequência e duração de um som (sensação sonora) e armazenar
diferentes estímulos sonoros anteriormente apresentados (memória auditiva).

(DMEI02EF04) Ter contato com os Desde pequenas as crianças estão inseridas em espaços letrados, sejam em casa, nas
sons e as articulações das letras ruas ou ambiente escolar. Em seu cotidiano ficam curiosas ao perceberem por exemplo
(vogais e consoantes) que fazem parte que seu nome é composto por diferente letras. Sempre se indagam e até mesmo
do seu cotidiano. percebem a presença dessas letras no nome dos amiguinhos. Ao propor experiências
visuais com as letras para as crianças é importante enfatizar que as “letras falam”. Elas
possuem um nome, uma boquinha e principalmente um barulhinho (som). Nesta fase, o
estimulo é único e exclusivamente visual. É preciso ampliar a experiência das crianças
em relação as letras, seu som e articulação com muita ludicidade, fazendo uso de
brincadeiras como caça ao tesouro, amarelinhas, trilhas, dança da cadeira, entre
outros.
(DMEI02EF05) Reconhecer e localizar Desde o nascimento, o nome permeia a relação da criança com os que a cercam. Esta é
seu primeiro nome de forma escrita. uma palavra muito importante porque revela quem você é e tem valor emocional. A
descoberta dos nomes das crianças promove encantamento, a consciência da sua
existência e o seu sentido de pertença ao mundo. Esta é a marca da sua vida! Quando
alguém diz a uma criança: "Este é o seu nome escrito", você está adicionando outro
elemento ao quebra-cabeça. Expandir uma identidade através da escrita é algo
extraordinário. (Ferrero, 2007, pp. 63-64) Quando expostas aos nomes, as crianças
(DMEI02EF06) Realizar tentativas de começam a notar regularidades, como letras idênticas aparecendo na mesma ordem,
escrita em relação ao seu primeiro letras comuns entre um nome e outro, elementos que lhes dão expectativas iniciais do
nome. (NÍVEL 2) que está escrito. Por isso, é importante que a criança tenha contato com seu nome e
que este esteja presente em seu espaço de referência (sala de aula) todos os dias .

(DMEI02EF07) Ter contato com O termo Comunicação Alternativa e Ampliada (C.A.A.), é definido por outras formas de
diferentes formas de comunicação comunicação além da modalidade oral, como o uso de gestos, língua de sinais,
alternativa. expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos, uso de
sistemas sofisticados de computador com voz sintetizada, dentre outros. A
Comunicação Alternativa aqui apresentada pretende atender a todos as deficiências, já
que o material visual além de subsidiar as questões linguísticas, pode também
contribuir para a aquisição de conhecimentos de forma geral, pois a criança com
deficiência estimulada adequadamente pode compreender o mundo que o cerceia. O
nosso cotidiano é composto por crianças com deficiência que compõe alguns grupos, os
da Linguagem expressiva, da Linguagem de apoio e Linguagem alternativa. O primeiro
grupo refere-se a crianças que compreendem a linguagem oral, tendo dificuldades na
fala por apresentarem problemas fono-articulatórios, devendo recorrer a outras formas
de comunicação. Já no segundo grupo estão crianças com atraso no desenvolvimento
da fala, que apresentam dificuldades, como paralisados cerebrais, portadores de
Síndrome de Down e outros, que pode utilizar-se de recursos alternativos de
comunicação temporariamente, apenas para alcançarem-na. O terceiro grupo da
linguagem alternativa engloba crianças com grande defasagem na comunicação, como
autistas, pessoas com deficiência mental severa, surdos. Nesses casos se faz necessária
a comunicação alternativa para subsidiar essa dificuldade. Nesse contexto é
fundamental que os espaços de referência (sala de aula) tenham expostos recursos que
auxiliem nesta comunicação, como apoio em Libras, , expressões faciais, o uso de
pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos entre outros. Todos as crianças devem ter
contato e familiarizar-se com as diferentes formas de comunicação alternativa, visando
uma melhor comunicação.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES
As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de fenômenos naturais e
socioculturais. Desde muito pequenas, elas procuram se situar em diversos espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia e
noite; hoje, ontem e amanhã etc.). Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico (seu próprio corpo, os fenômenos
atmosféricos, os animais, as plantas, as transformações da natureza, os diferentes tipos de materiais e as possibilidades de sua
manipulação etc.) e o mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que conhece; como vivem e em
que trabalham essas pessoas; quais suas tradições e seus costumes; a diversidade entre elas etc.). Além disso, nessas
experiências e em muitas outras, as crianças também se deparam, frequentemente, com conhecimentos matemáticos
(contagem, ordenação, relações entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos, avaliação de
distâncias, reconhecimento de formas geométricas, conhecimento e reconhecimento de numerais cardinais e ordinais etc.) que
igualmente aguçam a curiosidade.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.44, 45)

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...


DESENVOLVIMENTO
(EI02ET01) Explorar e descrever A criança possui uma necessidade enorme de manipular diferentes objetos a fim de
semelhanças e diferenças entre as esgotar as possibilidades do mesmo. É nessa movimentação que compreendem o
características e propriedades dos mundo, fazendo descobertas. As suas demandas são exploratórias , investigativas...
objetos (textura, massa, tamanho). precisamos promover contextos que incentive-as a prestar atenção nas propriedades
dos objetos (água, terra, areia, farinha etc.), as suas características, destacando as
relações e conexões que as crianças fazem, às semelhanças e diferenças e também
situações de exploração de objetos de diferentes formatos e tamanhos.
(EI02ET02) Observar, relatar e Os fenômenos naturais tem o poder de provocar encantamento e intrigar as crianças
descrever incidentes do cotidiano e bem pequenas. Através de experiências em contato com o sol, com a chuva, com a
fenômenos naturais (luz solar, vento, terra molhada, com a areia seca, eles começam a questionar a diversidade e
chuva etc.). complexidade dos fenômenos naturais. É importante que as crianças tenham a
oportunidade de observar e vivenciar fenômenos naturais, propondo que observem e
descrevam, por exemplo, as características e movimentos do sol, da lua, das estrelas e
das nuvens, bem como das mudanças de tempo (frio e calor) em momentos de
brincadeiras, em atividades individuais ou pequenos grupos, mas também de falar de
outros que conhecem sejam através das histórias ou relatos que escutam. É preciso
apoiá-las a realizarem conexões e aprimorarem suas habilidades em formular
perguntas, relacionar informações, construir hipóteses e, com isso, ampliar seus
conhecimentos e suas experiências.

(EI02ET03) Compartilhar, com outras O ambiente natural representa mais do que apenas luz solar e ar fresco. Praças,
crianças, situações de cuidado de bosques e pátios cobertos de plantas, árvores, terra e grama são territórios de
plantas e animais nos espaços da encantamento. Brincar nesses lugares fascina o olhar, instiga a curiosidade e provoca
instituição e fora dela. envolvimento de corpo inteiro na criança. A natureza é espaço de exploração estética,
provocação dos sentidos e conhecimento ilimitado. Proporcionar oportunidades para
essa interação promove atitudes de respeito, cuidado e permanente interesse por
aprender, aprimorando habilidades que permitam ampliar suas noções e sua
compreensão sobre a diversidade de ambientes e as relações dinâmicas com o seu
entorno. Também podem interagir com os elementos da natureza nos quais possam se
responsabilizar por pequenas tarefas, como regar e cuidar das plantas utilizando
ferramentas como pá, regador, arado etc., alimentar animais e acompanhar o
crescimento de alimentos na horta, ampliando a compreensão que possuem sobre o
mundo social e natural.
(EI02ET04) Identificar relações As crianças começam a identificar e compreender as relações espaciais e temporais
espaciais (dentro e fora, em cima, através de suas ações e movimentos no espaço. É importante que possam vivenciar
embaixo, acima, abaixo, entre e do diferentes situações de exploração dos espaços escolares em diferentes contextos, seja
lado) e temporais (antes, durante e em suas brincadeiras livres, em duplas ou em pequenos grupos, e que possam se
envolver em desafios como, por exemplo, identificar pontos de referência para orientar
depois).
e mover-se no espaço, e descrever e representar caminhos e rotas considerando
diferentes pontos de referência. Essas ações servem para apoiá-las na identificação das
relações temporais e podem ser enriquecidas nas interações com os professores
quando trazem questões que os convidam a antecipar e descrever por exemplo o que
realizaram na escola desde a chegada até a saída numa ordem temporal .
(EI02ET05) Classificar objetos, Através das pesquisas as crianças têm a oportunidade de dar sentido às suas
considerando determinado atributo descobertas. Os jogos, em espaços organizados com diferentes materiais, ou mesmo ao
(tamanho, peso, cor, forma etc.). ar livre, em contato com diversos elementos da natureza motivam as crianças muito
pequenas nas suas investigações , assim como a escuta atenta e a observação do
professor proporcionam interações importantes, que podem enriquecer e potencializar
as suas experiências. Ao vivenciar práticas potentes com diferentes materiais e
participar de situações em que são solicitadas a nomeá-los ou agrupá-los de acordo
com seus atributos, possibilitamos desenvolver o pensamento lógico na infância, que é
essencial para construção do conhecimento.
(EI02ET06) Utilizar conceitos básicos Crianças bem pequenas experimentam o conceito de tempo através de suas sensações
de tempo (agora, antes, durante, internas e moldam o que está acontecendo no agora, no presente. A medida que
depois, ontem, hoje, amanhã, lento, crescem e vivenciam a vida cotidiana elas começam a usar algumas pistas externas para
rápido, depressa, devagar). antecipar eventos, como a experiência de uma criança que previa o horário da saída da
escola, por observar que o sol todos os dias tocava a ponta de determinada mesa na
sala próximo ao horário da saída , quando sentem o cheiro da comida do refeitório
sabem que a merenda será servida ou até mesmo quando percebem um professor
segurando um livro, esperam ouvir com certeza uma história. É importante que as
crianças bem pequenas tenham a oportunidade de vivenciar situações que abordem os
fundamentos do tempo, sejam convidadas a antecipar acontecimentos do cotidiano
escolar, conversar sobre momentos do seu cotidiano em casa, a brincar explorando
velocidades e ritmos, como depressa e lentamente, a visualização da passagem do
tempo (dias) através do calendário construído com eles. Também é importante que eles
possam conversar uns com os outros, em pequenos grupos, sobre suas experiências e
tenham diferentes oportunidades de participar da organização de eventos e festas
tradicionais, comemorar aniversários e determinados períodos importantes, seja da
cultura local, dos grupos familiares, bem como a comunidade escolar.
(EI02ET07) Contar oralmente objetos, As crianças desde muito pequenas, mesmo que de forma intuitiva mostram interesse
pessoas, livros etc., em contextos em contar os objetos ao seu redor quando brincam. Em suas explorações com objetos,
diversos. passam a considerá-los não apenas por suas qualidades, mas também por suas
quantidades, e se interessam em organizá-los em grupos ou conjuntos. “Em
experiências de contagem, eles costumam usar um nome para cada número e já
tentam usar o nome desses números em uma ordem fixa, ainda que não convencional
“(Rangel,1992). Neste contexto, é importante que as crianças bem pequenas tenham a
oportunidade de brincar com diferentes objetos para efetuar contagem oral .
(EI02ET08) Registrar com números a Quando falamos em registrar com números a quantidade com crianças bem pequenas é
quantidade de crianças (meninas e importante entender que o registro não precisa ser convencional, e a criança não
meninos, presentes e ausentes) e a precisa escrever com a mãozinha dela os números. Mas ela pode reconhecê-los e fazer
quantidade de objetos da mesma as devidas associações. Além disso, o registro de quantidades pode ser feito sem a
utilização dos números. Na hora de fazer a rodinha, as crianças podem contar quantas
natureza (bonecas, bolas, livros etc.).
pessoas estão presentes e quantos estão ausentes, e fazer associações entre
quantidade e o símbolo que representa aquela quantidade. O espaço de
desenvolvimento infantil é rico em possibilidades para contagem de objetos e registros
dessa quantidade: brinquedos de um mesmo tipo, blocos, peças, cadeiras, mesas,
mochilas, pessoas… É muita coisa. Dependendo do nível de desenvolvimento das
crianças, elas também podem realizar experiências em que o registro do número é feito
não somente com o símbolo matemático, mas também de outras formas.
(DMEI02ET01) Recitar oralmente a [...] Antes mesmo de contar objetos de uma coleção, ou de se interessar pela leitura
sequência numérica em práticas dos números, as crianças bem pequenas realizam a reprodução de sequências
sociais. numéricas orais em práticas sociais que valorizam o ritmo e a marcação do tempo.
Recitam os números, enquanto brincam de esconde – esconde, delimitando o tempo
para que todos achem um esconderijo; recitam os números, enquanto sobem uma
escada, pulam corda, fazem ginástica; recitam números em parlendas (Um, dois, feijão
com arroz; três, quatro, feijão no prato; ...), em cantigas (Um, dois, três, indiozinhos;
quatro, cinco, seis, ...). Essas práticas precisam ser valorizadas na atividade escolar, pois
são contextos lúdicos de socialização próprios da cultura da infância e contribuem para
o desenvolvimento matemático dos pequenos. ( Rangel, 1992).

