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AO JUÍZO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL DA COMARCA DE BELO

HORIZONTE/MG

Nome, brasileiro, profissão, estado civil, portador da Carteira de Identidade nº xxxx, inscrito no CPF
sob o nº xxxx, endereço eletrônico xxxx, residente e domiciliado na Rua xxxx, nº xx, bairro xxx, Belo
Horizonte/MG, CEP xxxx, vem, por meio dos advogados no Núcleo de Prática Jurídica da Faculdade
Pitágoras, todos com endereço profissional na Rua Santa Madalena Sofia, 30 – Bairro Vila Paris –
Belo Horizonte/MG, , com base nos artigos 196 e seguintes da Constituição Federal, no princípio da
dignidade da pessoa humana e artigo 297 e seguintes do Código de Processo Civil, propor a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
em face do ESTADO DE MINAS GERAIS, pessoa jurídica de direito público interno, ente federado
da República Federativa do Brasil, cuja Advocacia Geral tem sede na rua Espírito Santo, nº 495,
Centro, CEP 30160-030, Belo Horizonte/MG, pelos fatos e fundamentos jurídicos adiante expostos:

I – DOS FATOS
O autor apresenta um estado de saúde debilitado, tratando-se de pessoa portadora de xxxx, com
atividade moderado e grave, caracterizada por diarreia sanguinolenta intensa, (CID xxxx),
conforme relatório médico em anexo.
Sobre o quadro de saúde do autor, vale transcrever parte do relatório subscrito pelo Dr. xxxx, CRM-
MG xxxx, médico do SUS que acompanha o requerente:
O paciente em questão é portador de xxxx, sem resposta à terapia de manutenção de remédio com
xxxx oral na dose de xg/dia associada a xxxx na dose de xg/dia. Também houve refratoridade ao
tratamento de manutenção com xxxx na dose de x,x mg/kg/dia.

Ainda, em relatório, o médico pontuou que a doença não apresentou resposta aos medicamentos
listados acima e que
“diante do exposto faz-se necessária a introdução de medicamento que seja capaz de manter a
remissão da doença livre de corticosteroide, uma vez que esta classe de medicamento não se presta à
manutenção da remissão da xxxxx, pois apresenta perda de eficácia e numerosa e importantes efeitos
adversos, como diabetes, hipertensão, catarata, alterações psiquiátricas, alterações cosméticas,
osteoporose”.

Quanto à competência do referido profissional médico, a sua especialidade é em xxxx, ou seja, não há
como questionar a validade e segurança do relatório médico expedido pelo profissional que atende
pela rede pública de saúde.
Verifica-se, pois, que diante do quadro de saúde acima descrito, o autor necessita fazer uso do fármaco
xxxxx, uso continuo, medicamento indispensável ao controle da doença e à preservação de sua saúde.
Nos exatos termos do relatório médico em anexo, o autor já fez uso de outros fármacos, mas sem
eficácia no seu tratamento de saúde, razão pela qual lhe fora prescrito o medicamento acima
mencionado.
Ressalta-se, desse modo, que tal medicação é insubstituível, porquanto já foram tomadas outras
medidas terapêuticas.
Impende portanto, destacar a que o não oferecimento do medicamento xxxx poderá acarretar ao autor
consequências severas, estando sujeito a perder a sua própria vida, diante das complicações
oriundas do grave quadro de xxxxx que o acomete.
A dose preconizada para o autor é de uso contínuo de frasco-ampola, com a seguinte ministração,
conforme extrai-se do Relatório e Receituário Médico em anexo:
1 frasco-ampola intravenoso nas semanas 0, 2 e 6 e, em seguida, de x em x
semanas.
Diante disso, a quantidade de frascos-ampolas no primeiro ano de tratamento é de xxx (escrever por
extenso) e a partir do segundo ano de 6,5 frascos-ampolas. Considerando que o valor de uma frasco-
ampola é de R$ 00,00, no primeiro ano o tratamento tem um custo total de R$ 00,00 e, a partir do
segundo ano, o custo de R$ 00,00. Certo que o autor, com uma renda mensal de R$ 00,00, não tem
condições de adquirir o medicamento acima mencionado, a justificar o valor da presente causa.
Sendo assim, o autor tentou obter o medicamento ora postulado junto ao SUS, tendo solicitado o
fornecimento do fármaco à Secretaria de Saúde Estadual em xx/xx/xxxx, mas sem êxito, como faz
prova documentação em anexo.
Portanto, tendo em vista o não atendimento das necessidades do autor pela rede pública do Sistema
Único de Saúde, outra medida não lhe restou que não o ajuizamento da presente demanda, por meio da
qual busca o adequado e eficiente tratamento de sua saúde, esta entendida como o seu bem-estar físico,
psíquico e social.

