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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG

UNIDADE IBIRITÉ

Ana Carolina De Souza Batista


Ana Paula Barbosa De Oliveira
Carla Alexandra Alves Da Silva
Fernanda Cristina Nicácio De A. Ferreira
Mariza Morato Simões
Rafaela Rodrigues
Rúbia Araújo Goulart

FILME “TEMPOS MODERNOS” – COMENTÁRIO CRÍTICO

IBIRITÉ
MARÇO DE 2022
Ana Carolina De Souza Batista
Ana Paula Barbosa De Oliveira
Carla Alexandra Alves Da Silva
Fernanda Cristina Nicácio De A. Ferreira
Mariza Morato Simões
Rafaela Rodrigues
Rúbia Araújo Goulart

FILME “TEMPOS MODERNOS” – COMENTÁRIO CRÍTICO

Trabalho apresentado a disciplina Cmc


Ensino de História I, da Universidade do
Estado de Minas Gerais (UEMG),
Campus Ibirité, curso de pedagogia, 5°
período noturno.

Profº.: Antônio Carlos Figueiredo Costa

IBIRITÉ
MARÇO DE 2022.
O filme “tempos modernos”, dirigido e interpretado por Charles Chaplin é um clássico
universal da sétima arte, utilizando somente a linguagem informal e conta a história de
Carlitos, um operário de uma siderúrgica que tem como função parafusar peças em uma
esteira. Carlitos não consegue acompanhar a forma cansativa de trabalho, não podendo de
forma alguma parar (descansar), sem ter outro operário para estar em seu lugar. O dono da
empresa visa lucros acima de tudo. Carlitos representa um operário perdido em um turbilhão
de mudanças no início da revolução industrial.

A ganância dos poderosos que somente visavam aumentar a sua fortuna prejudica o
trabalhador, que automaticamente e repetidamente se desgastava e colocava em risco sua
saúde mental e física. Segundo Karl Marx (1844):

“Quanto mais o trabalhador se desgasta trabalhando, tanto mais poderosos se


torna o mundo objetivo, alheio que ele cria, diante desse, tanto mais pobre se
forma ele mesmo, seu mundo interior, e tanto menos o trabalhador pertence a
si próprio” (2010 p. 81).

Carlitos (Charles Chaplin) busca se estabelecer profissionalmente como um indivíduo


em uma sociedade que é repleta de inovações tecnológicas e tradições. O filme traz um
contexto onde se passa na década de 30, que foi logo após “Grande Depressão”, ou crise de
29. Neste período houve a crise no capitalismo, quebra da bolsa de valores de Nova York e
outras tensões sociais que resultaram em grande desemprego, fome e miséria.

Com o aumento da produção e a pressão no trabalho, o tempo dos homens é tomado


pelas fábricas e indústrias, levando-os a obedecer a padrões repetitivos, mecanizados e
industrializados. O tempo dos chefes sempre lentos são diferentes dos operários que ficam a
todo vapor, não havendo sequer tempo social, levando-os a um trabalho arcaico, a qual a uma
sociedade em caos com crise de desemprego, violência nas ruas. Um cotidiano de operários
oprimidos pela burguesia, onde as autoridades defendiam os interesses das classes dominantes
deixando os trabalhadores sem voz.

Durante a Revolução industrial ouve a expansão das máquinas e o homem passou a


não ser o meio de produção mais viável, pois geravam muitos gastos as empresas com muito
funcionário, por se tratar de modelos de produção baseados na divisão do trabalho
(conhecidos como: Taylorismo e o Fordismo), já com as máquinas economizava-se tempo e
dinheiro, gerando assim mais produção e mais lucro ao proprietário. O filme nos mostra o
quanto a crise de 1929 atingiu a sociedade levando ao aumento do desemprego e da fome,
Carlitos foi preso após ter uma crise no serviço devido a tanta pressão sofrida no ambiente de
trabalho, isto fez com que ele perdesse o seu emprego na fábrica. Após sair da prisão Carlitos
se encontra desempregado e sem experiência em outras funções para novo serviço, mais se vê
na obrigação de fazer algo para não ser mais um nas estatísticas.

