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Colégio Estadual Conselheiro Macedo Soares

Niterói, 07 de Outubro de 2010.


Professora: Valéria
Nome: Jheniffer Lopes da Silva Nº 16
Turma: ADM III-01
Disciplina: Recursos Humanos

Relatório do Filme Tempos Modernos

O filme Charles Chaplin “Tempos Modernos” faz um comparativo entre a Gestão de uma
Fábrica e o processo ideal de Gestão de Pessoas. Para ilustrar o processo tradicional de um RH
e de uma gestão “moderna”. O filme se passa após a crise de 1929, sendo uma sátira ao
processo de gestão organizacional de uma fábrica do século XX (e de muitas empresas no
século XXI).

Focando a vida da sociedade industrial daquela época, o filme reproduz, de forma cômica, a
filosofia taylorista, baseada na produção, no estudo dos tempos e movimentos, no quadro de
tarefas e no desenho de ferramentas. A administração científica de Taylor, que destruía a
iniciativa pessoal do empregado, reduzindo-o a condição de engrenagem, foi inusitadamente
desnudada por Chaplin.

Retratava também a produção em série (Fordismo) que até hoje é usada por qualquer
indústria, movimentos repetitivos que causa DOR (Distúrbios Osteomusculares Relacionados
ao Trabalho) ou LER (Lesões por Esforços Repetitivos), Chaplin retratou isso que é tão atual nas
fabricas e indústrias até pra almoçar tinha que ser rápido para não para o trabalho. No
momento no almoço ele aparece um relógio, representando assim a famosa frase “Tempo é
dinheiro” e transmitindo aí o espírito do capitalismo.

No processo de gestão de RH de uma fábrica do século XX os gerentes (ou melhor, capatazes)


tinham uma função bem clara: fazer o trabalhador render o máximo em termos físicos. O
gerente de um RH era como diríamos, um capataz mor. Um capitão do mato moderno que se
mudou para a cidade, que tinha a função de regular a produção na base da coerção física ou
psicológica. Os escravos agora passam a responder pelo nome de trabalhadores ou proletários,
em sua maioria é vista pelo patrão como um grande ônus, sendo que todo o esforço do
capitalista, proprietário das máquinas, vai ser no sentido de tirar o máximo proveito possível
da relação homem-máquina, considerando mais as perdas advindas com o uso inadequado da
máquina do que com questões sobre o trabalhador e a sociedade como um.

O filme retrata também à questão do consumo e a expectativa que a sociedade industrial traz
para as pessoas quanto à posse do maior número possível de bens. Carlitos e sua namorada,
quando entram em uma Loja de Departamentos pela primeira vez em suas vidas,
primeiramente vão até a confeitaria saciar a fome e a sede, para logo em seguida se dirigirem
ao quarto andar, onde estão os brinquedos. Da infância feliz que não tiveram, passam para as

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roupas e móveis, que como adultos também jamais terão condições de possuir. Ao casal pobre
resta o consolo de sonhar. Para um sistema que se diz de Pleno Consumo, eis aí uma crítica
forte e consistente. Reforça ainda a frustração do não consumo em uma sociedade onde se
baseia o consumo, quando Carlitos propõe à namorada pensar como eles seriam felizes
morando em uma casa de classe média. Idealiza um casal feliz, com fartura à mesa. Tudo
ilusão, é claro! Pois, para a classe a que pertencem, sobra no máximo um barraco velho e
abandonado na periferia da cidade.

Ponto importante para reflexão, são as respostas diferentes que os vários personagens deram
diante das dificuldades que enfrentaram durante o período de recessão que os EUA
vivenciaram na década de vinte, a GRANDE DEPRESSÃO. Enquanto a menina realizava
pequenos furtos, seu pai procurava emprego honestamente, ao mesmo tempo que participava
dos movimentos operários que tinham como objetivo pressionar o Estado a resolver a crise
econômica. Já Carlitos, por ser mão-de-obra não especializada, diante da realidade crua do
desemprego, optou por se esforçar ao máximo para ficar na cadeia, onde pelos menos tinha
garantida moradia e alimentação. Seu amigo Big Bill, que trabalhou com ele na linha de
montagem apertando parafusos, ao ser despedido, acabou optando pela marginalidade mais
radical, se juntando a outros desempregados armados para assaltar a Loja de Departamentos.

Quer dizer, o caminho trilhado pelos excluídos vai do pequeno furto ao assalto a mão-armada,
e Chaplin mostra desta forma como esta marginalidade é construída socialmente. Isto é, a
sociedade é que cria o marginal. A marginalidade é fruto da sociedade excludente, que deixa a
maioria sem qualquer possibilidade de sobrevivência e de dignidade, e não uma opção
individual de pessoas mal formadas social e psicologicamente.

Além do que, para aumentar a dificuldade do trabalhador, com novas tecnologias sendo
incorporadas cada vez mais rapidamente ao processo produtivo, ou ele especializa sua mão-
de-obra ou se torna um verdadeiro Pária. Chaplin mostra bem essa dificuldade quando Carlitos
fica no emprego que conseguiu no estaleiro apenas dois minutos.

Diante de um barraco construído com tábuas podres, em um pântano, Carlitos explode em


felicidade: é o paraíso !!!!  No final, de mãos dadas com sua namorada, Carlitos está diante de
uma estrada longa, empoeirada, em cujo final espera construir uma vida mais digna. 

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