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17th August 2015 Cor, som e Movimento na Educação Infantil

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Cor, som e Movimento na Educação Infantil

Kerli Cristina Voese RUSCH - 348

RESUMO: Este estudo teve como objetivo as diversas possibilidades de aprendizagens na

educação infantil. Para que fosse possível atingir os objetivos propostos, realizou-se uma pesquisa
bibliográfica e em seguida algumas reflexões de como as práticas pedagógicas de caráter lúdico,
podem se tornar significativas para as crianças na educação Infantil. O brincar tem um papel
fundamental para desenvolver o imaginário infantil, pois através dos jogos e brinquedos a criança
expressa o mundo real, com seus valores, modos de pensar e agir. Pelo caminho da imaginação, a
criança explora e reelabora situações do seu cotidiano, experimenta diferentes papéis sociais e
novas situações. Sendo assim, o professor deve sermediador do conhecimento por meio da
ludicidade. Visto que o desenvolvimento da criança é totalmente influenciado pelo meio em que está
inserida e o conhecimento acontece de acordo com as experiências vividas sendo elas positivas ou
não, desta forma idealiza-se para as crianças um ambiente tranquilo, seguro e harmonioso para a
criança se desenvolver em sua integralidade. Através do presente trabalho foi possível verificar as
questões relativas ao uso dos jogos e brincadeiras na aprendizagem, compreendendo que a prática
pedagógica quando bem planejada, contribuirá no desenvolvimento da criança, reafirmando a
importância do papel do educador comprometido com o desenvolvimento social, cognitivo, físico e
afetuoso da criança, bem como o sucesso do processo de ensinoaprendizagem.

PALAVRAS-CHAVE: Criança; Educação; Lúdico.

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1 Introdução

A educação infantil representa a primeira experiência da educação escolar vivenciada pela

criança. É fundamental que se promova atividades pedagógicas que favoreçam o seu
desenvolvimento integral.
É necessário repensar quais as concepções sobre o modo de educar as crianças pequenas
nas escolas, pois elas necessitam de uma pedagogia sustentada nas relações, nas interações e em
práticas educativas, intencionalmente voltadas para suas experiências cotidianas e seus processos
de aprendizagem no espaço escolar.
Este trabalho intitulado Cor, som e movimento na educação infantil, sendo uma pesquisa
bibliográfica, visa contemplar a educação de crianças de 0 à 5 anos e as diversas possibilidades de
aprendizagens. Tem como objetivo refletir sobre a prática pedagógica, verificando como é possível
serem atividades significativas para as crianças e quecontemplem a ludicidade.
Compreendendo que a prática pedagógica quando bem planejada, contribuirá no
desenvolvimento da criança, reafirmando a importância do papel do educador comprometido com o
desenvolvimento social, cognitivo, físico e afetuoso da criança, bem como o sucesso do processo de
ensino aprendizagem.

2 Educação Infantil

Nos últimos anos a Educação Infantil tem avançado significativamente em nosso país, pois tem
dado margem para pesquisas e estudos a respeito de todos os ângulos que este tema envolve.
A constituição de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 auxiliaram para que
a educação infantil conquistasse seu espaço diante da comunidade científica e da sociedade e
assim fosse encarada com mais seriedade pelos gestores públicos.
Essa situação se fortaleceu quando se transformou em lei assegurada pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB), de acordo com a Seção II, do capítulo II (Da Educação Básica),
nos seguintes termos:
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem com finalidade o
desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: I – creches ou entidades equivalentes, para
crianças de até três anos de idade; II – pré – escolas para crianças de quatro a seis anos de idade.
A LDB estabelece os Municípios como responsáveis pela oferta da Educação Infantil, com o
apoio financeiro e técnico das esferas federal e estadual (capítulo IV, Da Organização da Educação
Nacional).
Embora esteja descrito e assegurado em lei, percebe-se que muitos municípios não estão
conseguindo ofertar o número de vagas de acordo com a demanda existente. Essa condição traduz
uma situação que vai de encontro ao que tanto se espera: uma educação de qualidade, haja visto
que a Educação Infantil significa muito mais do que simplesmente “cuidar”, ela ocupa a dimensão de
educar.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, de 2010, as
propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios: éticos – da
autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e
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às diferentes culturas, identidades e singularidades; políticos – dos direitos de cidadania, do

exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; estéticos – da sensibilidade, da
criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e
culturais.
Considerando esses princípios é possível compreender a complexidade e a relevância da
educação infantil para a sociedade. Assim sendo, a proposta pedagógica da Educação Infantil deve
ser séria e cuidadosamente elaborada, planejada de forma a abordar todos os eixos desses
princípios associado a uma metodologia lúdica, organizada, seguindo objetivos claros e coerentes.