As relações de trabalho proletariado/burguesia, retratada no filme remontam ao


marxismo de Marx e Engels, no qual a mão de obra do proletariado enriquece as camadas
mais altas da sociedade, enquanto os próprios trabalhadores não conseguem usufruir dos
frutos de seus esforços, devido as altas e exaustivas jornadas de trabalho e remuneração baixa.
Carlitos é um dos trabalhadores da fábrica durante a revolução industrial, sua mão de obra é
explorada e quando deixa de ser “útil” ela é descartada, e ele passa a buscar outros meios de
viver e acaba marginalizado pela sociedade.

Muitas vezes por não conhecer as relações de trabalho e a importância que exerce
nessa relação o trabalhador se torna o lado frágil, por isso de acordo com Marx e Engels, o
proletariado deveria ser alertado da importância de seu trabalho para a sociedade, e buscar por
igualdade de direitos, dessa forma então o socialismo ganhou força, porém os capitalistas se
opuseram a esta política. Apesar de enfrentar certas resistências, o socialismo é estudado
atualmente e pode trazer benefícios para a classe trabalhadora da sociedade, por isso é
importante que estes saibam de seus direitos e de sua importância, e busquem igualdade de
direitos nessa relação de trabalho tão desigual instaurada pelo capitalismo.

Com todos estes pontos levantados do filme com relação ao papel de Carlitos em seu
trabalho e como na sociedade, ele nos apresenta uma relação dos indivíduos operários que
mediante a toda mudança industrial se encontra “perdido”, lutando a cada dia por conseguir
almejar uma condição de vida melhor do que se estava passando. Carlitos depois de ser preso
e desempregado, conhece uma garota órfã, sem casa, sem comida, sem qualquer possibilidade
de uma vida digna naquela sociedade em transformação. A partir destes encontros os dois
“sonham” meios em que pudessem ainda alcançar uma estabilidade de vida, mas ao longo
vemos como a sociedade impossibilita o alcanço de uma vida digna por aqueles sujeitos
operários, esquecidos e abandonados por seus governantes, mas estes sujeitos estão deixando
suas marcas na história, Costa (2018) nos problematiza este aspecto:

“... a práxis recupera o papel do sujeito na História, a capacidade de


agenciamento do ator histórico, e reafirmando que este, apesar de estar
inserido em uma estrutura social, é fundamentalmente um sujeito ativo,
construtor mesmo do seu destino e portanto, da própria História”. (COSTA,
2018)

O filme mostra a realidade da sociedade na época que era escravizada pelo trabalho,
algo que não está muito longe dos dias atuais. Hoje contamos com alguns progressos mas
continuamos vivendo para trabalhar e não trabalhando para viver. Podemos observar a
alienação quando Carlitos sai pela fábrica apertando tudo, depois o personagem é engolido
pela máquina. As cenas da década de trinta já prévia que os humanos seriam máquinas,
atualmente as pessoas estão alienadas que vivem no automático. E as máquinas por sua vez
estão quase ocupando o papel do homem na sociedade. O filme mostra também a dificuldade
em arruma um emprego e a insatisfação dos trabalhadores com grandes jornadas de trabalho e
pequenos salários.
Acreditamos que o filme feito há anos, ainda pode ser usado para criticar a sociedade
atual. O sistema capitalista continua crescendo, os homens continua correndo como ovelhas,
os salários continuam baixos, os homens estão adoecendo e as máquinas estão cada dia mais
próximas de ocupar o lugar do homem.
Mesmo sabendo dessa sobrecarga do sistema capitalista, devemos seguir o exemplo de
Carlitos e ter esperanças de um mundo melhor, de um sistema melhor, de pessoas que não se
cobram como máquinas, de pessoas que se valorizam e correm atrás de seus direitos
trabalhistas, que presam a saúde e a família, e que não vivem só para trabalhar.

Referências Bibliográficas

 COSTA, Antônio Carlos Figueiredo. A ciência da História, as Escolas Históricas e o


Ensino de História nos anos iniciais: alguns excertos na formação de professores
generalistas. Revista Horizontes Históricos., v.3, p.9 - 33, 2021.

 COSTA, Antônio Carlos Figueiredo. Karl Marx, Friedrich Engels e a gênese do


materialismo histórico. Bantu, revista de Educação, História e Patrimônio Cultural.
Ibirité, ano 1, v.1, n.2, dez. 2018, p. 54-68.

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