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POLÍTICAS SOCIAIS E CONTEMPORANEIDADE


 Aula 1 - Contextualização socioeconômica da proteção social no
Brasil
 Aula 2 - Caracterização da relação do Estado com a classe
trabalhadora
 Aula 3 - As políticas sociais e a Constituição de 1988

 Aula 4 - Concepções da participação da sociedade civil no Estado


democrático
 Aula 5 - Revisão da unidade

 Referências

Aula 1

CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DA PROTEÇÃO


SOCIAL NO BRASIL
Olá, estudante! Nesta aula, veremos como a ideia de proteção social aparece como produto da interação
entre a constituição dos Estados liberais contemporâneos e as mobilizações da sociedade civil, expressas
pelas diversas lutas sociais, mas especialmente, pelos movimentos trabalhistas.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta aula, veremos como a ideia de proteção social aparece como produto da interação entre a constituição
dos Estados liberais contemporâneos e as mobilizações da sociedade civil, expressas pelas diversas lutas
sociais, mas especialmente, pelos movimentos trabalhistas.

Veremos que o conceito de proteção social aparece como possibilidade de ingerência do Estado sobre as
dinâmicas de produção capitalistas após o contexto de rompimento com os estados absolutistas.

Também, de que modo isso permite ajustes pontuais e/ou sistêmicos que regulem essas interações,
protegendo aqueles que, segundo a Teoria Contratualista, permitiram a formação dos estados
contemporâneos: sujeitos que formam a sociedade civil, em especial, os componentes da classe trabalhadora.

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Mostraremos como esse processo se dá no Brasil republicano.

Bons estudos!

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A EMERGÊNCIA DAS POLÍTICAS SOCIAIS E OS SISTEMAS DE PROTEÇÃO SOCIAL

No século XXI, há um olhar apurado sobre a proteção social de modo a identificar os itens que estruturam
essa proteção no Brasil, também é possível identificar suas falhas e necessidades.

Isso acontece porque a organização e o oferecimento das estruturas, instituições, serviços e políticas de
proteção social estão intimamente conectados aos contextos de constituição da sociedade – e do Estado – em
que estamos. Na atualidade brasileira, a proteção social remonta a dois eixos principais de nossa história
recente:

1. O contexto de reconstrução do Estado Democrático de Direito, na segunda metade da década de


1980 (compreendendo, então, o fim da Ditadura Militar e o restabelecimento da democracia com eleições
indiretas, em 1985, a constituinte e a promulgação da Constituição Federal de 1988, e as primeiras
eleições diretas presidenciais desde o rompimento com a antiga constituição democrática de 1946, em
1989).

2. A reestruturação neoliberal que acontece na década de 1990, com a minimização da presença do


Estado em políticas de distribuição de renda e expressões de precarização do trabalho, com a geração de
contextos de subemprego, empregos informais e aumento das taxas de desemprego.

Este contexto complexo é efeito da crise econômica que se instala na década de 1980, com a inabilidade de o
Estado arcar com os pagamentos das dívidas contraídas durante a corrida desenvolvimentista dos governos
militares, por um lado, e por outro, para adaptação às dinâmicas capitalistas globalizadas neoliberais.

De acordo com Netto (2009), a ideia de proteção social emerge ainda no século XIX, como expressão direta
das pressões dos movimentos sociais, especialmente dos movimentos trabalhistas. Aquele era o contexto de
consolidação da Revolução Industrial e amadurecimento das sociedades industriais, mas ainda eram recentes
as instituições dos Estados Liberais Contemporâneos.

Neste contexto, tinha-se a exploração não regulamentada da mão-de-obra de trabalhadores fabris que
exigiam melhores condições de vida e salários, que rompessem com as situações de exaustão, morte,
epidemias, fome e insalubridade no trabalho.

Os movimentos sociais articulados exigiam melhores condições de trabalho e vida dos Estados liberais recém
constituídos porque seu estabelecimento se baseava na responsividade da ideia de pacto social, segundo a
teoria contratualista: uma vez que o povo auxiliou no processo de rompimento com os Estados absolutistas,
especialmente em movimentos emblemáticos como a Revolução Francesa e a Revolução Americana, o estado
tornava-se responsável pela definição e efetivação dos direitos dos sujeitos sob a égide nesse novo Estado.

Assim, atrelava-se uma série de direitos ao vínculo que cada sujeito possuía com o Estado: a cidadania
(BENDIX, 1996). O Estado se tornava responsável não apenas por defini-la, mas por efetivá-la, e para isso, seria
necessário utilizar mais que as leis e a possibilidade de ingerência Estatal, seria preciso definir políticas sociais,
mobilizadas para situações específicas e que pudessem ser ajustadas, que fossem maleáveis.

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As políticas sociais contornavam a busca social pelo auxílio do Estado, mediando grandes conflitos, como os
expressos pela Primavera dos Povos (série de movimentos sociais na Europa em 1948 por melhores condições
de trabalho e de vida), mas sem afetar a proposta de ingerência limitada dos Estados no modelo liberal
capitalista.

De acordo com Netto, assim, as políticas sociais são a expressão da responsividade do Estado diante das lutas
sociais articuladas, uma combinação entre a natureza do estado liberal capitalista no alvorecer das sociedades
industriais e a ideia de responsabilidade do estado pelo bem-estar dos cidadãos diante da transferência de
poder pelo pacto social que possibilita sua constituição.

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A INFLUÊNCIA DA ERA VARGAS NA DEFINIÇÃO DA PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL

A proteção social no Brasil tem vínculo estreito com as lutas sociais, especialmente no contexto de
reestabelecimento do estado Democrático de Direito, em 1988. No entanto, essas expressões são produto de
uma série de articulações ao longo de toda a trajetória republicana do país a partir de 1930, rompendo com o
silêncio do Estado sobre a articulação política e o direito dos trabalhadores nas quatro primeiras décadas da
República.

Veremos, então, o processo de constituição das bases da proteção social no Brasil, expressão da organização
republicana, do Estado de Direito e que apresentou reflexos e impactos ao longo de todo o século XX: a
proteção social promovida pelo governo de Getúlio Vargas.

A primeira manifestação desse cenário ocorreu durante governo de Getúlio Vargas, o marco inicial do
populismo no Brasil, entre 1930 e 1945. Durante esse período, greves de trabalhadores urbanos e rurais, em
consonância com mobilizações inspiradas no comunismo soviético, representou a luta da sociedade civil pela
constituição e efetivação dos direitos.

Esse momento foi importante no novo modelo estatal que consolidava após os anos subsequentes à
dissolução do Império.

No governo Vargas, apesar do modelo liberal capitalista, o Estado usou as possibilidades de ingerência para
definir o processo de expansão do parque industrial brasileiro, aproveitando a dinâmica de substituição de
importação possibilitada pelos efeitos das guerras mundiais.

Para regular as reivindicações dos trabalhadores, criou-se a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, que
regulamentava os direitos trabalhistas e a possibilidade de articulação social e política livre e democrática com
os sindicatos, além do estabelecimento de institutos de previdência (CARDOSO, 2010).

Esses institutos não eram direcionados à sociedade de forma homogênea, mas sim vinculados às categorias
profissionais (ferroviários, metalúrgicos etc.). Assim, cada segmento profissional podia se articular para criar
um sistema de previdência social por meio de arranjos corporativos entre as empresas e indústrias do ramo,
esse fator contornava a efervescência dos movimentos grevistas e, ao mesmo tempo, modernizava as
relações de trabalho e produção, permitindo a redução das desigualdades e contribuindo para o
desenvolvimento social do país e para o fortalecimento democrático, ainda que, por si só, não fosse suficiente
para promover justiça social.

