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Atuação Sindical: A judicialização na Justiça do Trabalho como forma de garantir

o efetivo acesso à justiça

I. Análise do contexto social

I.I Vulnerabilidade sociais e econômicas

O Brasil emerge para o mundo como terras de exploração e domínio


lusitano, perpassa por anos de exploração e escravidão, os quais desaguam em uma
mera libertação burocráticas dos domínios europeus para recair nos domínios de más
gestões, corrupções e ausência de planejamento urbanos.

Soma-se tais elementos e caracteriza-se um país com extremos indicies de


vulnerabilidade econômica e social, os quais oferta pouco aporte para os indivíduos que
vivem à margem social.

Em atenção aos estudos referentes a essa área, observa-se a pesquisa


produzida pelo DIEESE (apud BRASIL, 2012), que expõe como a vulnerabilidade afeta
a vivência dos cidadãos brasileiros e a falta de proteção social. Nessa óptica, têm-se:

“A vulnerabilidade de um indivíduo, família ou grupos


sociais refere-se à maior ou menor capacidade de
controlar as forças que afetam seu bem-estar, ou seja, a
posse ou controle de ativos que constituem os
recursos requeridos para o aproveitamento das
oportunidades propiciadas pelo Estado, mercado ou
sociedade: a) físicos –meios para o bem-estar –
moradia, bens duráveis, poupança, crédito; b) humanos:
trabalho, saúde, educação (capacidade física e
qualificação para o trabalho); e c) sociais –redesde
reciprocidade, confiança, contatos e acessos à informação
(BRASIL, 2012, p.12)”
Diante disso, verifica-se inúmeras preocupações frente à exacerbada
problemática da vulnerabilidade social e econômica brasileira. Desse modo, busca-se
por meio de Políticas de Assistência Social diminuir os abismos de oportunidades,
dignidade, cidadania e acesso à justiça.

Como afirmam Couto, Yazbek e Raichelis (2010, p. 50),“o território é


o terreno das políticas públicas, onde se concretizam as manifestações da questão
social e se criam os tensionamentos e as possibilidades para seu enfrentamento”.
Em síntese do explanado, vislumbra-se que são diversos os grupos econômicos vulneráveis, os
quais abrange-se os déficits econômicos, sociais e de paridade de armas em amontoados
setores.

I.II O SETOR DOS TRABALHADORES,

Em virtude da discussão aqui proposta, observa-se que os trabalhadores são


essencialmente um grupo situado no polo de vulnerabilidades, haja vista a sua situação
de dependência econômica dos vínculos trabalhistas, bem como, tratar-se, em sua
expressiva maioria, de indivíduos sem ascensão econômica.

Diante dessa relação de vulnerabilidade no setor trabalhista, reflete-se muito


sobre a realidade sociolaboral e aposição de hipossuficiência do trabalhador. Veja:

O distanciamento atual de uma situação de pleno emprego e as


mutações nas condições e relações de trabalho e no status do
assalariado permitem observar com maior clareza uma ruptura na
trajetória de identificação social e de integração comunitária. E, com
isso, o surgimento de novas vulnerabilidades sociais no capitalismo
torna-se por si só um elemento fundante da exclusão social que se
generaliza neste final de século. […] Não parece haver dúvidas,
portanto, de que a definição de um novo padrão de integração social
está ainda por ser desenvolvida. Todavia, é preciso compreender que o
Estado necessitaria exercer um papel relevante na luta contra a
exclusão social, principalmente no que diz respeito ao enfrentamento
do problema do desemprego e das ocupações precárias nas economias
avançadas. Sem isso, novas vulnerabilidades sociais tendem a ganhar
maior espaço neste final de século (POCHMANN, 1999, p. 11, 23-
24).

Compreende-se a vulnerabilidade e as relações trabalhista em uma


intrínseca relação, a qual a vítima está na figura do trabalhador, indiscutivelmente o
polo mais fraco desta relação.

Como citado anteriormente, o trabalhador está em relação de obediência e


dependência do empregador, o que se baseia a importância dos conceitos de
vulnerabilidade para o direito do trabalho e a sua necessária aplicação. Nesse sentido,
Leandro do Amaral D. de Dorneles esclarece que:

A demanda por proteção ao trabalhador, conforme entendemos, ainda


é um dado inegável e inquestionável ao direito do trabalho. Mas a
definição dos contornos protetivos clássicos do direito do trabalho,
ocorrida no início do século passado, tinha por base uma relação então
predominante e padronizada – a relação de emprego típica (arts. 2º e
3º, CLT) – que não se apresenta mais onipresente. Atualmente nem
sempre podemos identificar um padrão único de vulnerabilidades (e,
consequentemente, uma demanda protetiva uniforme) comum a todos
os empregados, da mesma forma que podemos perceber a combinação
de diferentes vulnerabilidades em outras relações de trabalho não
enquadradas nos contornos dos arts. 2º e 3º da CLT. A ideia de
vulnerabilidade como fundamento do direito do trabalho tem por
intuito aproximar a operacionalidade juslaboral das reais demandas
protetivas que se apresentam em um novo mundo do trabalho,
reconciliando (ou impedindo o divórcio entre) a instrumentalidade
deste ramo jurídico com as reais necessidades sociais, ainda
inegavelmente calcadas na demanda protetiva justificada por um
desequilíbrio em suas relações jurídicas de base (DORNELES, 2013,
p. 296).

Posto essa breve explicação da situação fática nacional em relação as


vulnerabilidades com enfoque na figura do trabalhador e a análise dessas relações
laborais, compreende-se a inerente necessidade de haver mecanismo que auxilie o
cidadão, bem como lhe represente da melhor maneira, a fim de haver uma maior
força em lides e representatividade.

I.III IMPORTÂNCIA DOS SINDICATOS

Diante dessa relação de hipossuficiência e ausência de força representativa,


surge a figura dos Sindicatos, entidades capazes de em algum plano suprir o déficit e
amparar os trabalhadores.

Em um país com aspectos tão discrepantes como o Brasil, que superou


inúmeros obstáculos para compreender o trabalhador como um sujeito de direitos, as
organizações dos trabalhadores- sindicatos- constroem uma barreira entre o empregador
exploratório e empregado dependente.

Ainda com muitos reflexos de uma visão influenciada pelas classes


dominantes, os sindicatos, em alguns casos, são vistos como ferramentas políticas e
repelidos por uma casta social, por meio de mentiras e ausência de informações.
Entretanto, entende-se que tais ações, são apenas frutos de uma sociedade
dominada por grupos econômicos e políticos, encarregados de perpetuar uma ideia
escravocrata e de acumulação de lucros.

Por força da Constituição Federal de 1988

II. ANÁLISE JURÍDICA


II.I INSTITUTO DA SUBSTITUIÇÃO LEGAL
II.II A EFETIVAÇÃO DO ACESSO À JUSTIÇA

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