II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS
1. Do Direito Social à Saúde
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 dispõe sobre a saúde como um direito
social, nos termos do caput do artigo 6º:
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma da Constituição.
(Grifo nosso).

Cumpre ressaltar que este direito à saúde deve ser efetivado mediante atendimento integral,
conforme dispõe o comando constitucional trazido no artigo 198:
Art 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;

Para dar efetividade ao direito a saúde, esse atendimento integral constitui responsabilidade solidaria
do Estado e do Município, inteligência do artigo 6º c/c art. 23, ll, art. 196 e art. 198 da Constituição
Federal de 1988. Nesse sentido jurisprudência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais:
EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO – APELAÇÃO CÍVEL – CONSTITUCIONAL – AÇÃO
COMINATÓRIA – INTERVENÇÃO CIRÚRGICA – MEDICAMENTO – RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA DOS ENTES PÚBLICOS – DEVER DO ESTADO DE MINAS GERAIS CONFIGURADO –
RELATORIO MÉDICO CIRCUNSTANCIADO EMITIDO POR PROFISSIONAL VINCULADO AO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SENTENÇA CONFIRMADA EM REEXAME NECESSÁRIO – APELO
VOLUNTÁRIO PREJUDICADO.

1 – A responsabilidade pela implementação do direito à saúde, constitucionalmente previsto, é concorrente e


solidária entre União, os Estados e os Municípios.

3 - Detém o Estado de Minas Gerais obrigatoriedade no fornecimento de tratamento médico cirúrgico


necessário ao tratamento da doença de que é o autor acometido, máxime quando a essencialidade da
intervenção mostra-se pautada em relatório médico circunstanciado emitido por profissional vinculado ao
próprio Sistema Único de Saúde.

4 – Sentença confirmada em reexame necessário. Apelo voluntário prejudicado. (TJMG, Apelação


Cível/Reexame Necessário n.º 1.0223.12.020102-3/001, da 6ª Câmara Cível, Rel. Des. Ângela de Lourdes
Rodrigues, Julg 31/03/2014, DJMG 13/04/2015).

O direito fundamental à saúde foi ainda regulado pela Lei 8.080/90, conhecida como Lei Orgânica da
Saúde, a qual estabelece que cabe ao poder público as condições necessárias para o seu pleno
exercício, inclusive assistência terapêutica integral.
Art. 2. A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições
indispensáveis ao seu pleno exercício.

(...)

Art. 6º. Estão incluídos no campo de atuação do Sistema Único de Sáude-SUS.

l – a execução de ações (...)

d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica (...)

Art. 7º. As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que
integram o Sistema Único de Sáude (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art.
198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:

l – universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;

ll – integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
preventivos e curativos , individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade
do sistema.

Nos dizeres do ilustríssimo Mestre José da Silva,


[...] e há de informar-se pelo princípio de que o direito igual à vida de todos os seres humanos significa que,
nos casos de doença, cada um tem o direito a um tratamento condigno de acordo com o estado atual da
ciência médica, independente de sua situação econômica, sob pena de não ter muito valor sua consignação
em normas constitucionais. (Curso De Direito Constitucional Positivo, São Paulo, Revista dos Tribunais,
1990, 6ª ed., p. 271).