2.1 Conceito de Criança

Criança pode ser definida como um sujeito social e histórico que está inserido em uma
sociedade que partilha de uma determinada cultura, sendo profundamente marcada pelo meio social
em que se desenvolve mas também contribui com ele (BRASIL, 2006).
De acordo com o RCNEI (1998) as crianças têm uma natureza singular que as caracteriza
como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito próprio. Para Carvalho (2013) é, nos dias
atuais, um sujeito social e histórico, cidadão portador e produtor de cultura e, segundo a autora, o
conceito de criança sempre existiu mas o conceito de infância não.
Conforme Spigel (1998, p.110) apud Bujes (2002):
A criança é um construto cultural, uma imagem gratificante que os adultos necessitam para
sustentar suas próprias identidades. A infância constitui a diferença a partir da qual os adultos
definem-se a si mesmos. É vista como um tempo de inocência, um tempo que se refere a um
mundo de fantasia, no qual realidades dolorosas e as coerções sociais da cultura adulta não
mais existem. A infância tem menos a ver com as experiências vividas pelas crianças (porque
também elas estão sujeitas às ameaças de nosso mundo social) do que com as crenças dos
adultos.

De acordo com Áries (1981), infância remete-se à criança, sendo a criança um ator social,
que participa da construção e da determinação da sua própria vida e da vida dos que a cercam. A
criança tem voz própria e deve ser ouvida, considerada com seriedade e envolvida no diálogo e na
tomada de decisões democráticas.
Vitória (2002) relata que a criança é um ser que cria, que recria, que atribui significados
diversos a diferentes contextos; é um ser dinâmico, atuante, curioso e aprendiz.
Porém, nem sempre foi assim. Na Antiguidade e na Idade Média a infância era vista como
uma herança do nascimento e, diante disso, tinha-se a crença de que a criança não necessitava de
educação e sim de cuidados e superproteção (VITÓRIA, 2002).
A partir do século passado, por volta dos anos 50, o conceito de infância começa a mudar e
se começa a dar importância ao desenvolvimento e à educação infantil, extinguindo-se,
gradualmente o conceito de infância como sendo herança do nascimento e de criança como um ser
passivo e dependente (VITÓRIA, 2002).
Na verdade a vida é repleta de aprendizagens, desde o nascimento e por toda a vida o
indivíduo está em constante aprendizado, descobrindo e aprendendo coisas novas seja no contato
com o outro ou nas interações com o meio. Essa relação de aprendizado é o que garante à pessoa a
sobrevivência e a integração na sociedade.

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A infância é a idade das brincadeiras, e é através delas que a criança faz as suas maiores
descobertas e aprendizagens. O brincar proporciona à criança a possibilidade de inventar,
experimentar, testar seus limites, e nesse momento a criança reflete, organiza, desorganiza, destrói
e reconstrói o mundo.
Através do brinquedo a criança inicia sua integração, aprende a conviver com outras
crianças, a dividir, a compartilhar, a situar-se frente ao mundo que a cerca, se preparando para o
futuro, vivendo seu presente. E nesse presente algumas necessidades, frustrações, são
desenvolvidas através do brinquedo.
Brincando ela vive seu cotidiano, sua realidade, sua fantasia. Seus desejos não realizáveis
são realizados através do brinquedo. Brincando ela aprende continuamente.
Desta forma, através do brinquedo a criança reflete momentos individuais na sua vida, suas
expectativas de dor, medo, perda, etc...O seu comportamento é manifestado diferente. No brinquedo
ela se imagina maior que a realidade. E é nesse faz-de-conta que são desenvolvidas várias de suas
potencialidades, entre elas imaginação, representação, ação, etc...
Segundo Kishimoto (1999, p. 62) “No brinquedo uma ação substitui outra ação, assim como
um objeto, substitui outro objeto.”
Assim, no ato do brincar, os espaços, objetos, significam para a criança outra coisa daquilo
que apresenta ser. Na brincadeira ela assume diferentes papéis e representações utilizando os
objetos substitutos.
Brincadeira é o divertimento típico da infância, é natural da criança, ela brinca quando é para
brincar e quando o adulto entende que ela não deveria brincar. A ludicidade é fundamental para o
desenvolvimento humano, pois está relacionada com a afirmação do “eu”.
É fundamental que o professor/educador conheça as características da faixa etária das crianças
com quem se relaciona seus desejos, limitações, observe, interfira e auxilie enquanto a criança
brinca. De nada adianta largar brinquedos para que a criança brinque sozinha, é preciso que ela seja
estimulada a brincar, a explorar diferentes brinquedos e nesse estágio é fundamental o olhar atento
do adulto, para que utilize da metodologia adequada para que as mesmas se desenvolvam de forma
agradável e feliz.
O brincar é um recurso que enriquece as relações sociais na sala de aula, e possibilita o
fortalecimento do vínculo entre quem ensina e quem aprende.
“O brincar da criança permite ao educador diagnosticar seu estagio de desenvolvimento, seus
desejos”(ANTUNES, 1998).
Brincar é a atividade mais importante na vida da criança, sendo segundo Almeida (2000, p.8)
"O brincar é uma necessidade básica e um direito de todos. O brincar é uma experiência humana,
rica e complexa”, sendo assim é extremamente importante que não somente o professor, mas todas
pessoas que convivem com a criança lhe deixem tempo para brincar, onde possam expressar seus
sentimentos, frustrações, medos, angústias, construir relações, aprendendo a dividir, fazer trocas,
enfim ser criança.
Segundo Moyles (2002) o brincar realizado em situações educacionais, além de proporcionar
um meio real de aprendizagem, possibilita aos adultos ter aprendizagens sobre as crianças e suas
necessidades, isto quer dizer que o brincar pode mostrar ao professor o que a criança já sabe e o
que ela tem condições de aprender, podendo através deste, mostrar um ponto de partida na
promoção de novas aprendizagens. Atualmente a maioria das escolas infantis trabalha com a