A reordenação entre as relações públicas e privadas instrumentalizada por Vargas não aconteceu sem
resistência do empresariado agroexportador e industrial, mas as reivindicações dos trabalhadores (como
regulamentação do trabalho infantil e das mulheres, definição e regulamentação de direitos como horas
extras, férias e descanso semanal remunerados) estavam integradas à agenda da política externa varguista,
que buscava posição de protagonismo diante da rearticulação dos poderes mundiais no pós-primeira guerra
mundial (CARDOSO, 2010).

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Embora tais práticas produzissem, de fato, maior acesso dos cidadãos aos itens de bem-estar social,
possibilitassem maior qualidade de vida aos trabalhadores e alterasse de forma importante (mesmo não
eliminando) o abismo imperial entre a linha da pobreza e as elites, não chegou a se constituir um estado de
bem-estar social, como aconteceu nos Estados unidos após o ajuste keynesiano e a busca por pleno emprego
no mesmo período.

MOVIMENTOS SOCIAIS E A PROTEÇÃO SOCIAL: O CASO DO BRASIL

Compreender os processos de consolidação dos movimentos sociais e mobilização popular

No Bloco anterior vimos que a proteção social no Brasil tem um ponto de virada muito importante: o
primeiro governo Vargas. A ingerência do Estado varguista foi tão importante que promoveu efeitos de
reorganização civilizatória, formando as bases para os ajustes das políticas sociais dos governos
subsequentes, mas nenhuma produziu alterações tão profundas quando as do Estado varguista (CARDOSO,
2010).

É preciso considerar que, paralelamente às pressões dos movimentos sociais, trabalhistas e de esquerda no
contexto, o Estado varguista, por meio de ajustes civilizatórios da proteção social, modificou as configurações
e as dinâmicas entre sociedade e Estado, e entre sociedade e mercado.

Esse cenário propiciou, nas décadas seguintes, a construção progressiva do protagonismo regional do Brasil
nas interações do capitalismo globalizado. Após Vargas, governos populistas como o de Juscelino Kubitscheck
e até mesmo os governos da ditadura Militar utilizaram as estruturas criadas no contexto varguista,
produzindo ajustes ao que já estava posto segundo as alterações trabalhistas influenciadas pelas alterações
econômicas e tecnológicas.

A próxima alteração estrutural aconteceria na década de 1980, e as mobilizações sociais desta vez
conseguiriam o retorno das eleições presidenciais diretas, por meio do Movimento Diretas Já, a
universalização do sistema de saúde e a definição de uma estrutura única, não universal, mas contributiva,
para a previdência.

Dessa forma, embora os contextos pareçam antagônicos, desenvolveram-se de forma paralela: o processo de
redemocratização do Estado e a reestruturação econômica neoliberal construíram tanto as partes mais
importantes dos sistemas de proteção social brasileiros.

Esses fundamentos estão expressos na Constituição Federal de 1988 como política de Estado (que não
muda na alternância democrática dos governos), essencialmente no chamado Tripé da Seguridade Social no
Brasil (saúde, a previdência e a assistência social).

Por um lado, o ajuste neoliberal que levou à diminuição de políticas sociais não atreladas ao chamado tripé de
Seguridade como estratégia de enxugamento das contas públicas para equilíbrio fiscal e superação da grave
crise financeira de hiperinflação. A virada efetiva ocorreu apenas em 1994, com a implementação do Plano
Real, após 5 tentativas de ajustes econômicos e monetários entre 1985 e 1993.

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Agora, considerando as políticas sociais como responsabilidade do Estado, a articulação ao processo de


redemocratização, e em especial ao contexto da Assembleia Constituinte entre 1987 e 1988, acontece pela
articulação da sociedade civil: são as lutas sociais, expressas pelos movimentos sociais, que levam à
constituição de instrumentos e estratégias de proteção social (NAPOLITANO, 1998; RODRIGUES, 2002).

Um dos exemplos mais emblemáticos é a universalização da Saúde como direito social, possível pela pressão
dos movimentos sociais durante a constituinte, mas que já existiam na década de 1970 nas mobilizações em
torno da unificação do atendimento e das estratégias de controle de epidemias, vinculadas especialmente aos
cientistas do Instituto Oswaldo Cruz.

Vemos, então que lutas sociais foram fundamentais para a constituição dos sistemas de proteção social sob a
égide dos Estados Liberais Contemporâneos – da Primavera dos povos em 1948, à constituição do sistema de
proteção social presente na redemocratização do Estado brasileiro em 1988.

VIDEO RESUMO

Olá, estudante!

Neste vídeo resumo, retomares os principais conceitos apresentados sobre a formação da proteção social,
tendo em vista também a formação dos Estados liberais contemporâneos e sua dinâmica de interlocução com
os componentes da sociedade civil. Assim, veremos a importância das lutas sociais para a mobilização de
pressões sobre os estados para a ingerência sobre situações específicas das dinâmicas produtivas, tendo
atenção pormenorizada sobre o caso do Brasil em dois momentos cruciais: a Era Vargas e a Redemocratização
na década de 1980.

 Saiba mais
Democracia e a busca por equidade

O Estado de Direito no Brasil, por meio dos sistemas de proteção social assegurados pela CF de 1988,
oferece dispositivos para a equidade e diminuição das desigualdades, orientando ações para a justiça
social. Para compreender o processo e entender se essas ações são efetivas para a toda a sociedade
brasileira, acesse o artigo de Arretche: Democracia e Redução da desigualdade econômica no Brasil.

A proteção social, o trabalho e o seguro social

Diferentes dispositivos modulam a proteção social no Brasil. Saiba, no texto de Lanzara, a contribuição
do seguro social. Veja mais no artigo: O Seguro Social e a Construção da Proteção do Trabalho no Brasil.

Aula 2

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CARACTERIZAÇÃO DA RELAÇÃO DO ESTADO COM A


CLASSE TRABALHADORA
Olá, estudante! Nesta aula, aprenderemos sobre a importância da classe trabalhadora na consolidação
do Estado Democrático de Direito no Brasil.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta aula, aprenderemos sobre a importância da classe trabalhadora na consolidação do Estado


Democrático de Direito no Brasil. Para entender esse processo, levaremos você a refletir sobre os
fundamentos da constituição dos Estados liberais contemporâneos.

É justamente este contexto e suas múltiplas influenciais políticas, econômicas e até tecnológicas que
possibilitam a contínua comunicação entre a classe trabalhadora e o Estado do final do século XIX, até a
contemporaneidade.

Para compreender melhor essas interações, veremos que as sociedades não são homogêneas, mas formadas
por grupos sociais distintos, grupos esses com interesses diversos, mas também trajetórias e influências das
conjunturas de distintos, mediados especialmente pelas dinâmicas de poder e pela dicotomia
privilégio/exploração nas sociedades capitalistas.

Bons estudos!

SEGMENTOS SOCIAIS CONTEMPORÂNEOS

As sociedades são mais que agrupamentos de pessoas, podem ser consideradas estruturas, organismos ou
redes (ALTHUSSER, 1980; DURKHEIM,1985; CASTELLS, 1999).

A partir de diferentes perspectivas sociológicas, o elemento comum é a definição das conexões entre os
sujeitos e os grupos sociais e a definição de sistemas que permitem a compreensão e atribuição de significado
aos laços e às ações estabelecidas nessas sociedades (WEBER, 1988)

A filosofia aristotélica define as sociedades a partir dos objetivos coletivos: seriam eles os nós que agrupariam
os laços entre os diferentes indivíduos, em torno de um determinado objetivo comum (ARISTÓTELES, 1998).

Esse objetivo (ou conjunto de objetivos) seria responsável pela ideia de felicidade geral ou bem estar coletivo,
neste caso, não se trata da ideia de bem estar promovida pelo Welfare State na década de 1940, mas sim de
pressupostos simbólicos, morais e éticos que definiriam os valores sociais e, assim, como cada sociedade
definiria os códigos internos para a orientação das condutas coletivas.

