Você está na página 1de 9

Ambiente

como parceiro.
pedagógico
Na temática anterior, refletimos sobre a importância da
interação das crianças com o espaço e seus materiais e
sobre os três pontos importantes destacados na BNCC: a
experiência; os campos de experiências; e interações e
brincadeira como eixos estruturantes do currículo e dos
direitos de aprendizagem e desenvolvimento.

Agora, vamos refletir sobre o conceito de ambiente como


parceiro pedagógico, tema relevante para o cotidiano da
Educação Infantil. Você já pensou sobre isso?

Podemos dizer que, na Educação Infantil, a professora ou o professor e a criança


educam e são educados. O ambiente é também um educador, por isso deve ser
pensado, ser acolhedor, além de favorecer a participação ativa, constituindo-se em
um espaço de desafios, descobertas e possibilidades para a criança.

Hora de praticar
Observe os espaços educativos com que você teve contato, podendo ser da instituição onde
você trabalha ou de experiências anteriores. O importante é analisar e refletir sobre eles para
propor alterações significativas, a partir de necessidades que você identificar.

Analise a sala na instituição onde você trabalha


como se estivesse olhando de cima: como está
distribuído o mobiliário? Quais materiais estão
acessíveis às crianças? Quais materiais são de
fácil acesso a professoras e professores? O que
se vê quando se olha as portas e as paredes da
sala? Atenção: caso você não atue em sala de
aula, pense em outras experiências em
espaços educativos.
Agora, pegue uma folha de papel e faça o desenho desse espaço, como se fosse uma
planta baixa.
Para você se inspirar, seguem alguns exemplos.

Baseando-se em tudo o que foi visto até agora, desenhe novamente essa sala, considerando
como ela deveria ser para proporcionar às pessoas adultas e às crianças as melhores
experiências pedagógicas. Você pode alterar, suprimir ou acrescentar outros móveis e
objetos, mas sempre pensando na inter-relação de espaço e ambiente.

Para saber mais

O termo espaço se refere ao espaço físico, ou seja, aos locais para a atividade,
caracterizados pelos objetos, pelos materiais didáticos, pelo mobiliário e
pela decoração.

Já o termo ambiente se refere ao conjunto do espaço físico e das relações que já se


estabelecem no mesmo (os afetos, as relações interpessoais entre as crianças, entre
crianças e pessoas adultas, entre crianças e a sociedade em geral). De um modo mais
amplo, poderíamos defini-lo “como um todo indissociável de objetos, odores, formas,
cores, sons, e pessoas que habitam e se relacionam dentro de uma estrutura física
determinada” (Lina Forneiro, 1998).
Observe esse novo desenho que você criou.

• O que você decidiu mudar? Por quê?


• Neste novo espaço, as crianças encontram variedade de objetos e materiais com os quais
possam criar, imaginar, construir e, principalmente, brincar umas com as outras?
• Essa nova organização do espaço promove a garantia dos direitos da criança,
considerando o seu protagonismo no processo de aprendizagem?

Importante!

É possível propor esse exercício também com crianças


de quatro a seis anos. Certamente, elas vão se envolver
e colaborar dando muitas pistas para a organização
desse espaço, de modo a transformá-lo em território de
explorações e descobertas — um verdadeiro educador.

Finalizamos este tema ressaltando, mais uma vez, a ideia


de que o espaço é promotor de relações e gerador de
experiências e aprendizagens que dependem de uma ação
pedagógica centrada na interação das crianças entre si, com
pessoas adultas e com a cultura, através de seus objetos
e materiais.
O nosso desafio é abandonar práticas pedagógicas que
silenciam e limitam as crianças e reconhecer a importância do
movimento e da exploração nos processos de aprendizagem,
capazes de acolher o imprevisível que emerge delas.
Recapitulando

Até aqui, apresentamos como é importante ter intencionalidade no uso de cada espaço e
material pedagógico para tornar enriquecedoras as experiências e vivências das crianças.
Nesse sentido, convidamos você a analisar as fotografias de espaços e ambientes abaixo,
refletindo sobre as seguintes questões:

Os espaços e materiais são favoráveis às experiências de qualidade das crianças?

A organização dos espaços e a disposição dos materiais favorecem a movimentação


das crianças?

Que aspectos observados por você precisam ser redimensionados ou


transformados?
Agora, acompanhe um comentário geral sobre cada um dos aspectos
levantados anteriormente.

Os espaços e materiais são favoráveis às experiências de qualidade das crianças?

Esperamos que você tenha compreendido que, na Educação Infantil, os momentos de


brincar e de aprender devem estar integrados e planejados de modo a proporcionar
múltiplas experiências além do contato com todas as linguagens, sem abrir mão dos
cuidados com segurança e saúde.

A organização dos espaços e a disposição dos materiais favorecem a


movimentação das crianças?

É esperado que você tenha entendido que as aprendizagens na Educação Infantil


dependem de organização dos espaços e disposição dos materiais que oportunizem
a brincadeira livre, o convívio/confronto com as diferenças, o deslocamento de
forma mais fluida, o lidar com convívios e confrontos planejados e pensados entre as
crianças.

Que aspectos observados por você precisam ser redimensionados


ou transformados?

Aqui, é esperado que você perceba a possibilidade de alternância entre momentos


de atividade e descanso, em grupo ou individuais, em áreas abertas ou fechadas de
modo a garantir o bem estar de todas e todos.
Fechamento

Parabéns! Você chegou ao final da seção A


organização dos ambientes como elemento
curricular! Nela, convidamos você a refletir
sobre a organização dos espaços como um
elemento curricular na Educação Infantil.

Compreendemos que os espaços de Educação


Infantil devem ser planejados de modo a
proporcionar multiplicidade de experiências.
Afinal, é nesse ambiente de aprendizagem que
as crianças vão se socializando e ganhando
autonomia. O conhecimento se constrói a cada
momento em que a criança tem a possibilidade
de explorar os espaços disponíveis para ela.

Partindo deste pressuposto, é necessário que a organização das propostas no espaço


assegure o reconhecimento das especificidades etárias e da utilização ampla dos espaços,
o direito a ser criança e ao reconhecimento da importância da sua participação ativa neste
processo.

Assim, evidencia-se o papel docente no planejamento e na organização de espaços e


materiais como promotores de aprendizagens, reconhecendo as instituições de Educação
Infantil como um ambiente heterogêneo, plural, rico em aprendizagens, brincadeiras, fantasia
e sonhos.

Esperamos que você tenha aproveitado essa unidade para ampliar seus
conhecimentos sobre espaços, ambientes e materiais de qualidade na
Educação Infantil. Saiba que, para a próxima seção, você deverá considerar
esses aspectos para refletir sobre materiais de qualidade na Educação
Infantil.

Não deixe de levar as reflexões e aprendizagens como guias na interação com os próximos
assuntos desta formação!
A organização de ambientes na Educação Infantil

Você também pode gostar