(DMEI02ET02) Interagir com os signos “A interação com signos numéricos deve ser proposta em experiências pedagógicas de
numéricos. uma forma contextualizada, encorajando a iniciativa da criança em pesquisar a leitura
dos mesmos. Quando perguntamos às crianças: Para que servem os números? Elas,
geralmente, respondem "Para contar!". Pois bem, as atividades de leitura e escrita
numérica devem encorajar a criança a "contar" os signos dispostos na série intuitiva (1,
2, 3, 4, 5, ...), em séries numéricas a partir do 1, e não do zero, já que a contagem
começa sempre a partir do número 1. A criança, quando aprende a ler números
contando-os em um portador seriado, está realizando uma pseudo leitura e, ao mesmo
tempo, aprendendo um recurso útil para pesquisar os significados da escrita
numérica. Por isso, a importância de se criar um ambiente matemático, com diferentes
portadores que dispõem a escrita numérica de forma ordenada, como a amarelinha,
trilhas numéricas tipo caça ao tesouro, relógio analógico, calendário. Destacamos que
todos esses recursos dispõem os signos a partir do 1. Da mesma forma, o teclado do
computador, os dígitos do celular, ou o controle remoto, são dispostos em série a partir
do 1. Nesse sentido, enfatizamos que os cartões numerados para pesquisa no espaço
de referência (sala de aula) também deveriam começar pelo nº 1 e não pelo zero, para
que sejam úteis à pesquisa da criança. Assim, se ela quiser saber, por exemplo, o nº 8,
ela poderá realizar uma pseudo leitura contando os signos, a partir do 1, até chegar ao
8 e encontrar, com autonomia, a resposta desejada. [ ] Por isso, é recomendável que
manipulem signos confeccionados por diversos materiais (feltro, madeira, E.V.A,
palitos), produzam signos numéricos com massinha de modelar, façam registros
espontâneos sobre a areia, terra, chão, diferentes recursos. [. ] Nesse momento, pode -
se encorajar as crianças a pensarem no “lado” que cada número se posiciona, ou olha.
Elas podem descobrir, por exemplo, que o 1, o 2 e o 3, “olham” para o mesmo lado,
para a esquerda,enquanto que o 5 e o 6, “olham” para outro lado, para a direita, e o 8
“olha” para frente. A partir dessas considerações, conclui-se que o trabalho pedagógico
favorecedor da construção do número e do desenvolvimento matemático dos
pequenos não pode ser estruturado de forma linear, mas de forma dinâmica,
valorizando as práticas sociais próprias da infância, a ludicidade, e os desafios inerentes
da complexidade da vida cotidiana” ( Rangel, 1992). (Visualização dos signos
numéricos até 10).

(DMEI02ET03) Ter contato, com Crianças muito pequenas começam a entender as propriedades essenciais do sistema
diferentes portadores numéricos. numérico por meio de interações com pessoas , materiais e encontram números em
contextos sociais reais. “Para favorecer o processo de construção do número, é preciso
que a criança interaja em práticas sociais com os diferentes significados atribuídos aos
signos numéricos, ou seja, o significado e o sentido cultural do uso dos números na sua
vida. Afinal, os signos numéricos são utilizados não só para registrarem as quantidades
das coleções, mas são notações que marcam, ordenam ou nomeiam a placa de um
carro; o canal predileto de televisão; o tamanho da camiseta que vestimos; o tamanho
do calçado, telefone , calculadora, teclado do computador, o preço de um pirulito, do
chiclete ou da passagem de ônibus; etc... É, exatamente a interação com estas
significações que desperta na criança o interesse pelo conhecimento numérico. Estas
experiências fazem parte da vida cotidiana da criança e precisam ser valorizadas
pela escola. [...] Nessa perspectiva, é recomendável que, desde os primeiros dias de
aula, o professordisponha no espaço de referência (sala de aula) diferentes portadores
numéricos, envolvendo, ao máximo, a participação das crianças também na produção
de alguns recursos [...]”( Rangel, 1992).
(DMEI02ET04) Comparar pequenos Quando falamos em estimativa na infância, fugimos da ideia pré concebida que conduz
agrupamentos por estimativa. a respostas exatas e únicas. Estimar consiste em pressupor, formar uma opinião com
base num julgamento de valor aproximado. Um exemplo disso no cotidiano é quando
montamos dois pequenos agrupamentos de brinquedos e solicitamos para criança
estimar, onde ela acha que tem mais? Menos? Tem a mesma quantidade? Toda essa
experiência com crianças bem pequenas acontece de forma visual.
(DMEI02ET05) Seriar de três a cinco A seriação pertence às relações chamadas assimétricas, ou seja, são aquelas utilizadas
objetos posicionando-os de acordo ao seriar objetos considerando a ordem linear de grandeza desses elementos. Sendo
com as ordem linear de grandeza. assim, pode-se seriar objetos numa ordem do maior para o menor, do menor para o
maior, do mais grosso para o mais fino, do mais fino para o mais grosso, do mais
pesado para o mais leve e vice- versa, etc.
Segundo Rangel, “chamamos estas relações de “assimétricas” porque o motivo que nos
leva a aproximar um objeto B de um outro A colocado, por exemplo, numa série que vai
do menor ao maior, é que B é maior do que A e este não é o mesmo motivo que
permite aproximar A de B. (Rangel, pág. 110)” Desenvolver a noção de seriação desde a
infância através de experiências significativas é extremamente importante, pois é deste
modo que a criança aprende a sequência natural dos números, segundo Piaget. Ou seja,
a criança só constrói o quatro depois do um, do dois e do três, e depois do quatro
constrói o cinco, o seis. Apenas agindo e manipulando os objetos, a criança percebe
suas semelhanças e diferenças seriáveis.
(DMEI02ET06) Construir noções de Experienciar certos conceitos na infância é um passo importante para que as crianças
capacidade cheio/vazio, leve e possam lidar com situações cotidianas. Um exemplo disso é a noção de capacidade,
pesado. muito utilizada por exemplo em situações rotineiras, como fazer uma receita. Ao
propor experimentos significativos relacionados a capacidade as crianças poderão
ampliar seu conhecimento através de estimativas mensurando suas hipóteses em
relação a cheio, vazio e leve, pesado. Experiências como flutua ou afunda, uso da
balança de dois pratos, onde realizam a medida de massa.

(DMEI02ET07) Comparar grandezas e O cotidiano infantil revela grandezas e medidas, cada objeto presente possui um
medidas (tamanho, largura, altura, tamanho e/ou mede alguns centímetros. Muitas brincadeiras diárias possuem medidas
espessura e distância). como por exemplo o tamanho do brinquedo que a criança manipula. Através de
experiências lúdicas na infância possibilitamos que a criança construa a noção de medir
que significa comparar grandezas como grande, pequeno, curto, comprido, alto, baixo,
grosso, fino , perto, longe.
(DMEI02ET08) Perceber e nomear as Vivemos em um mundo repleto de formas e o olhar atento e investigativo é um dos
formas geométricas presentes em principais quesitos para conhecer e explorar o mundo à nossa volta. Por meio da
diferentes contextos. observação, a criança estabelece parâmetros significativos relativos aos objetos e a si
mesma . Ao explorar objetos como a bola por exemplo , é importante que as crianças
percebam que a forma da bola, por ser arrendonda , rola mais facilmente, enquanto a
forma da caixa de sapatos dificulta essse movimento. É preciso ampliar a percepção
das crianças em relação as formas geométricas , oferecendo exemplos e utilizando
sempre referências do cotidiano.
(DMEI02ET09) Explorar diferentes As crianças se relacionam com o ambiente e o percebem esteticamente investigando-
ambientes. os e reconhecendo-os. Ao oferecer condições instigantes em que possam vivenciar a
observação, apreciação e a expressão, o seu corpo se apropria inteiramente do espaço
e sua experiência vai sendo ampliada . É nesse sentido que enfatizamos a importância
de se oportunizar a exploração de diversos ambientes que permitam que crianças
interajam e expressem seus interesses, busquem o que desejam explorar, investigar e
conhecer, expandindo sua apropriação de mundo.
(DMEI02ET10) Explorar relações de As crianças são exploradoras implacáveis e aprendem por meio da simples observação
causa e efeito, na interação com o e da brincadeira. A partir da sua curiosidade elas começam a entender o mundo ao seu
mundo físico. redor e ficam intrigadas com o fenômeno da causa e efeito. As crianças percebem que
podem causar ações e reações. Por meio da observação simples, eles percebem que
podem fazer previsões a partir de ações como tingir, transbordar, misturar, mover e
remover e descobrir por que as coisas acontecem no dia a dia.
(DMEI02ET11) Explorar diferentes O brincar inaugura descobertas, pesquisas, investigações e questionamentos sobre o
materiais de largo alcance, a fim de mundo. É a principal atividade da infância e está presente em todos os momentos do
desenvolver a imaginação e dia. Existem inúmeros formas de brincar, com a natureza , com o corpo, com a arte,
criatividade. música, cultura, imitação, faz de conta, manipulação... a criança brinca com qualquer
coisa em qualquer lugar. Porém, é justamente na infância que se pode experienciar
formas de brincar mais desafiadoras e elaboradas. Nesse sentido , ao disponibilizar
materiais de largo alcance (brinquedos não convencionais) possibilitamos a criança criar
e recriar diferentes contextos para as brincadeiras. Sucatas , elementos da natureza,
objetos de uso diário como bacias, potes, peneiras, tubos, caixas, tecidos e utensilios de
cozinha são objetos versáteis que provocam a imaginação e convocam as crianças a
pensar sobre suas carcterísticas e sobre suas possibilidades representativas. O material
de largo alcance explorado e contextualizado pela criança hoje, não terá o mesmo
significado amanhã. Essa infinitude de possibilidades enriquece as brincadeiras e a
aprendizagem das crianças.
(DMEI02ET12) Valorizar fatos A família é o primeiro espaço de convivência e referência da criança, é o primeiro
importantes sobre seu nascimento e contato que temos com o mundo independentemente de sua configuração. Neste
desenvolvimento, histórias do seu espaço a criança aprende coisas básicas, desde se alimentar até coisas mais específicas
primeiro grupo social (família) e da como valores éticos, caráter e experiências afetivas. Nesse sentido é importante
valorizar essas pessoas que nos querem bem e reconhecer o espaço da criança nesse
sua comunidade.
contexto. A criança precisa vivenciar experiências que promovam o entendimento
sobre seu nascimento, a importância da família, sua historicidade, cultura, o papel de
cada membro dentro do ambiente familiar e o espaço em que habitam.
(DMEI02ET13) Conhecer e participar A cultura é a identidade de um grupo e o que faz com que ele seja único no mundo.
das diferentes tradições culturais, Podemos dizer que convivemos diariamente com essa diversidade cultural e suas
brincadeiras, lendas e costumes do múltiplas representações, como: costumes, tradições, folclores, brincadeiras, música,
seu local de convívio e outros. culinária, construções patrimoniais, museus, festas entre outros. Entender que existem
diferentes formas de pensar, sentir, viver e agir é importante para conhecer a própria
história e assumir uma postura respeitosa diante do outro. Isso precisa ser estimulado
desde a infância, para que a criança cresça empática e sem preconceito, o que contribui
para construção da sua própria identidade. Além de melhorar a maneira como as
crianças bem pequenas se relacionam com o outro, a familiaridade com as diferenças
faz com que ele olhe para si mesmo com mais respeito, uma vez que consegue
compreender melhor o seu modo de ser e o das pessoas ao seu redor.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: O EU, O OUTRO E O NÓS
É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão
descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras
experiências sociais (na família, na instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre si e
sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando-se como seres individuais e sociais. Ao mesmo tempo que
participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de
reciprocidade e de interdependência com o meio.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.42)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos Por meio da interação, as crianças pequenas, têm a oportunidade de observar as
outros, percebendo que as pessoas têm formas de comunicação e expressão dos outros em diversas situações,
diferentes sentimentos, necessidades e vivenciando os efeitos dessas ações sobre as pessoas. Dessa forma, aprendem a
maneiras de pensar e agir. ser sensíveis aos sentimentos e necessidades dos outros, percebendo que eles
apresentam esses sentimentos de maneira diferente, desenvolvendo assim
empatia. Nesse contexto, é importante que as crianças possam vivenciar
situações em que envolvam decisões coletivas que seja aceito a escolha da
maioria, bem como oportunizado momentos de interações positivas e
respeitosas, como, por exemplo, demonstrar respeito pelas ideias e gostos de
seus colegas. É importante que as crianças sejam acolhidas, respeitadas e
valorizadas em suas descobertas.
(EI03EO02) Agir de maneira independente, As crianças pequenas aprendem a agir de forma cada vez mais independente e
com confiança em suas capacidades, com confiança em suas capacidades na medida em que têm a oportunidade de
reconhecendo suas conquistas e limitações. tomar decisões e resolver problemas com autonomia. Nesse contexto, é
importante que as crianças possam viver situações diversas, nas quais tenham a
oportunidade de reconhecer seus esforços e conquistas, bem como os de seus
colegas, em situações individuais e coletivas. É importante que sejam envolvidos
em situações relacionadas à conquista de sua independência, como, por
exemplo, manifestar iniciativa na escolha de brincadeiras e materiais,
considerando seu interesse.
(EI03EO03) Ampliar as relações Ao terem oportunidades de interagir e compartilhar com outras crianças e
interpessoais, desenvolvendo atitudes de adultos em pequenos ou grandes grupos, as crianças pequenas aprendem a
participação e cooperação. ampliar suas relações pessoais, desenvolvendo atitudes de cooperação e
participação. Nesse contexto, é importante que possam vivenciar situações em
que valorizem fazer coisas juntos, dividir brinquedos e materiais e ter objetivos
comuns em experiências.
(EI03EO04) Comunicar suas ideias e Primeiramente é importante destacar a importância em validar e incentivar as
sentimentos a pessoas e grupos diversos. diferentes formas de comunicação das crianças, seja pelo corpo, pela música,
entre outras, desconstruindo a ideia de que a linguagem verbal deve ser a mais
valorizada na escola como forma de expressão e comunicação das crianças.
Sendo assim, à medida que evoluem em suas capacidades de linguagem e de
representação, as crianças pequenas ganham confiança e maior independência
nas suas formas de comunicar ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.
Nesse contexto, é importante oportunizar diferentes situações em que sejam
convidadas e incentivadas a se comunicar com independência e a fazer coisas por
si mesmas. É importante que elas expressem e reconheçam as diferentes
emoções e sentimentos em si mesmos e nos outros e que sejam valorizadas em
suas singularidades.
(EI03EO05) Demonstrar valorização das Por meio de diversas situações em que podem se expressar de formas variadas,
características de seu corpo e respeitar as observar as expressões e ações de seus colegas, descobrir seus gostos e
características dos outros (crianças e preferências, bem como perceber que possuem interesses e características
adultos) com os quais convive. semelhantes e diferentes de seus companheiros, as crianças pequenas aprendem
a valorizar suas características e a respeitar as dos outros, apreciando a
descoberta dessa diversidade.
Nesse contexto, é importante promover momentos em que as crianças possam
se envolver em situações de brincadeiras compartilhadas e vivências de
expressão e representação. Ter contato com sua imagem é importante para as
crianças, uma vez que todas essas vivências dão início à autodescoberta, uma
exploração que a permite perceber-se como alguém diferente do outro,
valorizando suas características e dos demais.
(EI03EO06) Manifestar interesse e respeito Ao valorizar seus costumes e compreender como estes contribuem e marcam sua
por diferentes culturas e modos de vida. cultura, as crianças pequenas criam um valor positivo frente às diferenças. Nesse
contexto, é importante que elas vivenciem em seu cotidiano um ambiente de
respeito e aceitação ao outro, reconhecendo e valorizando como positivas as
diferenças identificadas. Propor experiências relacionadas ao reconhecimento de
pessoas de sua comunidade, conversar com elas sobre o que fazem, ter a
oportunidade de conhecer outros grupos de crianças ou outros grupos sociais,
pesquisar suas tradições familiares, de modo a reconhecer elementos da sua
identidade cultural, estabelecer relações entre o modo de vida característico de
seu grupo social e o de outros grupos, conhecer costumes e brincadeiras de
outras épocas, colabora para que se interessem e respeitem as diferentes
culturas e modos de vida.
(EI03EO07) Usar estratégias pautadas no Nos diversos momentos de interação que vivenciam em seu cotidiano, as
respeito mútuo para lidar com conflitos nas crianças envolvem-se em situações de conflitos relacionais e todos esses
interações com crianças e adultos. momentos são importantes. Nesse sentido, é preciso criar oportunidades em que
as crianças façam uso de estratégias pautadas no respeito mútuo para resolver os
conflitos e incentivá-las a usar estratégias de diálogo é essencial.
Portanto, é importante garantir que vivenciem situações de interação em que
possam tomar iniciativa na busca por resolver os problemas relacionais que
aparecem, de forma cada vez mais independente onde possam perceber as
necessidades dos outros e buscar soluções que satisfaçam a ambas as partes,
para que possam também discutir em grupo situações-problema.
(DMEI03EO01) Integrar-se com os seus A boa interação entre crianças de diferentes faixas etárias, funcionários e
pares, com as demais crianças da instituição, ambientes é fundamental na construção de aprendizagens significativas. Por
funcionários e ambientes, a fim de trocar meio do convívio, eles trocam experiências, aprendem a se relacionar com o
experiências e vivências cotidianas. outro e constroem valores como cooperação, solidariedade e respeito. Para que
aconteça, é preciso incorporar ao cotidiano situações de interação entre todos.
Ao planejar momentos em que elas possam compartilhar saberes, não basta
pensar apenas na convivência no espaço de referência (sala de aula), deve-se
pensar para além. Que outros espaços oportunizar? Quais propostas vivenciar?
Se utilizar brinquedos, ter o cuidado de procurar aqueles que não sejam muito
específicos para uma faixa etária, mas que possam atender a todos ao mesmo
tempo. Em uma brincadeira de faz-de-conta, por exemplo, os mais novos têm o
hábito de imitar as atitudes dos maiores alargando sua experiência, ou o
inverso, a criança maior percebe que a mais nova é diferente dela e que, por
isso, tem algumas limitações que precisam ser respeitadas. A interação entre as
faixas etárias não é simples, requer planejamento, mas tem um potencial
enorme no desenvolvimento das crianças.
(DMEI03EO02) Conhecer os espaços da A possibilidade de fazer parte da vida coletiva nos espaços de desenvolvimento
unidade escolar possibilitando a autonomia, infantil tem um papel importantíssimo na aprendizagem das crianças pequenas. É
sentindo-se seguro (a) e acolhido (a). preciso promover vivências em que elas tenham oportunidade de conhecer os
diferentes espaços da unidade escolar.
Diante disso, é necessário pensar em experiências de convívio que acolha todas
as crianças em suas singularidades para que possam se sentir seguros e
reconheçam a escola como um lugar afetivo.
(DMEI03EO03) Adquirir hábitos de higiene, Os momentos de cuidado com o corpo são fundamentais como espaço de
identificando e utilizando os suportes brincadeira e relação individualizada entre professor e criança. Toda prática
necessários. voltada ao cuidado do corpo é educativa. Ao experienciarem cada hábito de
higiene de forma lúdica, as crianças também darão maior atenção a essas
atividades e, aos poucos, vão incorporá-las ao seu dia a dia. Dessa forma, eles
passarão a vê-las com mais naturalidade em vez de enxergá-las como uma
obrigação e um momento desagradável. Nesse contexto, é possível propor
diversas vivências, fazendo desses momentos uma oportunidade de muita
aprendizagem, ludicidade e afeto. Pois, para as crianças pequenas é importante
que despertem a atenção quanto a sua higiene pessoal em atividades diárias tais
como lavar as mãos e escovar os dentes, ganhando independência e autonomia
nesse processo, identificando e utilizando os suportes necessários de maneira
adequada.
(DMEI03EO04) Ter contato com alimentos Aprender a comer com prazer é um ato cotidiano que se constrói, com grande
saudáveis, experimentando e fazendo valor para exploração e a manipulação dos alimentos, assim como para realizar
descobertas. algumas preparações simples. O alimento como experiência está relacionado a
aprendizagem sensorial, ou seja, nenhuma criança consome sem que a
experiência de comer seja mediada por alguma sensação ou emoção. É muito
mais do que nutrição, envolve o encontro entre seres, alimentos, o
compartilhamento de histórias, afetos e culturas. Sentir e experimentar também
alimentos próprios de sua região é extremamente significativo, não só por trazer
valor, mas também recuperar e transmitir tradições e hábitos alimentares a
novas gerações.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS
Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças,
desde cedo, exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam-se, brincam e produzem
conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se, progressivamente, conscientes dessa
corporeidade. Por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se
comunicam e se expressam no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.42,43)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO