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metodologia de projetos, sendo que estes partem dos interesses da turma expressada em
brincadeiras ou nas ações cotidianas da escola.
Sendo assim, a educação infantil constitui a primeira etapa da educação básica, tem o dever
de estimular a autonomia e promover o desenvolvimento da criança de forma integral. As instituições
de educação infantil têm um papel socializador, permitindo o desenvolvimento da identidade das
crianças através da interação com adultos e outras crianças, brincadeiras e atividades pedagógicas.
O desenvolvimento infantil durante o processo de educação se dá de acordo com as
oportunidades vivenciadas pela criança. Os conteúdos pedagógicos devem ser explanados com
base nas vivências da criança, suas relações afetivas, bem como, experiências de interação com o
mundo.
De acordo com Machado (2004) para definir que atividades devem ser feitas é preciso fazer
escolhas e tomar decisões, sempre considerando as possibilidades e limitações e assim organizá-las
em forma de projeto. E ainda ressalta que “o caráter pedagógico na educação infantil não está na
atividade em si”, quer dizer que não se trata de utilizar jogos, atividades pedagógicas e nem de
montar rotinas com atividades, mas depende da postura do adulto em relação à atividade que
propõe. A autora ainda defende que a função maior da educação infantil é promover e assegurar o
bem-estar, o crescimento e o desenvolvimento de bebês e crianças, sempre respeitando sua cultura
e ampliar as fronteiras do aprendizado, apoiar as iniciativas e incentivar a brincar, imaginar,
expressar pensamentos. Também devem ser atendidas em suas necessidades e auxiliadas nas
atividades.
Desse modo, o projeto pedagógico na educação infantil deve focar-se nas intenções que são
demonstradas em ações e interações entre todos os sujeitos da educação infantil (criança,
educadores e pais), e não somente em roteiros de atividades especificas.
Algumas atitudes, como ouvir com atenção todas as crianças, as suas explicações, respeitar
suas produções, equipar o ambiente com tipos diferentes de brinquedos, misturar os agrupamentos
em algumas situações, gerar possibilidades para as crianças entrarem em contato com sua cultura,
historia a sua cidade, da sua família, com a natureza, são exemplos de como o projeto pedagógico
não visa somente o programa de atividades, mas sim, fornecer estrutura para que os bebês e
crianças possam interagir com os colegas e educadores e aprender com essas experiências.
A educação infantil é dever do estado e toda a criança, desde bebê, tem direito a profissionais
comprometidos, sendo função do adulto propiciar diferentes atividades que o façam pensar,
expressar-se, brincar e divertir-se enquanto criança.
A escola proporciona à criança que ela se torne cada vez mais independente, segura e capaz
de tomar iniciativa, ampliando a sua autonomia, pois é no convívio com o outro que ela aprende a
escolher, posicionar-se frente aos diversos desafios, aprende a lidar com o NÃO, e aprende sobre
seus direitos e deveres.
“Na escola, ela tem a oportunidade de aprender a brincar com crianças da sua idade, exercitar
a capacidade de imaginar, criar e dar vazão à fantasia, pois, como ser simbólico, vivencia o mundo
mágico do faz de conta e, ao brincar, internaliza e expressa práticas culturais que observou no
mundo real que a cerca. A imitação do outro é a forma através da qual ela aprende, ao conhecer e
apropriar-se inicialmente do próprio corpo e, mais tarde, do mundo das ideias”. (PROENÇA, 2004, p.
14)

