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Maringá
2023
O documentário “Indústria Americana” (2019) retrata o momento em que um bilionário
chinês abre uma fábrica de vidros automotivos nos EUA contratando ex-funcionários de uma
montadora de veículos desativada na cidade de Ohio. A montadora encerrou suas atividades
deixando 10 mil pessoas desempregadas na região e uma comunidade amargurada, com
milhares de pessoas na miséria e desesperadas por um emprego. Com a nova fábrica, o que se
vê é a gratidão dos trabalhadores e a retomada da esperança no futuro. Ao mesmo tempo, se
configurava com uma insegurança persistente diante da possibilidade de ficar desempregado
novamente. Sendo assim, o documentário traz elementos importantes para o debate sobre
capitalismo, industrialização, representação do trabalho, vivências dos trabalhadores e as
consequências do desemprego estrutural que afetam a sociedade moderna.
O documentário nos contam uma história que pode ser analisado por um capital industria
não hegemônica nesse novo regime de acumulação patrimonial, como Lencioni nos diz “o
deslocamento do capital industrial para uma posição não hegemônica nesse novo regime de
acumulação patrimonial, em que a lógica norteadora é a do rendimento das ações, exige
reexaminar a relação entre indústria e território e,consequentemente, repensar a produção de
espacialidades e o desenvolvimento geográfico desigual”. Sendo assim, o paralelo entre estes
momentos históricos pode ser visto através da observação da situação vivenciada pela
população de Ohio que, sem proteção social, entra em decadência e pauperização com o
fechamento da fábrica.
ARROYO, M. Redes e circulação no uso e controle do território. In: ARROYO, M.; CRUZ,
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