(EI03CG01) Criar com o corpo formas É importante que as crianças pequenas tenham oportunidades de se expressar
diversificadas de expressão de sentimentos, de diferentes maneiras, para que possam criar formas diversificadas de
sensações e emoções, tanto nas situações expressão, bem como conhecer seus interesses e suas sensações. Nesse
do cotidiano quanto em brincadeiras, contexto, é importante que as crianças pequenas possam participar de
situações, em que possam expressar seu mundo interno por meio da
dança, teatro, música.
representação de seus sentimentos, fantasias ou emoções, expressar e
comunicar suas características por meio de diferentes movimentos,
apropriando-se de diferentes gestualidades expressivas e construindo uma
imagem positiva de si mesmo.
(EI03CG02) Demonstrar controle e Na medida em que são apoiadas a pensar sobre a consequência de seus
adequação do uso de seu corpo em movimentos e comportamentos nas experiências de exploração e descobertas,
brincadeiras e jogos, escuta e reconto de as crianças pequenas aprendem a aprimorar suas habilidades corporais e a
histórias, atividades artísticas, entre outras adequar seus movimentos as suas intenções. Nesse contexto, é importante
proporcionar as crianças, experiências em que possam testar diferentes formas
possibilidades.
de controlar e adequar o uso do seu corpo, explorando o espaço e as qualidades
do movimento (rápido, lento, etc), a partir de estímulos diversos.
(EI03CG03) Criar movimentos, gestos, As crianças têm um forte interesse por se expressar por meio de movimentos,
olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e essa é a forma como exploram e descobrem o mundo, bem como adquirem uma
atividades artísticas como dança, teatro e diversidade de movimentos, ao longo do tempo, por meio de suas ações. O uso
música. do movimento para se expressar passa a ser mais uma linguagem de que as
crianças lançam mão para se expressar, comunicar e continuar suas explorações
e descobertas. Nesse contexto, é importante que as crianças pequenas possam
participar de situações relacionadas à criação de movimentos, gestos, olhares e
mímicas, e possam criar formas de expressar suas preferências, interesses e
necessidades, como também participar de situações em que reproduzem
apresentações de dança de diferentes gêneros e outras expressões da cultura
corporal, teatralizem histórias conhecidas, encenem histórias com bonecos,
fantoches ou figuras de sombras destacando gestos, movimentos, voz, etc.
(EI03CG04) Adotar hábitos de autocuidado Aprender a cuidar do corpo é uma conquista importante para crianças
relacionados a higiene, alimentação, pequenas. Conforme ganham consciência de si, passam a reconhecer-se como
conforto e aparência. sujeito ativo, capaz de criar e se cuidar com independência do outro.
O processo dessa aprendizagem ocorre, sobretudo, em situações de interação
com os professores, que lhes garantem um vínculo profundo e estável e, por
meio de uma escuta atenta e de suas observações, são responsivos às
necessidades e interesses das crianças, partilhando com elas situações
acolhedoras nas quais têm a oportunidade de aprender diferentes formas de
cuidar de si mesmas. As crianças pequenas, primeiramente se encantam com as
descobertas das ações que conseguem fazer e, na sequência, com a descoberta
de que podem fazer coisas sozinhas. Nesse contexto, aprender sobre o cuidado
com seu próprio corpo e valorizar suas ações de protagonismo e independência
nessas situações é uma importante conquista para as aprendizagens e o
desenvolvimento das crianças nessa faixa etária. Portanto, é importante que
elas tenham oportunidade de participar de experiências relacionadas à adoção
de hábitos de autocuidado, observando hábitos relacionados a cuidados básicos,
participando de situações em que reconhecem e fazem uso de noções de
cuidado consigo mesmas, como colocar o casaco ao sentir frio, limpar o nariz
quando está escorrendo, buscar água quando sente sede, ir ao banheiro quando
sente vontade, além de abordar atitudes a serem desenvolvidas, como
interessar-se por participar do cuidado dos espaços coletivos da escola, como o
banheiro e o refeitório.
(EI03CG05) Coordenar suas habilidades Durante os primeiros anos de vida, o corpo está em formação. Quanto mais ele for
manuais no atendimento adequado a seus utilizado, mais será desenvolvido. As experiências na infância e a manipulação de
interesses e necessidades em situações pequenos objetos do ambiente significam as descobertas no universo das
diversas. crianças pequenas. O desenvolvimento da coordenação motora seja ela ampla
ou mais refinada irá acontecer de forma natural e obviamente necessitará de
estímulos que se desenvolva dentro do esperado. Não existe melhor maneira de
se desenvolver, do que através da brincadeira. A coordenação motora se
apresenta de duas formas: a mais refinada quando as crianças aprendem a usar
os músculos das mãos, pulsos e dedos. Mas quando não são devidamente
estimuladas, podem ter dificuldades em pegar o lápis ou giz de cera para
(DMEI03CG01) Desenvolver a coordenação
desenhar, mover objetos com a ponta dos dedos, usar tesouras, amarrar
motora global. sapatos, dentre outras. A ampla determinada pelos movimentos musculares dos
membros maiores onde definem os movimentos mais habilidosos como correr,
saltar, subir escadas e chutar. Muito utilizado em atividades esportivas, e que
algumas crianças apresentam mais dificuldade nesses movimentos. Em síntese,
entendemos que ter uma musculatura firme, principalmente nas mãos, que
realizam movimentos mais delicados e precisos, quanto movimentos corporais
amplos, permitem que muitas tarefas do dia a dia sejam feitas com uma maior
facilidade e cuidado, além de serem utilizados a vida toda.