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O professor deve proporcionar à criança atividades desafiadoras, onde ela possa observar,
comparar, formular hipóteses, expressar suas ideias, descobertas, conclusões, confrontá-las com as
do outro, e assim amplia a sua aprendizagem.
Ao fazer o planejamento cabe ao professor ter sensibilidade para adequá-lo para a idade
(flexível), características e necessidades das crianças, mas é importante que ele não se esqueça de
considerá-las CRIANÇAS com necessidades físicas, emocionais e que estão em constante evolução
em busca de sua autonomia, identidade, construindo a sua personalidade.
“Nesse espaço de educação, ela pode conhecer, construir e adquirir conhecimentos
necessários para a sua ação na sociedade, significando-os conforme suas experiências anteriores e
aprendendo a aprender”. (PROENÇA, 2004, p. 14)
A rotina é fonte de segurança e previsão do que vai acontecer para o professor e para o
aluno, pois norteia, organiza e orienta a sequência das atividades diminuindo a ansiedade,
produzindo uma organização interna na criança. Cabe ao professor refletir e planejar de acordo com
a turma, com as necessidades e interesses dos seus alunos. E segundo Proença (2004, p. 15) “a
rotina estruturante permite que o educador baseie-se no previsível para lidar com o inesperado,
estruturando a intencionalidade da sua ação e exercitando o seu papel de mediador de situações
pedagógicas que possibilitem o desenvolvimento e aprendizagem da criança”.
De acordo com Barbosa, Fernandes (2012, p. 10) “o planejamento, como entendido no
sentido de preparação e organização do espaço, dos materiais, dos pensamentos, das situações e
das ocasiões para a aprendizagem. Isso permite o intercâmbio entre os três protagonistas e
parceiros interativos da escola: crianças, educadores e família. Essa ideia de planejamento a partir
de um currículo emergente está implicada, fundamentalmente, com a imagem que temos das
crianças. Isso significa dizer que, somente a partir de uma imagem de criança rica e competente,
vista como um sujeito que possui direito de participação, e não apenas necessidades, é possível
produzir outros sentidos para a construção de currículo emergente”.
Pensando em oferecer atividades diversificadas para as crianças da educação infantil, surgiu
o projeto Cor, som e movimento, que visa verificar as questões relativas ao uso dos jogos e
brincadeiras na aprendizagem, compreendendo que a prática pedagógica quando bem planejada,
contribuirá no desenvolvimento da criança, reafirmando a importância do papel do educador
comprometido com o desenvolvimento social, cognitivo, físico e afetuoso da criança, bem como o
sucesso do processo de ensino aprendizagem.
Sendo a escola o espaço de encontro, lugar para aprender a viver, compartilhar o cotidiano, e
é nesse convívio democrático que as crianças aprendem a conviver e resolver conflitos, socializam e
trocam idéias na busca de soluções, sendo essa socialização fundamental para a criança.
Ensinar a ser criativo, a ter consciência crítica é uma arte que deve ser aplicada desde cedo
com as crianças, a interdisciplinaridade é fundamental pois assim a escola estabelece vínculos e
relações entre as disciplinas e os interesses das crianças.
Na educação infantil, a criança aprende a conviver com outras pessoas, aprende a ser ela
mesma, vive um momento privilegiado de aprendizagens, único em seu acontecer. O momento em
que acontece pela primeira vez, distingue-sedos demais atos porque não pode tornar a ser
aprendido. A primeira vez é insubstituível em seu acontecimento corporal único e singular pela
intensidade da expectativa, da novidade, do inusitado, sendo assim, a aprendizagem modifica-se e
aprimora-se a cada novo momento, desafiando a criança a pensar e agir.

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Acompanhar as aprendizagens das crianças pequenas exige o exercício de distanciar-se dos

conceitos e ideias estabelecidos culturalmente e pensar na magia da infância, na pureza das ideias,
da imaginação e do mundo propriamente delas, das crianças. E isso só é possível se entrarmos
literalmente neste mundo mágico, imaginário, através da afetividade com emoção e sensibilidade,
encantar-se com as descobertas infantis, deixando de lado o certo e o errado. Isso pode significar a
desconstrução do que fazemos e trazemos como certeza sobre educação e processos de
aprendizagem na infância.

3 Cuidar e Educar as Crianças

Cada um de nós, ao chegar no mundo, vai singularizando-se e particularizando modos de agir