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O comportamento humano, assim, deixa de ser individual e se torna socialmente orientado. Mas as
sociedades não são homogêneas, de modo que as ideias de bem-estar ou felicidade poderiam ser diferentes
para os diferentes sujeitos, e por isso, a filosofia aristotélica aponta que as sociedades atuariam segundo o
“maior bem-estar possível”, ou a mais ampla felicidade possível, e não que as sociedades racionalmente
orientadas se ajustariam inevitavelmente para o equilíbrio ou a justiça social.

Esse equilíbrio não apareceria de forma natural e espontânea, mas a partir da exteriorização de uma
organização racional dos objetivos desse grupo social: o Estado. Como estrutura externa, mas vinculada à
sociedade, o Estado regularia as dinâmicas e condutas sociais, orientado pelos sistemas de valores éticos e
morais, expressos nas formas racionalizadas de organização, as leis.

O que Aristóteles diz é que as sociedades não são homogêneas, já que cada sujeito pode ter uma percepção
particular da realidade, mesmo que socialmente orientado às condutas mais ou menos desejáveis segundo as
definições de grupo. Ele pontua, então, a heterogeneidade, mas ainda não nos fala sobre a segmentação ou
os estamentos sociais.

Na percepção sobre os segmentos, classes ou estamentos, há a percepção das diferenças simbólicas entre os
grupos sociais, mas também as dinâmicas de poder passam a ser percebidas junto com suas incidências na
formação de grupos privilegiados e grupos explorados ou marginalizados.

Essas dinâmicas de poder podem ter origem religiosa, como no caso da divisão social por castas percebida
por Weber nas sociedades indianas do século XIX (WEBER, 1998); origem hereditária, tradicional ou por
titulação, como a segmentação nas sociedades aristocráticas percebida por Rousseau (2011), ou definida pelo
sistema produtivo, como as classes sociais definidas por Marx (2013) no estabelecimento das sociedades
industriais.

O que se pode afirmar é que essas diferenças entre os grupos promovem diferenças nas trajetórias de vida
dos grupos e na interação entre os diferentes grupos sociais, bem como divergência na percepção do impacto
de crises mais gerais, como as econômicas, políticas e até as climáticas. Por isso, os grupos sociais e seus
segmentos são objeto de estudo da Sociologia e outras Ciências Sociais Aplicadas, como o Serviço Social, na
busca da definição de estratégias de intervenção adequada para a condição mais próxima possível da
equalização ou da justiça social.

Na contemporaneidade, a definição produzida por Marx (2013) é a mais utilizada para compreender os
segmentos sociais: as sociedades seriam compostas pela classe trabalhadora, na base da pirâmide, formando
a sociedade de consumo e, também, o reduto da mão-de-obra que sustenta a produção capitalista. No topo,
em menor número e com maior poder simbólico, político e privilégios, estariam as elites – e estas são
invariavelmente, na atualidade, formadas pela elite econômica, pelos detentores de capital, mas em
diferentes sociedades há outros grupos considerados elites: religiosos e militares, por exemplo.

No século XX, cristalizou-se a existência de uma classe intermediária: a que não possui os meios de produção,
não são capitalistas e nem elite, mas não se enquadram na condição de base da pirâmide por terem acesso a
alguns privilégios, especialmente na definição do próprio trabalho: a classe média, formada teoricamente por
profissionais liberais.

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Esse segmento ainda se enquadra como classe trabalhadora na análise do sistema produtivo, já que depende
da própria mão-de-obra para sobreviver, mas não tem salário determinado por um capitalista, o que faz com
que possa acessar itens de bem-estar social e espaços de privilégio não acessados pelos trabalhadores
assalariados, mas também, muito distantes daqueles experenciados pelas elites.

O ESTADO DEMOCRÁTICO CONSOLIDADO

O Estado liberal capitalista é o elemento que define a constituição de classe como Marx interpreta e como
percebemos na contemporaneidade: elites econômicas formadas pelos detentores do capital e dos meios de
produção, a classe média; e na base, a classe trabalhadora, que vende sua força de trabalho em troca do
salário para a manutenção da subsistência.

A formação do Estado liberal se dissemina entre diversos países ao final do século XIX, quando as chamadas
Revoluções Liberais ou Revoluções Burguesas (Revolução Industrial, Revolução Americana e Revolução
Francesa) modulam novas formas de interação e exercício de poder internacional, rompendo com o
absolutismo e criando formas globalizadas para a produção econômica (NETTO, 2009).

E é justamente a globalização econômica, intensificada já neste contexto, e não somente na década de 1980,
como se costuma acreditar (este foi o contexto de globalização do capitalismo financeiro e das comunicações
digitais, mas a globalização econômica se inicia, de fato, no expansionismo marítimo que origina o
mercantilismo, se acentua no processo de constituição das sociedades industriais do século XIX), que leva à
onda de processos de independência dos territórios ocupados por colonizadores nos séculos XV-XVIII e de
ruptura/revolução dos Estados monárquicos absolutistas.

No ápice da Revolução Industrial, percebeu-se que o sistema de produção capitalista europeu e norte-
americano necessitava de expansão dos mercados de consumo, ou seja, os mercados produtores não seriam
capazes de consumir tudo aquilo que produziam, e o escoamento para outros mercados era necessário para
manter a progressão da produtividade e da acumulação de capital.

Por isso, algumas nações capitalistas financiaram ou apoiaram determinados processos de independência, em
busca da formação de influência ou alianças para o novo modelo de mercado internacional - mas para isso
funcionar, não bastava que os Estados fossem livres, era preciso que os sujeitos também o fossem.

A liberdade dos indivíduos nesse processo responderia à diferentes demandas: sujeitos livres, não
escravizados, poderiam consumir; os sujeitos livres sustentariam os novos Estados recém-constituídos a partir
de rupturas com as monarquias absolutistas.

No entanto, havia a necessidade da contrapartida pelos Estados: as possibilidades de participação, integração


desses sujeitos agora livres (seja da condição da escravatura, seja da condição de sujeição aos soberanos) às
novas formas de organização social. Por isso, as democracias representativas, indiretas, foram os regimes de
governo associados aos Estados liberais em formação.

Assim, a ideia de liberdade política definida pelas democracias se associa, na construção dos Estados
contemporâneos, às filosofias liberais, políticas e econômicas. Com o Brasil, não foi diferente: a República
brasileira proclamada em 1889, como uma democracia inspirada na Revolução Norte-Americana, é produto
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de um golpe militar que desejava encerrar a ingerência do monarca brasileiro sobre a economia.

A busca pelo liberalismo econômico ajudou a reconfigurar o Estado, enquadrando-o no padrão político e
econômico liberal, constituindo uma democracia compatível com o que se requeria para as novas interações
globalizadas.

O movimento republicano buscava, ainda, mais que apenas a liberdade econômica e política, mas o
desenvolvimento da personalidade própria e do protagonismo brasileiro nas dinâmicas internacionais -
movimento mediado pelo positivismo científico (CARVALHO, 2003).

Assim, pode-se definir o Estado democrático no Brasil republicano como produto de movimentos das elites
por um enquadramento às dinâmicas internacionais, mas que não foi resultado de movimentos populares.

Esse quadro muda no processo de redemocratização e reconstrução do estado Democrático de Direito em


1988, após os 21 anos de ditadura militar (1964-1985), quando a sociedade civil se mobilizou de forma
constante e árdua em busca do reestabelecimento democrático.

TRABALHADORES E SUA INFLUÊNCIA NA RECONSTRUÇÃO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE

DIREITO

A democracia brasileira nasce numa República definida pelas elites, e praticamente sem participação popular.

Mas, o reestabelecimento democrático após um contexto de Estado de Exceção (a ditadura militar entre 1964
e 1985) é uma conquista direta das mobilizações populares, em especial, dos movimentos estudantis, dos
trabalhadores urbanos e do movimento urbano (embora outros segmentos tenham se articulado nesse
processo, como categorias profissionais na definição de seus campos, como o Serviço Social, ou na aplicação
dos conhecimentos em busca de sistemas de proteção social e políticas de Estado, como no segmento da
epidemiologia/biologia, em busca da organização de um sistema universal de saúde).

