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As nove forças para

planejar ambientes
de aprendizagem
Para iniciar este tema, destacamos que um
espaço acolhedor e potente deve considerar
características que têm sido amplamente
pesquisadas e atualizadas. Elas nos ajudam
a concretizar um ambiente que esteja
efetivamente sintonizado com a concepção de
criança e com os direitos de aprendizagem
e desenvolvimento apresentados na Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), de 2017.

Interagir com estas referências nos possibilita rever concepções e práticas e realizar as
mudanças necessárias nas instituições em que trabalhamos. ​

Há muitas referências na literatura sobre este tema. Vamos começar compartilhando as


nove forças identificadas como características desejáveis na preparação de ambientes de
qualidade. As referências abaixo estão no livro “Crianças, espaços e relações: como projetar
ambientes para a educação infantil”, organizado por Giulio Ceppi e Michele Zini e publicado
pela Editora Penso.

Relação: esta força está associada ao que tratamos até o momento, ou seja,
à dimensão relacional dos ambientes, sua capacidade de favorecer muitas
conexões e interações entre pessoas adultas e crianças, entre as próprias crianças
e delas com os materiais.
Bem-estar global: esta força está relacionada ao convite que o espaço nos faz,
instigando-nos ou não a adentrá-lo, e ao que o ambiente nos comunica.

Comunidade: esta força está associada à capacidade do espaço e dos materiais


de promover experiências comunitárias, sociabilidade e valores compartilhados,
de fazer com que todos e todas (crianças, docentes, famílias e comunidade)
sintam-se bem-vindos e bem-vindas.
Construtividade: esta força está associada às possibilidades de pesquisa,
experimentação, transformando os espaços escolares em laboratórios
de construção.

Epigênese: esta força está relacionada ao potencial do espaço de permitir


que pessoas adultas e crianças realizem mudanças dos objetos e adaptações
constantes de acordo com sua intencionalidade.
Multissensorialidade: esta força está associada à riqueza das experiências
sensoriais (iluminação, cor, condições acústicas e microclimáticas e sensações
táteis), levando em consideração interesses e habilidades de cada criança,
respeitando sua individualidade, suas características, investigações e
descobertas com o corpo inteiro e seus sentidos.

Narração: esta força está associada à visibilidade dos processos de pesquisa


das crianças, revelados nas paredes.
Osmose: esta força está associada à possibilidade de trazer os elementos da
natureza e seus fenômenos, os sentidos humanos e a cultura local e global para
dentro dos espaços.

Normalidade significativa: esta força está relacionada à união de todas as


forças, gerando um resultado agradável, tranquilo, harmônico e belo, um espaço
que tem identidade, marcas e intenções.
Para saber mais

A fim de aprofundar os estudos sobre este tema, indicamos


o conteúdo abaixo.

O livro “Crianças, espaços e relações: como projetar ambientes para a Educação


Infantil” traz uma reflexão sobre os nove elementos que favorecem a aprendizagem
e servem como princípios para a organização dos espaços nas instituições de
Educação Infantil.

Hora de praticar

Pensando em um ambiente no qual todas as forças


estejam presentes — ou seja, que tenha normalidade
significativa —, pesquise uma imagem de um espaço de
Educação Infantil e faça uma análise sobre a presença ou
não desta força. Se você atua em uma escola de Educação
Infantil, pode utilizar uma imagem dela.

Indicamos, para a leitura da imagem, que você escreva suas percepções iniciais em papel ou
no formato digital. Em seguida, complemente a partir do que você aprendeu aqui sobre as
nove forças para planejar ambientes de aprendizagem e acrescente quais modificações
você realizaria para melhorar o ambiente.
Comentário sobre a prática​

Ao analisar um espaço sob a perspectiva da força normalidade significativa, precisamos


observar os aspectos listados a seguir.

• É atrativo no que se refere à disposição de mobiliário, objetos e materiais? Quais


características ou aspectos levam a esta conclusão?

• De que forma permite a mobilidade das crianças, a exploração de variadas brincadeiras e


processos investigativos?

• Reflete as marcas e produções das crianças?

• Contém elementos da natureza e da cultura local para exploração e pesquisa?

• Como favorece a construtividade?

• Quais aspectos revelam que o espaço estimula os sentidos das crianças?

• Possui iluminação e ventilação apropriadas?

• O que se percebe sobre como foi preparado visando possibilitar diferentes tipos de
relações, aprendizagens e agrupamentos?

• Quais características nos fazem notar que o ambiente promove bem-estar?

Importante!

Lembre-se de que, para colocar em prática a normalidade


significativa, é preciso considerar as outras oito forças e a relação
entre elas, de modo a favorecer experiências potentes, geradoras
de aprendizagens.
Chegamos ao final deste material, em que apresentamos as nove forças para você
identificar as características desejáveis de um espaço para crianças pequenas. Também
vimos que a forma como o espaço é organizado impacta nos processos de aprendizagem e
desenvolvimento das crianças.​

Esperamos ter contribuído para sua percepção do espaço como educador e estimulador de
criatividade, inventividade, descobertas e do brincar.

Na sequência do curso, iremos ampliar ainda mais nosso repertório, conhecendo outros
critérios relevantes para organizar um espaço promotor de integração, socialização,
autonomia e aprendizagens significativas para as crianças.
A organização de ambientes na Educação Infantil

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