no coletivo. Porém, os vínculos afetivos e sua expressão são apreendidos culturalmente nas
relações e nas interações com os outros. Com isso o espaço escolar deve primeiramente promover
o bem estar das crianças, favorecer experiências significativas do sentir e do pensar, da imaginação,
levando em consideração a importância do cuidar e o educar como ações indissociáveis.
Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI, 1998) a base do
cuidado humano está em compreender como ajudar o outro a se desenvolver como ser humano.
Portanto, cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. Contemplar o cuidado na
esfera da educação infantil significa compreendê-lo como parte integrante da educação
Para Craidy e Kaercher (1998) o cuidar inclui preocupações que vão desde a organização dos
horários de funcionamento da creche – que seja compatível com o horário de trabalho dos
responsáveis pela criança – passando pela organização do espaço, atenção aos materiais e
brinquedos e pelo respeito às manifestações da criança. Esses cuidados são desenvolvidos para
que homens e mulheres (pais e mães) possam exercer de forma mais ampla seus papeis, tanto e de
pai/mãe como de trabalhadores.
Hoje se sabe que o bom desenvolvimento físico, psíquico e social do ser humano depende
em grande parte dos cuidados referentes a atenção, nutrição, estimulação, acolhimento,
compreensão e carinho oferecidos especialmente nos trêsprimeiros anos de vida. Quando estes
cuidados são inadequados ou ineficientes as consequências podem ser decisivas, comprometendo
ou determinando a capacidade de aprender, de se relacionar e de regular as emoções (ALVES;
VERÍSSIMO, 2007).
Diante disso, o cuidar deve proporcionar a criança o bem-estar. O cuidado, ao ser caloroso e
responsivo, leva a uma função biológica protetora diminuindo ou eliminando os efeitos adversos do
stress ou de traumas posteriores. Sem as brincadeiras, o toque e outros estímulos, o cérebro de um
bebê pode desenvolver-se significativamente menos (ALVES; VERÍSSIMO, 2007).
De acordo com Alves e Veríssimo (2007) o cuidado de alta qualidade é aquele capaz de gerar
confiança e vínculo afetivo entre a criança e o adulto. Sendo assim, a qualidade das experiências
infantis deve permitir-lhes ter confiança nelas próprias, sentirem-se aceitas, ouvidas, cuidadas e
amadas, de forma a lhes oferecer segurança para sua formação pessoal e social, para o
desenvolvimento de sua identidade e conquista da autonomia.
Para cuidar é preciso, antes de tudo, comprometer-se com o outro, com sua singularidade, ser
solidário com suas necessidades e confiar em suas capacidades. Isso requer a construção de um
vínculo entre quem cuida e quem é cuidado. Sendo assim, cuidar da criança é, sobretudo, dar

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atenção a ela como pessoa que está em crescimento e desenvolvimento contínuo, compreendendo
sua singularidade, identificando e respondendo às suas necessidades (RCNEI, 1998).
Sobre o processo de educar na educação infantil, o RCNEI (1998) diz que as instituições de
educação infantil devem tornar acessíveis às crianças que a frequentam, elementos da cultura que
enriquecem o seu desenvolvimento e inserção social. Elas cumprem um papel socializador,
proporcionando o desenvolvimento da identidade das crianças através de aprendizagens
diversificadas e realizadas em situações de interação.
Para Veríssimo e Fonseca (2003) creches têm a finalidade de atender em educação infantil
contemplando as necessidades de desenvolvimento intelectual e o acesso ao saber, bem como, o
direito à socialização, às vivências infantis e aos cuidados assistenciais específicos e necessários.
Na fase em que se encontram as crianças que vão para as instituições de educação infantil
estão vivendo um momento fecundo, em que a interação com as pessoas e as coisas do mundo vão
levá-las a atribuir significados àquilo que as cercas (CRAIDY; KAERCHER, 1998). Assim, as
instituições podem oferecer às crianças condições para a aprendizagem através de brincadeiras e
advindas de situações pedagógicas intencionais ou aprendizagens orientadas para adultos, sendo
que ocorrem de maneira integrada com o processo de desenvolvimento infantil (RCNEI, 1998).
Conforme Craidy e Kaercher (1998) o processo que faz com que a criança passe a participar
de uma experiência cultural que é própria do seu grupo social, é o que se pode chamar de
educação. Para o RCNEI (1998) educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados,
brincadeiras e aprendizagens orientadas de maneira integrada e que possam contribuir para o
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, o acesso pela criança aos mais
amplos conhecimentos da realidade social e cultural.
Nesse processo, a educação pode ajudar no desenvolvimento das capacidades de
apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais e éticas na
perspectiva de contribuir com a formação de crianças felizes e saudáveis (RCNEI, 1998).
Brincar é uma necessidade básica para o desenvolvimento integral da criança, assim como a
alimentação, saúde, higiene, moradia, educação, afeto... para que a criança se desenvolva de forma
saudável e equilibrada, é fundamental que ela brinque. Brincando ela aumenta a sua autonomia,
sua independência, desenvolve as suas habilidades motoras, estimula a imaginação...
Um estudioso que se dedicou a estudar esse jogo de papéis que ela faz enquanto brinca, foi
Vygotsky, vendo que a criança “quer fazer sozinha aquilo que lhe é proibido: assim, dirige seu
carrinho, torna-se professora, põe seu super herói pra voar, etc...” (TELES, 1997, p. 29).
O brincar é para a criança a sua oportunidade de explorar o mundo. Quando ela brinca, ela
imagina fatos, assume papéis, enquanto a menina brinca de casinha, ela assume o papel de mãe,
sendo que ela a representa conforme as suas experiências e neste momento ela vive, passa pela
vivência/experiência de ser mãe. Da mesma forma quando brincam na escola, de médico, de faz de
conta, de carrinho, etc... Assume este papel como se fosse real. Vygostky (1994), diz que a
brincadeira é uma maneira de expressão e apropriação do mundo das relações, das atividades e dos
papéis dos adultos.
Muitas vezes o adulto não se dá conta que as suas atitudes feitas de forma mecânica e
automática, são referência para a formação e desenvolvimento da criança. É importante perceber de
que forma a sua postura interfere na vida dela. Ao representar a realidade como a vê e sente, ela