Para entender esse processo, é preciso retomar o ajuste civilizatório que acorre com a definição das leis de
proteção ao trabalho definidas na Era Vargas, entre 1930 e 1945. A especificação dos direitos e
regulamentação dos limites de atuação do mercado sobre trabalhadores e sociedade foi uma resposta aos
movimentos trabalhistas.

Nessa resposta, as organizações formais destinadas à unificação da articulação trabalhadora, ou seja, os


sindicatos, ganhou status de articulação política, mediando com Estado e Mercado as demandas dos
trabalhadores.

Ao longo do século XX, até o Golpe de 1964, os sindicatos, assim como as organizações estudantis,
mantiveram na ação coletiva (greves, ocupações, passeatas) e na definição de representantes dos
movimentos as estratégias legais de diálogo com o Estado.

De acordo com Jacob Gorender (1988), após o golpe de Estado em 01 de março de 1964, essa articulação foi
reprimida, com dissolução de determinadas entidades, postas nas ilegalidades, como as organizações
estudantis, ou com a repressão violenta às mobilizações trabalhistas, com prisões, perseguição política, exílio
forçado, desaparecimentos e mortes.
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Durante a década de 1960, houve protagonismo dos movimentos estudantis na luta contra a ditadura. Na
década de 1970, com o recrudescimento da ditadura e a repressão aos estudantes, os movimentos de
trabalhadores retomaram o ponto de foco das articulações pela retomada da democracia, mesmo com a
vigilância e perseguição política concentrada sobre os integrantes dos sindicatos.

A repressão incisiva às mobilizações dos trabalhadores, como as torturas que aconteceram na Fábrica da
Wolkswagen em São Bernardo do Campo e na Indústria Petroquímica, foram estopins para mobilizações mais
amplas dos trabalhadores, e a partir do final da década de 1970, os movimentos grevistas de metalúrgicos se
expandiram para outros segmentos, agrupando trabalhadores do país em torno da busca pela
redemocratização.

Na década de 1980, os movimentos trabalhistas conseguem alcançar novas dimensões, a partir da


mobilização de partidos políticos, como o PT (Partido dos Trabalhadores) e PTB (Partido Trabalhista
Brasileiro).

A despeito da concordância com os ideais de cada partido, a possibilidade de organização política formal para
ocupação de espaços representativos foi uma conquista dos trabalhadores e da sociedade brasileira.

Esses partidos, entre outros partidos formados na dissolução dos governos militares a partir de 1985 (como
PSDB e PMDB) estiveram presentes na Assembleia Constituinte, o longo processo de elaboração da
Constituição Federal de 1988, que assegura o atual Estado Democrático de Direito.

VÍDEO RESUMO

Olá, estudante!

Neste vídeo resumo, retomaremos os principais conceitos que levam à percepção das sociedades a partir de
seus múltiplos e diferentes segmentos, fatores que levam à constituição de sistemas de privilégio e poder.
Veremos, ainda, como a classe trabalhadora se mostrou como articuladora de mudanças sociais e políticas no
Brasil, especialmente na luta contra a ditadura militar e consolidação do Estado de Direito Contemporâneo.

Bons estudos!

 Saiba mais
Você sabia que a ideia de celebrar o dia do trabalhado e do trabalhador emerge a partir das lutas sociais
dos trabalhadores no século XIX? Para entender melhor, veja a matéria: História de luta por direitos do
Dia Trabalhador começou no século 19.

Durante a Assembleia Nacional Constituinte, os movimentos dos trabalhadores tiveram grande


importância na definição de políticas sociais no novo Estado Democrático que se estabelecia. Para
entender mais sobre o processo veja uma notícia de jornal publicada em 1988: A constituinte e os
trabalhadores, pela Folha de São Paulo.

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Aula 3

AS POLÍTICAS SOCIAIS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988


Olá, estudante! Nesta Aula, trabalharemos conceitos importantes sobre o vínculo entre as políticas
sociais e a Constituição de 1988.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta Aula, trabalharemos conceitos importantes sobre o vínculo entre as políticas sociais e a Constituição de
1988. Para isso, vamos analisar mais profundamente o conceito de cidadania: o que é, como emerge e qual
seu sentido no Brasil contemporâneo.

Veremos que há uma conexão importante entre a sociedade civil e a formação dos Estados liberais, que
recebem as influências das relações de produção capitalista e são mediadas pelas filosofias liberais.

A partir dessa análise, entenderemos por que as políticas sociais se vinculam à ideia de cidadania e mais
precisamente, à sua ideia de efetividade.

Bons estudos!

CIDADANIA E NACIONALIDADE

Será que toda pessoa que nasce numa determinada região pode ser considerada cidadã do país que se
organiza naquele território? Bem, na atualidade, é provável que isso aconteça, mas nem sempre foi assim.

A ideia de cidadania hoje pode estar associada à nacionalidade, mas se trata de dois conceitos diferentes, é
por isso que estrangeiros ou pessoas naturalizadas podem também ser consideradas cidadãs de um
determinado país. Mas como isso funciona?

Para entender, é preciso considerar dois pontos essenciais:

A ideia de cidadania está ligada à conexão do sujeito com um Estado. Trata-se do vínculo racional e
legalmente constituído, que define os direitos, e os deveres, dos sujeitos nessa ligação com o Estado
(COSTA; IANNI, 2018).

É por isso que não apenas nativos, mas também os estrangeiros residentes e os naturalizados podem ser
considerados cidadãos. Nesse caso, os direitos considerados universais ou que fazem parte das políticas
sociais, expressos por essa noção de cidadania são iguais, independentes das particularidades (nativos,

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residentes, naturalizados, refugiados). Por exemplo: no Brasil, brasileiros natos, naturalizados,


estrangeiros e refugiados tem direito a acessar o sistema de saúde, porque é universalizado.

Cidadania e nacionalidade são conceitos distintos. A nacionalidade expressa o vínculo simbólico e


cultural que versa sobre a identidade do sujeito, a partir da ligação com o território. Mas, na definição do
conceito de cidadania, a nacionalidade se torna a base para estruturação das dinâmicas de
responsividade pelo Estado e pelos cidadãos (COSTA; IANNI,2018).

A noção contemporânea de cidadania está atrelada aos Estados liberais contemporâneos e à premissa de
que sua formação se deu a partir do pacto social, ou seja, a partir da ideia baseada na premissa
contratualista de transferência de poder.

Diante dessa transferência, o Estado tornava-se responsivo pois estava obrigado a elaborar estratégias e
normas para garantir o bem-estar e a proteção dos cidadãos. Nesse contexto, abriga-se parte da filosofia
liberal iluminista, que afirma que parte importante dos direitos dos sujeitos dizem respeito:

Ao direito natural, composto pelo direito inato à vida e à sobrevivência.

Ao direito positivo, definido por lei, que abarca diferentes possibilidades, mas nesse contexto, fala
diretamente sobre o direito à propriedade privada e à liberdade política e possibilidade de participação.

Por isso, a ideia de cidadania é composta pelo conjunto de três tipos de direitos pelos quais o Estado, pela
transferência de poder definida no pacto social, deve assegurar: os direitos sociais, os direitos civis e os
direitos políticos.

Os direitos sociais versam sobre todos os elementos que aprimoram a premissa do direito natural: parte-se
do princípio de que, para além do direito à vida e à segurança, o ser humano tem direito à vida com
qualidade. Nesse aspecto, as constituições contemporâneas e as políticas sociais dos Estados democráticos
retomam a Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948) que versa sobre os direitos elementares
que asseguram a vida com bem-estar e qualidade.