(DMEI03CG02) Desenvolver a coordenação Nossa vida é repleta de movimentos coordenados, e a coordenação visuomotora
visuomotora. está presente essencialmente em diversos momentos. Tarefas diárias como
escrever, se vestir, brincar, jogar bola, se alimentar e muitas outras dependem
esssencialmente desta coordenação, impactando diretamente a autonomia e a
consciência corporal da criança. Trata-se da integração entre as informações
visuais e os movimentos globais e específicos do corpo. Por exemplo, ela permite
a ação de recortar. Por meio dela, os olhos dizem ao cérebro como as mãos
devem se mover para acompanhar o contorno da figura ou até mesmo prestar
muita atenção nos movimentos que faz com as mãos para direcionar um cubo de
encaixe de forma a encaixá-lo no lugar certo. Em outras palavras, a adequada
movimentação dos membros (mãos e pés) em resposta aos estímulos e
informações captadas pela visão. Essa integração é bem complexa e envolve
vários sistemas relacionados ao neuropsicodesenvolvimento da criança.
(DMEI03CG03) Reconhecer e nomear as O corpo é explorado pela criança desde seus primeiros meses de vida. Ele é o
principais partes do corpo e suas funções. verdadeiro órgão da aprendizagem e a estrutura que serve de suporte para
aprendizagem. É o responsável pela captação das informações e pelo registro
delas, pois todo aprendizado passa por ele. É muito importante encorajar as
crianças a vivenciar e entender sua corporeidade de forma integral através da
ludicidade, para que possam construir um jeito de estar no mundo.
(DMEI03CG04) Construir e desenvolver a Ao nascer a criança ainda não possui uma imagem corporal definida, não
sua imagem corporal. consegue diferenciar o que pertence ao seu corpo, ao corpo de sua mãe ou ao
ambiente. Reconhece o mundo através da suas sensações físicas como dor, fome
e desconforto. Nessa fase para que a criança desenvolva sua autoimagem e
consiga separar o seu eu do ambiente é necessária adequada estimulação.
Durante seu crescimento suas capacidades motoras vão se tornando mais
complexas e a sua imagem corporal se modificando. Com a inserção da criança
pequena nos espaços de desenvolvimento infantil seu ambiente social expande e
os contatos sociais com os outros passa também a ter influência na sua imagem
corporal. Não é uma tarefa simples construir a imagem corporal na infância,
requer estímulos adequados, uma vez que a imagem corporal é a figura do corpo
humano formada na mente e envolve todas as formas que uma pessoa
experimenta e conceitua seu próprio corpo.
(DMEI03CG05) Desenvolver a percepção Ver, ouvir e sentir a chuva gelada batendo em sua mão ao mesmo tempo em que
visual, auditiva, tátil, gustativa e olfativa. sente o cheiro que ela deixa enquanto molha a rua . Se você sentiu alguma
dessas sensações e parece óbvio hoje em dia, é porque estimulamos muito
nossas habilidades durante a nossa educação infantil. Como já dizia Aristóteles:
“Não há nada no intelecto que não tenha passado pelos sentidos”. A todo
momento as crianças estão expostas a experiências sensoriais, seja por meio de
cheiros, seja por sons, sabores etc. A sinestesia em crianças é fundamental,
principalmente nos primeiros anos de vida, nos quais há a chamada plasticidade
neural, capacidade do sistema nervoso de reorganizar e modificar as suas
funções como reação à diversidade do meio. Nesse contexto é preciso cuidar e
também guiar as descobertas feitas pela criança por meio dos sentidos, é através
deles que conhecem o mundo tal e qual como é. Promover explorações em
diversos ambientes e o contato com diferentes materialidades potencializam a
sensorialidade infantil.
(DMEI03CG06) Desenvolver noção de
direção de seu corpo no espaço (lado
direito e esquerdo, frente e atrás).

O mais marcante nas crianças é sua energia, pois seus corpos vibram em tudo
que fazem, estão sempre de “corpo inteiro”. Conforme expandem sua
consciência corporal ampliam sua visão do espaço. Na infância, a organização
(DMEI03CG07) Desenvolver noção de espacial representa a capacidade de nos orientarmos e explorarmos o espaço,
distância de seu corpo no espaço tendo a nós mesmos como referencial (o próprio corpo). As noções de direção,
(longe/perto, longo/curto). distância e posição devem ser desenvolvidas a partir de experimentações, para
que sejam compreendidas de forma integral. No espaço, não existem direções
objetivas e predefinidas tais como “direita”, “esquerda”, “em cima”, “embaixo”,
“atrás” e “em frente”; essas direções definem-se de acordo com a ação do corpo
nesse meio (GONÇALVES, 2014). É fundamental dar oportunidades a criança para
que investigue o espaço e obtenha domínio sobre ele de modo que aprenda a se
localizar. Na medida em que se envolve em brincadeiras que estimulam os
(DMEI03CG08) Desenvolver noção de conceitos, desenvolve a noção espacial e amplia a ideia da própria dimensão
posição de seu corpo no espaço corporal.
(dentro/fora, acima/abaixo).
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: TRAÇO, SONS, CORES E FORMAS
Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, locais e universais, no cotidiano da instituição escolar,
possibilita às crianças, por meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e linguagens, como as
artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras. Com base
nessas experiências, elas se expressam por várias linguagens, criando suas próprias produções artísticas ou culturais, exercitando
a autoria (coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modelagens,
manipulação de diversos materiais e de recursos tecnológicos.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.43)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI03TS01) Utilizar sons produzidos por A música, tradicionalmente, insere as crianças em sua própria cultura e nos ritos
materiais, objetos e instrumentos musicais que dela fazem parte, como, por exemplo, as canções de aniversário, eventos ou
durante brincadeiras de faz de conta, festividades típicas das diversas regiões do país. Dessa forma, as crianças
encenações, criações musicais, festas. aprendem sobre si mesmas, seu corpo, sobre os outros e sobre a sua cultura.
Nesse contexto, é importante que elas vivenciem experimentos com a produção
de sons, que participem de situações em que confeccionem diferentes
instrumentos musicais de percussão, de sopro, de corda etc. com materiais
alternativos para utilizar em situações de brincadeiras cantadas com outras
crianças, que usem seus brinquedos sonoros ou instrumentos musicais para
participar de encenações ou criações musicais, vivências de dança etc., e contem
histórias usando modulações de voz, objetos sonoros e instrumentos musicais.
Tais experiências se revelam importante, pois as crianças se desenvolvem
musicalmente e aprimoram a capacidade de se expressar por meio dessa
linguagem, quando estão inseridas em contextos em que sejam valorizados a
apreciação e uso da linguagem musical.
(EI03TS02) Expressar-se livremente por Por meio de traços, pontos e formas, tanto bidimensionais como
meio de desenho, pintura, colagem, tridimensionais, as crianças podem expressar suas ideias e sentimentos em uma
dobradura e escultura, criando produções linguagem que as motiva e as engaja para realizar suas explorações e
bidimensionais e tridimensionais. descobertas sobre as coisas e o mundo à sua volta. Nesse contexto, é
importante que tenham a oportunidade de participar de diferentes situações
nas quais possam expressar-se, comunicar-se e divertir-se, ao mesmo tempo em
que exploram, investigam e fazem descobertas e conexões por meio de
desenhos, rabiscos, pinturas, construções, esculturas, colagens, dobraduras etc.
É interessante oportunizar experiências como, construir casas ou castelos de
cartas, de madeira, de panos e outros materiais, fazer dobraduras simples,
bonecas de pano ou de espiga de milho, construir uma estrutura com gravetos,
folhas secas, blocos, copos plásticos, embalagens de papelão, pintar usando
diferentes suportes (papéis, panos, telas, pedaços de metal ou acrílico) e
materiais (aquarela, tinta guache, tinta feita com materiais da natureza, lápis de
cor, canetas hidrográficas, esmalte de unhas), reconhecer a diversidade de
padrões de uso das cores em diferentes culturas e contextos de produção e usar
esse conhecimento para fazer suas criações no desenho, na pintura etc.
(EI03TS03) Reconhecer as qualidades do As crianças pequenas gostam de explorar, no contato com objetos e
som (intensidade, duração, altura e timbre), instrumentos musicais, os sons agudos e graves (altura), tocar forte ou fraco
utilizando-as em suas produções sonoras e (intensidade), produzir sons curtos ou longos (duração) e imitar gestos que
ao ouvir músicas e sons. relacionam com a produção de som. Por meio dessas iniciativas, se apropriam
com maior destreza da linguagem musical como forma de expressão e
comunicação. Portanto, é importante que as crianças tenham contato com
diversos sons de diferentes intensidades, durações, alturas, timbres etc. Esse
contato pode se dar por meio de brincadeiras em situações de exploração dos
ambientes à sua volta, procurando objetos e coisas que tenham sons diferentes
dos que já conhecem, bem como dançar conforme a música e as diferentes
manifestações sonoras, encontrar movimentos diferentes para expressar cada
uma delas, descobrir a reação dos diferentes tipos de som no seu corpo, criar
formas de se expressar por meio dos sons que seu corpo emite, que sua voz pode
criar, que são possíveis de serem compostos em duplas ou trios são situações
que engajam as crianças pequenas em suas descobertas e aprendizagens em
relação aos sons.
(DMEI03TS01) Conhecer, apreciar e A linguagem artística é uma forma diferente de se expressar por meio da arte e
respeitar diferentes linguagens artísticas. podem ser representadas de diversas maneiras como a música, poesia, dança,
teatro, cinema, pintura, literatura, história em quadrinhos, escultura, videogame,
grafite, fotografia. Sua principal função é agregar valor na vida e no trabalho
tanto dos artistas como das pessoas que admiram o trabalho. O que se pretende
é que as crianças tenham a oportunidade de conhecer , apreciar e aprender com
a arte de seu tempo e não apenas com a do passado. Tal qual como diz
Kohan(2003,p.63), “a infância é intensidade, um situar-se intensivo no mundo:
um sair sempre do seu lugar e se situar em outros lugares, desconhecidos,
inusitados, inesperados. Perceber essas complexas , instigantes e atuais
linguagens artísticas requer que tenhamos um olhar ressignificado em relação ao
que consideramos arte e ampliação do repertório infantil.
(DMEI03TS02) Explorar e identificar as A infância é marcada por descobertas e por uma relação corporal e sensível com
cores, suas tonalidades através da natureza o universo que se apresenta. É por meio das experiências e dos sentidos que a
e dos objetos do cotidiano. criança passa a conhecer aspectos da realidade. Quando a criança começa a ter
sua autonomia e explorar cada parte do ambiente em que vive, ela vai
descobrindo os elementos que fazem parte de seu cotidiano e assim vai
adquirindo conhecimento quanto às cores e sua diversidade de tonalidades. Na
natureza as cores estão distribuídas harmoniosamente e impregnadas de
simbologia e significados. Assim como as crianças as cores possuem beleza
própria e devem ser contempladas. Estão presentes no cotidiano e são
percebidas de diferentes formas pela criança como, um simples percurso até o
pátio da escola onde o olhar singular de cada criança revela as diferentes cores e
tonalidades das folhas de árvores caídas no chão. É preciso expandir e ampliar o
conhecimento das crianças sobre a diversidade de tons existentes no ambiente
através de experiências e explorações estéticas, onde o olhar de cada criança
será construído e respeitado, ou seja, “o céu não é só azul, ele é da forma como
cada criança vê”!

(DMEI03TS03) Ampliar possibilidades Falar em múltiplas linguagens é falar em possibilitar o desenvolvimento integral
expressivas do seu corpo através das da criança. Através das múltiplas linguagens, a criança expressa, comunica,
múltiplas linguagens. organiza, movimenta e imagina. As crianças a todo o momento estão fazendo uso
da linguagem, “tudo” é linguagem. É necessário e imprescindível que o direito da
criança de se manifestar em suas múltiplas linguagens seja garantido e
potencializado nas práticas pedagógicas desenvolvidas na educação infantil.
Possibilidades expressivas devem ser ressignificadas para além da folha de papel
A4, porque a arte é só no papel? “A arte na educação infantil lembra outros jeitos
de estar no mundo, de perceber as coisas, de experimentá-las e expressá-las;
jeitos por meio dos quais, com pedras, galhos, folhas, por exemplo, pode-se
desenhar na areia ou, ao contrário, jeitos de ser e estar em pedras, galhos, folhas
podem ser enterrados na areia, para ver o que acontecerá no outro dia” (Osteto
e Bernardes, 2016). Diante disso, se faz necessário entender que as múltiplas
linguagens estão presentes no cotidiano escolar e que, sobretudo na vida da
criança, são tão importantes quanto a linguagem escrita. Nesse sentido deve-se
oportunizar às crianças novas experiências e investigações com os materiais, sem
delimitar em desenho, pintura, escultura, mas trabalhando com a hibridização
das linguagens, fazendo “desenhuras” (desenho+pintura), “pintusenhos” (
pinturas + desenho), criando instalações de aromas, sons, sensações,
extrapolando qualquer referência que temos sob a denominação de “artes
visuais” indo além das linguagens tradicionais da arte.”(CUNHA 2017.p. 13) . A
expressividade na infância não se limita, não se controla! Algumas possibilidades
de expressão: Pinturas de hoje que podem ser utilizadas amanhã em outros
contextos; Colagem que vira suporte para desenho ou recorte; Arte híbrida
(hibridização de diferentes linguagens, mistura); Arte efêmera (aquela que se vai,
não é possível guardar e enviar para casa. Percebe-se a sua existência através de
registros realizados por fotografias); Arte Perene (que dura, é possível guardar);
Arte contemporânea (aquela que não responde, pergunta e está presente em
diferentes espaços da sociedade atual); Ressignificação das Releituras; Expressão
em diferentes planos: inclinado e na vertical; Instalações; Desenhos de
observação; Desenhos para além dos riscantes; Dramatização; Dança; Linguagem
fotográfica; A linha como linguagem em diferentes contextos; Expressões para
além da bidimensionalidade; Construção e construtividade com materiais
naturais e artificiais.
(DMEI03TS5) Ampliar o repertório musical As diferentes formas de arte podem contribuir muito para o desenvolvimento
infantil, e a música é certamente uma delas. A linguagem musical é muito
completa, expressiva, sensível e acaba tendo um papel especial no estímulo de
áreas específicas do cérebro, como as que beneficiam a cognição e o
desenvolvimento das crianças durante o seu crescimento. Quando os pequenos
têm contato com diferentes músicas, podem desenvolver algumas
características com certa facilidade, como a fala, noções de ritmo,
experimentação, reconhecimentos de escuta, coordenação motora e o
desenvolvimento do senso estético. O ponto de partida na ampliação do
repertório musical infantil é apresentar experiências musicais que contemplem
o interesse das crianças, pois reforça a visão da criança protagonista em todos
os contextos que ela faz parte. Em seu cotidiano, as crianças vivenciam uma
variedade de canções envolvendo a natureza, brinquedos, animais, entre outras.
É muito importante o professor escolher um repertório lúdico, diversificado
como o contato com músicas eruditas, folclóricas, de outras culturas, que
motive a criança a desejar interagir, repetir, para que assim ela construa o
conhecimento.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO
Desde o nascimento, as crianças participam de situações comunicativas cotidianas com as pessoas com as quais interagem. As
primeiras formas de interação do bebê são os movimentos do seu corpo, o olhar, a postura corporal, o sorriso, o choro e outros
recursos vocais, que ganham sentido com a interpretação do outro. Progressivamente, as crianças vão ampliando e enriquecendo
seu vocabulário e demais recursos de expressão e de compreensão, apropriando-se da língua materna – que se torna, pouco a
pouco, seu veículo privilegiado de interação.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.44)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e As crianças pequenas aprendem sobre a linguagem de forma gradual, quando
sentimentos sobre suas vivências, por meio experienciam contextos nos quais se envolvem de maneira ativa na tentativa de
da linguagem oral e escrita (escrita comunicar os seus desejos, pensamentos, sentimentos e ideias sobre suas
espontânea), de fotos, desenhos e outras vivências. Conforme têm a oportunidade de se expressar por meio de diferentes
linguagens, aprimoram e ampliam sua possibilidade de comunicação. Utilizar a
formas de expressão.
fala como meio de comunicação se aprende na interação com as pessoas mais
próximas, como a família e também na escola, com outras crianças, professores e
adultos que por lá circulam. Nesse sentido, é importante propiciar oportunidades
que auxiliam a criança a desenvolver a linguagem no sentido de compreendê-la e
utilizá-la adequadamente nas diversas situações comunicativas do cotidiano,
como respeitar sua vez de falar e escutando o outro com atenção. São pequenos
atos que colocam a criança em uma ação comunicativa que potencializa seu lugar
no mundo.
(EI03EF02) Inventar brincadeiras cantadas, As crianças pequenas gostam de jogar com a linguagem, se interessam por
poemas e canções, criando rimas, explorar seus sons, seus efeitos e intensidades. Mergulhadas em situações nas
aliterações e ritmos. quais conhecem canções, parlendas, poemas e histórias rimadas de forma
prazerosa e significativa, em contextos lúdicos e divertidos, se interessam por
brincar com a linguagem, desenvolvendo a imaginação, a criatividade e
potencializando o processo de escuta e compreensão da manipulação dos sons
da fala. Nesse contexto, é importante que as crianças pequenas tenham a
oportunidade de participar de situações que desenvolvam o hábito e o prazer por
escutar textos poéticos, recitar, brincar com canções, poemas, rimas e contos,
chamando a atenção para determinados aspectos, como a presença de sons
iniciais ou finais semelhantes em palavras que compõe uma música por exemplo,
além de participar de diferentes jogos de linguagem que ampliam a compreensão
sobre aspectos da língua.

