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Seminário -

"Indústria Americana"
AUGUSTO, DÉBORAH, JULIA E YASMIN
 O fechamento de uma fábrica nos
EUA dá lugar à multinacional
chinesa Fuyao que implementa
outra cultura organizacional e de
condições de trabalho.
Trabalhadores chineses e
estadunidenses dividem o
mesmo ambiente de trabalho,
deslocando e afirmando suas
diferenças. Fica aparente que a
direção do filme quer marcar o
choque entre duas culturas.
O documentário
 Acostumados a extensas jornadas de trabalho, com apenas duas
folgas ao mês, os chineses caracterizam os estadunidenses como
"preguiçosos". As mesmas pessoas que trabalhavam na fábrica
anterior são recontratadas pela multinacional, mas com salários três
vezes menores e com piores condições de trabalho.

 Vale ressaltar que os EUA não são, definitivamente, exemplo de


regulação do trabalho. O chamado "sonho americano", que é a base
ideológica do capitalismo atual, exige muitos empregos, muitas
horas de trabalho, sem acesso à saúde e educação pública,
e com muita restrição ao direito de livre organização sindical.
 No filme, uma mulher negra, que defende a implementação do sindicato é
perseguida, e a empresa a designa para desempenhar uma função sozinha que
deveria ser exercida por duas pessoas. Os trabalhadores da fábrica, por exemplo,
enfrentam perseguições, demissões e assédios para não organizarem um sindicato
dentro da empresa.

 Durante todo o documentário, câmeras e microfones conseguem capturar convers


as
e estratégias de uma crueldade quase displicente em que homem e máquina têm p
ouca diferença.
 É possível fazer um paralelo entre a realidade apresentada no documentário com o
momento atual do Brasil, já que, Indústria Americana discute a utilização de mão
de obra barata com menos direitos trabalhistas; a exploração do trabalhador,
ignorando legislações que exigem condições dignas de segurança para o
desempenho do trabalho. Além da tentativa de reduzir ou por um fim a sindicatos,
usando a coação de empregados e ameaças aos que lutam pelo direito de realizar
greves.
O FUTURO DO CAPITALISMO E
DO TRABALHO

Muito mais que o conflito de cultura, o documentário indicado para o Oscar foca
em questões que acontecem nos locais de trabalho em todas as parte do mundo:
a inovação tecnológica, as mudanças de produção e as relações de trabalho. O filme é
mais do que o relato de um choque cultural entre duas maneiras de enfrentar
a economia e a vida. Amplia sua visão para a grande revolução do mercado
do trabalho que ajuda, sim, a explicar o ressentimento das classes médias ao redor
do mundo, a eleição do presidente Trump e a guerra comercial entre Estados Unidos
e China. Mas vai além. Avisa que as relações de produção terão de enfrentar o
que vem depois da robotização pura e simples, cujas consequências mal estão
sendo imaginadas.
O artigo
"O DEVIR PERIFERIA DO MUNDO: CRISE DO CAPITAL E A CONDIÇÃO
PERIFÉRICA"

 Escrito pelo geógrafo, Thiago Canettieri, pelo programa de pós-graduação da UFMG.