Os direitos civis dizem respeito ao vínculo com as estruturas do Estado, e que nomeiam ou definem o status
do sujeito nesse vínculo como por exemplo, a emissão dos documentos de identidade, meio pelo qual parte
importante dos direitos sociais são efetuados.

Por fim, os direitos políticos dizem respeito às formas de participação nas expressões e formas de organização
política do Estado: do direito ao voto, nas sociedades democráticas, à possibilidade de criação de partidos
políticos, movimentos políticos ou ocupar cargos de gestão pública ou representação.

Por isso a cidadania é diferente em diferentes Estados: ela depende de como os Estados interpretam a ideia
de responsividade para com os cidadãos, e como essa responsividade será efetivada nos instrumentos e
direitos expressos em cada um dos grupos de direitos que compõem o conceito, civis, sociais e políticos.

No Brasil, o conceito de cidadania é definido pela Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2016), e ao contrário
de outras constituições, é a ideia de cidadania que norteou o Estado de Direito brasileiro, sendo a cidadania
considerada um dos pilares da democracia e sua efetividade, a garantia da qualidade da democracia
contemporânea.

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POLITICAS SOCIAIS E A CIDADANIA

Vimos que a cidadania se conecta à nacionalidade, mas não se limita a ela. Agora, veremos que a ideia de
cidadania está associada às políticas sociais. É por meio dessas políticas que se instrumentalizam (são
colocadas em prática pelo conjunto de instituições, agentes, estratégias e ferramentas definidos e
disponibilizados pelo Estado) as políticas sociais.

De acordo com Netto (2009), as políticas sociais emergem no século XIX como estratégias do Estado liberal
capitalista para mediar os efeitos da produção capitalista sobre a base do sistema, a classe trabalhadora.

Essa mesma base fomenta a constituição desses Estados, segundo a ideia de pacto social e transferência de
poder. Por isso, mais que assegurar a efetividade do direito natural, o direito à vida e segurança, e o princípio
liberal a propriedade privada e acumulação, o Estado passa a ser responsável também por intermediar as
dinâmicas entre Estado e Mercado, rompendo com a ideia liberal clássica da economia científica sobre a
autorregularão de mercado ao recorrer à ingerência Estatal para impor limites e regras às dinâmicas de
produção.

No entanto, ainda no século XIX, entendeu-se que apenas regular as relações produtivas não seria suficiente
para que a classe trabalhadora resistisse às refrações da chamada questão social (NETTO, 2009).

Para mediar também as tensões causadas pelos antagonismos de classe, os Estados liberais precisaram
estabelecer estratégias e recursos que promovesse o bem-estar social e auxiliassem na diminuição desses
antagonismos, promovendo ações que levassem à equidade e à justiça social.

Este é o contexto em que emerge o Estado social (NETTO, 2009), o Estado que se ocupa de instrumentalizar as
estratégias para efetivar a cidadania (DAHL, LINDBLOM, 1963).

Tudo isso porque a noção da cidadania, assim como o princípio do liberalismo político e econômico que
modulam os Estados contemporâneos, -searticulam em torno de um segundo conceito: a igualdade.

De acordo com Rousseau (2011), o filosofo mais preponderante das leituras contratualistas que influenciam as
Revoluções Liberais e a formação destes Estados pós-rompimento com o absolutismo, de nada serviria
reorganizar a sociedade em torno do ideal da liberdade se o princípio da igualdade não fosse observado.

A filosofia de Rousseau (2011) fala diretamente sobre a estratificação social e os sistemas de privilégio e
opressão que as aristocracias podem promover, e por isso explica como o pacto social seria necessário para a
construção de um Estado para uma sociedade igualitária: ao ceder o poder inato e individual à construção de
um novo Estado, este teria a responsabilidade de usar suas estruturas e a possibilidade de criar e articular leis
para a promoção da igualdade.

No entanto, ideal de igualdade anunciado pela filosofia contratualista rousseaniana não ultrapassou os
movimentos revolucionários, e não se mostrou real na configuração das sociedades industriais.

Isso porque, de acordo com a crítica produzida Marx (2013), o capitalismo que fomenta essa nova organização
social e política não se sustenta sem a desigualdade. Portanto, a desigualdade seria o motor para que a classe
trabalhadora fosse condicionada à venda da força de trabalho em troca do salário.

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A diferença entre esse salário e a expropriação da mais-valia (a diferença entre a riqueza produzida pelo
trabalhador, que comporá o lucro do capitalista, e o salário recebido) é o que possibilitaria a acumulação de
lucro e a expansão do modelo produtivo.

Os Estados, então, sofreram a pressão em dois sentidos: de um lado, os movimentos sociais e políticos de
trabalhadores que exigiam direitos e a igualdade, e de outro, a associação aos agentes do capitalismo que
possibilitaram a criação deste Estado.

A ingerência do Estado capitalista não atuaria no sentido da igualdade plena subvertendo os privilégios das
elites, como pretendia o socialismo marxista. No entanto, as pressões dos movimentos sociais fizeram com o
que estes Estados disponibilizassem estratégias que suavizassem os efeitos dos antagonismos de class,:
regulando o trabalho e instituindo direitos dos trabalhadores, promovendo políticas para bem-estar social nas
áreas da educação, saúde, moradia e elementos de infraestrutura, como transporte.

Por fim, há um o protagonismo dos movimentos sociais na definição das políticas sociais nesse processo, mas,
ao mesmo tempo, as organizações liberais capitalistas (políticas e econômicas) permitem a ingerência até
certo limite, promovendo artifícios para a equalização, mas não rupturas que tornem as sociedades de fato
igualitárias.

ESTADO É RESPONSÁVEL PELA EFETIVIDADE DA CIDADANIA

A cidadania é um conceito que define as conexões e formas de interação e responsividades entre cidadãos e
Estado e, por isso, trata-se uma interação em dois e sentidos: do Estado para o sujeito, e dos sujeitos para o
Estado, o que implica em uma relação baseada, para os indivíduos, em direitos e deveres.

Mas, atenção: os deveres dos cidadãos não são uma contrapartida diante dos benefícios da cidadania.
Cidadãos não recebem seus direitos de acordo com o cumprimento dos deveres.

O Estado é responsável pela efetividade da cidadania (DAHL; LINDBLOM, 1963) e seus parâmetros são
geralmente, constitucionais. Mas a própria cidadania define sistemas em que os cidadãos devem cumprir
alguns deveres, segundo a ideia de bem-estar social, ordem social e equilíbrio ou qualidade da democracia.

Assim, os direitos não são condicionais aos deveres: direitos são responsabilidade do Estado – e por isso,
parte deles se tornam políticas de estado (inalteráveis na alternância de poder das democracias), e não
políticas sociais (impermanente e ajustáveis dependendo das agendas de governo ou da avaliação das
demandas sociais)

Vamos a um exemplo que compreende os direitos civis dos cidadãos brasileiros: o direito ao voto. O direito ao
voto no Estado democrático de direito e a existência de eleições presidenciais diretas, em que os eleitores
escolhem diretamente seu candidato, eleito por maioria simples em turno duplo condicional, foi conquistado
após lutas civis e movimentos sociais em 21 anos de ditadura militar, nos quais esse direito foi suprimido.

Na reconstrução do Estado Democrático de Direito, o voto foi definido pela primeira vez na história
republicana como um direito para pessoas analfabetas. E, para as mulheres, trata-se de um direito
conquistado nacionalmente apenas na segunda década do século XX, em 1932 (CABRAL, 2004).

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Antes da formalização do direito ao voto feminino no Brasil, tentativas locais foram estabelecidas, por meio de
políticas regionais, mas a atribuição ao direito em todo o território nacional, acontece apenas em 1932.

Esse direito é, a partir da Constituição Federal de 1988, também um dever: o voto é obrigatório. Não votar
acarreta sanções aos cidadãos.