Cumpre lembrar, quanto ao direito fundamental em tela, que não basta a prestação de qualquer serviço
de saúde, mas sim daquele mais adequado e eficiente, hábil ao cumprimento do fim a que se destina,
sendo que, na hipótese dos autos, o serviço pleiteado destina-se à preservação da própria vida do autor,
uma vez que estará sujeito a risco de morte se não fizer uso do medicamento ora postulado.
Os dispositivos supracitados obrigam o Estado a disponibilizar para a população a execução de todas
as ações indispensáveis ao tratamento médico de enfermos, dentre as quais se inclui expressamente, a
condição que permita uma sobrevivência em condições de dignidade. Acerca da dignidade da pessoa
humana como conteúdo do mínimo existencial que se consubstancia na garantia constitucional de se
ter uma vida saudável, concretizada por meio de prestações positivas do Estado, leciona o professor
Kildare Golçalves Carvalho:
Considerando a dupla perspectiva ontológica e instrumental da dignidade da pessoa humana, procurando
destacar tanto a sua faceta intersubjetiva, e, portanto, relacional, quanto a sua dimensão simultaneamente
negativa (defensiva) e positiva (prestacional), Ingo Wolfgang Sarlet nos oferece a seguinte conceituação
jurídica de dignidade da pessoa humana: “a qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser
humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estadi e da comunidade,
implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto
contra e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições
existenciais mínimas para uma vida saudável (...) Desse modo, a dignidade um valor que informa toda a
ordem jurídica, se assegurados os direitos inerentes à pessoa humana. Os direitos fundamentais constituem,
por isso mesmo, explicitações da dignidade da pessoa humana, já que em cada direito fundamental há um
conteúdo e uma projeção da dignidade da pessoa, grifos nossos (CARVALHO, Klidare Golçalves. Direito
Constitucional, Belo Horizonte, Del Rey, 2007, 13ª edição, p. 549/550).

Nesse mesmo sentido, imperioso citar o brilhante julgamento proferido no Eg. Superior Tribunal de
Justiça, em que fora admitido o fornecimento de medicamentos pelo Poder Público aos cidadãos que
dele necessitavam:
CONSTITUCIONAL RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA OBJETIVANDO O
FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO (RILUZOL/RILUTEK) POR ENTE PÚBLIUCO À PESSOA
PORTADORA DE DOENÇA GRAVE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA – ELA. PROTEÇÃO DE
DIREITOS FUNDAMENTAIS. DIREITO À VIDA (ART. 5º, CAPUT, CF/88) E DIREITO Á SAUDE
(ARTS. 6º E 196, CF/88). ILEGALIDADE DA AUTORIDADE COATORA NA EXIGÊNCIA DE
CUMPRIMENTO DE FORMALIDADE BUROCRÁTICA. 1 – A existência, a validade, a eficácia e a
efetividade da Democracia está na prática dos atos administrativos do Estado voltados para o homem. A
eventual ausência de cumprimento de uma formalidade burocrática exigida não pode ser óbice suficiente para
impedir a concessão da medida porque não retira, de forma alguma, a gravidade e a urgência da situação da
recorrente: a busca para garantia do maior de todos os bens, que é a própria vida. 2 – É dever do Estado
assegurar a todos os cidadãos, indistintamente, o direito à saúde, que é fundamental e está consagrado na
Constituição da República nos artigos 6º e 196. 3 – Diante da negativa/omissão do Estado em prestar
atendimento à população carente, que não possui meios para a compra de medicamentos necessários à sua
sobrevivência, a jurisprudência vem se fortalecendo no sentido de emitir preceitos pelos quais os necessitados
podem alcançar o benefício almejado. 4 – Despicienda de quaisquer comentários a discussão a respeito de ser
ou não a regra dos arts. 6º e 196, da CF/88, normas programáticas ou de eficácia imediata. Nenhuma regra
hermenêutica pode sobrepor-se ao princípio maior estabelecido, em 1988, na Constituição Brasileira, de que
“a saúde é direito de todos e dever do Estado” (art. 196). 5 – Tendo em vista as particularidades do caso
concreto, faz-se imprescritível interpretar a lei de forma mais humana, teleológica, em que princípios de
ordem ético-jurídica conduzam ao único desfecho justo: decidir pela preservação da vida. (...) (ROMS
11183 / PR; RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA 1999/0083884-0 – Relator
Ministro José Delgado) (g.n).