 Objetivo: propor uma forma de compreensão do fenômeno de reprodução atual do capital, esse que se
vê expressado atráves da idéia de condição periférica.
 Os lugares historicamente ocupados por periferia e por centro e sua inversão atual de papéis (passado X futuro)
 O capital é uma relação social de produção definida e contraditória, pertencente a uma formação histórica particular
da sociedade. O trabalho implica numa forma de dominação da mediação social, sendo ele não somente o objeto da
dominação e exploração, mas tambem o terreno da dominação.
 O movimento contraditório do capital, pautado no movimento insaciável de acumular mais riqueza material,
gerando assim uma tendência interna ao desenvolvimento das forças produtivas, isto é, a progressiva automação do
processo de produção.
 Dissolução do social: substituição do trabalho vivo por trabalho morto
 Desemprego; precarização das condições de trabalho; "periferização"
 "Violências extraeconômicas": aumento da violência e coerção justificadas como meio administráveis
ANALISE
TEXTO/FILME
 American Factory nos faz refletir
não apenas sobre a realidade do
mercado de trabalho atual mas,
sobretudo, sobre as grandes
diferenças que temos, mundo
afora, neste universo do trabalho e
o que recebemos em troca por ele.
“A efetivação do trabalho tanto aparece como
desefetivação que o trabalhador é
desefetivado até morrer de fome. A
objetivação tanto aparece como perda do
objeto que o trabalhador é despojado dos
objetos mais necessários não somente à vida,
mas também dos objetos do trabalho.’’
(MARX, 2004, p. 80).
 Antes, os operários ganhavam US$29 dólares por
hora, na General Motors. Os novos funcionários
ganham US$12 sob nova gestão.

 Conforme observado anteriormente podemos ver


um forte reflexo da Mais-Valia de Marx onde
vemos os empregados americanos descontentes
que ganham pouco e que não tem a segurança ou
a valorização necessária e os empregados chineses
que estão longe de casa e não recebem um extra
por causa disso.
A mais valia representa a disparidade entre o salário
pago e o valor produzido pelo trabalho, dessa
maneira, ela pode ser entendida como o trabalho não
pago, ou seja, são horas que o trabalhador
cumpre/valor que ele gera pelos quais ele não é
remunerado.
A promessa do capital de diminuir a desigualdade e prover qualidade de
vida material para mais pessoas se esfacelou. Em vez disso, a desigualdade
não para de crescer, e a precariedade aumenta a passos largos, junto com a
violência deste mundo que desaba. A esse aumento da pobreza, da
precariedade, da violência, chamo de uma nova condição: a condição
periférica. Com esse conceito espero sugerir uma possível interpretação
para o tempo presente que permita integrar num quadro analítico uma
crítica da economia política. A crítica da economia política de Marx faz
parte do quadro mais geral de uma crítica da constituição social e da
dominação social supraindividual autônoma constitutiva da sociedade
capitalista contemporânea em sua crítica antropológica negativa da
totalidade negativa da sociedade capitalista. O esforço aqui realizado está
na direção de se manter fiel a esse princípio.
A Escola de Frankfurt
 Vertente de teoria social e filósofica, criada em 1923, que
reuniu filósofos associados ao Instituto de Pesquisa Social
da Universidade de Frankfurt, na Alemanha;
 "Teoria Tradicional e Teoria Crítica" (HORKHEIMER,
Max. 1937);
 "Dialética do Esclarecimento" (HORKHEIMER, M;
ADORNO, Theodor W. 1947);
 "O desenvolvimento "normal" da sociedade está agora
progredindo rumo a escravidão e ao precariado" (ZIZEK,
S. p 47, 2019).
CONCLUSÃO:

 Já dizia a filosofia política que comunismo e liberalismo se unem principalmente no valor não
apenas econômico, mas também moral, atribuído ao trabalho. Ao contrário de anarquistas, por
exemplo, marxistas e liberalistas associam à atividade produtiva seja a possibilidade de
transformações sociais, para os operários, seja a garantia de multiplicação de riquezas, para os
patrões, porém em ambos os casos a razão de viver é o trabalho. Mas conforme observado
anteriormente podemos ver um forte reflexo da Mais-Valia de Marx onde vemos os empregados
americanos descontentes que ganham pouco e que não tem a segurança ou a valorização necessária
e os empregados chineses que estão longe de casa e não recebem um extra por causa disso. A mais
valia representa a disparidade entre o salário pago e o valor produzido pelo trabalho, dessa maneira,
ela pode ser entendida como o trabalho não pago, ou seja, são horas que o trabalhador cumpre/valor
que ele gera pelos quais ele não é remunerado. O afastamento do trabalhador do produto final de seu
trabalho é o que possibilita a divisão do trabalho em trabalho necessário e trabalho excedente.

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