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aprende a lidar com as suas vivências, com os papéis e relações sociais, pois nesse momento ela
expressa em dramatização o que não pode ou não consegue expressar em palavras.
Uma forma de brincadeira é o faz de conta, que desde muito cedo a criança imita o adulto, e
através dessas vai conhecendo, descobrindo o mundo. Quando brinca de boneca, representa o
papel da mãe, cuida da boneca como sua mãe a cuida. Com o passar do tempo, vai convivendo com
outras pessoas e assim começa a imitá-las também, compreendendo e interiorizando as atitudes
que vivencia.
Além disso, existem brincadeiras tradicionais e culturais como cantigas de roda, cabra-cega,
queimada, pega-pega, amarelinha, que são passadas de geração em geração, e nestas a criança
não imita o adulto, mas elaboram sentimentos, medos, angústias, fantasias e aprende a se
relacionar com o outro, respeitar regras e limites, conhecer a história das gerações anteriores e se
apropriar das vivências e se torna parte da cultura em que vive.
Brincadeira é o divertimento típico da infância, é natural da criança, ela brinca quando é para
brincar e quando o adulto entende que ela não deveria brincar. A ludicidade é fundamental para o
desenvolvimento humano, pois está relacionada com a afirmação do “eu”.
Quando brinca a criança põe no brinquedo significado do que deseja no momento, ela se
sente livre para fantasiar e recriar o mundo de forma que vê, como ele gostaria que fosse, os
problemas que a preocupam, mas para que isso aconteça de forma mais intensa, deveria ser
oferecido a ela materiais diversos como argila, sucata, possibilitar que brinque com areia, água, mas
na correria do cotidiano, os pais e professores tentam simplificar suas rotinas, oferecendo
brinquedos prontos que não façam sujeira, nada que faça muita bagunça, que precise limpar e
arrumar.
O brinquedo não precisa ser caro, mas seguro e criativo. É para isso, a sucata pode ser um
recurso importante na confecção de vários brinquedos, como carrinhos, jogos de boliche, boca do
palhaço, jogo da velha, entre tantos outros, que só dependem de boa vontade e dedicação para
confeccioná-los.
Um brinquedo...
O que é um brinquedo?
Duas ou três partes de plástico, de lata...
Uma matéria fria
Sem alegria
Sem história...
Mas não é isso, não é filho!
Porque você lhe dá vida
Você faz ele voar, viajar...
(TOQUINHO, 1987)

O brincar dá à criança a possibilidade de ser um sujeito ativo, construtor do seu próprio

conhecimento. O lúdico possibilita o falar, o ouvir, a criatividade, a transformação. Essa relação
produz e reproduz emoções, possibilitando a ela organizar um mundo de caos para um mundo de
descobertas.
“Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei

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A gente era obrigada a ser feliz

E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar...”.
(CHICO BUARQUE)

Piaget (1976) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da
criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das
crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma:
"O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de
simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento
necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os
métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material
conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que,
sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil". (PIAGET 1976, p.160).

Brincando é a forma mais fácil de se aproximar da criança, entrar em seu mundo, estabelecer
relações afetivas, transmitir-lhe segurança e confiança, para que seu ingresso na escola seja
saudável e prazeroso, sem sofrimentos e culpas conhecendo o mundo com afeto e fantasia.
Conforme se desenvolve emocional e cognitivamente a criança começa a brincar com o outro
e não ao lado do outro, e assim percebendo sua presença aprende a conviver respeitando os limites
que o outro lhe impõe.
Brincar é tão natural para a criança quanto o ato de comer, dormir, andar, falar. É brincando
que a criança conhece a si e ao mundo: quando mexe com as mãos e pés, balbucia primeiras
palavras, brinca com algum objeto e vai assim descobrindo suas possibilidades e conhecendo o
mundo.
Antes da linguagem verbal aparecer, no desenvolvimento humano, a linguagem não verbal já
existe. É através do corpo que se começa a descobrir e organizar o mundo, sendo este ponto de
referência para todas as aprendizagens.
“O movimento ajuda a criança a construir conhecimento do mundo que a rodeia, pois é através
das sensações e percepções que ela interage com a natureza. É através de sua ação no meio
ambiente que a criança pode formular os primeiros conceitos lógico matemáticos, pois o
sentido de tempo e espaço é construído primeiramente no corpo, corpo este que media a
aprendizagem. Assim, brincando com seu corpo a criança vai construindo diferentes noções”.
(OLIVEIRA, 1997, p.34).

Alguns cuidados devem ser tomados quando se escolhe algum brinquedo, pois o ato de
brincar deve ser divertido e prazeroso e não uma tarefa. O brinquedo deve ser escolhido de acordo
com o interesse da criança e a faixa etária que ela se encontra para que seja favorável ao seu
desenvolvimento.
Algumas questões polêmicas surgem quando falamos desta relação do brincar, são elas:
· Menino pode brincar com boneca e menina de bola?
· Arma de brinquedo produz agressividade?
· O uso do videogame e computador ajuda ou atrapalha no desenvolvimento da criança?