(EI03EF03) Escolher e folhear livros, As crianças pequenas aprendem a gostar das histórias e dos livros a partir das
procurando orientar-se por temas e diferentes situações que vivenciam, nas quais têm prazer e atribuem sentido as
ilustrações e tentando identificar palavras diferentes narrativas. Ao participar de situações de escuta de histórias,
conhecidas. desenvolvem o hábito da leitura e o gosto pessoal por algumas narrativas. É
importante, que as crianças tenham acesso aos livros em diferentes momentos
do seu cotidiano, possam escolher, folhear, e explorar os que mais se identificam
fazendo suas investigações, brincando com seu enredo e realizando a
visualização de imagens e palavras familiarizadas por eles, bem como,
diferenciar a escrita de ilustrações e acompanhar, com orientação do adulto- -
leitor, a direção da leitura (de cima para baixo, da esquerda para a direita).

(EI03EF04) Recontar histórias ouvidas e Quanto mais próximos as crianças pequenas estiverem de experiências como
planejar coletivamente roteiros de vídeos e ouvir, recontar, planejar roteiros, encenações, personagens de forma coletiva ,
de encenações, definindo os contextos, os mais ansiosas ficam para compartilhar o que vibra da história no interior de cada
personagens, a estrutura da história. uma. Ao participar nessas situações, as crianças têm a oportunidade de se
apropriar das narrativas e se interessam por conversar e brincar com elas,
desenvolvendo sua imaginação e sua criatividade, ao mesmo tempo em que se
apropriam de noções da linguagem e da escrita. Favorecer que as crianças
possam ter um conjunto de histórias conhecidas, sobre as quais tenham
conversado acerca dos elementos da estrutura narrativa, identificando
personagens, cenários, trama e sequência cronológica, as apoia na construção de
novos roteiros, encenações e no despertar pelo prazer da leitura.
(EI03EF05) Recontar histórias ouvidas para As crianças pequenas interessam-se por criar histórias e também por ditá-las a
produção de reconto escrito, tendo o um professor, que as escreve. Ao recontar histórias, as crianças podem
professor como escriba. desenvolver a capacidade de recuperar um texto de memória, de atentar para a
sua linguagem, de controlar a velocidade da fala, de conscientizar-se sobre a
estabilidade de um texto e sobre a diferença entre o texto escrito e aquilo que se
fala sobre ele. Neste processo, ampliamos a compreensão da criança de que a
escrita representa a fala. É desejável que as crianças pequenas tenham a
oportunidade de escutar diversas vezes as mesmas histórias, de forma a se
apropriarem de elementos de sua estrutura narrativa e as incentive para que
recontem e/ou criem suas próprias narrativas, tendo o professor como escriba.
(EI03EF06) Produzir suas próprias histórias As crianças pequenas interessam-se por produzir suas histórias e por escrevê-las,
orais e escritas (escrita espontânea), em registrando-as de diferentes formas, pela escrita espontânea, ditando ao
situações com função social significativa. professor, desenhando, brincando de faz de conta etc. Ao ter a oportunidade de
produzir suas histórias e comunicá-las em situações com função social
significativa, reforçam sua imagem de comunicadores potentes e valorizam sua
criatividade. Nesse contexto, é importante que as crianças pequenas tenham a
oportunidade de explorar um repertório de histórias conhecidas que apoiam-nas
na criação de suas próprias narrações, que podem ser contadas nas mesmas
situações descritas anteriormente ou, ainda, que possam criar uma história de
aventuras, definindo o ambiente em que ela ocorre, e as características e
desafios de seus personagens.
(EI03EF07) Levantar hipóteses sobre As crianças pequenas aprendem sobre textos tendo diferentes oportunidades de
gêneros textuais veiculados em portadores ouvir, explorar e falar sobre diferentes gêneros textuais em diferentes
conhecidos, recorrendo a estratégias de portadores. A cuidadosa apresentação dos diferentes gêneros, em seus
observação gráfica e/ou de leitura. portadores, favorece a aproximação da criança aos chamados conceitos letrados,
que são aprendidos no contato com o mundo da escrita. Nesse contexto, é
importante que as crianças pequenas tenham a oportunidade de expor e
explorar a lógica dos diferentes textos e seus portadores, nomeando alguns de
seus elementos como capas, ilustrações, títulos, falando sobre sua estrutura,
personagens, ações, mensagens, estruturas gráficas e observar atitudes típicas
dos leitores, como buscar informações de ingredientes em uma receita, buscar o
título de uma história, etc.
(EI03EF08) Selecionar livros e textos de As crianças aprendem sobre os livros e os diferentes gêneros textuais a partir da
gêneros conhecidos para a leitura de um escuta de leituras e da exploração em suas brincadeiras. Essas experiências
adulto e/ou para sua própria leitura podem ser individuais ou em grupos, nas quais elas são convidadas a fazer uso
(partindo de seu repertório sobre esses social dos livros e textos. É importante garantir no cotidiano, diversas situações
de escuta e de conversa sobre os diferentes gêneros, criando o gosto e o hábito
textos, como a recuperação pela memória,
pela leitura, construindo um repertório de textos e suportes conhecidos,
pela leitura das ilustrações etc.). participando de situações em que são convidadas a falar sobre a estrutura dos
textos, identificando elementos gráficos, textuais, pois contribuem para que as
crianças desenvolvam o gosto pessoal por alguns livros e textos e tenham a
iniciativa de recorrer a eles de forma motivada.
(EI03EF09) Levantar hipóteses em relação à Crianças aprendem sobre a escrita quando apoiadas e incentivadas a se
linguagem escrita, realizando registros de comunicar fazendo uso da linguagem escrita. É essencial que a escrita esteja
palavras e textos, por meio de escrita presente na vida da criança antes mesmo que ela aprenda a escrever
espontânea. efetivamente. Quando a criança tem um contato prazeroso com o mundo
letrado, tudo flui muito melhor. Nesse processo, as situações em que são
convidadas a escrever ajudam a atribuir sentido à sua intenção de comunicação
escrita. Além disso, as situações em que refletem sobre o que escreveram são
relevantes para enfrentar questões com as quais se deparam ao perceber que
sua escrita não corresponde à escrita convencional. Um ponto muito importante
a ser ressaltado é que as experiências de escrita espontânea não podem ser
dirigidas pelo professor. A melhor maneira de colocá-las em prática é deixando a
criança escolher como vai conduzir, assim tem maior liberdade para fazer
tentativas despretensiosas, sem medo de errar. Isso possibilita a escrita
espontânea, ou seja, uma escrita livre, sem finalidades específicas. Isso não quer
dizer que a escrita espontânea não tenha um objetivo pedagógico, pelo
contrário, por meio dela a criança é capaz de alcançar muitos objetivos de
aprendizagem, como perceber a convencionalidade do sistema de escrita
(esquerda para direita e de cima para baixo). Tudo o que a criança escreve
enquanto está no processo de aprendizagem do código linguístico faz parte desta
escrita espontânea. Nesse contexto, o professor pode ajudar a estimular a
escrita de algumas formas: encorajar as crianças a compartilharem seus textos
com os colegas, incentivar debates e indagar sobre o que elas escreveram.

(DMEI03EF01) Realizar a escrita de palavras Aprender a escrever é um processo de desenvolvimento longo e a criança investe
simples através da correspondência muitos recursos para desenvolvê-lo e entendê-lo. Para ler e escrever, além da
letra/som. parte motora, há a parte cognitiva. A criança precisa compreender como a escrita
funciona, que escrever significa transformar os sons que compõem uma palavra
na sua forma ortográfica, ou seja, por meio de letras (ou grafemas). Nesse
contexto, é preciso ensinar explicitamente a usar as letras em situações da
escrita de palavras simples, propiciando momentos de reflexão sobre suas
denominações, ou seja, é preciso explicitar para as crianças o que precisam saber
e como fazer. Ao solicitar que a criança escreva a palavra BOLA por exemplo, é
preciso fazer refletir primeiramente em quantos sons (fonemas) possuem a
palavra e como posso representar com letras cada som. É importante oportunizar
experiências em que as crianças possam praticar a escrita em diferentes
contextos lúdicos.
(DMEI03EF02) Realizar a leitura de palavras Saber ler significa extrair o som de uma palavra. Tecnicamente isso significa fazer
simples em situações de brincadeiras. a decodificação grafofonológica de uma palavra, ou seja, converter uma
sequência de letras numa forma fonológica. Saber ler é diferente de
compreender. A rota fonológica é a responsável pela leitura de uma palavra
mesmo que ela seja desconhecida para criança, ou seja, é a rota responsável pela
decodificação grafema/fonema. Isso significa, que mesmo que a criança não
saiba o significado da palavra, ele irá conseguir ler devido aos seus
conhecimentos fonológicos. Nesse contexto, é importante oportunizar
experiências lúdicas de leitura de palavras simples, a fim de introduzir as crianças
no universo de possibilidades acerca da leitura.

