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Espaços, materiais
e currículo
Vamos abordar como os espaços e ambientes revelam
concepções e práticas do projeto pedagógico e do
currículo de uma instituição de Educação Infantil.
Partindo dessa colocação, em quais ocasiões a criança está de fato envolvida em situações
geradoras de aprendizagem? Favorecemos situações comprometidas com a promoção de
aprendizagens ou estamos mais focados em “trabalhar” conteúdos?
A criança percebe tudo ao seu redor e se envolve nas brincadeiras com os cinco sentidos!
Assim, ao pensar em um espaço para crianças, devemos pensar em aspectos como:
diversidade de texturas, sons, cores, odores e luzes.
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Na Educação Infantil, o espaço é
parte primordial da ação pedagógica.
Ele deve, ainda, considerar as
necessidades básicas das crianças
como parte importante do currículo,
pois estas são promotoras de
bem-estar e desenvolvimento.
Planejar o currículo vivido na Educação Infantil — que se faz ouvindo as crianças — envolve
oferta de condições para situações de exploração a fim de que a criança se construa como
sujeito que pensa, imagina e cria, tanto em momentos coletivos como em momentos de
trabalho diversificado, realizado por grupos, ou em momentos de privacidade, em que ela
possa relaxar, imaginar e realizar explorações próprias.
Vamos conhecê-los?
“Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções,
sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões e questionamentos por meio
de diferentes linguagens.”
Para refletir
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Não se esqueça dos pontos importantes a seguir!
Que tal recorrer à prática para entender, ainda mais, os campos de experiências?
Abaixo, apresentamos três fotografias de uma atividade proposta por um docente
chamada “Vamos jogar boliche?”.
A partir das imagens, faça o exercício reflexivo das questões e responda a seguir.
Perceba que o docente planejou uma situação em torno de questões específicas, mas que
também surgiram oportunidades para desafiar as crianças e trabalhar outras aprendizagens.
Devemos observar, também, a importância de um local de apoio, como uma parede, de modo
que as crianças possam registrar as etapas do jogo, comparar os resultados, quantificar e
exercitar suas hipóteses sobre representação de quantidades.
Porém, para que as crianças aprendam, não basta planejar, separar os materiais,
organizar um espaço propositor e cuidar da segurança delas. É essencial, também,
que se pense na criança em ação, correndo ou brincando, interagindo o tempo todo
com o espaço e seus materiais.
Já sabemos que os ambientes não são neutros. Eles são organizados a partir das nossas
experiências e de como acreditamos que devem ser as relações que serão ali vivenciadas.
Para que você tenha mais elementos para a reflexão sobre espaços, materiais e currículo,
sugerimos que você assista ao vídeo “O brincar”. Observe os aspectos mencionados no vídeo,
refletindo sobre como as crianças interagem com o espaço e seus materiais e sobre os três
pontos importantes destacados pela BNCC e trazidos no início desse tópico: a experiência; os
campos de experiências; e as interações e brincadeiras como eixos estruturantes do currículo
e dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
a) qualidade;
b) diversidade;
c) intencionalidade pedagógica;
Agora, para complementar sua análise, acompanhe alguns comentários sobre o vídeo.
É possível perceber que a criança é vista como um sujeito de direitos, com suas necessidades
físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e sociais supridas. As imagens revelam um espaço
bem iluminado, amplo e arejado, que garante a mobilidade e o respeito ao protagonismo da
criança e aos direitos previstos na BNCC.
O espaço externo pode ser percebido como parte do trabalho educativo. O ambiente como
um todo foi configurado de maneira integrada e acessível, potencializando as interações e a
autonomia das crianças.
Além da qualidade em sua organização estrutural, a disposição de materiais dialoga com as
diferentes infâncias que ali circulam. Ressaltamos novamente a qualidade dos materiais e sua
posição ao alcance das crianças. Há forte presença de materiais não estruturados — blocos
de madeira, peças plásticas para encaixar e objetos reutilizados, como caixas plásticas, latas e
rolos de papel higiênico.
Na área externa, observa-se a existência de objetos como pás, bacias, baldes e caixa de areia
para brincadeiras com água, bem como objetos de parque, como escorregador e balanços
feitos de pneus reutilizados.
A intencionalidade docente fica evidenciada não apenas pela organização dos materiais nos
espaços, mas também pelo fato de que, nas situações, as crianças aparecem livres, brincando
sem um direcionamento de docentes, que atuam como observadores. Note que as crianças
mexem, pegam, sentem, interagem, experimentam o espaço e os materiais, aproveitando os
recursos disponíveis, que são diversificados, adequados às faixas etárias e compatíveis em
quantidade em relação ao número de crianças e ao tamanho do espaço.
Vamos lá?!
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A organização de ambientes na Educação Infantil