A par de tais assertivas, cumpre enfatizar que os entraves burocráticos, consistentes em padronizações
de medicamentos através de portarias do Poder Executivo, não podem impedir, frente às
peculiaridades do presente caso, a concretização de um preceito constitucional maior, decidindo-se,
destarte, pela preservação da vida digna, tendo em vista o severo prejuízo ao bem estar do autor e à
sua qualidade de vida.
Ressalta-se, ainda, que a efetiva concretização do conteúdo dos direitos sociais, previstos na
Constituição Federal, é competência do Poder Legislativo e Executivo, por meio da formulação e
implementação de políticas. Certo, ainda, que referida concretização estaria adstrita, a princípio, à
disponibilidade de recursos públicos.
Contudo, deve-se ter em mente que a cláusula da reserva do possível, objeto de provável sustentação
pelos requeridos, e intimamente vinculada à ideia de limitação de recursos frente às demandas sociais,
não podem representar um óbice à efetivação da garantia do mínimo existencial, núcleo intangível do
ser humano preconizado da Lei Fundamental da República.
Referido mínimo existencial deve ser entendido como o conjunto de bens e utilidades públicas (saúde,
moradia e educação fundamental), imprescindível para uma vida com dignidade, cujo conteúdo deve
nortear os objetivos prioritários do Estado e a destinação de recursos públicos.
Conforme preleciona Luís Roberto Barroso:
o núcleo material elementar da dignidade da pessoa humana composto do mínimo existencial, locução que
identifica o conjunto de bens e utilidades básicas para a subsistência física e indispensável ao desfrute da
própria liberdade” (Fundamentos teóricos e filosóficos do novo direito constitucional brasileiro: pós-
modernidade, teoria crítica e pós-positivismo, Revista da Academia Brasileira de Direito Constitucional, p.
51).

Nesse ponto, forçoso reconhecer que o Estado, mediante a adoção de suas políticas públicas, tivesse
destinado recursos suficientes à prestação integral do direito à saúde, viabilizando o cumprimento
efetivo desse preceito constitucional, seria mesmo dispensável o ajuizamento de ações como a da
espécie.
Portanto, cabe ao Poder Judiciário, na salvaguarda dos preceitos impostos pelo Constituinte,
garantir a máxima efetividade dos direitos fundamentais, princípio basilar de nosso sistema
constitucional cuja aplicação, infelizmente, não vem sendo observada pelo Poder Executivo na
implementação de suas políticas públicas.
Nessa esteira de raciocínio, cita-se parte do voto relator do Exmo. Sr. Ministro Celso de Melo, no
julgamento da ADPF (MC) 45/DF:
Não se mostrará lícito, no entanto, ao Poder Público, em tal hipótese – mediante indevida manipulação de
sua atividade financeira e/ou político-administrativa – criar obstáculo artificial que revele o ilegítimo,
arbitrário e censurável proposito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar o estabelecimento e a preservação
em favor da pessoa e dos cidadãos, de condições materiais mínimas de existência. Cumpre advertir, desse
modo, que a cláusula da reserva do possível” – ressalvada de justo motivo objetivamente aferível – não pode
ser invocada pelo Estado, com a finalidade de exonerar-se do cumprimento de suas obrigações
constitucionais, notadamente quando, dessa conduta governamental negativa, puder resultar nulificação ou,
até mesmo, aniquilação de direitos constitucionais impregnados de um sentido de essencial
fundamentalidade. (g.n.)