(DMEI03EF03) Ampliar o vocabulário em Nosso repertório de palavras começa a ser construído ainda quando somos
situações cotidianas, apropriando-se de bebês, na primeira infância, e o desenvolvimento lexical melhora com o tempo,
novas palavras. com as experiências de vida e com as nossas aprendizagens. As crianças ampliam
seu vocabulário em diferentes ambientes onde encontram interação humana: na
escola, em casa, no parque, no clube, com os amigos. Nesse contexto, é preciso
conversar com as crianças pequenas em diferentes momentos do cotidiano
como, alimentação, cantar músicas, ler livros, estimular que relatem as coisas
que fazem em seu cotidiano. Quanto mais o ambiente escolar ajudar a
desenvolver o vocabulário, melhor será sua comunicação.
(DMEI03EF04) Nomear rapidamente figuras Uma das habilidades mais estudadas atualmente está relacionada a NOMEAÇÃO
(cores, animais, objetos, letras, números) AUTOMÁTICA E RÁPIDA. Nos dias atuais sabe-se que o cérebro possui áreas
em contextos diversos. específicas para várias funções e que a região occipital-temporal é uma área
onde se processa o reconhecimento visual, e onde se realiza a leitura rápida e
automática. Quanto mais automaticamente for feita a ativação dessa área, mais
eficiente é o processo de leitura. Na infância a Nomeação automática rápida
possui relação com as habilidades de decodificação, fluência e compreensão,
sendo considerada como preditivo de futuro sucesso na leitura. A precisão no
reconhecimento é facilitada quando estimulamos as crianças pequenas
nomearem rapidamente (com precisão) sequências de letras, figuras, cores e
formas. Nesse sentido, é preciso oportunizar experiências onde as crianças
possam brincar de nomeação, sendo desafiadas a nomear rapidamente
sequências de imagens e a se superarem em relação ao tempo. É importante
observar se a criança reconhece todas as imagens ( formas, cores, letras (sons) ,
números, animais , objetos, entre outros) para realizar a nomeação. Começar
com uma curta sequência de imagens e com o tempo estender.
(DMEI03EF05) Observar o traçado das letras As letras em caixa alta na infância são mais fáceis de serem aprendidas, pois são
em caixa alta e registrá-las diversificando formadas por linhas retas e simples de serem feitas. Quando a criança pequena
riscantes e suportes. está aprendendo a traçar letras, o cérebro está sendo estimulado a partir de
determinadas áreas simbólicas e motoras. O traçado em caixa alta fragmenta a
escrita, ou seja, é necessário tirar o lápis do papel, ao menos duas vezes, para
conseguir redigir, por exemplo, a letra “A.
Nesse contexto, é preciso ensinar a forma correta de traçar a letra utilizando
múltiplas entradas neurais (verbalização do traçado e sequência visuoespacial do
traçado). Fazendo uso primeiramente de experiências em que o corpo possa
sentir os movimentos, além de recursos que contribuem nesse sentido como, o
tabuleiro de areia, no chão com giz, na lixa, no desenho livre, uso do dedo com
tinta para escrever no papel, no cavalete, andar sobre a letra traçada no chão,
traçado com barbante ou outro material escrita na lousa etc. Por último o uso do
lápis, treino motor das letras sem exaustão. Lembrando: O nome da letra é
informado e não decorado.
(DMEI03EF06) Reconhecer e localizar o seu Desde o nascimento, o nome permeia a relação da criança com os que a cercam.
nome completo de forma escrita. Esta é uma palavra muito importante porque revela quem você é e tem valor
emocional. A descoberta dos nomes das crianças promove encantamento, a
consciência da sua existência e o seu sentido de pertença ao mundo. Esta é a
marca da sua vida! Quando alguém diz a uma criança: "Este é o seu nome
escrito", você está adicionando outro elemento ao quebra-cabeça. Expandir uma
(DMEI03EF07) Realizar a escrita do seu identidade através da escrita é algo extraordinário. (Ferrero, 2007, pp. 63-64)
nome com autonomia. Quando expostas aos nomes, as crianças começam a notar regularidades, como
(NÍVEL 3: PRIMEIRO NOME) letras idênticas aparecendo na mesma ordem, letras comuns entre um nome e
(NÍVEL 4: NOME COMPLETO)
outro, elementos que lhes dão expectativas iniciais do que está escrito. Por isso é
importante que a criança tenha contato com seu nome e que este esteja
presente em seu espaço de referência (sala de aula) todos os dias .
(DMEI03EF08) Diferenciar números de De acordo com estudos a criança pequena possui a capacidade de diferenciar as
letras. notações numéricas das alfabéticas na medida que tem contato com experiências
significativas em seu cotidiano escolar e em situações extraescolares. Embora
muitos dos conhecimentos notacionais sejam adquiridos espontaneamente a
escola pode desempenhar papel importante no desenvolvimento desses
conhecimentos, promovendo situações onde possam diferenciar números de
letras em diferentes contextos.
(DMEI03EF09) Reconhecer as vogais e O conhecimento do princípio alfabético inicia-se na educação infantil com
consoantes realizando a correspondência crianças pequenas, onde já estão inseridas em espaços letrados, sejam em casa,
grafema, fonema e articulema (letra- som- nas ruas ou ambiente escolar. Em seu cotidiano ficam curiosas por exemplo, ao
boca). perceberem que seu nome é composto por diferente letras. Quando ajudamos as
crianças possibilitamos que percebam que as letras representam a linguagem
falada e que existe uma relação organizada e lógica entre letras e fonemas.
Entretanto, tanto a ciência da leitura quanto a Neurociência, nos revelam que
seguir a ordem alfabética tradicionalmente não é a melhor forma de se
apresentar as letras para as crianças. Pois quando vamos pronunciar alguns
fonemas isoladamente existe uma complexidade em sua reprodução, diante de
outros fonemas mais simples como ffffffffffffff ou VVVVVV. Por esse motivo a
abordagem utilizada em nossa rede de ensino (Método Fonovisuoarticulatório-
Boquinhas ) inicia pelos fonemas mais simples:
1º Trimestre: A /E /I /O /U / L /P /V /T /M
2º Trimestre: B/N/F/D/C-QU/R/RR/G-GU-/J-GE-GI
3º Trimestre: S-CE-CI-Ç/X-CH/Z-ASA/ARA/NH/LH.
Acreditamos que esse é um bom caminho para começar a análise da fala e
conduzir a criança à descoberta do princípio alfabético. Ao fornecer pistas
articulatórias, as crianças consolidam mais facilmente a relação letra-som, pois os
fonemas são unidades abstratas da fala. Nesse contexto, ao propor experiências
com as letras e suas respectivas articulações é importante enfatizar que as “letras
falam”. Elas possuem um nome, uma boquinha e principalmente um barulhinho
(som). É preciso ampliar a experiência das crianças em relação as letras, seu som
e articulação com muita ludicidade.
(DMEI03EF10) Aprimorar habilidades O ato de ouvir ativo, atento e analítico está intrínsecamente relacionado com a
básicas, necessárias à percepção auditiva. aprendizagem, uma vez que garante ao indivíduo a eficiência na comunicação
oral e escrita, mesmo em situações poucos favoráveis, ruidosas ou em grupo. As
habilidades auditivas, no entanto, não estão prontas e disponíveis ao
nascimento. Ao contrário, vão se desenvolvendo de forma progressiva e
contínua, dependendo da integridade física e dos estímulos auditivos aos quais a
criança pequena é exposta. A audição é um sentido que se destaca entre os
outros, é o único que não descansa, não “dorme”, está sempre ativo. Vai além
de captar apenas os sons pelas orelhas, depois que recebe o som é o cérebro
quem vai processar essas informações, e a esse processo chamamos de
Processamento Auditivo (Central). Processamento Auditivo se refere ao conjunto
de habilidades auditivas que o sistema nervoso realiza com o objetivo de
“decifrar” os sons detectados pelo ouvido, ou seja, é a capacidade de receber os
sons, decodificá-los e devolvê-los a nível de compreensão. Para tanto, é preciso
oportunizar experiências por meio de jogos de escuta em que as crianças
desenvolvam a capacidade de detectar, discriminar, reconhecer, compreender e
localizar sons diversos, bem como perceber a intensidade, frequência e duração
de um som (sensação sonora) e armazenar diferentes estímulos sonoros
anteriormente apresentados (memória auditiva) através de diferentes contextos.
(DMEI03EF11) Desenvolver a memória Estimular a memória, além de ser muito importante para aprendizagem, também
visual de curto e longo prazo. pode ser muito divertido. Quando exercitamos a memória compreendemos
melhor as coisas, os fatos e acontecimentos. A memória visual ajuda
significativamente a desenvolver o pensamento e compreensão das crianças
pequenas. Ela pode se dividir em duas: a memória visual de longo prazo, que se
refere à capacidade de se lembrar de algo visto no passado e a memória visual de
curto prazo, que é a capacidade de se lembrar de algo visto recentemente. Nesse
contexto, é preciso propor experiências que potencialize o desenvolvimento da
memória visual, onde as crianças terão a oportunidade de aprimorá-la
lembrando mais facilmente das informações oferecidas.
(DMEI03EF12) Realizar o reconhecimento Nesta etapa as crianças pequenas costumam estar com as habilidades linguísticas
auditivo percebendo a presença ou ausência bem desenvolvidas e no cotidiano concentram-se no significado e na mensagem
do som das vogais e consoantes em palavras daquilo que está sendo dito. Apesar disso, a linguagem também tem outro lado:
oralizadas. sua forma e sua estrutura. Redirecionar a atenção do significado da linguagem
para a sua forma costuma ser difícil para as crianças nessa etapa de
desenvolvimento. Elas não estão habituadas a prestar atenção aos sons da fala, a
refletir de forma consciente sobre as partes da palavra oralizada, bem como a
presença ou ausência dos sons das letras. Nesse sentido, é preciso proporcionar
experiências por meio de jogos de linguagem em que a criança analise os
diversos sons dentro da palavra, percebendo a sua presença ou ausência.
(DMEI03EF13) Desenvolver a consciência de As pesquisas afirmam que as crianças pequenas geralmente possuem apenas
palavras. uma consciência muito vaga das palavras e de sua natureza, entretanto, elas se
apropriam do conceito de palavra na medida em que fazem uso em seu
cotidiano e são estimuladas a refletir sobre a sonoridade da fala. Desse modo, o
primeiro passo é levar a criança pequena perceber que as frases oralizadas são
formadas por palavras, ou seja, partes. Que essas palavras existem e fazem parte
do nosso cotidiano. Que nomeamos as “coisas” e esses nomes são palavras. Que
as frases oralizadas podem ser de diferentes tamanhos e compostas por palavras
de diferentes tamanhos. Nesse contexto, é preciso promover experiências por
meio de jogos de linguagem onde a criança possa desenvolver noções do que é
uma palavra dentro de uma frase, podendo manipulá-la oralmente sem a
presença da escrita. Para que aconteça, é essencial apresentar noções do que é
frase, dando exemplos de frases e palavras, bem como solicitar que elaborem
frases com as cenas, formem frases a partir das mímicas (ações), investiguem
palavras dentro das palavras, percebam a omissão de palavras numa frase,
completem a frase com uma palavra, contem palavras na frase e palavras que se
repetem em versos ou músicas, lembrando que os estímulos NÃO devem ser
acompanhados por palavras escritas, sendo único e exclusivamente oral.
(DMEI03EF14) Desenvolver a consciência As crianças pequenas possuem uma sensibilidade para perceber e reproduzir
silábica. oralmente as sílabas, mesmo que sem nenhum estímulo, isso ocorre porque as
sílabas são a menor unidade da fala que pode ser reproduzida, ou seja, nossa
oralidade é naturalmente segmentada em sílabas e não em fonemas, por
exemplo, quando falamos “fa-da” e não “f-a-d-a”. Apesar desta capacidade ser
inata ao cérebro humano, essa habilidade deve ser explicitada para criança
pequena, pois diferente das palavras às sílabas não tem significado e é provável
que a criança jamais tenha refletido sobre as mesmas. As sílabas podem ser
ouvidas e sentidas na medida em que propomos experiências por meio de jogos
de linguagem, onde a criança manipula as sílabas oralmente sem a presença do
apoio escrito, sendo exclusivamente oral. Neste sentido, é preciso possibilitar as
crianças pequenas momentos extremamente lúdicos onde possam compreender
que as palavras oralizadas são compostas por pedacinhos e podemos quantificar
de diferentes formas, principalmente utilizando o corpo.
(DMEI03EF15) Desenvolver a consciência de Podemos perceber que ao longo dos estímulos relacionados a natureza e
aliteração silábica acerca do som da sílaba arquitetura da língua, a atenção das crianças é direcionada inúmeras vezes a
inicial de determinada palavra. elementos cada vez menores. Aos poucos são levadas a perceber toda estrutura,
refinando cada vez mais sua compreensão. Quando falamos em aliteração
podemos dizer que vem sendo considerada como um recurso fônico de
intensificação, ou seja, contribui para sensibilização da escuta da criança em
relação a manipulação dos sons da fala. A palavra aliteração significa repetição da
sílaba ou fonema nas palavras. A aliteração se dá no início, meio ou final da
(DMEI03EF16) Desenvolver a consciência de palavra. Quando promovemos experiências em relação a aliteração, começamos
aliteração fonêmica acerca do som da letra pela silábica por ser de melhor compreensão e percepção para criança pequena,
inicial de determinada palavra. onde deve-se perceber o som dos pedacinhos (sílabas) que se repetem no início
das palavras. Na medida que a criança consolida este processo estendemos para
aliteração fonêmica, onde é preciso perceber auditivamente o som dos fonemas
que se repetem no início das palavras. Nesse contexto, a consciência acerca do
sons iniciais das palavras deve ser construída por meio de jogos de linguagem
onde a criança precisa compreender e relacionar figuras ou imagens que
possuem o mesmo som inicial sem o apoio visual da escrita.
(DMEI03EF17) Desenvolver a consciência de A consciência de rima direciona a atenção da criança pequena às semelhanças e
rimas acerca dos sons finais de palavras diferenças entre os sons finais das palavras. É a repetição de uma sequência de
expressas oralmente. sons a partir da vogal da última sílaba tônica do verso, ou seja, palavras que
possuem o mesmo som final. Quando perguntamos a uma criança, o que rima
com café? Temos como possível resposta xícara, pires. E com pé? Temos como
resposta sapato, meia... Por que recebemos da criança este tipo de resposta?
Muitas crianças vão pelo significado e não correlacionam ou realizam uma análise
nos componentes fonéticos da fala. Elas devem inibir o significado e focar na
forma, na semelhança do som que é ouvido! Também devemos nos atentar que a
criança vai ter muita dificuldade em falar rimas do que perceber, pois precisa
passar primeiro por um processo de sensibilização, onde se é exposta a rima,
para depois aprender a discriminar e por fim possuir a capacidade gerativa. A
criança não pode produzir algo (te devolver oralmente uma rima) se
auditivamente ainda não se familiarizou! Nesse sentido, primeiramente devemos
propor muitas experiências que exponha a criança a rima por meio dos jogos de
linguagem frisando bem os sons finais das palavras que rimam durante todos os
estímulos. Em sequência ensinamos a discriminar café rima com pente? E
finalmente pedimos para criar, falar coisas que rimam. “É preciso ampliar o
repertório da criança para que ela possa rimar”. Lembrando que ao estimular a
consciência de rimas não apresentamos palavras escritas.
(DMEI03EF018) Desenvolver a consciência Ao ter contato com diferentes letras e suas articulações a criança pequena
intrassilábica, a fim de perceber o processo precisa compreender que as sílabas são formadas pela união de sons, ou seja, são
de formação de cada sílaba (duas letras, compostas por duas boquinhas que podem ser vistas e
duas bocas, dois sons). sentidas, por dois sons que podem ser ouvidos e por duas letras que podem ser
vistas e traçadas, no caso das sílabas canônicas (sílabas simples). Entretanto a
análise da sua estrutura é extremamente importante, pois quando digo /MA/ M
com A não faz /MA/ faz EMEA , o nome de uma letra com o nome de outra letra
não forma uma sílaba. A letra tem um valor sonoro e por trás dela existe o SOM.
O som do /M/ junto ao som do /A/faz MA. O valor sonoro das letras é que vem
fundamentar a formação das sílabas.
“A CRIANÇA PRECISA VER A LETRA E ENTENDER O QUE ELA SIGNIFICA.”
“Nesse sentido, lemos o som da letra e não o seu nome”.
Quando o ensino se restringe ao nome da letra e no curso da leitura a criança lê
pelo nome da letra, ela não está lendo, está identificando o nome. Ela precisa
olhar para letra e compreender o fonema nela, decodificando o som da letra, a
letra é EME mais o seu som é /M/, desta forma arrasto um som ao outro e formo
uma sílaba. Promover experiências lúdicas na infância favorece a compreensão
da estrutura silábica.
(DMEI03EF19) Desenvolver a consciência A consciência fonêmica é o nível mais avançado de consciência fonológica.
fonêmica. Refere-se ao entendimento de que cada palavra é constituída de uma série de
fonemas, ou seja, é a capacidade de analisar sequencialmente os sons “dentro”
da palavra. O que se houve antes, depois e depois. Essa consciência é a chave
para a compreensão do princípio alfabético, pois os fonemas são as unidades de
som representadas pelas letras. Esta consciência tem um papel crucial para o
sucesso da leitura e da ortografia, porque são fundamentais para aprender a
decodificar e soletrar palavras impressas. Se as crianças entenderem
auditivamente que as palavras podem ser divididas em fonemas individuais e que
os fonemas podem ser misturados em palavras, elas são capazes de usar o
conhecimento da letra para ler e construir palavras. Nesse contexto, é preciso
propor experiências por meio de jogos de linguagem onde a criança perceba a
posição do som isolado dos fonemas nas palavras oralizadas. Onde os sons
estão? No início, meio ou final da palavra? Lembrando que os estímulos NÃO
devem ser acompanhados por palavras escritas, sendo único e exclusivamente
oral.
(DMEI03EF20) Ter contato com diferentes O termo Comunicação Alternativa e Ampliada (C.A.A.), é definido por outras
formas de comunicação alternativa. formas de comunicação além da modalidade oral, como o uso de gestos, língua
de sinais, expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto, símbolos
pictográficos, uso de sistemas sofisticados de computador com voz sintetizada,
dentre outros. A Comunicação Alternativa aqui apresentada pretende atender a
todos as deficiências, já que o material visual além de subsidiar as questões
linguísticas, pode também contribuir para a aquisição de conhecimentos de
forma geral, pois a criança com deficiência estimulada adequadamente pode
compreender o mundo que o cerceia. O nosso cotidiano é composto por
crianças com deficiência que compõe alguns grupos, os da Linguagem
expressiva, da Linguagem de apoio e Linguagem alternativa. O primeiro grupo
refere-se a crianças que compreendem a linguagem oral, tendo dificuldades na
fala por apresentarem problemas fono-articulatórios, devendo recorrer a outras
formas de comunicação. Já no segundo grupo estão crianças com atraso no
desenvolvimento da fala, que apresentam dificuldades, criança com sequela de
paralisia cerebral, com Síndrome de Down e outros, que pode utilizar-se de
recursos alternativos de comunicação temporariamente, apenas para
alcançarem-na. O terceiro grupo da linguagem alternativa engloba crianças com
grande defasagem na comunicação, como autistas, pessoas com deficiência
mental severa, surdos. Nesses casos se faz necessária a comunicação alternativa
para subsidiar essa dificuldade. Nesse contexto é fundamental que os espaços de
referência (sala de aula) tenham expostos recursos que auxiliem nesta
comunicação, como apoio em Libras, , expressões faciais, o uso de pranchas de
alfabeto, símbolos pictográficos entre outros. Todos as crianças devem ter
contato e familiarizar-se com as diferentes formas de comunicação alternativa,
visando uma melhor comunicação.
CAMPO DE EXPERIÊNCIA: ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES
As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de fenômenos naturais e
socioculturais. Desde muito pequenas, elas procuram se situar em diversos espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia e
noite; hoje, ontem e amanhã etc.). Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico (seu próprio corpo, os fenômenos
atmosféricos, os animais, as plantas, as transformações da natureza, os diferentes tipos de materiais e as possibilidades de sua
manipulação etc.) e o mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que conhece; como vivem e em
que trabalham essas pessoas; quais suas tradições e seus costumes; a diversidade entre elas etc.). Além disso, nessas
experiências e em muitas outras, as crianças também se deparam, frequentemente, com conhecimentos matemáticos
(contagem, ordenação, relações entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos, avaliação de
distâncias, reconhecimento de formas geométricas, conhecimento e reconhecimento de numerais cardinais e ordinais etc.) que
igualmente aguçam a curiosidade.
(Base Nacional Comum Curricular, 2017, p.44, 45)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E ENTENDENDO UM POUCO MAIS...
DESENVOLVIMENTO
(EI03ET01) Estabelecer relações de As crianças pequenas compreendem as características e propriedades dos objetos
comparação entre objetos, observando usando todos os seus sentidos em situações de exploração e investigação. As suas
suas propriedades. demandas no cotidiano são exploratórias, investigativas onde começam a construir
conclusões baseadas em suas percepções imediatas. Nesse contexto, é importante
que as crianças pequenas sejam incentivadas através de experiências a prestar
atenção nas propriedades dos objetos, as suas características, destacando as
relações e conexões que fazem em relação a tamanhos, pesos, volumes e
temperaturas.
(EI03ET02) Observar e descrever As crianças são exploradoras implacáveis e aprendem por meio da simples
mudanças em diferentes materiais, observação e da brincadeira. Gostam de perguntar sobre o que está acontecendo,
resultantes de ações sobre eles, em por que e como: “por que a chuva cai da nuvem? Por que o sol não aparece à
experimentos envolvendo fenômenos noite? Por que o coração bate mais rápido quando a gente corre?”. Suas perguntas
são intencionalmente uma busca de informações sobre algo, uma tentativa de
naturais e artificiais.
explicar aquilo que observam. A partir da sua curiosidade elas começam a entender
o mundo ao seu redor e ficam intrigadas por exemplo com o fenômeno da causa e
efeito, onde estabelecem relações levantando hipóteses. Nesse contexto, é
importante vivenciar situações , experimentos onde a criança pequena possa reunir
informações de diferentes fontes para descobrir por que as coisas acontecem e
como funcionam, como (ex.: observar a água em forma de gelo, a água líquida e o
vapor d’água), de formular perguntas (ex.: Por que o gelo derreteu?), de construir
suas hipóteses (ex.: Será que é porque está calor?), de desenvolver suas
generalizações (ex.: O sorvete também derrete quando está muito calor!), de
aprender um novo vocabulário (ex.: derreter, evaporar etc.), nas quais explicam o
efeito e a transformação na forma, velocidade, peso e volume de objetos, agindo
sobre eles, ou exploram algumas propriedades dos objetos, como a de refletir,
ampliar ou inverter as imagens, ou de produzir, transmitir ou ampliar sons etc., e
também tenham oportunidades de descrever o que observaram ou contar o que
aprenderam tendo o apoio do(a) professor(a) por meio de uma escuta atenta e de
um interesse genuíno em suas colocações.
(EI03ET03) Identificar e selecionar fontes O ambiente natural representa mais do que apenas luz solar e ar fresco. Praças,
de informações, para responder a bosques e pátios cobertos de plantas, árvores, terra e grama são territórios de
questões sobre a natureza, seus encantamento. Brincar nesses lugares fascina o olhar, instiga a curiosidade e
fenômenos, sua conservação. provoca envolvimento de corpo inteiro na criança. A natureza é espaço de
exploração estética, provocação dos sentidos e conhecimento ilimitado.
Proporcionar oportunidades para essa interação promove atitudes de respeito,
cuidado e permanente interesse por aprender, aprimorando habilidades que
permitam ampliar suas noções e sua compreensão sobre a diversidade de
ambientes e as relações dinâmicas com o seu entorno. Também podem interagir
com os elementos da natureza nos quais possam se responsabilizar por pequenas
tarefas, como regar e cuidar das plantas utilizando ferramentas como pá, regador,
arado etc., alimentar animais e acompanhar o crescimento de alimentos na horta,
ampliando a compreensão que possuem sobre o mundo social e natural. Além da
conservação, os fenômenos naturais tem o poder de intrigar as crianças pequenas.
Através de experiências em contato com o sol, com a chuva, com a terra molhada,
com a areia seca, eles começam a questionar a diversidade e complexidade dos
fenômenos naturais. É importante que as crianças tenham a oportunidade de
observar e vivenciar fenômenos naturais, propondo que observem e descrevam,
por exemplo, as características e movimentos do sol, da lua, das estrelas e das
nuvens, as mudanças de tempo (frio e calor), bem como mudanças de hábitos em
animais ou plantas influenciadas por mudanças climáticas, em momentos de
brincadeiras, em atividades individuais ou pequenos grupos, mas também de falar
de outros que conhecem sejam através das histórias ou relatos que escutam. É
preciso apoiá-las a realizarem conexões e aprimorarem suas habilidades em
formular perguntas, relacionar informações, construir hipóteses e, com isso,
ampliar seus conhecimentos e suas experiências.
(EI03ET04) Registrar observações, O cotidiano infantil revela grandezas e medidas, cada objeto presente possui um
manipulações e medidas, usando tamanho e/ou mede alguns centímetros. As crianças pequenas aprendem sobre as
múltiplas linguagens (desenho, registro medidas participando de situações em que tenham a oportunidade de observar,
por números ou escrita espontânea), em comparar e perceber as características de diferentes objetos e espaços em relação
ao seu comprimento, peso, capacidade e temperatura. A vivência dessas situações
diferentes suportes.
favorece com que construam relações, atribuam significado e façam uso de
expressões que as ajudem a se aproximar da noção de medidas e do registro
destas. Nesse contexto, é importante que as crianças pequenas tenham a
oportunidade de participar de situações do cotidiano, como, por exemplo,
culinária, sendo instigadas a resolver problemas envolvendo unidades de medida,
como quantidade de ingredientes ou tempo de cozimento. Também é importante
que possam ter a oportunidade de brincar livremente, tendo como recursos
objetos e ferramentas de medidas, convencionais ou não, a fim de estabelecer
distância, comprimento, capacidade (litro) e massa, além de participar de situações
de pequenos grupos, pares ou trios, nas quais são convidadas a resolver problemas
fazendo uso de unidades de medidas e registrá-las com o apoio do(a) professor(a).
(EI03ET05) Classificar objetos e figuras de Através das pesquisas as crianças têm a oportunidade de dar sentido às suas
acordo com suas semelhanças e descobertas. Os jogos, em espaços organizados com diferentes materiais, ou
diferenças. mesmo ao ar livre, em contato com diversos elementos da natureza motivam as
crianças muito pequenas nas suas investigações , assim como a escuta atenta e a
observação do professor proporcionam interações importantes, que podem
enriquecer e potencializar as suas experiências. Ao vivenciar práticas potentes com
diferentes materiais e participar de situações em que são solicitadas a nomeá-los
ou agrupá-los de acordo com seus atributos, possibilitamos desenvolver o
pensamento lógico na infância, que é essencial para construção do conhecimento.
(EI03ET06) Relatar fatos importantes A família é o primeiro espaço de convivência e referência da criança, é o primeiro
sobre seu nascimento e desenvolvimento, contato que temos com o mundo independentemente de sua configuração. Neste
a história dos seus familiares e da sua espaço a criança aprende coisas básicas, desde se alimentar até coisas mais
comunidade. específicas como valores éticos, caráter e experiências afetivas. Nesse sentido é
importante valorizar essas pessoas que nos querem bem e reconhecer o espaço da
criança nesse contexto. A criança precisa vivenciar experiências que promovam o
entendimento sobre a importância da família, seu nascimento, sua historicidade,
cultura, o papel de cada membro dentro do ambiente familiar e o espaço em que
habitam.
(EI03ET07) Relacionar números às suas As crianças pequenas aprendem sobre os números com base no conceito de
respectivas quantidades e identificar o permanência do objeto. Uma vez que compreendem que os objetos existem,
antes, o depois e o entre em uma passam a fazer explorações e investigações sobre eles em termos de quantidade. O
sequência. conceito de número é construído pelas crianças conforme exploram diferentes
materiais e buscam agrupá-los e contá-los. Nesse contexto, é importante que as
crianças pequenas tenham a oportunidade de brincar com diferentes objetos e
materiais em contextos significativos da vida cotidiana que envolvam experiências
que abordam a sequência numérica identificando o antes, o depois e o entre, além
de vivências que visam relacionar números com quantidades.
(DMEI03ET01) Contar oralmente As crianças desde muito pequenas, mesmo que de forma intuitiva mostram
utilizando diferentes recursos. interesse em contar os objetos ao seu redor quando brincam. Em suas explorações
com objetos, passam a considerá-los não apenas por suas qualidades, mas também
por suas quantidades, e se interessam em organizá-los em grupos ou conjuntos.
“Em experiências de contagem, eles costumam usar um nome para cada número e
já tentam usar o nome desses números em uma ordem fixa, ainda que não
convencional “(Rangel,1992). Neste contexto, é importante que as crianças bem
pequenas tenham a oportunidade de brincar com diferentes objetos para efetuar
contagem oral .
(DMEI03ET02) Registrar com números a Quando falamos em registrar com números a quantidade, entendemos que a
quantidade em contextos diversos. criança pequena precisa vivenciar práticas em que se utilize o registro
convencional. O espaço de desenvolvimento infantil é rico em possibilidades para
contagem de objetos e registros dessa quantidade através de diferentes riscantes e
suportes.
(DMEI03ET03) Recitar oralmente a [...] Antes mesmo de contar objetos de uma coleção, ou de se interessar pela
sequência numérica em práticas sociais. leitura dos números, as crianças pequenas realizam a reprodução de sequências
numéricas orais em práticas sociais que valorizam o ritmo e a marcação do tempo.
Recitam os números, enquanto brincam de esconde – esconde, delimitando o
tempo para que todos achem um esconderijo; recitam os números, enquanto
sobem uma escada, pulam corda, fazem ginástica; recitam números em parlendas
(Um, dois, feijão com arroz; três, quatro, feijão no prato; ...), em cantigas (Um, dois,
três, indiozinhos; quatro, cinco, seis, ...). Essas práticas precisam ser valorizadas na
atividade escolar, pois são contextos lúdicos de socialização próprios da cultura da
infância e contribuem para o desenvolvimento matemático dos pequenos. ( Rangel,
1992).

