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Direito financeiro e tributário
A carga tributária no Brasil era de 23% do PIB há vinte anos. Hoje, bate nos 37,5%.
Constituição do império e Constituição de 88 Jorge Miranda: Os direitos são os mesmos para todos, mas como nem todos
A igualdade formal proposta pela Constituição é se acham em igualdade de condições para os exercer, é preciso que estas
condições sejam criadas ou recriadas através da transformação da vida e das
distinta da realidade.
estruturas dentro das quais as pessoas se movem (...) mesmo quando a
Igualdade substancial e equidade. igualdade social se traduz na concessão de certos direitos ou até certas
Equidade e promoção de leis especiais em vantagens especificamente a determinadas pessoas – as que se encontram
detrimento dos mais fracos. em situações de inferioridade, de carência, de menor proteção – a
diferenciação ou a discriminação positiva tem em vista alcançar a igualdade e
tais direitos ou vantagens configuram-se como instrumentais no rumo para
esses fins (Manual de direito constitucional. 3. ed. Coimbra, t. IV, p. 225).
Código de defesa do consumidor
O consumidor passa a ser detentor de direitos específicos
por se tratar de um grupo vulnerável, isto porque o
consumidor era ofendido, ferido, lesado em sua integridade
física, econômica, psicológica ou moral.
O CDC pressupõe então, a proteção de uma classe
vulnerável, objetivando uma igualdade real entre
fornecedor e consumidor.
Entre as inúmeras inovações trazidas pelo CDC, merecem
destaque aquelas que procuram proteger o consumidor
nos pontos em que é mais vulnerável: a sua integridade
físico-psíquica e a sua integridade econômica. Para atingir
a sua finalidade no que diz respeito ao primeiro ponto, o
CDC estabeleceu responsabilidade objetiva para o
fornecedor de produtos ou serviços; no que tange ao
segundo ponto, o Código adotou a concepção social do
contrato.
A responsabilidade objetiva do fornecedor de produtos ou serviços
A Lei nº 8.078/90 (CDC), de 11 de setembro de 1990, até esse
momento, a responsabilidade sobre os riscos de consumo estava
totalmente nas mãos do consumidor. O CDC vai revolucionar a
relação do fornecedor e consumidor, transferindo toda a
responsabilidade para o fornecedor. Este responde pelos danos que
causar ao consumidor independentemente de culpa, consoante arts.
12 e 14 do CDC.
A R T 1 2 A R T 1 4
·O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou O fornecedor de serviços responde,
estrangeiro, e o importador respondem,
independentemente da existência de culpa,
independentemente da existência de culpa, pela
pela reparação dos danos causados aos
reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, consumidores por defeitos relativos à
construção, montagem, fórmulas, manipulação, prestação dos serviços, bem como por
apresentação ou acondicionamento de seus informações insuficientes ou inadequadas
produtos, bem como por informações insuficientes
sobre sua fruição e riscos.
ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
A CONCEPÇÃO SOCIAL DO CONTRATO NO CÓDIGO DO
CONSUMIDOR
Na concepção clássica de contatos, um estaria acima do outro na relação contratual estabelecida,
pois não havia igualdade real. O código do consumidor veio substituir a visão clássica pela visão
social do contrato.
Por essa nova concepção, a autonomia da vontade deixa de ser o elemento nuclear do contrato,
passando a ser substituída pelo interesse social. A eficácia jurídica do contrato não mais depende
apenas da manifestação de vontade, mas também, e principalmente, dos seus efeitos sociais e das
condições econômicas e sociais das partes que dele participam. O Estado passa a intervir na
formação dos contratos de consumo, não só controlando preços, mas também vedando certas
cláusulas, impondo o conteúdo de outras, chegando ao ponto de obrigar a contratar em
determinados casos. A autonomia da vontade só existe nas condições permitidas pela lei que, na
concepção social do contrato, não tem mais mero papel interpretativo ou supletivo, mas cogente;
protege determinados interesses sociais e serve de instrumento limitador da autonomia da vontade.