Com efeito, diante do que fora exposto, inequívoca a razoabilidade da pretensão deduzida nesta
exordial, voltada tão somente à concretização do direito à saúde, preceito constitucional cujo
cumprimento, de modo integral e efetivo, deve ser viabilizado pelo Poder Público, garantindo-se às
pessoas enfermas mínimas condições de existência com dignidade.
O medicamento supra não é disponibilizado pelo SUS, conforme documento em anexo.
O autor já utilizou os seguintes medicamentos: xxxx na dose de x gramas/dia, por via oral associada
a xxxx de x grama, x vezes por dia; xxxx na dose de xxmg/dia, equiparando a 0,0 mg/kg/dia, sem
obter êxito no tratamento, conforme relatório médico em anexo.

III – DO DIREITO A ANTECIPAÇÃO DE TUTELA


Estando sobejamente demonstrada a responsabilidade e o dever do réu em fornecer ao autor o
medicamento xxxx xxxg, é imprescindível que este r. Juízo conceda a tutela pretendida (obrigação de
fazer), com fulcro no art. 300 do Código de Processo Civil.
Sobreleva frisar que a tutela pretendida necessita ser concedida liminarmente (cognição sumaria), nos
termos do artigo supramencionado, uma vez que há fundado receio de que a demora natural do
processo possa redundar na total ineficácia do provimento final, pois, nos exatos termos do relatório
médico em anexo, o não fornecimento do medicamento postulado poderá ocasionar ao autor:
- grave comprometimento do bem estar;
- perda irreversível de órgãos ou funções orgânicas;
- risco de morte
Portanto, estão presentes os requisitos a autorizar a antecipação da tutela, quais sejam: i) elementos
que evidenciem a probabilidade do direito (direito à vida digna e à saúde); ii) perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo (diante do “risco de morte” a que está submetido o autor). Assim,
reitera-se sua concessão inaudita altera parte, inclusive com a fixação de astreintes, no montante a
ser arbitrado por este r. Julgador, com vistas a compelir o Poder Público ao adimplemento da
obrigação constitucional a ele atribuída.

V – PEDIDOS
Ante o exposto, pede o autor:
5.1) antecipação de tutela inaudita altera parte, nos termos do art. 300 do CPC, para que
o réu seja obrigado ao imediato fornecimento gratuito do medicamento xxxx xxg, na quantidade
necessária ao tratamento de saúde do autor, conforme relatório médico, sob pena de multa
diária a ser fixada por este r. Juízo;
5.2) a procedência do pedido com a consequente condenação do réu em obrigação de
fazer, consubstanciada no fornecimento gratuito do medicamento xxxx xxg, na quantidade
necessária ao tratamento de saúde do autor, conforme relatório médico e até final prescrição
médica;
5.3) que seja fixada multa diária, para a hipótese de descumprimento da ordem judicial
proferida em sede de cognição sumaria ou exauriente, em valor a ser estabelecido por Vossa
Excelência.

VI – REQUERIMENTOS
Requer, ainda:
6.1) a citação do réu, na rua Espírito Santo, nº 495, Centro, CEP 30160-030, Belo Horizonte-
MG, para, querendo, contestar a presente, sob pena de revelia, posto que não há interesse do autor
na realização da audiência de conciliação;
6.2) a produção de prova por todas as modalidades em direito admitidas, especialmente a
documental, testemunhal e pericial;
6.3) a condenação do Estado de Minas Gerais em custas e honorários advocatícios a serem
arbitrados por V.Exa.;
6.4) a observância do art. 186, §3º no CPC, com a concessão de PRAZO EM DOBRO para as
manifestações nos autos, haja vista estar o Autor, patrocinado por Núcleo de Prática Jurídica.
6.5) a concessão de benefícios da Justiça Gratuita, por se tratar o autor de pessoa pobre na
acepção jurídica do termo, cujo estado de carência financeira se prova pela juntada de seu
Demonstrativo de Pagamento, tudo nos termos da Lei 1.060 e do artigo 98, CPC.
Atribui-se à causa o valor de R$ 00,00 (escrever por extenso).
Nesses termos,

Requer deferimento.

Belo Horizonte, xx de xx de xxxx.

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