(DMEI03ET04) Interagir com os signos “A interação com signos numéricos deve ser proposta em experiências pedagógicas
numéricos. de uma forma contextualizada, encorajando a iniciativa da criança em pesquisar a
leitura dos mesmos. Quando perguntamos às crianças: Para que servem os
números? Elas, geralmente, respondem "Para contar!". Pois bem, as atividades de
leitura e escrita numérica devem encorajar a criança a "contar" os signos dispostos
na série intuitiva (1, 2, 3, 4, 5, ...), em séries numéricas a partir do 1, e não do zero,
já que a contagem começa sempre a partir do número 1. A criança, quando
aprende a ler números contando-os em um portador seriado, está realizando uma
pseudo leitura e, ao mesmo tempo, aprendendo um recurso útil para pesquisar
os significados da escrita numérica. Por isso, a importância de se criar um
ambiente matemático, com diferentes portadores que dispõem a escrita numérica
de forma ordenada, como a amarelinha, trilhas numéricas tipo caça ao tesouro,
relógio analógico, calendário. Destacamos que todos esses recursos dispõem os
signos a partir do 1. Da mesma forma, o teclado do computador, os dígitos do
celular, ou o controle remoto, são dispostos em série a partir do 1. Nesse sentido,
enfatizamos que os cartões numerados para pesquisa no espaço de referência (sala
de aula) também deveriam começar pelo nº 1 e não pelo zero, para que sejam úteis
à pesquisa da criança. Assim, se ela quiser saber, por exemplo,como se escreve o nº
8, ela poderá realizar uma pseudo leitura contando os signos, a partir do 1, até
chegar ao 8 e encontrar, com autonomia, a resposta desejada. Mais adiante,
quando as crianças já conhecerem os signos numéricos e os empregarem com
significação em seus registros de quantidades, podem ser, também, desafiadas a
refletirem sobre o "lado" da escrita numérica. Inicialmente, deve-se permitir que
explorem a forma da escrita do traçado numérico sem a preocupação precoce
com a definição do "lado" desta escrita. As crianças não aprendem o lado da escrita
numérica pelas correções sucessivas , mas pela pesquisa ativa desencadeada pelo
interesse e desejo de escrever os números no lado convencional. Isto ocorre
quando já são capazes de refletirem sobre as propriedades espaciais destes
traçados. Por isso, é recomendável que manipulem signos confeccionados por
diversos materiais (feltro, madeira, E.V.A, palitos), produzam signos numéricos com
massinha de modelar, façam registros espontâneos sobre a areia, terra, chão,
quadro, papel, explorando diferentes recursos, até que, conhecendo as
propriedades topológicas dos seus traçados, aflore a curiosidade sobre o “lado” da
escrita numérica. Nesse momento, pode -se encorajar as crianças a pensarem no
“lado” que cada número se posiciona, ou olha. Elas podem descobrir, por exemplo,
que o 1, o 2 e o 3, “olham” para o mesmo lado, para a esquerda,enquanto que o 5
e o 6, “olham” para outro lado, para a direita, e o 8 “olha” para frente. A partir
dessas considerações, conclui-se que o trabalho pedagógico favorecedor da
construção do número e do desenvolvimento matemático dos pequenos não pode
ser estruturado de forma linear, mas de forma dinâmica, valorizando as práticas
sociais próprias da infância, a ludicidade, e os desafios inerentes da complexidade
da vida cotidiana” ( Rangel, 1992).
(Signos numéricos de 1 até 30)
(DMEI03ET05) Ter contato, com Crianças muito pequenas começam a entender as propriedades essenciais do
diferentes portadores numéricos. sistema numérico por meio de interações com pessoas , materiais e encontram
números em contextos sociais reais. “Para favorecer o processo de construção do
número, é preciso que a criança interaja em práticas sociais com os diferentes
significados atribuídos aos signos numéricos, ou seja, o significado e o sentido
cultural do uso dos números na sua vida. Afinal, os signos numéricos são utilizados
não só para registrarem as quantidades das coleções, mas são notações que
marcam, ordenam ou nomeiam a placa de um carro; o canal predileto de
televisão; o tamanho da camiseta que vestimos; o tamanho do calçado, telefone ,
calculadora, teclado do computador, o preço de um pirulito, do chiclete ou da
passagem de ônibus; etc... É, exatamente a interação com estas significações que
desperta na criança o interesse pelo conhecimento numérico. Estas experiências
fazem parte da vida cotidiana da criança e precisam ser valorizadas pela escola.
[...] Nessa perspectiva, é recomendável que, desde os primeiros dias de aula, o
professor disponha no espaço de referência (sala de aula) diferentes portadores
numéricos, envolvendo, ao máximo, a participação das crianças também na
produção de alguns recursos [...]”( Rangel, 1992).
(DMEI03ET06) Comparar pequenos Quando falamos em estimativa na infância, fugimos da ideia pré concebida que
agrupamentos por estimativa e conduz a respostas exatas e únicas. Estimar consiste em pressupor, formar uma
correspondência (um a um). opinião com base num julgamento de valor aproximado. Um exemplo disso no
cotidiano é quando montamos dois pequenos agrupamentos de brinquedos e
solicitamos para criança estimar, onde ela acha que tem mais? Menos? Tem a
mesma quantidade? Para verificar suas hipóteses, a criança com a mediação do
professor irá realizar a correspondência biunívoca (um a um), onde cada elemento
de um grupo corresponde a um único elemento do outro reciprocamente, sendo
assim possível perceber a diferença entre eles.Toda essa experiência com crianças
pequenas acontece de forma visual com a utilização de diferentes recursos.
(DMEI03ET07) Seriar de três a cinco A seriação pertence às relações chamadas assimétricas, ou seja, são aquelas
objetos posicionando-os de acordo com utilizadas ao seriar objetos considerando a ordem linear de grandeza desses
as ordem linear de grandeza. elementos. Sendo assim, pode-se seriar objetos numa ordem do maior para o
menor, do menor para o maior, do mais grosso para o mais fino, do mais fino para
o mais grosso, do mais pesado para o mais leve e vice- versa, etc.
Segundo Rangel, “chamamos estas relações de “assimétricas” porque o motivo que
nos leva a aproximar um objeto B de um outro A colocado, por exemplo, numa
série que vai do menor ao maior, é que B é maior do que A e este não é o mesmo
motivo que permite aproximar A de B. (Rangel, pág. 110)” Desenvolver a noção de
seriação desde a infância através de experiências significativas é extremamente
importante, pois é deste modo que a criança aprende a sequência natural dos
números, segundo Piaget. Ou seja, a criança só constrói o quatro depois do um, do
dois e do três, e depois do quatro constrói o cinco, o seis. Apenas agindo e
manipulando os objetos, a criança percebe suas semelhanças e diferenças seriáveis.
(DMEI03ET08) Identificar relações As crianças pequenas começam a identificar e compreender as relações espaciais
espaciais (dentro e fora, em cima, através de suas ações e movimentos no espaço. É importante que possam vivenciar
embaixo, acima, abaixo, entre e do lado). diferentes situações de exploração dos espaços escolares em diferentes contextos,
seja em suas brincadeiras livres, em duplas ou em pequenos grupos, e que possam
se envolver em desafios como, por exemplo, identificar pontos de referência para
orientar e mover-se no espaço, e descrever e representar caminhos e rotas
considerando diferentes pontos de referência. Essas ações servem para apoiá-las
na identificação das relações espaciais e podem ser enriquecidas nas interações
com os professores.
(DMEI03ET09) Utilizar conceitos básicos Crianças pequenas experimentam o conceito de tempo através de suas sensações
de tempo (agora, antes, durante, depois, internas e moldam o que está acontecendo no agora, no presente. A medida que
ontem, hoje, amanhã, lento, rápido, crescem e vivenciam a vida cotidiana elas começam a usar algumas pistas externas
depressa, devagar). para antecipar eventos, como a experiência de uma criança que previa o horário da
saída da escola por observar que o sol todos os dias tocava a ponta de determinada
mesa na sala próximo ao horário da saída, quando sentem o cheiro da comida do
refeitório sabem que a merenda será servida ou até mesmo quando percebem um
professor segurando um livro, esperam ouvir com certeza uma história. É
importante que as crianças bem pequenas tenham a oportunidade de vivenciar
situações que abordem os fundamentos do tempo, sejam convidadas a antecipar
acontecimentos do cotidiano escolar, conversar sobre momentos do seu cotidiano
em casa, a brincar explorando velocidades e ritmos, como depressa e lentamente, a
visualização da passagem do tempo (dias) através do calendário construído com
eles. Também é importante que eles possam conversar uns com os outros, em
pequenos grupos, sobre suas experiências e tenham diferentes oportunidades de
participar da organização de eventos e festas tradicionais, comemorar aniversários
e determinados períodos importantes, seja da cultura local, dos grupos familiares,
bem como a comunidade escolar.
(DMEI03ET10) Construir noções de Experienciar certos conceitos na infância é um passo importante para que as
capacidade cheio/vazio, leve e pesado. crianças possam lidar com situações cotidianas. Um exemplo disso é a noção de
capacidade, muito utilizada por exemplo em situações rotineiras, como fazer uma
receita. Ao propor experimentos significativos relacionados a capacidade as
crianças poderão ampliar seu conhecimento através de estimativas mensurando
suas hipóteses em relação a cheio, vazio e leve, pesado. Experiências como flutua
ou afunda, uso da balança de dois pratos, onde realizam a medida de massa.