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É tarefa dos pais e professores avaliar a cada questão com olhos atentos e críticos, cabendo a
eles a função de dar oportunidade à criança de explorar diversos brinquedos sempre com a
observação e intervenção, quando considerar necessário. Por mais que se fale destas questões,
elas ainda geram uma certa dúvida, cabendo a todos refletir e analisar caso a caso antes de tirar
conclusões precipitadas.
Faz parte do papel do professor zelar pelos direitos da criança, sendo um deles o direito de
brincar. É enquanto a criança brinca, faz de conta ou mesmo desenha que o professor observa o
aluno e assim busca identificar se ele está passando por algum problema, se está sendo agredida,
assediada sexualmente ou se está sendo deixado de lado pela família. Se identificar algum
problema, é obrigação do professor investigar e encaminhar o aluno e a família ao atendimento que
necessitam, sendo que este olhar do professor pode mudar a vida de alguém, pois a sua atitude ao
brincar pode ser um grito de socorro!
É importante que a criança brinque com outras crianças, pois como diz Vygotsky no texto de
Teles (1997), o individuo “só se tornará um ser humano no relacionamento com seus iguais”, sendo
que o relacionamento social é básico para o desenvolvimento infantil, pois é nessa interação com
outras crianças que ela aprende coisas que ainda não sabe, é no brincar com o outro que ela o
percebe enquanto individuo o que proporciona a ela parâmetros emocionais e corporais.
Em seu livro O universo criativo da criança, Haetinger (2005, p. 131) diz que “na educação a
brincadeira funciona como uma vivência ou uma simulação de experiências e conteúdos,
aproximando-os do universo dos alunos”. Isso quer dizer que o professor pode utilizar-se do
momento lúdico do brincar para que conheça mais o seu aluno, entre em seu universo e assim
inclusive possa identificar possíveis problemas e dificuldades.
Durante as brincadeiras são estabelecidas regras, limites do que se pode ou não fazer, e
para isto, as brincadeiras antigas como caçador, pega-pega, esconde-esconde, são dinâmicas e
divertidas, e ainda assim possuem regras a serem seguidas, que no futuro serão substituídas pelas
regras sociais, bem como as punições que a infração destas pode gerar. É nesses momentos de
jogos, que ela se dá conta que não pode ser sempre a primeira, e então começa a aprender a lidar
com as frustrações. Isto é algo que deve acontecer desde criança, caso isto não ocorra pode gerar
adolescentes que não sabem lidar com a frustração e acabam caindo no mundo das drogas ou
cometendo atentados contra si ou contra outras pessoas. Portanto, pode-se dizer que o brincar é tão
importante para o presente quanto para o futuro da criança.
Pensando agora no papel do professor diante do brincar, sendo que este exerce papel de
mediador, pois faz o intermédio entre o que o aluno sabe e o que ainda pode aprender o que
VYGOTSKY chamou de Zona de Desenvolvimento Proximal. Cabe ao professor aproveitar os
momentos lúdicos para questioná-los buscando assim ver o que ele já sabe e a partir daí oportunizar
atividades que ampliem seus conhecimentos, como por exemplo, se a criança já sobe e desce
degraus e corre, pode estimulá-lo a brincar no escorregador da praça, para que amplie ainda mais a
sua coordenação motora.

3.1 As linguagens na educação infantil

É na educação infantil que as crianças terão seus primeiros contatos com as diferentes
linguagens, é a época de muitas descobertas, aventuras e magias, o que importa para as crianças é

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apenas o brincar, então por isso que a aprendizagem deve acontecer neste contexto, de forma
lúdica, pois elas estão tão envolvidas no jogo do faz de conta que tudo o que fazem tem maior
significado e neste processo cabe ao professor valorizar os conhecimentos e a criatividade que elas
trazem para a sala de aula e compreender a importância existente no ato de elas explorarem,
pesquisarem e criarem coisas novas.
As crianças se expressam e sentem prazer em desenhar, pintar, rabiscar, cortar e criar.
Utilizam sua imaginação para inventar ou transformar desenhos, criando sempre o inusitado, o novo,
o diferente.
Sabemos que de acordo com as descobertas que a criança vai fazendo ao longo de suas
experiências e contatos com diferentes materiais é que ela vai estruturando seu vocabulário e seus
pensamentos. Sendo de extrema importância, que o professor disponibilize materiais diversos como:
argila, papel, isopor, tinta, sucata, e deixe que ela descubra as diversas utilidades que eles têm,
tendo liberdade para inventar coisas que para o professor muitas vezes não têm significado, mas
que para ela faz muito sentido.
Segundo Cunha (1999, p. 10),
“para que as crianças tenham possibilidades de desenvolverem-se na área expressiva, é
imprescindível que o adulto rompa com seus próprios estereótipos (...)" assim, o professor tem
que fazer parte do processo de descoberta da criança, desprezando os estereótipos e abrindo
a mente para novas ideias e novos materiais, não só entendendo, mas vivenciando as
linguagens da arte com a criança.