A definição desse dever se dá tendo em vista os direitos individuais, coletivos e apropria segurança do Estado
democrático, diante do histórico de coronelismo e política oligárquica (como com o voto de cabresto) e da
própria supressão desse direito no contexto de um Estado de exceção, a obrigatoriedade do voto visa
proteger a expressão plural das demandas sociais e fazer valer a escolha de cada cidadão.

Por outro lado, protege o Estado Democrático de Direito na medida em que obriga a comunicação e a
transparência de candidatos, partidos e coalizões ao maior número de eleitores possível, já que não só os
grupos de interesse estão dispostos a votar.

O cumprimento desse dever asseguro a manutenção da democracia e auxilia na qualidade democrática e,


assim, protege os direitos civis e políticos associados ao pleito e ao voto numa democracia representativa-
participativa como a brasileira.

Assim, os deveres funcionam como dispositivos de organização social e política, mas que respondem também
ao princípio de proteção e efetividade dos direitos que integram a noção de cidadania.

VIDEO RESUMO

Olá, estudante!

Nesta aula, retomaremos os conceitos abordados sobre a cidadania e a presença desse conceito a partir da
constituição do Estado democrático de direito no Brasil, com a promulgação da Constituição Federal de
1988. Veremos que a cidadania expressa um vínculo de responsividade entre Estado e sociedade civil,
definindo direitos e deveres dos cidadãos.

 Saiba mais
A Constituição Cidadã.

Ao ser promulgada, a Constituição Federal de 1988 foi batizada por um dos parlamentares constituintes
de “Constituição Cidadã” pois a partir ela, o estado de Direito se fundamentava numa democracia
instrumentalizada, guardada e controlada pela efetivação da cidadania. Mas muitos desafios, como crises
econômicas e a reestruturação neoliberal estiveram no percurso. Saiba mais sobre os avanços e desafios
da Constituição Federal de 1988.

Aula 4
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CONCEPÇÕES DA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL NO


ESTADO DEMOCRÁTICO
Olá, estudante! Nesta Aula, veremos como se dá a participação dos cidadãos nas democracias
contemporâneas.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta Aula, veremos como se dá a participação dos cidadãos nas democracias contemporâneas. Para isso,
conheceremos o conceito de participação e a existência de diferentes tipos e modelos de democracia, que
podem definir diferentes formas de participação.

Veremos, ainda, que a participação, como forma de exercício político e de poder, expressa formas de
alinhamento ideológico.

Ao final, notaremos que a participação é uma forma de exercício de poder político e que em determinados
modelos, permite também a condução do controle social da democracia, que é o caso da participação no
Brasil.

Bons estudos!

CONCEITUAR AS CONCEPÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

A democracia se fundamenta no princípio da participação dos cidadãos em diversos âmbitos: da organização


e gestão do poder aos processos decisórios e gestão pública.

Na atualidade, existem diferentes tipos e modelos de democracia (Lijphart, 2000), justamente por definirem
sistemas diferentes desses tipos de participação. No entanto, há alguns modelos centrais em tono dos quais
gravitam as diferenciações dos sistemas existentes no planeta: as democracias indiretas das quais se derivam
os modelos consensual, participativo e representativo.

Eles se definem da seguinte forma, de acordo com Lijphart (2000):

Democracia consensual: nesse modelo há múltiplos sistemas de descentralização de poder, de modo


que as comunidades podem atuar de forma mais presente e ter controle maior sobre os processos
decisórios, por meio de assembleias, plenárias e eleições locais e regionais não apenas para a
representação no poder legislativo e executivo, mas também para a decisão de assuntos de interesse
local. Busca, nesse modelo, pelo acordo, pelo consenso, e não pela ideia ou representante que “vence”
uma disputa eleitoral.

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Democracia deliberativa-participativa: nesses modelos, há menos descentralização de poder do que


no modelo consensual, e a possibilidade de participação no modelo decisório se dá por meio dos
dispositivos de escolha e opinião, como plebiscitos, referendos, e no âmbito da gestão de recursos, em
modelos semelhantes ao Orçamento Participativo.

Democracia representativa: é o modelo com menor índice de descentralização de poder, e a


participação popular se restringe à escolha eleitoral, mas não afeta o processo decisório de forma direta.

As variações citadas são da democracia indireta, ou seja, o tipo de democracia em que a instrumentalização
do poder se dá por meio da representação e escolha para a gestão: os cidadãos elegem entre as diferentes
possibilidades e diversos sistemas eleitorais e partidários, aqueles que ocuparão postos nas instituições do
Estado para representar seus interesses.

Esse modelo deriva da democracia direta ateniense, o modelo considerado “puro” de democracia, em todo
âmbito de decisão se definia com votação direta dos cidadãos (ou seja, daqueles que tinham o direito de
participar desse processo, e não do povo em geral, excluindo-se mulheres, menores de 25 anos,
trabalhadores do campo e pessoas escravizadas neste caso específico do modelo ateniense).

O modelo de democracia direta se mostrava inviável na construção dos Estados liberais contemporâneos, e a
medida da participação de grandes contingentes populacionais foi regulada, em cada país, a partir das
adaptações que definiram os diferentes modelos de democracia, a partir dos tipos nucleares.

O Brasil, a partir da Constituição Federal de 1988, se definiu como uma democracia representativa-
participativa, porque define o poder pelo processo de representação e atrela a este processo a maior parte do
princípio decisório, mas estabeleceu dispositivos de descentralização de poder que permitem a participação
social em âmbitos específico, especialmente vinculados à Saúde, mas presentes também em outros campos.
Além disso, há os dispositivos eventuais de participação, como os plebiscitos e referendos.

No caso brasileiro, a descentralização de poder se definiu também como um dispositivo de controle social da
democracia, uma vez que permite a população conduzir ou reconduzir ações segundo suas demandas e exigir
transparência e alinhamento de representantes legislativos eleitos e gestores públicos eleitos.

IDENTIFICAR A PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E SEU CONTEÚDO IDEOLÓGICO

Neste bloco, veremos que a participação política expressa determinados vieses ideológicos, e por isso as
bases da proteção social devem sempre considerar os parâmetros da justiça social e da ação para a promoção
da igualdade via equalização de oportunidades, acesso a itens de bem-estar social e efetivação dos direitos
componentes da noção de cidadania.

Para compreender esse processo, primeiro é preciso retomar o princípio básico das organizações sociais.
Segundo Aristóteles (1982), somos animais políticos, porque ajustamos nossas condutas segundo interesses e
agendas, considerando não apenas o objetivo final, mas o caminho percorrido para alcançá-los, possibilidades
de ganhos, retrocessos e associações com diferentes grupos sociais.

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O filósofo aponta, ainda, a organização do estado como a exteriorização normativa da racionalidade das
interações sociais. Por isso, toda e qualquer organização social expressa alinhamentos ideológicos, sem
exceção, porque todas as organizações sociais e políticas se vinculam às expressões de interesses e objetivos.

O ponto chave nessa análise é verificar a quem serve a formação de agendas e o objetivo buscado: a
sociedade como um todo? Aos grupos já privilegiados? Às elites ou indivíduos específicos, como no caso de
líderes de Estados autoritários?

No estado democrático de direito brasileiro assegurado a partir da Constituição Federal de 1988, as ações do
Estado, de suas instituições e agentes, bem como a participação dos cidadãos nos processos decisórios,
participativos e representativos, seguem o princípio da democracia, e neste caso específico do Brasil, tem
como expressão ideológica a pluralidade da sociedade civil, a representação e a participação democrática e a
noção de cidadania.

Nesse sentido, a participação política dos sujeitos responde também a padrões ideológicos, já que se definem
a partir de agendas que representam interesses coletivos de um determinado grupo social (BOBBIO, 1996).