(DMEI03ET11) Perceber e nomear as Vivemos em um mundo repleto de formas e o olhar atento e investigativo é um dos
formas geométricas presentes em principais quesitos para conhecer e explorar o mundo à nossa volta. Por meio da
diferentes contextos. observação, a criança estabelece parâmetros significativos relativos aos objetos e a
si mesma . Ao explorar objetos como a bola por exemplo , é importante que as
crianças percebam que a forma da bola, por ser arrendonda , rola mais facilmente,
enquanto a forma da caixa de sapatos dificulta essse movimento. É preciso ampliar
a percepção das crianças em relação as formas geométricas , oferecendo exemplos
e utilizando sempre referências do cotidiano.
(DMEI03ET12) Explorar diferentes As crianças se relacionam com o ambiente e o percebem esteticamente
ambientes. investigando-os e reconhecendo-os. Ao oferecer condições instigantes em que
possam vivenciar a observação, apreciação e a expressão, o seu corpo se apropria
inteiramente do espaço e sua experiência vai sendo ampliada . É nesse sentido que
enfatizamos a importância de se oportunizar a exploração de diversos ambientes
que permitam que crianças interajam e expressem seus interesses, busquem o que
desejam explorar, investigar e conhecer, expandindo sua apropriação de mundo.
(DMEI03ET13) Explorar diferentes O brincar inaugura descobertas, pesquisas, investigações e questionamentos sobre
materiais de largo alcance, a fim de o mundo. É a principal atividade da infância e está presente em todos os momentos
desenvolver a imaginação e criatividade. do dia. Existem inúmeros formas de brincar, com a natureza , com o corpo, com a
arte, música, cultura, imitação, faz de conta, manipulação... a criança brinca com
qualquer coisa em qualquer lugar. Porém, é justamente na infância que se pode
experienciar formas de brincar mais desafiadoras e elaboradas. Nesse sentido , ao
disponibilizar materiais de largo alcance (brinquedos não convencionais)
possibilitamos a criança criar e recriar diferentes contextos para as brincadeiras.
Sucatas , elementos da natureza, objetos de uso diário como bacias, potes,
peneiras, tubos, caixas, tecidos e utensilios de cozinha são objetos versáteis que
provocam a imaginação e convocam as crianças a pensar sobre suas carcterísticas e
sobre suas possibilidades representativas. O material de largo alcance explorado e
contextualizado pela criança hoje, não terá o mesmo significado amanhã. Essa
infinitude de possibilidades enriquece as brincadeiras e a aprendizagem das
crianças.
(DMEI03ET14) Conhecer e participar das A cultura é a identidade de um grupo e o que faz com que ele seja único no mundo.
diferentes tradições culturais, Podemos dizer que convivemos diariamente com essa diversidade cultural e suas
brincadeiras, lendas e costumes do seu múltiplas representações, como: costumes, tradições, folclores, brincadeiras,
local de convívio e outros. música, culinária, construções patrimoniais, museus, festas entre outros. Entender
que existem diferentes formas de pensar, sentir, viver e agir é importante para
conhecer a própria história e assumir uma postura respeitosa diante do outro. Isso
precisa ser estimulado desde a infância, para que a criança cresça empática e sem
preconceito, o que contribui para construção da sua própria identidade. Além de
melhorar a maneira como as crianças bem pequenas se relacionam com o outro, a
familiaridade com as diferenças faz com que ele olhe para si mesmo com mais
respeito, uma vez que consegue compreender melhor o seu modo de ser e o das
pessoas ao seu redor.

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