ESTATUTO DO IDOSO
34 MILHÕES É a estimativa de idosos
brasileiros até 2025
promover uma abordagem positiva do envelhecimento e a esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à
dignidade, ao respeito e à convivência familiar e
superar preconceitos associados aos idosos.
comunitária. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Apenas em 2003 foi aprovado o Estatuto do Idoso (Lei n.
10.741/2003), importante avanço para a garantia dos direitos
das pessoas idosas
. As leis de cotas raciais. Ações afirmativas.
O Brasil é um país cuja história é marcada por escravidão, racismo enraizado, preconceito e desigualdade.
As ações afirmativas, nesse cenário, são mecanismos de inclusão de afrodescendentes nos mais diversos campos sociais brasileiro,
oportunizando que estes alcancem a possibilidade de se equipararem aos brancos.
“Atlas Racial Brasileiro” de 2004, sobre o tema “Insuficiência de Renda: pobreza e indigência”, mostra que 65% dos pobres e 70% dos indigentes
brasileiros são negros.
Conforme o estudo supramencionado, “Não se verifica nenhum avanço na diminuição dos diferenciais entre negros e brancos pobres. A
proporção de negros abaixo da linha de pobreza no total da população negra no Brasil é de 50%, enquanto que é de 25% a de brancos no
conjunto da população branca, desde 1995.
O mesmo estudo conclui que no Brasil a proporção de pobres na população revela a persistência da desigualdade racial brasileira, uma vez que
não se tem verificado avanço na diminuição dos diferenciais entre negros e brancos pobres desde o início da década de 1980.
Conforme o Atlas Racial de 2004, o mesmo acontece com a proporção de negros abaixo da linha da indigência, que vem mantendo a mesma
tendência desde 1995, ou seja, 25% dos negros são indigentes, enquanto só 10% dos brancos são indigentes.
No campo educacional, conforme Carlos Ari Sunfeld, é patente a diferença entre negros e brancos. A taxa de analfabetismo entre negros com
mais de 15 anos é de 33,7%, enquanto apenas 7% dos brancos na mesma faixa etária não sabem ler e escrever (Direito Público e Igualdade Étnico-
Racial).
Dados do IBGE, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2007, comprovam que dos brasileiros com ensino superior completo, 78% são
brancos, enquanto 3,3% são negros e 16,5% são pardos.
Essa desigualdade racial alarmante na área da educação tem seus reflexos diretos no campo do emprego. Pesquisa elaborada pelo Instituto
Ethos mostra que 96,5% dos cargos executivos são ocupados por brancos e apenas 1,8% o são por negros. Nos cargos de gerência, o percentual é
de 89% de brancos e 8,8% de negros.
Ações afirmativas: a evolução do instituto no direito
comparado
Diversos países adotaram a política de ações afirmativas, objetivando a diminuição
de desigualdades e exclusão social.
O s E s t a d o s U n i d o s d a A m ér i c a t a m b ém
A Constituição Indiana promulgou após sua A África do Sul também está entre os a d o t a r a m o i n s t r u m e n t o d a s a ç ões
independência ações que visavam corrigir países que adotaram as ações a f i r m a t i v a s c o m o f o r m a d e r ed uç ã o d a
as desigualdades resultantes do sistema de desigualdade e do racismo
afirmativas na busca pela diminuição O e x - p r e s i d e n t e d o s E s t a d os Uni d os d a
castas, inserindo naquela sociedade, não
apenas de modo formal, os dalits das desigualdades causadas no país A m é r i c a é e g r e s s o d a U n i v er s i d a d e d e
pelo período do apartheid. H a r v a r d , o n d e i n g r e s s o u c om o b enef i c i á r i o d a
(intocáveis) e os componentes de outras
p o l í t i c a d e c o t a s q u e n a quel a i ns t i t ui ç ã o
castas inferiorizadas.
b e n e f i c i a a n e g r o s e l a t i nos .
Obrigado!