Como exemplo, vamos tomar as ações técnico-operativas do serviço Social como categoria profissional: neste
caso, as ações da profissão, tanto as privativas quanto as associadas às ações interdisciplinares ou
multidisciplinares e em rede buscam a emancipação do sujeito que é proveniente da classe trabalhadora, uma
vez que essa categoria percebe a classe trabalhadora como o núcleo de possibilidade de promoção da justiça
social, quando se usa as possibilidades de intervenção nas realidades sociais definidas pelo Estado nas
políticas públicas e de Estado para que os sujeitos sofram menos as incidências da questão social ou dos
antagonismos de classe.

Desta forma, é preciso considerar que toda ação social é simbolicamente percebida e orientada (WEBER,
1988), e a participação social politicamente definida, alinhada a um padrão ideológico determinado.

A diferenças entre as diferentes ideologias possíveis se baseiam nos efeitos da atribuição de poder político
aos diferentes grupos ou expressões dos grupos sociais e os efeitos coletivos dessas escolhas.

RECONHECER AS CONTRADIÇÕES ENTRE SOCIEDADE CIVIL E ESTADO E SEUS PAPÉIS NA

ATUALIDADE

As conexões entre sociedade civil e Estado são indissolúveis: o Estado só existe como expressão da
organização racional das sociedades como forma de estruturação e instrumentalização do poder. E a
sociedade só é uma sociedade civil porque o Estado a beneficia e define as conexões por meio dos direitos
sociais, civis e políticos - bem como dos deveres.

Grupos sociais sem Estado podem existir. Um Estado sem sociedade, não. Uma sociedade civil sem Estado,
também não, porque está se baseia na premissa do Direito Positivo, regulamentado e definido pelo estado e
suas instituições.

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No entanto, apesar dessa conexão, sociedade civil e Estado são polos distintos que exercem papéis sociais
também distintos. Os Estados são agentes de regulação, gestão e proteção. As sociedades são agentes de
sustentação e ao mesmo tempo, mudança, mobilidade, além da possibilidade do controle social em contextos
democráticos-participativos.

É possível que as sociedades, por si só, desempenhem processos de mudança e alteração, a partir da
reconfiguração de perspectivas e formas de percepção dos próprios grupos, de seus símbolos, sentidos e
tradições.

É possível que as mudanças sejam desencadeadas por fatores externos, como mudanças tecnológicas (pense,
por exemplo, na comunicação digital instantânea atual, na comunicação predominantemente via telefonia na
década de 1990 e na comunicação por cartas no século XIX - as mudanças tecnológicas afetam também as
formas de organização social) ou pelo Estado, como a definição de regras ou leis que visem diminuir ou
incentivar determinados comportamentos que influenciam uma mudança social determinada (como a
definição de penalidades para quem joga lixo em via pública em determinadas cidades - nesse caso, trata-se
da busca pela recondução do comportamento dos sujeitos em benefício da sociedade como um todo).

Na busca por ajustes que levem à justiça social, sociedade e Estado podem caminhar juntos, no entanto, a
diferença na configuração e no objetivo desses dois agentes pode levar até mesmo à conflitos.

Um exemplo pode ser visto no Chile, em 2020, quando comunidades periféricas e lideranças de povos
originários, como os Mapuche, exigiram reconhecimento das demandas na formulação da nova constituição
do país, o que não estava sendo ouvido, e por isso manifestações aconteceram nas capitais e cidades
menores, com intensa repressão do Estado.

No Brasil temos os exemplos das as Jornadas de Junho, em 2013, quando a população toma o movimento
social pelo Passe Livre na cidade de São Paulo como uma fonte de mobilização contra o aumento do valor da
passagem em 0,20 centavos nessa cidade, mas a contraposição entre as demandas sociais e o governo do
Estado se tornaram intensas a ponto do movimento abarcar outras demandas políticas e se estender para
diferentes cidades ao longo de quase dois meses (AVRITZER, 2019).

Sociedade civil e Estado, assim, tem papeis diferentes, mas tem também interesses que podem ser não
apenas distintos, mas antagônicos. A mediação desses interesses segundo o bem-estar da sociedade civil, no
entanto, é responsabilidade dos Estados democráticos.

VIDEO RESUMO

Olá, estudante!

Neste vídeo resumo, retomaremos os conceitos importantes para a compreensão da ideia de participação nas
sociedades democráticas, considerando as diferentes possibilidades e espaços de participação e o vínculo
político-ideológico que é definido em toda mobilização sociopolítica. A participação é possível em espaços de
representação e deliberação, e por isso, se define a partir do reconhecimento do interlocutor nesse diálogo: o
Estado.

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Bons estudos!

 Saiba mais
Política Nacional de Participação Social.

Você sabia que o Brasil possui um sistema jurídico de avaliação e mapeamento de inovações,
particularidades e desafios da participação social? Com isso, avalia-se as dificuldades e desenvolvem-se
políticas públicas de estímulo à participação. Saiba mais no artigo: Os desafios da efetividade e o estatuto
jurídico da participação: a Política Nacional de Participação Social, de Débora Rezende de Almeida.

Aula 5

REVISÃO DA UNIDADE

AÇÃO POLÍTICA E POLÍTICAS SOCIAIS

Nessa Aula, retomaremos as dinâmicas entre os atores da sociedade civil e o estado na formulação das
políticas sociais no Brasil. Essas interações foram, muitas vezes, permeadas por conflitos e até por violência,
como no caso do contexto da ditadura militar entre 1964 e 1985.

Mas as mobilizações civis, especialmente ao longo do século XX, foram preponderantes para a defesa de
direitos sociais, civis e políticos, assim como para a formulação e implementação de políticas públicas que
efetivam tais direitos.

Desse modo, os sujeitos sociais, articulados na forma de movimentos sociais, sindicatos ou em redes, tornam-
se atores ou sujeitos políticos nas dinâmicas com o Estado, ocupando espaços na arena deliberativa e
projetando sobre as estruturas fixas e instituições de poder as mudanças requeridas pela sociedade em busca
de justiça social.

Reconhecer a possibilidade de ação e de ocupação das arenas deliberativas pelos sujeitos permite a você
entender e reconhecer as lutas sociais e as diferenças entre essas lutas e os projetos políticos de poder ou das
elites, por exemplo, percebendo os antagonismos presentes nas sociedades capitalistas contemporâneas.

As lutas sociais observadas no Brasil e as formas de articulação em busca de direito são produto direto da
conjuntura de produção capitalista. É esta conjuntura que, de acordo com Marx (1996), determina os
antagonismos de classe, ou seja, os privilégios das elites burguesas e os efeitos nocivos do sistema de

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produção e organização social sobre a classe trabalhadora.

Isso porque o capitalismo, como modelo econômico, se estruturaria sobre a dinâmica de desigualdade social,
já que só essa desigualdade, segundo Marx (1996) possibilitaria que um grupo de pessoas precisasse vender
sua força de trabalho para a manutenção da subsistência. Outros teóricos da economia científica clássica,
como Smith (1996) e David Ricardo (1996) também pontuam essa discrepância entre assalariados e
empresários, notadamente Ricardo considera a produção capitalista uma forma de se conseguir riquezas que
possam contribuir para o enriquecimento geral da nação, mas não do ponto de vista da justiça social.
Portanto, reconhece-se na doutrina econômica clássica a visão de diferenciação entre trabalhadores e
empresários.

A leitura da relação entre as classes como antagônica, porém, vem do marxismo, e esta leitura é justamente a
que fundamenta a percepção do Serviço Social como expressão sociotécnica dessa interação.

Por isso, ao analisar as lutas sociais e seus objetivos ao longo do século XX, especialmente, é possível perceber
uma busca pelos diversos grupos da sociedade brasileira, especialmente trabalhadores e estudantes, pela
correspondência da cidadania e dos direitos que a compõem (sociais, civis e políticos) às necessidades sociais,
que são mutáveis, impermanentes e precisam de constante revisão e ajuste.