Ostetto (2007, p. 35-36) diz que "não é mesmo novidade dizermos que é pelas diferentes
experiências com/no mundo sensível que a criança vai se apropriando de formas mais complexas de
ver e ler esse mesmo mundo sentido." Pensando assim, reforço a ideia de que a criança faz sua
interpretação em função de suas informações e dos seus interesses, tendo como fundamento as
suas vivências.
Desta forma, considera-se a importância do ensino lúdico, o brinquedo e o jogo como
elementos fundamentais no cotidiano das crianças, já que seu fazer criativo está sempre ligado às
suas experiências de vida visando novas perspectivas e novas aprendizagens.
Faz-se necessário educar o olhar da criança desde a educação infantil, possibilitando
atividades de leitura para que além do fascínio das cores, formas e ritmos, ela possa compreender e
analisar como a linguagem visual se estrutura, e assim, possa pensar criticamente sobre as
imagens.
Essa nova prática requer que o professor ajude a criança a conhecer outras épocas históricas,
outras culturas, outras formas de do mundo em que está inserida, situando-a em diferentes
contextos sócio-culturais.
Ao professor cabe também despertar os sentidos dos seus alunos para abrir-se ao novo,
apresentando-lhes novos materiais e instigando-lhes a pensarem sobre eles. Faz-se necessário
pensar que muitas vezes o limite da criança é o próprio corpo e o alcance de sua mão será o que
delimitará o espaço de atuação gráfico-plástica e, que para a manipulação destes distintos materiais,
ela possivelmente irá se sujar.
A interdisciplinaridade se faz necessárioligando uma aula à outra e explorando oinusitado
junto com seu aluno, se aventurando a aprender caminhos novos estamos reaprendendo a utilizar a
imaginação e aproveitar mais a expressão de nossos alunos, negando os estereótipos, já que somos

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contra a acomodação e reprodução e acreditamos no poder de criatividade e individualidade de cada

um.
Acredito que, para que a linguagem da arte venha se fazer presente na educação infantil, é
necessário ligá-la ao lúdico, ao jogo, ao brincar, ao criar, ao imaginar, ao perceber, possibilitando a
criança a construção não só do conhecimento cognitivo, mas principalmente, do sensível. Penso
ainda, que um elemento importantíssimo na construção do imaginário infantil é o fato de o professor
não se impor ao processo de criação da criança, devendo se libertar ao máximo dos estereótipos
que tanto as influenciam e permitindo que estas possam inventar, descobrir e sonhar livremente,
colocando no papel as ideias que estão em seu pensamento, dando asas a sua imaginação.
É importantíssimo o professor de educação infantil agitar-se no movimento de mudanças e
descobertas, assim como, argumentar, criticar e fazer-se presente nas mudanças, movimentando-se
no sentido de oportunizar ao aluno um melhor ambiente de trabalho e aprendizagem.

4 Considerações Finais

É notório que os jogos e brincadeiras são muito importantes para o desenvolvimento

psicológico, social, cognitivo e motor das crianças, além de estimular a imaginação, a criatividade, o
respeito as regras e ao outro, ficando nítida a função destes no desenvolvimento da criança, onde
este tempo, o de brincar, é respeitado, gerando assim a aprendizagem.
O brincar deve acontecer primeiramente de forma livre onde a criança explora o objeto com o
qual está brincando, explora o mundo a sua volta, suas possibilidades de agir, pensar e falar, e o
professor devem aproveitar esse momento para verificar os interesses, necessidades das crianças
para depois fazer as intervenções que propiciam a aprendizagem.
Durante esse estudo procurei refletir sobre as diversas possibilidades de aprendizagens na
educação infantil. Para que fosse possível atingir os objetivos propostos, foi realizado um estudo
bibliográfico seguido por reflexões sobre as práticas pedagógicas na educação infantil.
Constatou-se que obrincar é fundamental na vida da criança. E conforme Vigostky (1988, p.
121) “Brinquedo preenche as necessidades da criança. ”Pois através do brinquedo ela vive sua
realidade, suas fantasias, angústias, medo, imaginação...
Ela aprende a conviver, a se relacionar, a se preparar para o futuro vivendo seu presente,
assumindo diferentes papéis e representações.
Mas é preciso que o professor tenha consciência disso e também que é ele quem faz essa
mediação através de material diversificado, desafiante, rico, como também espaço organizado,
alegre; do tempo para brincar; das escolhas feitas e outros. Nesse sentido a escola tem o
compromisso de contribuir para o desenvolvimento integral da criança.

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Postado há 17th August 2015 por CIA - Publicações Ciclo do Conhecimento

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