Por outro lado, percebe-se também a grande importância dessas lutas no repúdio à ditadura, na busca pelo
restabelecimento democrático, e no processo de transição para a democracia. Ponto relevante, nesse aspecto,
é perceber que os movimentos sociais de diferentes âmbitos foram cruciais para a formação dos direitos
expressos pela Constituição Federal de 1988.

Para além da formulação de políticas sociais, os movimentos sociais e articulação política da sociedade
permitiu a construção da Nova República e o restabelecimento do Estado Democrático de Direito em 1988, e
funciona, no século XXI, como busca pela justiça social e como controle social da democracia.

REVISÃO DA UNIDADE

Olá, estudante!

Neste vídeo resumo, retomaremos os principais conceitos trabalhados ao longo desta unidade, da
contextualização da ideia de proteção social no Brasil ao vínculo socioeconômico dessa temática, passando
pelas dinâmicas entre Estado e classe trabalhadora, até as concepções contemporâneas da participação da
sociedade civil nos espaços deliberativos do estado democrático de direito.

ESTUDO DE CASO

Para contextualizar sua aprendizagem, você analisará um contexto que pode ocorrer no exercício de suas
atividades profissionais.

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Imagine que você atua exercendo consultoria para um sindicato de trabalhadores em sua cidade. Sua
contratação se dá em face das transformações tecnológicas, sociais e econômicas que são reflexo da transição
para a chamada “Sociedade 5.0”.

Essas transformações podem ter impacto significativo na oferta de postos de trabalho, e sua tarefa, em seu
exercício profissional nesta consultoria, é oferecer saídas para que os trabalhadores não sejam tão afetados
por esta transição.

Para compreender onde seus conhecimentos deverão ser alocados, analise a seguinte situação: A sociedade
5.0 se baseia na utilização em larga escala de inteligência artificial e automação, fator que diminuirá de forma
drástica os postos de trabalho nos setores de produção e atendimento.

Essas transformações visam a melhoria a otimização do trabalho e da oferta de serviços, mas não podem
comprometer os direitos fundamentais dos trabalhadores. Por isso, seu desafio é criar uma estratégia
inovadora para mobilizar a classe trabalhadora e proteger os direitos laborais na era da sociedade 5.0.

Nesse caso, sua tarefa é pensar além dos métodos tradicionais de mobilização, já que os trabalhadores não
podem impedir as transformações tecnológicas e produtivas, e nem se isolar, como classe social, desse
contexto. Assim, seria possível utilizar as ferramentas oferecidas pela sociedade 5.0 a favor dos trabalhadores
nesse processo de transição?

Para solucionar esse desafio, considere o uso estratégico de redes sociais, aplicativos móveis e plataformas
digitais para conscientizar e mobilizar os trabalhadores de sua cidade. Você pode, como profissional, retomar
as lutas sociais do século XX, pontuando as conquistas e o protagonismo da classe trabalhadora na defesa dos
direitos sociais e na construção do Estado Democrático de Direito como exemplo da importância dos
trabalhadores para a sociedade brasileira, enquanto classe, ator político organizado e consciente.

Desenvolva uma narrativa envolvente que destaque não apenas os desafios, mas também as oportunidades
que a tecnologia pode oferecer para fortalecer a posição dos trabalhadores, como por exemplo, novas formas
de trabalho e novos postos.

Atenção às transformações que já vivemos em sociedades. Por isso, produza uma abordagem inclusiva que
possa ir além de fronteiras geográficas e setoriais, ou seja, que não verse apenas sobre sua cidade ou sobre
uma categoria profissional, mas que fale sobre a importância da classe trabalhadora a condução da
democracia e do Estado social.

Você pode iniciar apresentando a ideia de uma rede de integração, participação, cooperação a troca de
experiências, fortalecendo a união da classe trabalhadora em âmbito nacional.

Para implementar essa ideia, considere a ideia de formação de redes para a defesa dos interesses sociais mais
amplos: organizações da sociedade civil, sindicatos e entidades, grupos e atores da defesa dos direitos
humanos.

Seu desafio é, por fim, propor uma forma de mobilização que proteja os direitos, esteja adequada às
transformações vivenciadas.

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 Reflita
Se seu desafio é propor uma forma de mobilização, isso significa que a ideia de luta não está descartada
no âmbito dessas transformações que levam à sociedade 5.0, e que a classe trabalhadora continuará
desempenhando papel de protagonismo na definição de políticas sociais, estabelecendo diálogos com a
sociedade civil em geral e com o Estado.

Por isso é tão importante retomar a trajetória desta classe nas articulações por direitos ao longo do
século XX, uma vez que a memória social e coletiva pode nos oferecer os recursos necessários para a
articulação precisa, orientada, e assim, contribuir para a consecução dos objetivos.

No desenvolvimento de seu projeto, portanto, considere a classe trabalhadora como um agente de


transformação social e como um ator político, que ocupa espaços deliberativos, ou então, os cria.

Não se esqueça de considerar o vínculo com o Estado e da forma de diálogo utilizada nesse processo em
especial.

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

A resolução desse estudo de caso não se dá de forma única, ou seja, não há apenas um caminho possível para
o desenvolvimento de estratégias de mobilização e participação por direitos adequada às novas composições
sociais, políticas e tecnológicas da sociedade 5.0.

No entanto, essas possibilidades múltiplas devem estar orientadas pela consciência da importância política da
classe trabalhadora e sua função social na construção de políticas públicas e políticas sociais.

Tendo isso em mente, você encontrará exemplos de ações adequadas a este contexto:

1. Participação assídua nos Conselhos de Políticas Públicas. A Constituição Federal de 1988, em seu
artigo 10°, prevê a participação de trabalhadores na gestão de órgãos públicos e empresas estatais,
segundo os sistemas de democracia participativa e descentralização de poder. Os trabalhadores podem,
dessa forma, tendo um plano de ação determinado, conduzir de forma amena para a classe trabalhadora
a transição para o modelo de sociedade e de indústria 5.0, gerando menos efeitos nocivos e criando
modelos de ação para as empresas privadas.

2. Foco na criatividade, empatia e inovação. A sociedade 5.0 será permeada por características que estão
em abundância nos seres humanos, mas são impossíveis para as IAs ou automação: a empatia, a
criatividade e inovação. Desenvolver serviços baseados nesses elementos, especialmente considerando a
economia do cuidado e o envelhecimento global, pode ser uma saída para a realocação de trabalhadores
dos setores de atendimento, para os setores de cuidado.

3. Fortalecer sindicatos e associações. Nesse ponto, o olhar sobre a trajetória histórica dos sindicatos e
da própria atuação do movimento trabalhista na formulação e implementação de políticas sociais são
importantes, porque embora o trabalho já não seja o mesmo do contexto da criação dos sindicatos no

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Brasil, nem dessa organização na Europa da Revolução Industrial, trata-se da construção de um espaço
sociopolítico do trabalhador, que não deve ser abandonado.

O artigo 8° da Constituição Federal de 1988, reconhece a liberdade de associação profissional ou sindical


como direito elementar dos cidadãos, e a ocupação desses espaços pode garantir a proteção dos direitos
sociais e a criação dos ajustes necessários diante de contextos de transformação.

4. Redes de informação. Entender as mudanças é fundamental para que haja adaptação, ou luta, e
exposição de demanda e busca por ingerência do estado, se necessário. Por isso, uma das soluções pode
ser a criação de um sistema de informação dos trabalhadores sobre esse processo de mudança, seus
atores, seus desafios e seus impactos sociais, sobre os trabalhadores, e impactos globais.

Essas são algumas formas de atuar durante o processo de transformação, reconhecendo o papel dos
trabalhadores na proteção dos direitos e na formulação de políticas sociais, mantendo diálogo com o
Estado e ocupando os espaços deliberativos da descentralização do poder e da ação coletiva.

RESUMO VISUAL

Figura | Políticas sociais

Fonte: Elaborado pelo autor.

REFERÊNCIAS

Aula 1

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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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